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Sobrecarga tensional e hipertrofia miofibrilar:

De acordo com a hipótese energética a taxa de degradação protéica é uma função do peso levantado: quanto maior o peso maior a taxa de degradação da proteína (ZATSIORSKY, 1999, p.150). Por serem sintetizadas mais proteínas contráteis, durante o período de anabolismo, a densidade dos filamentos aumenta.

Segundo Guedes Júnior (2003), Santarem (1999), Zatsiorsky (1999) e Tous (1999), o aumento da síntese de proteínas contráteis, estimulado pelo treinamento de força, promove o aumento do tamanho e do número de miofibrilas por fibra muscular. A essa adaptação dá-se o nome de hipertrofia miofibrilar, e o estímulo capaz de causar tal adaptação seria a sobrecarga tensional, relacionada com o alto nível de tensão imposto ao músculo graças ao peso elevado a ser vencido. Nos exercícios resistidos quanto maior a carga maior a sobrecarga tensional. Grandes sobrecargas tensionais implicam em baixas repetições e um curto tempo de execução de cada série de um exercício.

Para Santarem (1999), o aumento de tensão muscular durante os exercícios caracteriza uma sobrecarga tensional e é diretamente proporcional à resistência oposta ao movimento. O mesmo autor, ainda cita que o treinamento típico para aumento de força enfatiza a sobrecarga tensional, com pouca ênfase na sobrecarga metabólica.

Bompa (2000), cita a hipertrofia miofibrilar, estimulada pela sobrecarga tensional, mais estável e duradoura.

Sobrecarga metabólica e hipertrofia sarcoplasmática:

A sobrecarga metabólica traz as células musculares um maior estresse bioquímico, pelo maior tempo de execução de uma série, mas em compensação com um menor número de carga do que a sobrecarga tensional.

Segundo Guedes Júnior (2003), Santarem (1999), Zatsiorsky (1999) e Tous (1999), durante as contrações musculares prolongadas ocorre um aumento de atividade dos processos de produção de energia, caracterizando uma sobrecarga metabólica do tipo energética. Essa sobrecarga metabólica contribui para o aumento de volume muscular através do aumento de substratos energéticos localizados no sarcoplasma: CP-supercompensação e o aumento das reservas de glicogênio, uma resposta adaptativa ao consumo aumentado dessa substância altamente hidratada (super-hidratação). O outro mecanismo é extracelular, e consiste no aumento de vascularização do tecido muscular. A isso se pode chamar de hipertrofia sarcoplasmática ou volumização celular, estimulada pela sobrecarga metabólica, caracterizada pelo elevado número de repetições e pelo tempo prolongado de execução de cada série de um exercício.

Para Bompa (2000), o aumento de massa muscular em alguns culturistas é freqüentemente o resultado de um aumento de fluido/plasma no músculo, ao invés do engrossamento dos elementos contrateis da fibra muscular.

Do ponto de vista prático, a sobrecarga metabólica aumenta nos exercícios com pesos na medida em que aumentamos as repetições e/ou diminuímos os intervalos de repouso. Assim sendo, a sobrecarga metabólica é inversamente proporcional à sobrecarga tensional (SANTAREM, 1999, p.39).

Conclusão

A sobrecarga metabólica é inversamente proporcional à sobrecarga tensional e vice-versa, relação oposicional entre volume e intensidade. Ambas as sobrecargas contribuem para o aumento de volume dos músculos, porém, por diferentes mecanismos. O ponto de união entre as duas seria, provavelmente, o estímulo mais eficiente a hipertrofia muscular em condições normais de treino e alimentação. Este ponto de união ficaria em 9 e 10 repetições, executadas em 45 segundos em média.

Prof. Msdo. Mauriti Marcos Cardoso Junior

Site: www.cdof.com.br

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Muito bom!

Quando falamos em estudos (e leio muitos) que me fazem tomar e fundamentar certas posições, tento enquadrar no dia a dia e ponderar a teoria e a verdadeira prática, o que se passa com os nossos alunos, sócios, atletas, etc.

Deixa-me relebrar que existe algo extremamtente importante e é esse que devemos tomar em conta, a INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA!!!!

Se este excelente post vai num sentido de obter uma resposta irá ficar apenas com o post inicial, o que se passa na realidade e que nos confrontamos dia a dia é com a Individualidade Biológica. A relação repetições ou tempo de duração e hipertrofia, ou seja, a melhor forma de ter ganhos de massa muscular no treino de força tem a ver em primeiro lugar com o número de fibras do tipo I ou II que cada um de nós possui.

Num dos excelente trabalhos de um Mestre na visão do que é o exercicio físico (musculação) e interpretação da realidade humana, passo a citar:

"Os músculos não são constituídos por um tipo único de fibras. A percentagem varia de

indivíduo para indivíduo......... Embora exista alguma controvérsia,

alguns autores acreditam que a distribuição do tipo de fibras musculares é relevante

para a prescrição do exercício (Jones, 1993; Jones, 1986; Pipes, 1994; Westcott, 1989).

Segundo Karageorgos (2001) argumenta-se que, se todos os outros factores forem

iguais, os indivíduos com mais fibras tipo II, requerem para uma progressão óptima:

1. Baixo volume e/ou frequência de exercício

2. Baixas repetições e/ou baixos TEC (tempo em carga)

3. Maiores períodos de recuperação

Enquanto que os indivíduos com mais fibras tipo I demonstram características opostas e

requerem:

1. Maior volume e frequência de exercício

2. Mais repetições e/ou mais TEC

3. Períodos de recuperação mais curtos.

O tamanho inicial de um músculo não treinado, não é uma indicação automática do

número de fibras. Apesar de existir uma minoria que considere a possibilidade de

ocorrência de duplicação de fibras musculares, o número de fibras musculares parece

que é geneticamente herdado e não se altera em número."

in - "As minhas replexões sobre ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TREINO DE MUSCULAÇÃO - by Paulo Sena

(se quiseres posso te fazer chegar o ebook)

Os musculos não sabem contar, a relação nº repetições vs Tempo duração, para mim, faria mais sentido falar apenas em Tempo em Carga, porque o número de repetições é intrinseco ao tempo de duração da série (tempo em carga), ou seja, se eu tiver uma repetição com uma velocidade de 6 segundos (2seg da concentrica e 4seg na excentrica) e eu quiser estimular o musculo durante 60seg terei que efectuar 10 repetições, no entanto, para a minha individualidade biológica terei melhor resultados (e para diferentes grupos musuclares) com 70seg ou 80seg.

É muito dificil discutir Fisiologia, em teste poderei ter um resultado e cientificamente chegar a uma conclusão, no entanto, a trabalhar com os alunos/sócios e mesmo nós a treinar é outra história, o sucesso passa por um conjunto de factores.

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