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MECANISMOS DE AÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE LEUCINA

Atualmente, a suplementação de leucina deixou de ser considerada apenas uma estratégia de oferta de aminoácidos

essenciais ramificados. Tal designação deve-se aos potentes efeitos fisiofarmacológicos que a suplementação isolada de leucina é

capaz de exercer sobre sistemas de síntese e degradação proteica muscular. A este exemplo, os trabalhos pioneiros de

Anthony et al. (2000a) e Crozier et al. (2005) demonstraram que a suplementação de leucina, administrada através de gavagem

em ratos no estado de jejum (pós-absortivo), é capaz de estimular marcadamente a síntese proteica na musculatura esquelética.

Digno de nota constitui-se o fato de que o aumento da síntese proteica nestes animais é dependente do aumento na taxa de

tradução de RNAs mensageiros (RNAm), sendo delicadamente controlada pela via mTOR (mammalian target of rapamycin)

(ANTHONY et al., 2000b).

Ainda é desconhecido o mecanismo pelo qual a suplementação de leucina é capaz de estimular a proteína cinase mTOR.

Entretanto, especula-se a possível existência de receptores de membrana sensíveis à estimulação induzida por aminoácidos

essenciais, entre eles a leucina. Adicionalmente, também é desconhecida a origem do sinal que desencadeia a ativação da mTOR

induzida pela leucina. Porém, evidências recentes apontam que a suplementação com aminoácidos pode (SMITH et al., 2005) ou

não (LONG et al., 2005) estimular a ligação da proteína Rheb (Ras homolog enriched in brain) complexada a GTP (guanosina

trifosfato) com a proteína mTOR, o que permitiria a propagação na sinalização dos aminoácidos.

Uma vez induzida pela leucina, a ativação da mTOR culmina com o aumento agudo da síntese proteica. O incremento da

síntese proteica pode ocorrer através de mecanismos distintos, todos dirigidos no sentido de aumentar a tradução de RNAm

codificando proteínas. Uma forma clássica de regulação da síntese proteica ocorre através do aumento na transcrição de genes

codificando proteínas, o qual acarreta no aumento da oferta de RNAm para a maquinaria ribossômica, envolvida na tradução de

proteínas. Surpreendentemente, a suplementação de leucina não parece aumentar a síntese proteica através dos mecanismos

supracitados (genômicos) (PROUD, 2007). De fato, o aumento na síntese proteica induzido pela suplementação de leucina

parece ser modulado principalmente através de mecanismos pós traducionais (não genômicos), através do aumento na taxa de

tradução de RNAm já existentes, processo que recebe o nome de eficiência traducional. Para que tal efeito seja bem sucedido,

uma etapa crucial de regulação é a aumentada taxa de ligação do fator de iniciação eucariótico (eIF) 4E à região 7metilguanosina

do RNAm, o que permite que outros fatores de iniciação eucarióticos (eIF4G e eIF4A) formem o complexo eIF4F. Este

complexo desempenha a tarefa de desnovelar estruturas secundárias na região não traduzida do RNAm, bem como permitem

o acoplamento do RNAm ao ribossomo (KIMBALL & JEFFERSON, 2006). Dentre as proteínas que controlam a disponibilidade

do eIF4E em ligar-se ao RNAm, cita-se a família de proteínas ligantes do fator de iniciação eucariótico 4E, cujo membro mais

bem estudado é a 4EBP-1. Digno de nota, constitui-se o fato de que a suplementação de leucina é capaz de induzir uma robusta

resposta de fosforilação da proteína 4EBP-1, a qual em seu estado fosforilado é capaz de desacoplar-se do eIF4E. Uma vez livre,

eIF4E é capaz de reacoplar-se ao eIF4G e eIF4A (complexo eIF4F), permitindo associação ao RNAm e aumento na taxa de

tradução dos mesmos (KIMBALL & JEFFERSON, 2006). Um outro mecanismo de ação no aumento da síntese proteica induzida

pela leucina é a fosforilação da proteína cinase de 70kDa S6K1, também conhecida como p70S6K. A fosforilação desta cinase é

capaz de induzir fosforilação de importantes substratos, como a proteína ribossômica S6, o fator de iniciação eucariótico 4B

(eIF4B), e a proteína cinase envolvida no processo de alongamento do processo de tradução, (do Inglês eukaryotic elongation

factor kinase 2 ou eEF2k), consequentemente afetando ambos, a iniciação e o alongamento de outras classes de RNAm

(KIMBALL & JEFFERSON, 2006). Estes mecanismos de ação constituem peças chave no aumento da síntese protéica induzida

por aminoácidos.

Em relação à inibição da proteólise muscular, os mecanismos são muito mais obscuros (ZANCHI et al., 2008). Entretanto,

diversos estudos têm apontado que a suplementação de leucina é capaz de inibir tanto a proteólise dependente de ATP como a

proteólise lisossomal (COMBARET et al., 2005; MORDIER et al., 2000). Ainda mais, a suplementação de leucina parece ser

capaz de exercer também ações genômicas, sendo capaz de diminuir a ativação de programas gênicos, induzidos em condições

atróficas (BUSQUETS et al., 2000; HERNINGTYAS et al., 2008; SUGAWARA et al., 2008). Desta forma, a suplementação de leucina

parece atuar tanto na ativação de mecanismos sintéticos quanto na inibição de mecanismos proteolíticos, sendo uma potencial estratégia

antiatrófica.

Pra quem quiser o texto completo, referencias....

http://www.4shared.c...0Mackenzie.html

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