Cung Le Não Descarta Revanche Contra Wand E Analisa Rich Franklin

[Dipunker 136]

O UFC chega à China pela primeira vez na história no próximo dia 10 de novembro, com um card encabeçado pela luta entre o ex-campeão dos pesos médios e veterano do Ultimate, Rich Franklin, contra o vietnamita e ex-campeão do Strikeforce, Cung Le.

A TATAME conversou com Cung Le, que também falou sobre aposentadoria e sobre a sua derrota para Wanderlei Silva em sua estreia no UFC, em novembro do ano passado. O vietnamita elogiou o “Cachorro Louco” e não descartou uma revanche contra o brasileiro.

Confira a entrevista completa:

O seu próximo combate será contra Rich Franklin. Como você vê essa luta e como analisa o oponente?

Eu me sinto muito bem. Lutar contra o Rich Franklin é uma honra e eu o respeito muito, principalmente porque ele é um ex-campeão do UFC. É o meu primeiro evento principal no UFC e estou muito grato e feliz de ter tido essa chance, que não deixa de ser um reconhecimento. O Rich é um cara bem durão, mas acredito que nós dois vamos estar em boa forma.

Como você acha que será essa luta?

Eu acho que vai ser uma luta bem apertada, mas eu não sei te dizer o que vai acontecer. Eu só sei que eu vou dar o meu melhor. Eu estou muito confiante e vou me concentrar no meu plano de jogo.

Você acha que o fato de ele (Franklin) ser maior do que você te dá alguma desvantagem?

Eu não fico me preocupando com a questão da altura. Já lutei contra caras mais altos e eu sempre consegui ter um bom desempenho, principalmente por causa dos meus chutes. Eu acho que posso ser o que vai ter mais vantagem se você colocar tudo isso junto.

Como é para você fazer parte do primeiro UFC na China?

Este é um UFC histórico e eu estou muito honrado em poder participar deste evento. A China é um país com mais de 1,3 bilhões de pessoas e isso é um grande desafio para o crescimento do esporte. Como os Estados Unidos têm um histórico com wrestler e MMA, a China tem enraizada em sua cultura as artes marciais. Acho que o esporte tem muito a crescer com a conquista deste novo mercado.

Se você vencer esta luta, qual o seu próximo objetivo? Tem algum oponente em mente com o qual você gostaria de enfrentar na sequência?

Eu não sou o tipo de cara que escolhe oponente. Vou me sentir motivado com quem quer que o UFC queira colocar na minha fila. Eu já luto há bastante tempo e eu faço isso com tanto amor e dedicação que eu não fico pensando em nomes. É claro que eu quero um dia chegar ao cinturão…

A sua primeira luta no UFC foi contra o Wanderlei Silva e você acabou sendo derrotado. Como enxerga aquela luta hoje?

O Wanderlei entrou naquela luta com uma estratégia bem definida e ele sabia o que estava fazendo. A minha performance naquela noite me deixou um pouco chateado. Eu geralmente sou muito bom em levar a luta para o chão, mas eu não treinei chão na preparação para aquela luta. Eu preciso tirar o chapéu para o Wanderlei e para o seu camp porque eles conseguira ter um excelente plano de jogo. Quando eu vi o Wanderlei machucado, em vez de continuar desferindo golpes e socos, eu comecei a tentar golpeá-lo com os meus chutes, buscando um nocaute espetacular e não funcionou. Meu treinador depois disse que eu fui bobo, acontece né? Aprendi a lição, mas me sinto muito honrado por ter lutado contra o Wanderlei.

Você inicialmente estava escalado para lutar contra o Vitor Belfort naquela luta e, como ele se machucou, o Wanderlei acabou entrando no card como seu adversário. Você ainda pensa em lutar contra o Belfort?

Essa é uma luta que deveria ter acontecido no passado, mas se eu tiver que lutar contra ele um dia eu vou lutar. Agora eu não estou olhando para esse ou aquele lutador, a única coisa que eu quero agora é lutar.

Se você tivesse a oportunidade de enfrentar novamente o Wanderlei Silva, o que você acha que seria diferente?

Se eu tivesse a oportunidade de ter uma revanche contra o Wanderlei, lógico que eu aceitaria. Seria uma nova luta, teria a oportunidade de começar do zero, inclusive a minha estratégia de jogo. Acredito que seria uma luta completamente diferente da primeira.

Quanto tempo você ainda se vê lutando?

Eu não sei. Eu adoro lutar, mas eu também tenho atuado em vários filmes. Eu me sinto abençoado lutando e atuando – eu tenho três filmes sendo lançados este ano. Enfim, pretendo levar as duas carreiras enquanto eu puder. Cada luta é uma nova experiência para mim. Já passei dos 40 anos de idade e é por isso que eu continuo aqui. Estou muito feliz de continuar lutando naturalmente.

Qual das duas carreiras é mais difícil de levar? A de ator ou a de lutador?

A de ator é um pouco mais fácil porque eu não me machuco em cena. Os próprios treinos e o camp preparatório para cada luta não são fáceis para o corpo, a mente… È tão duro que você se sente desgastado emocionalmente de tal forma que é difícil recuperar. Na parte de ator isso não acontece. Você imerge no personagem, tem claro que se dedicar, mas não tem esse desgaste físico de treino e tal, essa pressão para perder peso.

Na luta contra o Wanderlei você quebrou o nariz e teve que passar por cirurgia. Isso atrapalhou os seus trabalhos como ator?

O meu nariz naquela luta não estava tão ruim. Parecia ruim nas fotos por causa do ângulo e também por causa do sangue. Depois que você quebra o nariz você não pode assoá-lo e depois do fim da luta eu acabei limpando o nariz com lenço, conseguia assoar. Eu quebrei sim o nariz e eu tive que fazer cirurgia para consertá-lo. O engraçado é que os asiáticos já tem o nariz assim, mais achatado. Essa na verdade foi a minha terceira cirurgia, ainda bem que o meu médico é muito bom (risos).

Gostaria de mandar uma mensagem para os seus fãs no Brasil?

A todos os meus fãs no Brasil muito obrigado pelo apoio de sempre e pelo suporte ao esporte. Se vocês puderem, me adicionem no Twitter que ficarei muito feliz em poder falar com vocês: @CungLe185. Obrigado!