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Bem pessoal, achei este artigo falando muita coisa sobre o colesterol e seus reais efeitos no organismo.

É grande, mas vale muito a pena ser lido. É um conhecimento de grande valia pra todos.

-

Natasha Campbell-McBride, médica*

Tradução: Odi Melo, www.melnex.net

No nosso mundo moderno, colesterol tornou-se quase um palavrão. Graças aos defensores da

hipótese alimentos-coração, qualquer um "sabe" que o colesterol é "mau" e precisa ser combatido

por todos os meios. Se você acreditar no que diz a mídia, vai achar que simplesmente não existe

um nível de colesterol que seja suficientemente baixo. E se você tiver uma certa idade,

provavelmente fará exames para ver quanto colesterol tem no sangue. Se tiver mais que uns 200

mg/100 ml (5,1 mol/1), talvez lhe receitem uma "pílula para colesterol". Milhões de pessoas pelo

mundo afora tomam essas pílulas, pensando que assim estão cuidando bem da saúde. O que

essas pessoas não sabem é como isso está longe de ser verdadeiro. A verdade é que nós,

humanos, não podemos viver sem colesterol. Vejamos por quê.

Nosso organismo é formado por bilhões de células. Praticamente todas as células produzem

colesterol continuamente, durante toda a nossa vida. Por quê? Por que cada célula, de cada

órgão, tem colesterol como parte da sua estrutura. O colesterol é parte integral e muito

importante da membrana celular, a membrana que envolve nossas células, e também das

membranas das organelas, no interior das células. O que faz o colesterol lá? Faz várias coisas.

Integridade Estrutural

Em primeiro lugar, as gorduras saturadas e o colesterol tornam firmes as membranas das células.

Sem eles as células se tornariam flácidas e fluidas. Se o seres humanos não tivessem colesterol e

gordura saturada nas membranas das suas células, eles pareceriam vermes ou lesmas gigantes.

E não estamos falando de algumas moléculas de colesterol, aqui e ali. Em muitas células, quase a

metade da membrana celular é formada por colesterol. Diferentes espécies de células no nosso

organismo precisam de diferentes quantidades de colesterol, dependendo de suas funções e

finalidades. Se a célula for parte duma barreira protetora, por exemplo, ela conterá muito

colesterol, para torná-la robusta e resistente a qualquer invasão. Caso a célula, ou organela

dentro da célula, precise ser macia e fluida, ela conterá menos colesterol na sua estrutura.

Essa propriedade do colesterol e das gorduras saturadas de enrijecer e reforçar os tecidos é

utilizada pelos nosso vasos sangüíneos, principalmente por aqueles vasos que precisam resistir à

alta pressão e à turbulência do fluxo sangüíneo. São geralmente artérias de tamanho médio ou

grande, em locais onde elas se dividem ou se curvam. O fluxo de sangue, batendo dentro dessas

artérias, as força a incorporar uma camada de colesterol e gordura saturada nas membranas, o

que as torna mais fortes, mais resistentes e mais firmes. Essas camadas de gordura e colesterol

são chamadas estrias gordurosas. Elas são totalmente normais e se formam em todos nós, desde

que nascemos, ou até mesmo antes. Diversas populações aborígines pelo mundo afora, que

nunca tiveram doenças cardíacas, apresentam grande quantidade de estrias gordurosas em seus

vasos sangüíneos em velhos e jovens, inclusive crianças. As estrias gordurosas não são indícios

da doença chamada aterosclerose.

Os Lipídios Salvadores

Todas as células do nosso organismo precisam comunicar-se entre si. Para fazer isso, elas

utilizam proteínas incrustadas nas membranas das células. Mas como é que essas proteínas são

fixadas às membranas? Com ajuda do colesterol e das gorduras saturadas! O colesterol e os rijos

ácidos graxos saturados formam as chamadas balsas lipídicas, que formam pequenos abrigos

para cada proteína da membrana e assim lhe possibilita desempenhar sua função. Sem colesterol

e gorduras saturadas nossas células não conseguiriam se comunicar, nem transportar diversos

tipos de moléculas para dentro e para fora das células. A conseqüência disso é que o nosso

organismo não funcionaria do jeito que funciona.

O cérebro humano é particularmente rico em colesterol – cerca de 25% de todo o colesterol do

nosso organismo se encontra no cérebro. Cada célula e cada estrutura do cérebro e do resto do

nosso sistema nervoso precisa do colesterol, não apenas para sua própria constituição mas

também para realizar suas múltiplas funções. O desenvolvimento do cérebro e dos olhos do feto e

do recém-nascido requer grande quantidade de colesterol. Se o feto não receber colesterol

suficiente durante o seu desenvolvimento, a criança pode nascer com uma anomalia congênita,

chamada ciclopia [desenvolvimento de apenas um olho].

O leite materno fornece muito colesterol. Não apenas isso – o leite materno contém uma enzima

específica que capacita o aparelho digestivo do bebê a absorver quase 100% desse colesterol,

pois o desenvolvimento do cérebro e olhos da criança demanda enorme quantidade de colesterol.

A criança que for privada do colesterol durante a infância poderá ficar com a visão e as funções

cerebrais prejudicadas. Os fabricantes de fórmulas para mamadeiras estão cientes desse fato,

porém, seguindo o dogma anti-colesterol, produzem essas fórmulas com praticamente nada

dessa substância.

Matéria Cerebral Vital

Uma das matérias mais abundantes no cérebro e no restante do nosso sistema nervoso é uma

substância graxa chamada mielina. A mielina recobre cada célula nervosa e cada fibra nervosa

como se fosse um revestimento isolante num condutor elétrico. Além de isolar, ela dá alimento e

proteção para todas as minúsculas estruturas do nosso cérebro e o restante do sistema nervoso.

A pessoa que começa a perder sua mielina desenvolve uma doença chamada esclerose múltipla.

Pois bem, 20% da mielina é colesterol. Se começamos a interferir na capacidade do organismo de

produzir colesterol, pomos em risco a própria estrutura do cérebro e restante do sistema nervoso.

A síntese da mielina no cérebro está intimamente ligada à síntese do colesterol. Na minha

experiência clínica, alimentos com alto teor de colesterol e gordura animal são remédios

essenciais para pessoas com esclerose múltipla.

Uma das faculdades mais importantes com que o ser humano foi abençoado é a capacidade de

lembrar coisas – a nossa memória. Como se forma a memória? Pelo estabelecimento de conexão

entre as células do cérebro, a chamada sinapse. Quanto mais saudável for a sinapse que o

cérebro produz, mais capacitada mentalmente e mais inteligente será a pessoa. Os cientistas

descobriram que a formação da sinapse é quase totalmente dependente do colesterol (na forma

chamada "apolipoproteína E") produzido por células cerebrais. Sem a presença desse fator não

poderíamos formar sinapses e, portanto, não conseguiríamos aprender ou lembrar nada. Aliás, a

perda de memória é um dos efeitos colaterais dos medicamentos usados para baixar o colesterol.

Na minha clínica, tenho visto um crescente número de pessoas que tomam pílulas para baixar

colesterol apresentando perda de memória. O médico Duane Graveline, ex-cientista e astronauta

da NASA, sofreu esse tipo de perda de memória quando tomava sua pílula para controle do

colesterol. Ele conseguiu salvar sua memória parando de tomar a pílula e ingerindo grandes

quantidades de alimentos ricos em colesterol. Ele descreve sua experiência no livro Liptor: Thief

of Memory – Statin Drugs and the Misguided War on Cholesterol ["Liptor: Ladrão de Memória - As

Estatinas e a Equivocada Guerra Contra o Colesterol."]

Em estudos científicos, o colesterol contido em ovos frescos e outros tipos de alimentos ricos

nessa substância tem demonstrado que melhora a memória de idosos. Na minha experiência

clínica, qualquer pessoa com perda de memória ou dificuldade de aprendizagem precisa ingerir

esses alimentos em abundância para se recuperar.

Um Produto (Necessário) do Próprio Organismo

Esses alimentos dão "uma mãozinha" ao fornecerem colesterol, pois assim o organismo não

precisa trabalhar tanto para fabricá-lo. O que muita gente não se dá conta é de que a maior parte

do colesterol no organismo não provém dos alimentos! Nosso corpo produz o colesterol que ele

precisa. Pesquisas científicas têm demonstrado, de forma definitiva, que o colesterol dos

alimentos não tem qualquer efeito sobre os níveis de colesterol no nosso sangue. Por quê? Por

que o colesterol é uma parte tão essencial à nossa fisiologia humana que o organismo dispõe de

mecanismos muito eficientes para manter o colesterol do sangue a um certo nível. 3

Quando ingerimos mais colesterol, o organismo produz menos. Quando ingerimos menos

colesterol, o organismo produz mais. Como matéria-prima para produzir colesterol, o organismo

pode usar carboidratos, proteínas e gorduras, o que significa que o macarrão e o pão que você

come podem ser utilizados para fabricar colesterol no seu corpo. Estima-se que, numa pessoa

mediana, cerca de 85% do colesterol sangüíneo é produzido pelo organismo, enquanto apenas

15% provém dos alimentos. Portanto, mesmo que você siga religiosamente uma dieta alimentar

totalmente sem colesterol, você ainda terá uma grande quantidade de colesterol em seu

organismo. Porém, os medicamentos para baixar o colesterol são uma questão completamente

diferente! Eles interferem na capacidade do organismo de produzir colesterol, e assim reduzem a

quantidade disponível para uso do nosso corpo.

Os Perigos do Colesterol Baixo

Se não estamos tomando drogas para baixar o colesterol, a maioria não precisa se preocupar

com ele. Porém, há pessoas cujos organismos não conseguem produzir colesterol em quantidade

suficiente, por alguma razão. Essas pessoas são propensas a ter instabilidade emocional e

problemas comportamentais. Níveis baixos de colesterol no sangue têm sido rotineiramente

documentados em criminosos que cometeram assassinatos e outros crimes violentos, em pessoas

com personalidades agressivas e violentas, em pessoas com tendências suicidas, bem como em

indivíduos com comportamento social agressivo e baixo autocontrole.

Gostaria de repetir aqui o que o falecido professor de Oxford, David Horrobin, nos alertou: "A

redução do colesterol na população em larga escala pode ocasionar uma mudança generalizada

para padrões de comportamentos mais violentos. A maior parte desse aumento de violência não

resultaria em mortes, e sim em mais agressão no trabalho e na família, mais violência contra

crianças, mais espancamento de esposas, e mais infelicidade em geral."

As pessoas cujos organismos são incapazes de produzir colesterol em quantidade suficiente

precisam realmente ingerir bastante alimentos ricos em colesterol, a fim de fornecer a seus

órgãos essa substância essencial à vida.

E para que mais nosso organismo precisa de tanto colesterol?

Sistema Endócrino

Depois do cérebro, os órgãos mais ávidos por colesterol são as nossas glândulas endócrinas: as

supra-renais e as glândulas sexuais. Elas produzem os hormônios esteróides. Os hormônios

esteróides do organismo são produzidos a partir do colesterol: testosterona, progesterona,

pregnenolona, androsterona, estrona, estradiol, corticosterona, aldosterona e outros. Esses

hormônios realizam uma gama de funções no corpo humano, desde a regulagem do nosso

metabolismo, produção de energia, assimilação de minerais, a formação do cérebro, músculos e

ossos, até nosso comportamento, emoções e reprodução. Na nossa vida moderna e estressada,

consumimos uma grande quantidade desses hormônios, podendo chegar a uma condição clínica

chamada "esgotamento adrenal". Essa doença é freqüentemente diagnosticada por naturopatas e

outros profissionais da saúde. Existem muitos medicamentos à base de plantas no mercado para

esgotamento adrenal. Mas a medida terapêutica mais importante é fornecer às suas glândulas

supra-renais bastante colesterol via alimentos.

Sem colesterol não poderíamos ter filhos, pois cada hormônio sexual em nosso organismo é feito

a partir do colesterol. Um percentual razoável da atual epidemia de infertilidade pode ser

atribuído à hipótese alimentos-coração. Quanto mais entusiasmados ficamos na luta contra as

gorduras animais e o colesterol, mais problemas começamos a enfrentar com desenvolvimento

sexual normal, fertilidade e reprodução. Aproximadamente um terço dos homens e das mulheres

ocidentais são inférteis. E aumenta o número de jovens que estão crescendo com anomalias nos

seus hormônios sexuais. Essas anomalias acarretam diversos problemas físicos.

Uma pesquisa recente "descobriu" que a ingestão de produtos lácteos integrais cura a

infertilidade nas mulheres.²

Os pesquisadores constataram que as mulheres que tomam leite

integral e ingerem produtos lácteos ricos em gordura são mais férteis do que as mulheres que

permanecem usando produtos com pouca gordura. O líder da pesquisa, Dr. Jorge Chavarro, da

Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, enfatizou: "A mulher que quiser engravidar

deve examinar sua dieta alimentar. Ela deve considerar uma mudança dos produtos lácteos com

baixo teor de gordura para produtos ricos em gordura, substituindo, por exemplo, leite desnatado

por leite integral e passando a ingerir creme de leite (nata), em vez de iogurte com baixa

gordura."

Fontes de Colesterol nos Alimentos

1. Caviar: é a fonte mais rica, com 588 mg de colesterol para cada 100 gramas. Mas,

obviamente, este não é um alimento muito comum para a maioria de nós...

2. O óleo de fígado de bacalhau está logo atrás, com 570 mg de colesterol para

cada 100 gramas. Não há dúvida de que o elemento colesterol no óleo de fígado de

bacalhau desempenha importante papel nos já bem conhecidos benefícios desse

alimento saudável e consagrado pelo tempo.

3. A gema de ovo fresco vêm em terceiro lugar, 424 mg de colesterol para cada 100

gramas. Vou repetir: gema de ovo fresco, e não ovos desidratados (que contêm

colesterol quimicamente mutilado).

4. A manteiga propicia 218 mg de colesterol para cada 100 gramas. Estamos falando

de manteiga natural, e não substitutos de manteiga.

5. Peixes de água fria, como marisco, salmão, cavala, sardinha e camarão fornecem

boas quantidades de colesterol, variando entre 173 a 81 mg por 100 gramas. Os

defensores da dieta alimentar com baixo colesterol recomendam substituir as

carnes por peixe. Obviamente, eles não se deram conta de que o peixe é quase

duas vezes mais rico em colesterol que a carne.

6. A banha de porco fornece 94 mg de colesterol para cada 100 gramas. Seguem,

em ordem decrescente, outras gorduras animais.

O Fígado e a Regulagem das Vitaminas

Um dos órgãos mais ativos do nosso organismo, em termos de produção de colesterol, é o fígado,

que regula o seu nível no sangue. O fígado também coloca muito colesterol na produção da bile.

Sim, a bile é feita de colesterol. Sem a bile, não conseguiríamos digerir e absorver as gorduras

nem as vitaminas lipossolúveis. A bile emulsifica as gorduras. Ou seja, ela as mistura com água,

para que as enzimas digestivas possam chegar até elas. Após completar sua missão, a maior

parte da bile é reabsorvida no sistema digestivo e levada de volta ao fígado para ser reciclada. Na

verdade, 95% da nossa bile é reciclada, pois as substâncias que a constituem (uma das quais é o

colesterol) são por demais preciosas para que o organismo as desperdice. A Natureza não faz

nada sem ter uma boa razão. Esse exemplo da cuidadosa reciclagem do colesterol por si só já nos

deveria dar uma boa idéia sobre a sua importância para o organismo!

A bile é essencial para a absorção de vitaminas lipossolúveis (solúveis em gordura) – Vitamina A,

vitamina D, vitamina K e vitamina E. Sem essas vitaminas nós não conseguimos viver. Além de

garantir que as vitaminas lipossolúveis sejam digeridas e absorvidas adequadamente, o colesterol

é o principal elemento constituinte de uma delas – a vitamina D. Ela é produzida a partir do

colesterol da nossa pele, quando exposto à luz do sol. Nos períodos do ano em que não há muita

luz solar, podemos obter essa vitamina dos alimentos ricos em colesterol – óleo de fígado de

bacalhau, peixes, mariscos, manteiga, banha de porco e gema de ovo. Nossos recentes e

equivocados medos do sol e dos alimentos ricos em colesterol ocasionaram uma epidemia de

deficiência de vitamina D no mundo ocidental.

Infelizmente, tirando-se a luz do sol e os alimentos ricos em colesterol, não existe outra maneira

adequada de se obter vitamina D. Naturalmente, tem os suplementos, porém a maioria deles

contém vitamina D2, que é obtida pela irradiação de cogumelos e outras plantas. Essa vitamina

não é a mesma coisa que a vitamina D natural. Ela não funciona tão eficazmente e um nível de

toxicidade é facilmente alcançado com ela. Na verdade, quase todos os casos de toxicidade por

vitamina D já registrados foram casos em que essa vitamina D2 tinha sido utilizada. A toxicidade

é praticamente impossível de ocorrer com a vitamina D natural, obtida através da exposição à luz

do sol ou de alimentos ricos em colesterol, pois o organismo sabe como lidar com algum excesso

de substâncias naturais. Uma coisa com a qual o organismo não saber lidar é um excesso de

vitamina D2, sintética.

A vitamina D foi projetada para trabalhar em conjunto com outra lipossolúvel, a vitamina A. É por

isso que alimentos ricos em uma delas tendem a conter muito também da outra vitamina. Assim,

ao ingerir óleo de fígado de bacalhau, por exemplo, vamos obter as duas vitaminas ao mesmo

tempo. À medida que envelhecemos, diminui consideravelmente a nossa capacidade de produzir

vitamina D na pele mediante exposição à luz do sol. Por essa razão, a ingestão de alimentos ricos

em vitamina D torna-se particularmente importante para os idosos. Para as demais pessoas, uma

exposição sensata à luz solar é uma forma saudável e agradável de se obter um bom suprimento

de vitamina D.

O câncer de pele, atribuído aos raios solares, não é causado pelo sol. Ele é causado pelas

gorduras trans dos óleos vegetais e margarinas, e outras toxinas acumuladas na pele. Além

disso, alguns protetores solares contêm produtos químicos que, comprovadamente, causam

câncer de pele.

Saúde do Sistema Imunológico

O colesterol é essencial para que o nosso sistema imunológico funcione adequadamente.

Experimentos com animais e estudos com humanos têm demonstrado que as células do sistema

imune dependem do colesterol para combater infecções e se auto-regenerar após a batalha.

Além disso, o colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade), o chamado "mau colesterol", liga-se

diretamente e desativa toxinas bacterianas perigosas, evitando que elas causem danos ao

organismo. Uma das toxinas mais letais é produzida por uma bactéria amplamente disseminada,

o Staphylococcus aureus, que é responsável pela MRSA (estafilococos resistentes à meticilina),

uma infecção hospitalar bem comum. Essa toxina pode literalmente dissolver os glóbulos

vermelhos do sangue. Porém, ela não age quando em presença do colesterol LDL. Quem se torna

vítima dessa toxina apresenta baixo nível de colesterol no sangue. Está documentado que

pessoas com altos níveis de colesterol são protegidas contra infecções – elas apresentam 4 vezes

menos chance de contrair AIDS, raramente pegam um resfriado e se recuperam de infecções

mais rapidamente que pessoas com níveis sangüíneos "normais" de colesterol.

Indivíduos com baixo colesterol no sangue ficam propensos a diversas infecções, sofrem mais

tempo com elas, e têm mais chance de morrer disso. Uma dieta alimentar rica em colesterol tem

demonstrado melhorar a capacidade dessas pessoas de se recuperar de infecções. Assim, quem

estiver sofrendo de infecção aguda ou crônica deve ingerir alimentos ricos em colesterol para se

recuperar. O óleo de fígado de bacalhau, a maior fonte de colesterol (depois do caviar), há muito

tempo vem sendo louvado como melhor remédio para o sistema imune. Quem conhece a

literatura médica mais antiga sabe que, até a descoberta do antibiótico, um tratamento usual

para a tuberculose era tomar diariamente uma mistura de ovo cru com creme de leite fresco..

Variação dos Níveis de Colesterol no Sangue

As perguntas são: Por que algumas pessoas têm mais colesterol no sangue que outras, e por que

uma mesma pessoa pode apresentar diferentes níveis de colesterol em diferentes horários num

mesmo dia? Por que os nossos níveis de colesterol são diferentes nas diferentes estações do ano?

No inverno, o colesterol sobe; no verão ele baixa. Por que o colesterol duma pessoa vai para as

nuvens após uma cirurgia? Por que o colesterol do sangue sobe quando temos uma infecção? Por

que ele sobe após um tratamento dentário? Por que ele sobre quando estamos estressados? E

por que ele se torna normal quando estamos calmos e nos sentindo bem?

A resposta para todas essas perguntas é a seguinte: O colesterol é um agente reparador do corpo

humano. Quando o nosso organismo tem algum reparo a fazer, ele produz colesterol e o envia

para o local do estrago. Dependendo do horário do dia, do clima da estação do ano e da nossa

exposição a vários agentes ambientais, os danos causados aos diversos tecidos do corpo humano

podem variar. Conseqüentemente, a produção de colesterol no organismo também varia.

Como o colesterol é normalmente discutido no contexto de doenças e aterosclerose, vamos dar

uma olhada nos vasos sangüíneos. As suas paredes internas são recobertas por uma camada de

células chamada "endotélio". Qualquer agente prejudicial a que estejamos expostos vai acabar no

nosso sangue, seja um produto químico tóxico, um organismo que cause infecção, um radical

livre, ou qualquer outra coisa. Uma vez na corrente sangüínea, o que esse agente vai atacar

primeiro? O endotélio, é claro. Então o endotélio imediatamente envia uma mensagem ao fígado. 6

Sempre que o nosso fígado recebe um sinal de que houve um ferimento no endotélio em

qualquer parte do sistema vascular, ele entra em ação e manda colesterol para o local do

estrago, num veículo chamado Colesterol LDL. Como esse colesterol se desloca do fígado para o

local do estrago na forma de LDL (lipoproteína de baixa densidade), a nossa "ciência", em sua

grande sabedoria, o chama de "mau" colesterol...

Quando o ferimento sara e o colesterol é removido, ele viaja de volta ao fígado na forma de

Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade). Como esse colesterol se desloca da artéria de

volta ao fígado, a nossa equivocada "ciência" o chama de "bom" colesterol...

Isso seria o mesmo que chamar a ambulância que se desloca do hospital para o paciente de "má

ambulância", e a que se desloca do paciente de volta ao hospital de "boa ambulância"....

Mas a situação tornou-se ainda mais ridícula. A mais recente "descoberta" da nossa ciência é que

nem todo o colesterol LDL é tão mau. Na verdade, praticamente todo ele é bom. Por isso, agora

nos dizem que devemos chamar parte do LDL de "bom mau colesterol", e o resto dele de "mau

mau colesterol"...

Agente Reparador Maravilhoso

Por que o fígado envia colesterol para o local de ferimento? Por que o organismo não consegue

limpar a infecção, remover os elementos tóxicos ou curar a ferida sem ajuda do colesterol e de

gorduras. Toda a cura implica nascimento, crescimento e funcionamento de milhares de células:

células do sistema imunológico, do endotélio, e muitas outras. Como essas células, em boa parte,

são feitas de colesterol e gorduras, elas não se formam nem crescem sem dispor de um bom

suprimento dessas substâncias. Quando as células são danificadas, elas necessitam de colesterol

e gorduras para sua auto-regeneração. É um fato científico que todo o tecido de ferida no

organismo contém boa quantidade de colesterol.

Outro fato científico é que o colesterol atua como antioxidante no organismo, tratando dos danos

causados pelo radicais livres.

Qualquer ferimento no organismo contém uma profusão de radicais

livres, pois as células do sistema imune utilizam essas moléculas altamente reativas para destruir

micróbios e toxinas. Os excessos de radicais livres precisam ser neutralizados, e o colesterol é

uma das substâncias naturais que realizam essa função.

Quando passamos por uma cirurgia, nossos tecidos são cortados e muitas pequenas artérias,

veias e capilares são avariados. O fígado recebe um sinal muito forte desse estrago, então ele

inunda o organismo com colesterol LDL para limpar e reparar todos os ferimentos dos vasos

sangüíneos. É por essa razão que o colesterol fica elevado depois de qualquer procedimento

cirúrgico. Após um tratamento dentário, além dos danos causados aos tecidos, grande quantidade

de bactérias dos dentes e das gengivas acaba na corrente sangüínea, atacando as paredes

internas dos nossos vasos. Mais uma vez, o fígado recebe um forte sinal da área afetada e produz

uma abundância de colesterol reparador para cuidar do problema, então o colesterol do sangue

se torna elevado.

A mesma coisa acontece quando temos uma infecção – o colesterol LDL se eleva para poder

cuidar do ataque bacteriano ou viral.

Os nossos hormônios do stress são feitos do colesterol no organismo. As situações estressantes

aumentam nossos níveis de colesterol no sangue, pois o colesterol está sendo enviado às

glândulas supra-renais para produção dos hormônios do stress. Além disso, quando estamos sob

stress, uma tempestade de radicais livres e outras reações bioquímicas prejudiciais ocorrem no

sangue. Aí o fígado trabalha muito para produzir e enviar a maior quantidade possível de

colesterol para enfrentar o ataque de radicais livres. Em situações como essa, a medição do

colesterol no seu sangue será alta.

Em resumo, quando temos um alto nível de colesterol no sangue, isso significa que o organismo

está lidando com algum tipo de estrago. A última coisa que devemos fazer é interferir nesse

processo! Quando o estrago tiver sido reparado, o nível de colesterol no sangue irá baixar

naturalmente.

Se estivermos com uma doença que produza danos constantemente, os níveis de colesterol

estarão permanentemente elevados. Assim, quando um médico encontra o colesterol elevado

num paciente, o que esse médico deveria fazer era procurar a causa. O médico deveria perguntar

"O que estará causando estragos no organismo e fazendo com que o fígado tenha que produzir

toda essa quantidade de colesterol para lidar com esses estragos?" Infelizmente, em vez desse

procedimento sensato, nossos médicos são ensinados a atacar o colesterol.

Muitas ervas e plantas naturais, antioxidantes e vitaminas possuem a capacidade de reduzir o

colesterol no sangue. Como fazem isso? Ajudando o organismo a remover os agentes agressores,

sejam eles radicais livres, bactérias, vírus ou toxinas. Assim o fígado não precisa produzir tanto

colesterol para cuidar do problema. Ao mesmo tempo, vitaminas, minerais, antioxidantes, ervas e

outros remédios naturais ajudam a curar o ferimento. Quando a ferida se cura, não há mais

necessidade de altos níveis de colesterol, então o organismo o remove na forma de HDL, o

chamado "bom" colesterol. É por isso que ervas, vitaminas, antioxidantes e outros remédios

naturais aumentam os níveis de colesterol HDL no sangue.

Conclusão – O colesterol é uma das substâncias mais importantes do organismo. Não podemos

viver sem ele, e muito menos funcionar bem sem ele. A perniciosa hipótese alimentos-coração

difamou essa substância essencial. Infelizmente, essa hipótese tem servido extremamente bem a

muitos interesses comerciais e políticos, de forma a garantir sua longa sobrevivência. Porém, a

vida da hipótese alimentos-coração está chegando ao fim, à medida que nos conscientizamos de

que o colesterol tem sido equivocadamente julgado culpado apenas por ter sido encontrado na

cena do crime.

* A médica Natasha Campbell-McBride dirige a Cambridge Nutrition Clinic, na Inglaterra. Ela é autora

do livro Gut and psychology syndrome. O presente artigo é a reprodução de um dos capítulos do seu

novo livro Put your heart in your mouth! – What really is heart disease and what we can do to prevent

and even reverse it.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Referências

1. Strauss, E. One-eyed animals implicate cholesterol in development. Science. 1998 Junho 5;

280(5639):1528-9.

2. Chavarro, J. I. e outros. A prospective study of dairy foods intake and anovulatory infertility.

Human Reproduction, Edição 28, Fev 2007.

3. Pfohl, M. e outros. Upregulation of cholesterol synthesis after acute myocardial infarction – is

cholesterol a positive acute phase reactant? Atherosclerosis. 1999 Fev; 142(2):389-93.

4. Enig, M.G. Know your fats: The complete primer for understanding the nutrition of fats, oils

and cholesterol. Bethesda Press, Silver Spring, MD, 2000.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte

Wise Traditions

The Weston A. Price Foundation, EUA.

Volume 8, Número 3 - Fall 2007

Páginas 20 a 26

-

link: http://www.melnex.net/colesterol.pdf

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Visitante Éverton Udson
Postado

legal...........

passei o olho e acho q vale apena ler.

:speak_cool:

Postado

sim que vc falou besteira! agora acho que fui claro :laughingsmiley:

blz então, vamos supor um cara com colesterol alto, esse colesterol vai desenvolver as funções no organismo que o colesterol da dieta desenvolveria...

e um cara que consome muito colesterol na dieta vai ter sempre a taxa de colesterol alto,

tá certo então senhor :king_right:

Postado (editado)

blz então, vamos supor um cara com colesterol alto, esse colesterol vai desenvolver as funções no organismo que o colesterol da dieta desenvolveria...

Sim, colesterol endógeno e exógeno são a mesma coisa, até agora não sei de onde tirou a informação de que não são...

e um cara que consome muito colesterol na dieta vai ter sempre a taxa de colesterol alto,

Exato. Além disso seu corpo pode aumentar a produção endógena dependendo dos fatores que são citados no texto...

Sobre o texto, muito bom, poucas pessoas tem conhecimento sobre a fisiologia do colesterol e simplesmente consideram como algo prejudicial, que está ali só pra atrapalhar.

Abraços

Editado por cyberots

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