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Postado (editado)

uma adição interessante:

http://www.ucsf.edu/...eight-loss-goal

por Shingo Kajimura, PhD

No livro do Tim Ferriss, "The Four Hour Body", ele fez um experimento na tentativa de ativar a gordura marrom. Ele entrava em uma banheira cheia de gelo durante alguns minutos por dia e os resultados sugeriam que, após alguns dias, o gasto calórico diário teria aumentado além do que seria esperado apenas pelo efeito da termogênese. Se não me engano ele cita alguns estudos nessa área e tem o dedo desse Kajimura aí.

Essa linha de pesquisa parece ser muito promissora.

Aqui um post que eu fiz sobre esse assunto em outro tópico, em que o pessoal questionava a dieta de 12.000kcal do Michael Phelps:

Tem um pesquisador da NASA, chamado Ray Cronise, esecializado em biofísica e química analítica que diz ser possível sim essa contagem de calorias. Ele argumenta que o erro no cálculo das calorias nesse caso, segundo as leis da termodinâmica e as tabelas de gastos calóricos, é que essas tabelas são calculadas levando em consideração apenas o nível de atividade do corpo humano. Ele refez os cálculos de gastos calóricos levando em consideração também a carga térmica.

O fato é que a água é 24x mais condutora térmica que o ar. O Phelps passa até 5h por dia dentro d'água. Segundo os cálculos dele, enquanto que correr uma maratona pode queimar cerca de 2600 calorias, exercitar-se por 4 horas dentro d'água à temperatura de 28ºC poderia queimar até 4000 calorias a mais que isso. É por isso que alpinistas de alto nível, chegam a ter um déficit calórico de 5000 calorias quando escalam picos muito altos (everest, por exemplo), mesmo ingerindo quantidades massivas de gordura, durante a subida. Um cálculo tradicional de gasto calórico não explica o fato de que um alpinista perde em média 11kg em uma subida ao Everest. Tudo por causa do frio.

Ainda assim, alguns experimentos com baixas temperaturas feitos por ele resultaram em números que não são explicados nem adicionando a carga térmica como variável. Isso levantou diversas suposições sobre o que poderia gerar essa queima de calorias que não encaixava nas contas.

Alguns pesquisadores acreditam que dois fatores podem ser os responsáveis pelo consumo extra de gordura e glicose observado: a adiponectina, que é um hormônio secretado pelas células de gordura que começou a ser estudada muito recentemente, e o tecido adiposo marrom. Nos últimos anos alguns estudos utilizando PET (tomografia por emissão de positrons) tem mostrado que esse tipo de tecido está presente em adultos em determinadas áreas do corpo.

Resumidamente, o frio seria capaz de estimular a gordura marrom a queimar glicose e gordura em forma de calor. Além disso, pesquisas mostraram que o frio, além de algumas drogas como a efedrina e o clenbuterol, foram capazes de estimular o aparecimento de gordura marrom entre os tecidos adiposos brancos em ratos e camundongos.

Esse é um assunto muito novo e é difícil encontrar publicações a respeito, mas achei interessante compartilhar aqui no fórum.

Aqui tem algumas referências:

Site do Ray Cronise:

http://hypothermics.com

Estudos sobre tecido adiposo marrom:

http://www.ncbi.nlm....pubmed/19175509

http://www.ncbi.nlm....pubmed/10942717

Editado por mandachuva
Postado (editado)

Boa, mandachuva.

Eu tinha noção de que, como seres endotérmicos, deviamos mesmo gastar muita energia pra manter a temperatura. Mas não tinha compreendido o grau.

Lendo seu texto, liguei alguns pontos e tive um insight sobre ursos polares e a "hibernação", mas apenas para complementar e, em linhas gerais, reforçar o fato de que baixas temperaturas de fato provocam um gasto enorme de energia.

Segue em spoiler, gostaria muito de continuar uma discussão sobre o assunto.

Negritei a parte crucial.

Alguns animais, durante o inverno, passam por um estado de dormência denominado hibernação. A explicação para o fenômeno da hibernação envolve a compreensão dos mecanismos de regulação de temperatura desses animais. Uma das principais características das aves e dos mamíferos é a sua capacidade de manter o corpo a uma temperatura constante, por isso são conhecidos como animais homotérmico ou animais de sangue quente. Em um ambiente frio, para manter a temperatura corpórea constante, é preciso evitar-se a perda de calor e/ou ganhar mais calor de alguma forma. Esses animais recorrem a várias estratégias, mesmo comportamentais, contudo, a temperaturas muito baixas torna-se essencial um aumento bastante acentuado do metabolismo do indivíduo. Esse seria o único modo de produzir calor, consumindo as reservas alimentares através de reações químicas com oxigênio. Portanto, em tais condições de frio intenso e prolongado, a manutenção de uma temperatura do corpo constante pode ser bastante custos, especialmente se os recursos alimentares são escassos.

Se os animais apresentam um tamanho reduzido, o problema é agravado, uma vez que o metabolismo dessas criaturas já é bastante elevado em condições de temperatura normais. O aparecimento da hibernação possibilitou a sobrevivência de várias espécies de morcegos, beija flores, roedores e insetívoros, ao longo do inverno. Nesse período de baixas temperaturas e redução dos recursos alimentares, esses animais deixam de controlar sua temperatura corpórea que iguala-se a temperatura do meio. O organismo diminui a sua taxa metabólica, sua freqüência cardíaca, sua respiração, suas capacidades sensoriais e preceptivas e, conseqüentemente, obtém uma redução dos gastos energéticos. Aparentemente, todo esse processo é relativamente simples, por isso, durante muito tempo, acreditou-se que a hibernação seria uma característica “primitiva”. Afinal, os animais que hibernam, apresentam no inverno as mesmas características dos animais de sangue frio como anfíbios e répteis, em outras palavras, de alguma forma na hibernação perderiam a capacidade de controlar a temperatura do seu corpo. Hoje sabemos que a hibernação não é uma deficiência fisiológica, envolvendo, na verdade um controle rígido das funções do organismo. O complexo mecanismo de controle relaciona-se tanto ao início do período de hibernação, quanto a sua duração e ao chamado despertar, o fim da dormência.

O início da hibernação foi estudado, por exemplo, em morcegos. Através de experimentos comparativos, verificou-se que a redução da temperatura em animais hibernantes provoca de início uma redução do consumo de oxigênio, e, conseqüentemente, há uma redução do metabolismo. No caso do morcego norte-americano Eptecicus fuscus, o metabolismo à temperatura de 15ºC, quando o animal já está em estado de torpor, é 40 vezes menor do que quando está ativo com uma temperatura corpórea de cerca de 35ºC. Paralelamente, estudos com o camundongo de bolso, revelaram que não apenas a queda da temperatura, mas também a falta de alimento poderiam levar o animal a entrar em hibernação. A medida que foi reduzido o suprimento alimentar do animal, ele entrou em estado de dormência por algumas horas.

A partir desses e de outros experimentos, foi possível concluir que a hibernação pode ter início em resposta a qualquer fator que dificulte a manutenção da temperatura corpórea constante, seja uma redução da temperatura ambiental ou de substâncias para produção de energia, em ambos os casos a há diminuição do consumo de oxigênio. Cabe acrescentar que com uma concentração menor de oxigênio no sangue há uma redução do ph desse fluido e muitas das enzimas ficam inativas nessas novas condições. O despertar é outro momento crucial na hibernação. É nesse período que há o maior gasto de energia na hibernação, afinal, o corpo irá recuperar suas funções e novamente atingir sua temperatura normal. Para tanto, dois mecanismos são ativados um que envolve o tecido muscular e outro um tecido adiposo especial, a gordura marrom. Normalmente quando sentimos frio, começamos a tremer, ou seja, nossa musculatura como que ”chacoalha” para aquecer nosso corpo. O mesmo ocorre quando um animal entra no despertar, o sistema nervoso ativa músculos antagônicos que se contraem alternadamente, sem produzir qualquer movimento, mas sim levando a produção de calor.

Como dissemos, há outro mecanismo para o restabelecimento da temperatura normal do organismo que ocorre na gordura marrom. Esse tecido adiposo possui uma cor amarronzada devido a grande quantidade de mitocôndrias presentes em suas células. Ao contrário do que normalmente ocorre em outras regiões do corpo, as mitocôndrias da gordura marrom não sintetizam ATP e a energia da oxidação é dissipada na forma de calor. Assim, há uma elevação da temperatura corpórea e a recuperação das funções normais do organismo. É importante notar que o processo de despertar é muito mais rápido do que o de entrar em dormência. Em uma espécie de esquilo, por exemplo, o início da hibernação engloba um período de doze a dezoito horas, enquanto que o despertar tem uma duração de somente três horas.

A partir de uma definição mais clara do que é o processo de hibernação, é possível verificar quem seriam os verdadeiros organismos hibernantes. Quando falamos de hibernação um dos primeiros animais que nos vem a cabeça é o urso. Mas será que realmente o urso pode ser considerado um hibernante? Para a maioria dos fisiologistas a resposta é não, apesar dos filmes, desenhos animados e livros, freqüentemente retratarem os ursos como tal. Durante o inverno, os ursos não passam por uma redução acentuada de sua temperatura corpórea, que cai apenas alguns graus. Tampouco há a diminuição grande da taxa respiratória ou cardíaca. De fato, nessa época do ano, esses grandes mamíferos dormem muito, mas procuram um local abrigado como cavernas e tocas, de forma a evitar a perda de calor corpóreo. Além disso, salta aos olhos o fato de que as fêmeas geralmente têm seus filhotes no inverno. Certamente um animal em hibernação não iria gerar sua prole nesse período, pois o parto demanda um grande gasto energético bem como profundas transformações fisiológicas no organismo.

plus. endotermia

Cutting agora só em frigorificos.

:laughingsmiley:

Logo alguem começa a ganhar dinheiro com isso. Milhões se criar um aparelho e patentear. Alguns milhares se apenas resolver abrir um "spá gelado" como o Dr. Kozak brincou.

Editado por Vasthor
Postado

Cutting agora só em frigorificos.

:laughingsmiley:

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O funcionamento das células de gordura marrom é conhecido há bastante tempo, mas como agora descobriram que esse tipo de tecido existe de forma residual em indivíduos adultos, o grande desafio é encontrar formas de ativar essas células. Realmente esse assunto é considerado uma "mina de ouro" pelos pesquisadores, já que um resultado positivo nesse sentido poderia significar uma verdadeira revolução na forma como o nosso corpo se comporta.

A linha mais forte de pesquisa é a de conseguir ativar essas células por meio de alguma substância ou conseguir reproduzir essas células através da injeção de células-tronco ou outro método qualquer.

Não sei até que ponto o estímulo através do frio é válido e até mesmo viável. São assuntos que ainda têm muito a serem debatidos pela comunidade científica.

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