Danilo Z 2734 Postado Junho 28, 2011 às 19:06 Postado Junho 28, 2011 às 19:06 Não sei se é verdade,se for é um total absurdo. EU,não duvido de nada nesse país. Aí vai a bomba: O q será q acontece com o sangue q vc doa??? Nos últimos dias, várias campanhas lembraram os brasileiros da importância da doação de sangue. Diversos municípios organizaram esquemas para estimular as coletas num esforço coordenado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde. Segundo o ministério, 1,9% dos brasileiros doa sangue regularmente. A taxa está dentro do parâmetro de 1% a 3% definido pela OMS, mas, segundo o ministério, precisa melhorar. Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 67 anos, pesar mais de 50 quilos e comparecer a um hemocentro com documento com foto e válido em todo território nacional. Os brasileiros costumam responder a essas campanhas com belas demonstrações de altruísmo. O doador sadio acredita que fazer o bem sem olhar a quem gera uma corrente de solidariedade que também o beneficiará quando estiver na posição incômoda de precisar de uma doação. Se a doação é gratuita, é compreensível que a maioria imagine que terá acesso ao sangue gratuitamente quando precisar dele. Engana-se. Quem já precisou internar um parente num hospital particular para fazer uma cirurgia cardíaca, por exemplo, provavelmente já passou pela experiência de se surpreender com o tamanho da conta a acertar antes da saída. Só de banco de sangue, a família pode gastar R$ 10 mil ou mais. E quando o paciente é atendido pelo SUS num hospital de grande porte que também recebe doações de sangue? Aí a coisa fica difícil de entender e de aceitar. O sangue que chega de graça à instituição passa a valer cerca de R$ 1.500 por litro depois de armazenado. Os administradores de banco de sangue argumentam que os custos inerentes à atividade (pagamento de funcionários, testes para identificar vírus presentes no sangue, conservação das bolsas etc) encarecem o produto. Abusivo ou não, esse valor é cobrado do SUS. Ou seja: é cobrado de todos nós que, com nossos impostos, mantemos esse sistema funcionando aos trancos e barrancos. Não pretendo desestimular as doações. Elas ainda são absolutas necessárias para salvar vítimas de acidentes, catástrofes e portadores de dezenas de doenças. Mas quem doa tem direito à informação. Tem direito de saber que o líquido vermelho que sai de seu corpo e rapidamente enche as bolsas plásticas está prestes a se transformar num produto valioso. No círculo de profissionais que lidam com derivados do sangue, o plasma é chamado de ouro líquido. Há uma curiosa comparação entre o sangue e o petróleo. Ambos são fracionados em vários subprodutos. O mercado anual de petróleo é de 500 bilhões de dólares. O preço do barril bruto de petróleo é de U$ 25. O valor dos derivados contidos num barril é de U$ 45. Embora o mercado anual de plasma seja bem inferior (20 bilhões de dólares), o sangue vale muito mais do que o petróleo. O preço de um barril de plasma bruto é de 16 mil dólares. O valor dos hemoderivados contidos num barril é de 70 mil dólares. Sangue é um artigo caríssimo e raro na praça. Não faz sentido, portanto, que iniciativas capazes de reduzir a necessidade de transfusões em cirurgias sejam pouco conhecidas e difundidas. Recentemente contei aqui o exemplo da cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar. Ela coordena a UTI cirúrgica do InCor e a UTI cardiológica do Sírio-Libanês, em São Paulo. E também a UTI do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Quando alguém precisa passar por uma cirurgia demorada (acima de três horas de duração), quase sempre recebe uma transfusão de sangue. O objetivo é compensar a perda sanguínea que ocorre durante o procedimento. As transfusões são muito comuns em cirurgias cardíacas como ponte de safena, troca de válvula e transplantes. Se a quantidade de hemoglobina (proteína responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos) cai a níveis inferiores a 10 gramas por decilitro de sangue, o cirurgião pede uma transfusão. Os médicos não se perguntavam de onde havia saído esse limite. Ludhmila decidiu investigar o procedimento em seu doutorado, orientado por José Otávio Auler Jr., na Universidade de São Paulo. Descobriu que ele se justifica pela tradição – e não pelo embasamento científico. A história é antiga. Em 1934, o americano John Lundy criou na Clínica Mayo o primeiro banco de sangue do mundo. Em 1942, ele propôs o limite de 10 g/dL baseado na observação de seus pacientes. Desde então a recomendação vem passando de geração em geração. “Não podemos continuar fazendo medicina em 2011 baseados num relato de 1942”, afirma Ludhmila. Para colocar a recomendação à prova, ela realizou um estudo com 512 pacientes do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. Eram doentes graves, com perfil semelhante (tinham diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca), que foram submetidos a cirurgias cardíacas. Metade do grupo recebeu sangue quando o nível de hemoglobina caiu a 10 g/dL. A outra metade só passou pela transfusão quando o índice ficou abaixo de 7 g/dL. O que ela comprovou? Os doentes que receberam menos sangue se recuperaram tão bem quanto os que receberam mais sangue. Uma segunda comparação (pacientes graves que receberam sangue versus pacientes que não receberam sangue, por estar com índices entre 7 g/dL e 10 g/dL) revelou que a transfusão aumenta em 20% a taxa de mortalidade e de complicações clínicas a cada bolsa de sangue recebida. O trabalho sugere que, pelo menos nos casos estudados, quanto menos sangue se receber, melhor. A pesquisa foi publicada em outubro no Journal of the American Medical Association com elogios no editorial. O excesso de transfusões aumenta o risco de infecções por bactérias ou vírus. Nem todos os bancos fazem o teste rápido do HIV. Se o doador estiver na janela imunológica (período que o organismo leva, a partir de uma infecção, para produzir anticorpos que possam ser detectados por exames), o paciente poderá ser infectado. Também poderão ocorrer disfunções vasculares ou inflamações no pulmão. Os custos são outro problema grave. Uma bolsa de sangue com 350 mililitros custa de R$ 300 a R$ 800. A maioria dos pacientes recebe de duas a três. Se o doente passa mais de sete dias no hospital, costuma receber pelo menos uma bolsa para compensar o sangue perdido em sucessivas coletas para exames. “Não pretendo dizer que agora é proibido transfundir”, diz Ludhmila. “O importante é que o médico decida dar o sangue a partir da avaliação individual da condição do paciente, e não baseado num número mágico.” Uma pessoa com infarto agudo ou em choque (estado anormal de falta de oxigenação nos tecidos, que pode ser fatal) pode se beneficiar de sangue numa fase mais precoce. No InCor, o trabalho de Ludhmila já mudou o comportamento dos médicos. “Nossa conduta agora é evitar a transfusão”, diz Noedir Stolf, chefe do departamento de cirurgia cardíaca. Nas últimas décadas, Stolf realizou mais de 300 transplantes de coração. Segundo ele, a ideia de evitar as transfusões não é nova. “Nenhum outro estudo, porém, havia chegado a conclusões sólidas como esse.” Toda transfusão traz em si um risco imediato ou tardio. São esperados três casos de reações indesejadas a cada mil transfusões realizadas. Segundo dados do sistema de hemovigilância da Anvisa, 80% das reações transfusionais são subnotificadas. Essa é uma boa razão para a busca de alternativas. Um dos mais destacados pesquisadores nessa área é o professor Aryeh Shander, professor da Escola de Medicina Mount Sinai, em Nova York. Em 2009, ele defendeu a busca de alternativas num artigo publicado na revista científica Critical Care Clinics. “A crença que transfusão de sangue é um meio rápido e fácil de melhorar a condição do paciente e acelerar sua recuperação é mantida por muitos. Entretanto, encarando mais e mais evidências da falta de segurança e eficácia das transfusões de sangue, está se tornando mais claro que estas crenças são amplamente sem substância e carregadas de mitos”, afirmou Shander. Nos últimos anos, a busca de formas de reduzir a necessidade de transfusões de sangue tornou-se um dos assuntos mais quentes da ciência médica. Muitas das pesquisas foram estimuladas por doentes que se recusavam a receber sangue por razões religiosas. É o caso dos Testemunhas de Jeová. Ao observar como o organismo dessas pessoas se comportava sem receber transfusões, os médicos puderam testar novos limites e encontrar saídas para um problema que extrapola as crenças religiosas. Um problema que é de todos nós. O avanço da ciência tem demonstrado que não há razão médica para insistir em dar sangue ao paciente nos casos em que ele não é imprescindível. Talvez exista uma razão financeira. Alguém pode estar lucrando (e muito) com o desperdício de sangue. É importante que você saiba: se precisar de sangue, vai pagar caro por ele. Seja em forma de dinheiro vivo, seja em forma de impostos que sustentam o SUS. Fonte:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242291-15230,00-A+INDUSTRIA+DO+SANGUE.html ligabo reagiu a isso 1
ligabo 263 Postado Junho 28, 2011 às 19:16 Postado Junho 28, 2011 às 19:16 (editado) Parabens pelo artigo. De q forma no Brasil pagamos caro por tudo! Isso já é como uma "lei" dentro das outras leis. Em qq coisa vc vai pagar mt mais caro que em qq outro lugar, e receber menos por isso(seja quantidade/qualidade entre outros). Segundo que este problema de fato deve acontecer em td o mundo, e não só aqui. Tipo, alem das pesquisas defasadas, qnts pessoas na sua familia vc conhece que doa sangue? Maioria pode contar nos dedos os amigos e conhecidos que tem que doam. Então, acaba se tornando algo "raro", e é necessário de tempos em tempos campanhas deste porte. Afinal, só corremos atrás das coisas qnd precisamos, e poucos ajudam ao próximo sem querer algo em troca. E no Brasil que vive a tempos com esta alcunha de "espertões", que querem sempre passar alguem pra trás, isto se torna mais intenso. Enfim, é só um desabafo, mas que não foge realmente da realidade. Abraço! (e ponto pra ti ) Editado Junho 28, 2011 às 19:17 por ligabo
rednos 312 Postado Junho 28, 2011 às 19:16 Postado Junho 28, 2011 às 19:16 Bem interessante isso, eu não gostaria de receber sangue numa cirurgia a menos que fosse realmente necessário. Não gostaria de correr o risco de receber sangue contaminado só pq seguem números baseado numa observação antiga.
AmericanHero 259 Postado Junho 28, 2011 às 19:35 Postado Junho 28, 2011 às 19:35 existe um jeito de diminuir muito o preço do sangue: liberar a venda do próprio sangue. hoje em dia só uma ínfima parcela de altruístas doa sangue, se vender seu próprio sangue fosse permitido, o resto da população não-altruísta teria um incentivo a mais para dar sangue que não a consciência social e o amor ao próximo. é a solução mais pragmática.
drowning 52 Postado Junho 28, 2011 às 19:52 Postado Junho 28, 2011 às 19:52 E qual é a surpresa? Em todos países é assim. Existem altos custos agregados ao sangue: coleta, testes, sorologia, armazenamento e transporte, recrutamento e seleção de doadores, testes imunohematológicos, separação e preparo dos componentes do sangue, triagem imunohematológica do receptor do sangue, testes de compatibilidade Doador x Receptor, Controle de Qualidade Interno e Externo, instalação e acompanhamento das unidades transfundidas, supervisão médica 24 horas, entre outros. E outra, se eles pudessem criar algo para produzir sangue humano, não tenham dúvidas de que o preço subiria. Enquanto precisarem de doadores, o preço vai continuar assim, "bom". Abraços
ligabo 263 Postado Junho 28, 2011 às 20:17 Postado Junho 28, 2011 às 20:17 Não duvido. E justamente por conta dos preços absurdos que são cobrados pelo sangue que NÓS DOAMOS DE GRAÇA, eu parei de doar sangue. Pelo mesmo motivo eu parei de doar para o Criança Esperança tb (sabem pq aparece aquele aviso de que a doação para o CE não pode ser deduzida do imposto? Pq quem deduz é a Globo). Já tinha lido sobre isto, e tb uma nota da rede globo afirmando q tais fatos são falsos. Porem, qq doação para algum orgão publico, não faço, pelo simples motivo que já pago imposto, e o governo é que tem que dar conta de hospitais, creches, entre outros...
AmericanHero 259 Postado Junho 28, 2011 às 20:28 Postado Junho 28, 2011 às 20:28 doação para orgao publico é mta inocencia. ainda mais no brasil aonde todos os órgãos publicos são geridos por pessoas íntegras e probas, com um histórico nulo de desvio de recursos
Danilo Z 2734 Postado Junho 28, 2011 às 20:39 Autor Postado Junho 28, 2011 às 20:39 Um tio meu precisou de sangue pra uma cirurgia. Os médicos disseram q iriam precisar de no minimo 10 doadores de qualquer grupo sanguíneo. Com certeza ia ser uns 2 ou 3 pro meu tio e o os outros restantes ia ser o ''lucro'' do hospital. A cada dia a gente descobre um tipo de pilantragem em alguma area aki no nosso país,depois ainda tem gente a fecha a kra pra mim quando digo q teria vergonha de fazer um intercambio e dizer lá no exterior q sou brasileiro.
ligabo 263 Postado Junho 28, 2011 às 20:45 Postado Junho 28, 2011 às 20:45 Não precisa ter vergonha, pois no Brasil existem algumas coisas boas, e corrupção tem em td lugar(aqui mt mais hehe ). Mas eu tenho uma frase que acho a coisa mais perfeita que já escreveram :" No Brasil só se vive bem se vc for rico ou vier a passeio, pq o resto, é o resto msm...". E na moral, tirando algumas poucas alegrias, quem mais gosta de trabalhar pagando 5 meses do ano de imposto pro querido governo, e não tendo seus direitos respeitados?
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