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É um assunto que me perturba um pouco e não encontrei a resposta em lugar algum.

Quando consumimos, por exemplo, 100g de peito de frango, logo sabemos que ali tem, mais ou menos, 100kcal, pois cada grama de proteína gera 4kcal e em 100g de frango há, mais ou menos, 25g proteicas. Claro que há algumas gorduras e etc., mas basicamente é isso. Porém, quando malhamos nosso músculo recruta proteína e, além disso, diariamente nosso corpo degrada proteínas já formadas e requisita aminoácidos novos, provindos da dieta.

Como é, então, que essa proteína que vai ser destinada, por exemplo, para construção muscular, será também utilizada para gerar os 4kcal/g que estamos acostumados a falar? Essa energia é gerada quando a proteína é utilizada na síntese das estruturas do corpo? Ou quando ela gera energia não pode mais ser usada na reconstrução tecidual?

O tópico trata de proteínas, mas pode-se aplicar para algumas gorduras que têm um fim diferente da geração de energia em si. O colesterol, por exemplo: sabe-se que em 1g de lipídios temos 9kcal, logo 10g de colesterol significariam 90kcal. Mas e se essas 10g forem usadas para síntese hormonal? Ainda gerarão as 90kcal? Por quê?

Obrigado.

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As proteínas podem ser substratos energéticos sim. Quase todos os aminoácidos podem ir pra uma via degradativa pra gerar NADH, que é utilizado como fonte de elétrons na fosforilação oxidativa (geração de energia) ou a via de geração de energia pode ser por oxidação direta, conversão em glicose e conversão em corpos cetônicos, que são oxidados em seguida.

O destino só depende do estado fisiológico. Em jejum, por ex, o fígado pega os esqueletos de carbono dos aminoácidos pra produzir glicose, corpos cetônicos e CO2.

No estado alimentado, o fígado pode pegar os intermediários do metabolismo dos aminoácidos e converter em glicogênio (carboidrato armazenado) e triacilgliceróis.

Seu raciocínio ta certo, o balanço energético final não necessariamente tem que ser todo convertido pra geração de ATP, mas o balanço energético é usado como padrão pra quantificar tanto 1 -os substratos pra formação das células (pense em todos os sistemas do corpo, não só tecido muscular) quanto 2- a geração de ATP pra que tudo se mantenha funcionando e agregado (todas as células gastam energia pra se manterem com suas membranas firmes, citoesqueletos funcionantes pra mudança de forma, enzimas mudando de conformação, replicação celular, reparar e reciclar organelas, sinapses que gastam uma energia absurda, produção de compostos de matrizes extracelulares, crescimento, diferenciação e se for escrever tudo que gasta energia, vai levar o fórum todo)

No caso, o corpo já vai ter, necessariamente, que utilizar macromoléculas pra realizar as funções normais, como vc citou acima: síntese de estrutuas, reconstrução tecidual, síntese hormonal, e todos os que eu citei, então, pra ganhar peso a gente tem que fornecer o que o corpo já vai realizar MAIS o que nós temos que dar de sobra, sacou?

E ainda tem mais, pra as funções normais, se nós queremos manter, por ex, 5kg acima do nosso peso normal, nosso corpo vai ter que realizar as funções normais dele em mais 5kg de massa corporal. Se for massa muscular, essas funções normais gastam ainda mais energia, então a gente tem que fornecer mais energia ainda do que aquela antes fornecida.

Também já fiquei viajando nisso. Se você for descendo o raciocínio pra o mais rudimentar possível, chega a viajar na energia contida nas ligações de moléculas inorgânicas, e até na equação de einstein, haha. E=mc², imagine quanto de energia nosso corpo não tem?

(mas se ele fosse todo degradado, iam sobrar as moléculas inorgânicas e as ligações entre seus átomos, e claro a energia condensada em todos os átomos, o que faz o pensamento voltar só pra as moléculas orgânicas mesmo. Seria viajar demais)

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Você é um tanto quanto parecido comigo. Também fico pensando nisso e lendo artigos a fundo. Na real, se formos pensar, como é que matéria (gordura) é transformada em energia? Einstein! hahaha

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Você é um tanto quanto parecido comigo. Também fico pensando nisso e lendo artigos a fundo. Na real, se formos pensar, como é que matéria (gordura) é transformada em energia? Einstein! hahaha

Aí ainda não chega em einstein. Nossos compostos orgânicos geram energia porque proporcionam formação de ligações de energia. Complexos enzimáticos manipulam conformação de moléculas com quebra e formação de ligações e,

voila, lá está uma molécula orgânica quebrada em outras duas e uma molécula de ADP se convertendo em ATP.

Mas a molécula orgânica ainda é orgânica, se o corpo for quebrando ela até o fim, podemos obter CO2 e H2O no final. Essas são inorgânicas, não há como retirar energia delas in vivo

Einstein ainda não entra aí. A água, por exemplo, ainda tem energia nas ligações entre oxigênio e hidrogênio.

Einstein ainda não entra aí. Os átomos isolados agora têm seus núcleos, com prótons e nêutrons. Unidos por uma força fundamental.

Einstein entra agora: tudo isso é massa, que é energia condensada e a energia pra manter a massa unida. Quando você manda um nêutron de encontro a um átomo de urânio, por exemplo, gera-se dois átomos de núcleos menores, alguns nêutrons livres e uma certa quantidade de energia.

A massa dos nêutrons e dos dois átomos menores é ligeiramente menor do que a massa do urânio (e do nêutron lançado), essa massa era energia aprisionada no núcleo e que unia as partículas do núcleo.

Massa virando energia, isso sim é MUITO DOIDO!

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