Dipunker Postado Outubro 22, 2012 às 21:04 Postado Outubro 22, 2012 às 21:04 Faixa-preta de Judô, Jiu-Jitsu e Luta Livre, Paulo Borracha é um dos árbitros de MMA mais conceituados do mercado e vem atuando na função desde 1996, desde o fatídico Pentagon. Borracha vinha arbitrando no Jungle Fight, durante aproximadamente três anos e, recentemente, abandonou a organização por conta dos motivos revelados na carta a seguir, enviada a redação da revista TATAME. “Gostaria de esclarecer a todos que me conhecem e sabem da minha luta pelo MMA, o motivo do meu desligamento do Jungle Fight. O meu trabalho na organização nunca se restringiu apenas a arbitragem, eu sempre trouxe inovações para o evento como a divulgação do nome e a pontuação dos árbitros laterais. Meu trabalho sempre foi além da arbitragem e não recebo nem o vaucher da minha casa até o aeroporto, a maneira de Wallid tratar a pessoa não é muito respeitosa, ele não vê idade nem tempo de luta, ele tem 42 anos de vida e eu tenho 43 anos só de luta. Ele acha justo pagar um preço baixo para seus prestadores de serviço de arbitragem em geral, pois pensa que o Jungle já te trará muita visibilidade, mas na verdade sou um profissional dedicado e o mais antigo desde a época que João Alberto Barreto e o pessoal mais antigo parou. Comecei a arbitrar na luta do Eugênio Tadeu com o Renzo Gracie e sou um árbitro com credibilidade e respeito no mundo da luta, mas ele me negou um aumento depois de três anos ou mais de Jungle, em suma, é uma pessoa difícil de se trabalhar. Preciso pagar minhas contas e não sou vaidoso para querer aparecer. Não preciso de visibilidade, apenas quero fazer o MMA crescer e fazer as pessoas entenderem esse esporte novo, que ainda deixa dúvidas. O Bebeo Duarte é extremamente competente, tem tato para falar e lidar com todos, sempre argumenta e contorna situações situações. Não sou o melhor nem absoluto, existem muitos outros bons árbitros, mas não acho justo a maneira como me trata. Conversei com ele amigavelmente dizendo que iria me desligar do evento, ele cordialmente me desejou sorte na minha nova empreitada, já que tenho outros eventos a fazer pelo Brasil, além de comentários em emissoras de outros estados. Lhe desejei que continue tendo muito sucesso em seus eventos e que continue crescendo vertical e meteoricamente. Dei três ideias simples para ele, mas que ninguém no Brasil ainda havia feito: Nome e pontuação dos juízes laterais; No próximo Jungle entrarão também fotos com os nomes dos árbitros, estilo UFC. Acho importante também dar uma passada nas regras em vídeo como no UFC, logo que começa o evento, para ficar bem explicado e dar maior credibilidade que é o que ele quer para o evento; Outra ideia foi fazer uma mistura de UFC com Pride, com um belo show na entrada dos lutadores, com uma abertura com a música e os efeitos de luz estilo o filme ET, o extra terrestre. O Bebeo gostou muito das ideias, mas o Wallid estava sempre ocupado para ouvir. O fato é que eu não era só um árbitro, era um ajudante e consultor. Vale lembrar que ele nunca pediu ideias, só ajuda em contratos e pegar bermudas dos lutadores para colocar os patrocínios (nada disso tem a ver com arbitragem e o Bebeo, sempre com muito tato, me pedia para esperar e eu o fiz o tempo que deu). Havia eventos em que eu ganharia mais e não fiz, porque senão eu não iria mais atuar no Jungle e paguei os custos do meu bolso ao contratante. Um homem com praticamente 50 anos não pode se sujeitar a essas coisas e fui conversar com Bebeo mais uma vez e ele sempre com seu jeito calmo e apaziguador quis contornar, mas pedi desculpas ao Wallid e disse que não dava mais. Apenas disse que ia me desligar do evento, pois o Wallid diz que está sempre numa guerra e que no momento não pode dar aumento e que o que paga já esta bom. Não discuti e nem discuto, agradeci esses anos de acolhida e vou para onde sou tratado com dignidade e respeito, pois emprego eu já tenho. Agora o que realmente interessa para mim como uma pessoa totalmente envolvida com o MMA desde o início, é que ele cresça e se desenvolva cada vez mais e o grande público entenda o que é esse esporte que não para de crescer. Acho que o esporte tem que atualizar as regras como vem acontecendo, seja no quesito quedas, agressividade, golpes encaixados, pontuação… Deve haver uma maior valorização da luta de chão. O que vejo que é recorrente, são dedos nos olhos, então também sugeri através do Bebeo que fossem proibidos os golpes dados de mão aberta (jabs para medir distância e defender golpes projetando a mão á frente e os diretos raras vezes quando acontecem). Sugeri que pusessem nas regras que não valeria qualquer golpe com a mão aberta justamente para não acontecer uma fatalidade dessa e acabar uma luta prematuramente como aconteceu na luta do Wagner Caldeirão. Acredito que no futuro a comissão irá proibir, pois esse tipo de coisa é herança das lutas com luvas, principalmente o Boxe, Muay Thai e o Kickboxing. O MMA é uma outra luta, na verdade estamos lutando para que seja reconhecido como esporte, mas existem ainda muitos opositores. Seria mais uma evolução e segurança para os lutadores. Devemos começar a por em prática e não esperar que comecem no UFC, para que depois copiemos”, concluiu Paulo Borracha.
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