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Postado (editado)

bom!

Máximus, uma pergunta.. fique avontade para responder..

qual sua graduação?

o artigo é legal, vou ler ele agora, pretendo fazer pós de Fisio do exercicio também\2

edit: o proximo processo, depois dos acidos piruvicos, seria o inicio do ciclo de krebs, que é bem complexo, e interessante, se quiser ir adicionando, vai ficar legal!

eu curto muito bioquimica, citologia, fisiologia, adoro estudar isso HUEAHUAEHAEA

Editado por saintgraal
Postado (editado)

Isso significa que durante uma série de 12 repetições bem feitas que dure mais de 1 minuto nós usamos os 3 tipos de sistemas energéticos? Nessa ordem?

inicialmente, até onde eu sei, e é bem pouco :laughingsmiley:

usamos o sistema anaeróbio (não necessita de oxigênio) (se a carga for realmente pesada) ela não vai te permitir fazer as 12 reps, ainda mais com longa duração. (ai fica somente o sistema anaerobio, a liberação do acido lático vai ser grande a ponto de dar uma dor, e não te permitir fazer muitas reps) conforme carga utilizada.

apenas glicogênio é utilizado

e a partir de algum momento (com cargas moderadas), você vai passar a usar energia aeróbia, que envolve o sistema de oxigênio, atp (trifosfato de adenosina), piruvatos, acido lático, ciclo de krebs etc....

aqui é glicogênio, gordura, e aminoácidos

acho que até porisso que existe o mito - series de 20 pra "queimar" mais

não sei se meu raciocinio está correto, vamos discutir :P

esperar os caras que tem mais conhecimento, para falar com mais precisão, se precisar vou atrás das fontes também ;)

Editado por saintgraal
Postado

Tópico muito bom! Ajudou a clarear algumas dúvidas que eu tinha com relação à utilização de energia pelo corpo.

@Lourensini: Acredito que você usa o tempo todo o sistema aeróbico. Já os outros dois primeiros sistemas, de ácido lático ou fosfocreatina, vai depender do exercício ou da demanda energética. Fazer séries com pouco peso e lentamente vai favorecer o processo do ácido lático/glicogênio, já exercícios explosivos, com muuuito peso ou saltos por exemplo, arrancadas, vão favorecer o processo da fosfocreatina.

Então um exercício tipo 3x8, com peso adequado (alto) vai primordialmente fazer uso dos 3 sistemas, basicamente ao mesmo tempo, só que o processo da fosfocreatina vai acabar em alguns segundos, depois vai ser basicamente mantido o exercício pela energia fornecida pelo segundo processo, o do ácido lático, e uma parte pequena pelo terceiro processo, o aeróbio, que não pára nunca. Quando vc sente aquela fadiga n ofinal da série, isso se deve basicamente ao esgotamento do processo do ácido lático e da fosfocreatina, sendo que o processo aeróbio não é capaz de sustentar a continuidade do exercício, até pq também os músculos e neurotransmissores causam um travamento dos movimentos musculares com um certo nível de exigência muscular, impedindo danos maiores ao corpo.

Visitante usuario_excluido22
Postado

saint,

nesse vídeo o professor explica o clico de krebs. Tem três vídeo aulas dele sobre respiração celular. Já tive aula com esse cara no cursinho, ele é bem bom.

Eu ainda não li esse artigo, ta na minha lista, mas vou deixar aqui para quem quiser: http://www.scielo.br/pdf/rn/v20n4/09.pdf

Bruno, quanto a essa parte

Quando vc sente aquela fadiga n ofinal da série, isso se deve basicamente ao esgotamento do processo do ácido lático

Deu a entender que o esgotamento seria pela falta de ácido lático. Não seria o inverso? A falha muscular determinada pelo excesso desse ácido?

Postado

Isso, é que eu mencionei o esgotamento do processo do ácido lático, quer dizer: A diminuição da produção de energia proveniente do processo que produz ácido lático... (iihh agora ferrou pra entender huahuahuah)MAs é isso mesmo, produz muito ácido lático e a reação diminui, passando a produzir menos energia por esse processo. Chega uma hora que vc precisa parar pra eliminar o excesso de ácido lático, repor o ATP pelo processo numero um, da fasfocreatina, e recuperar para a próxima série.

Postado
bom! Máximus, uma pergunta.. fique avontade para responder.. qual sua graduação? o artigo é legal, vou ler ele agora, pretendo fazer pós de Fisio do exercicio também\2 edit: o proximo processo, depois dos acidos piruvicos, seria o inicio do ciclo de krebs, que é bem complexo, e interessante, se quiser ir adicionando, vai ficar legal! eu curto muito bioquimica, citologia, fisiologia, adoro estudar isso HUEAHUAEHAEA

Eu estudo medicina, velho. Já saí das matérias básicas, to mais na clínica/semiologia agora no hospital, mas como sou monitor de fisiologia não largo as matérias básicas, to sempre estudando/revisando. Vc faz graduação? fisio do exercício é uma residência, não?

Respondendo: isso, os ácidos pirúvicos entram na mitocôndria pra fazer ATP pela via aeróbica (a 3). Po, faço um esquema numa boa também, eu botei mais sucinto aí pra não perder a conexão com a musculação e esportes em geral, falei só dos sistemas.

Isso significa que durante uma série de 12 repetições bem feitas que dure mais de 1 minuto nós usamos os 3 tipos de sistemas energéticos? Nessa ordem?

isso depende do peso (em relação à sua repetição máxima), cadência, atleta e grupo muscular alvo.

O que ta escrito aí é fisiologia registrada em livro, aplicando na prática é assim que eu entendo mais ou menos:

O sistema fosfágeno (fosfocreatina e ATP) é o que se usa o tempo todo, na verdade. Quando ele vai sendo esgotado ao longo das repetições, o sistema do lactato fornece os ATPs (porque você não parou a atividade, tem que ser relativamente rápido) e isso não deixa de ser sistema fosfágeno também. O sistema aeróbico você usaria porque se usa o tempo todo, mas acho que ele não entraria efetivamente no meio da série. Você sente o incômodo do ácido lático até o fim da série (ou não sente, depende do tipo de treino, to me baseando em um high rep como vc disse, 12) e quando você para a série, quantidades adequadas de energia vão sendo fornecidas pelo sistema aeróbico e o sistema lactato pode parar.

Só pra constar: o ácido lático é removido e segue dois caminhos, 1 - é convertido de novo em ácido pirúvico e entra na mitocôndria (e faz ATP pelo sistema aeróbico) ou 2 - é convertido de novo em glicose, no fígado principalmente, e vai recompor de novo as reservas de glicogênio.

Obs: tudo aí pode ser contestado, é minha opinião (baseada em bioquímica e até empirismo) em cima da teoria.

saint, nesse vídeo o professor explica o clico de krebs. Tem três vídeo aulas dele sobre respiração celular. Já tive aula com esse cara no cursinho, ele é bem bom.
Eu ainda não li esse artigo, ta na minha lista, mas vou deixar aqui para quem quiser: http://www.scielo.br/pdf/rn/v20n4/09.pdf Bruno, quanto a essa parte Deu a entender que o esgotamento seria pela falta de ácido lático. Não seria o inverso? A falha muscular determinada pelo excesso desse ácido?

Esse artigo aí é muito legalzinho, a linguagem é tranquila pra entender algumas coisas e faz uma coleta de alguns anos de literatura, mas o assunto tratado aí é outro. Ele ta falando mais em depleção/reposição de glicogênio. Tem algumas discussões boas no forum sobre depleção de glicogênio, seria outra discussão, eu particularmente acho que o tema do artigo aí não vale muito pra treino com pesos, vale mais pra exercício prolongado (dá pra confirmar pelos exemplos dos testes).

Mas o artigo permite afirmar alguns conceitos chave (que foram buscados em pesquisa, na realidade). Quer ver só, olha esse trecho que lindo:

"Evidências mostram que o exercício realizado acima do VO2max (supra-máximo) parece ter uma dependência menor da disponibilidade inicial

de glicogênio muscular. Em estudo de Vanderbergue et al. 39 , a 125% VO2max , a supercompensação de glicogênio levou a um aumento de

56% na concentração muscular inicial desse composto, sem, no entanto, aumentar a tolerência ao esforço (~175 s), ou modificar o acúmulo de lactato e de pH sangüíneos. Resultados similares foram encontrados por Hargreaves et al. 40 , que não identificaram nenhum efeito da supercompensação de glicogênio muscular sobre a potência de pico, potência média e máximo déficit acumulado de oxigênio em exercício de 75 segundos (75 all-out). Entretanto, em atividades com exigência mista ou participação efetiva da capacidade lática (aeróbio-anaeróbio com duração entre 3 a 10 minutos, isto é, próximo ao VO2max ), a depleção de glicogênio muscular pode interferir significativamente no desempenho. Newsholme et al. 35 estimaram a quantidade de glicogênio muscular utilizada pela via aeróbia e anaeróbia, em uma corrida de 5 mil metros (~13min) e demonstraram que ambas podem consumir quase todo o glicogênio armazenado no músculo. Assumindo que essa estimativa esteja correta, a fadiga por depleção de glicogênio poderia acontecer antes do acúmulo excessivo de prótons no músculo. Estudos com o objetivo de determinar a intensidade a partir da qual as reservas de glicogênio muscular deixam de ser importantes para o desempenho devem ser conduzidos, principalmente, comparando esforços abaixo e acima do VO2max."

Postado

Amanhã vou na biblioteca pegar um livro de Fisiologia do Exercício... agora to usando um Tratado de Fisiologia aplicada às ciências médicas que é bem cabrero.

Por sorte mandei imprimir esse: Advanced Nutrition and Human Metabolism, que não me deixa na mão.

Estou começando a entender o processo, e ele sempre começa e termina pelo sistema fosfagênio. O objetivo é sempre ceder um grupo de alta energia (fosfato do ATP) para um de baixa energia (ADP).

Se o objetivo é reestabelecer o ATP, então a ordem tem que ser sistema fosfagênio->ácido láctico->sistema aeróbico->restauração do sistema fosfagênio apartir do sistema aeróbio.

O próprio ácido láctico volta ao sistema aeróbio no final do processo.

Mas ainda fico curioso quanto ao reestabelecimento de fosfagênio no musculo, se a produção de 4mols/minuto, quanto é usado nesses 8~10 segundos?

Se ele fosse produzido o tempo todo durante o exercício, mesmo após já entrar em ação a produção de ácido lactico, a gente não perderia as forças ou a própria prodção de lactato não precisaria ocorrer.

Seguindo essa linha de raciocínio, o fosfagenio só deve voltar a ocorrer APÓS a hipotética série de 12reps, durante o descanço.

To lendo aqui no livro para tentar pegar bem o negócio. Volto a responder esse tópico amanhã com um livro de fisiologia do exercício em mãos.

Postado (editado)

Amanhã vou na biblioteca pegar um livro de Fisiologia do Exercício... agora to usando um Tratado de Fisiologia aplicada às ciências médicas que é bem cabrero.

Por sorte mandei imprimir esse: Advanced Nutrition and Human Metabolism, que não me deixa na mão.

Estou começando a entender o processo, e ele sempre começa e termina pelo sistema fosfagênio. O objetivo é sempre ceder um grupo de alta energia (fosfato do ATP) para um de baixa energia (ADP).

Se o objetivo é reestabelecer o ATP, então a ordem tem que ser sistema fosfagênio->ácido láctico->sistema aeróbico->restauração do sistema fosfagênio apartir do sistema aeróbio.

O próprio ácido láctico volta ao sistema aeróbio no final do processo.

Mas ainda fico curioso quanto ao reestabelecimento de fosfagênio no musculo, se a produção de 4mols/minuto, quanto é usado nesses 8~10 segundos?

Se ele fosse produzido o tempo todo durante o exercício, mesmo após já entrar em ação a produção de ácido lactico, a gente não perderia as forças ou a própria prodção de lactato não precisaria ocorrer.

Seguindo essa linha de raciocínio, o fosfagenio só deve voltar a ocorrer APÓS a hipotética série de 12reps, durante o descanço.

To lendo aqui no livro para tentar pegar bem o negócio. Volto a responder esse tópico amanhã com um livro de fisiologia do exercício em mãos.

Esse primeiro livro é um tratado de fisiologia, mas não conheço o autor. Se for pra estudar por um tratado de fisiologia, melhor pegar um Guyton ou um Silverthorn.

Acho que vc entendeu meio errado o termo "produção". Eu mudei as palavras (ta em vermelho) pra ver se fica melhor o entendimento.

Acho que vc ta pensando na reconstituição do sistema, esses números são o que o sistema pode fornecer imediatamente, é uma taxa.

Vc estuda nutri né? ta no início?

Isso aí é bem elementar, velho. É só dar uma lida simples que dá pra entender. Você vai muito mais fundo ainda quando estudar bioquímica, bote fé. Eu to querendo um tempo pra escrever um tópico de bioquímica com metabolismo das proteínas, metabolismo dos carboidratos e metabolismo das gorduras, aí sim fica mais elegante.

Tem outro assunto legal tbm (mistura fisiologia com bioquímica) que quero botar é a utilização dos macronutrientes na geração de energia nas diversas situações. Por exemplo: que porcentagem da geração de energia vem de carboidrato/gordura/aminoácido em jejum prolongado, ou no ato do exercício, ou em outras situações. Aí entra conteúdo do leangains, entra GH, entra bastante coisa. É legal que fica registrado e organizado em tópicos aqui pra a galera ler e eu dou uma revisada que to precisando.

Editado por Maximus Decimus

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