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Morremos um pouquinho a cada inspiração-expiração.

Produzimos radicais livres, damos vazão a reações atômicas que absolutamente temos o controle... dependendo de onde e como respirarmos podemos ter uma parada respiratória momentânea. Sabe aquela brincadeira inocente de respirar rápido antes de mergulhar na piscina para ver quem consegue ficar mais tempo debaixo dágua? Pois é, fui no enterro do último campeão dessa modalidade que usava essa técnica de respirar rápido antes de mergulhar... saturamos de oxigênio e fazemos uma limpeza total do CO2 do nosso organismo: isso faz com que, o gatilho para respirarmos, que é devido à concentração de gás carbônico presente no sangue acaba sendo extinto e quando o oxigênio acaba, não há CO2 suficiente para dar aquela vontade absurda e incontrolável de respirar. Só que daí, bom... daí nós desmaiamos porque a concentração de O2 cai antes da concentração de CO2 subir o suficiente para desencadearmos o processo involuntário da respiração e quando este acontece num momento em que estamos dentro de uma piscina, acordamos quando nosso pulmão está cheio de água, e daí, perdemos a consciência de novo... nesse momento, sorte de quem tem amigos que estão prestando atenção...

Mas fazer o que então? Não posso parar de respirar... vamos falar de algo que talvez fossemos capaz de fazer:

Beber água faz mal...

Sim, beber água faz mal, e mais, depois dela estar no seu estomago, ainda pode acontecer um evento qualquer e te matar...

Esquisito ouvir isto?

Sim: dependendo do ritmo, volume, vezes ao dia, qualidade e coisas que fazemos junto com beber a água, beber água é um tremendo risco. Dá vontade até de não beber água só para não correr os riscos, não é mesmo?

Então experimenta ficar um dia sem beber água... (e não vale dar aquelas respostas infantis tipo – tudo bem, eu bebo coca-cola...)

Exercícios são exatamente assim:

Se você não fizer no ritmo, intensidade, volume, quantidade de vezes por dia, atividades associadas e ainda com uma nutrição, suplementação e descanso adequados de acordo com sua rotina, suas possibilidades e seus objetivos, o mínimo que pode acontecer é não funcionar. E o que mais frequentemente acontece é gente engordando e ficando com dor ali e dor aqui...

Frequentemente vemos médicos falando sobre determinados tipos de exercícios e condutas como “sempre faça tal coisa” ou “nunca faça isso” e na realidade, em saúde, nunca e sempre simplesmente não existem...

O que existe é um lapso de bom senso e é deste bom senso que vou lhes falar hoje. Recentemente vimos um medico falar sobre os malefícios que determinado exercício pode causar a saúde, e mais, recomendando que um esportista que estiver fazendo este tipo de exercício deva procurar um ortopedista com urgência.

Confesso que meu primeiro impulso é pegar uma seqüência de artigos científicos e rebater a afirmaçao do colega, mas acho que isso não resolve... primeiro porque o artigo científico não é bom porque está publicado, é bom quando a metodologia dele é adequada, do contrario, podemos provar o que quisermos; e segundo, não estimulamos a quem nos lê a desenvolver bom senso, somente entramos numa contenda em que conflitará opiniões e nada será resolvido.

Vim falar de bom senso e é isso que vou fazer:

Primeiro – da mesma forma que precisamos respirar e beber água, precisamos fazer exercício. Nosso código genético é derivado ainda dos primeiros homens que surgiram na face da terra, que eram nômades e tinha de caminhar até 45km por dia em busca de comida, água ou abrigo. Sendo assim, estamos num baita déficit com nosso código genético porque se andamos 45 metros por dia é porque paramos o carro longe na garagem do trabalho...

Segundo – não se avalia populações, avalia-se o indivíduo. Dessa forma, pode-se indicar o que é melhor para ele, inclusive a forma de faze-lo.

Terceiro – a avaliação do indivíduo numa sala de pesos, bem como a progressão do seu treinamento deve ser realizada por um educador físico, e de preferência um que esteja familiarizado com uma sala de pesos, biomecânica, anatomia, fisiologia e metodologias de treinamento para fisiculturismo (não confunda com os caras gigantes: fisiculturista é todo aquele que busca um corpo com menos gordura e mais músculos através de um treinamento com pesos). A verdade é que ninguém sabe treinar de verdade e acha que treino com pesos é seguir planilha e fazer sériezinhas de 4-de-8 e 3-de-10 e isso é treino de hipertrofia e vamos que vamos... Um educador físico acompanhando um paciente é como um medico acompanhando um doente: não adianta você ‘rifar” um medico colocando ele numa sala com dez cardíacos e mandar ele atender o que enfartar primeiro que está tudo bem, da mesma forma que não adianta ficar exigindo do “professor de sala” que fique corrigindo todos os alunos que estão treinando.

Daí demanda duas coisas: que o público valorize o trabalho do educador e saiba que é necessário contratar um para ser orientado pelo menos e dois, que as academias parem de fazer economia com pessoal e com a avaliação do pessoal que elas contratam: fisiculturismo é coisa séria: é gente levantando 2, 3 até 4 vezes o peso do corpo em anilhas de ferro, ou ainda chegando à fadiga máxima músculo-esquelética ou cardiovascular. É necessário se ter mais gente e gente mais preparada, por estudo e boa vontade pelo menos.

Quarto – quando abordamos biomecanicamente o movimento de uma articulação, percebemos que todas tem estabilizadores esáticos, dinâmicos e motores de movimento. Treinar adequadamente é justamente não passar do ponto de resistência os establizadores estáticos e dinâmicos com cargas que só os músculos são capazes de suportar ou ainda, não trabalhar com cargas em amplitudes inadequadas ou não trabalhar com cargas inadequadas em amplitudes adequadas – compreendeu porque precisamos ter um educador físico do lado? Sendo assim, não há exercícios proibidos, e sim formas de fazê-los que aumentam demais as chances de ocorrer uma lesão.

Quinto – avaliar a condição prévia do esportista. Ele pode ser forte, mas pode estar num dia em que não esteja tão forte assim, dessa forma, apesar de fazer o exercício correto da forma correta, talvez deixar para faze-lo num momento mais oportuno seja mais adequado. Isso se chama timing e daí colocamos uma nova variavel: fazer o exercício na hora adequada.

Sexto – certos exercícios necessitam da hora certa de faze-los: não imagine porque tem um aparelho na sala de pesos que você já podo correr para fazer. Essas coisas são como uma refeição: comer a sobremesa antes do prato principal pode ser uma delícia, mas estraga o almoço. Assim é o treinamento com pesos. Antes de partir para exercícios que demandem uma massa muscular mais forte, bem trabalhada, um aparelho neurológico melhor adaptado e estabilizadores estáticos mais resistentes, temos que fazer os exercícios que vão fazer com que ganhemos as adaptações necessárias para poder alcançar estes outros exercícios que irão treinar mais eficientemente a região selecionada. O Leg Press por exemplo que é tão condenado e tão atacado e ao mesmo tempo imprescindível para treinamentos de alto rendimento: ele trabalha com o quadril sendo solicitado em máxima flexão e segue até aprox 135o de extensão e utilliza para tal o trabalho do quadríceps e glúteo máximo como sinergista principal, adutores como sinergistas primários, flexores do quadril e abdutores como estabilizadores do movimento, rotadores externos do quadril como sinergistas secundários e necessita de uma musculatura muito bem preparada para diminuir a chance de trauma articular e provocar lesões que vão desde siples contusões até coisas mais sérias como lesões labrais. Tal fato mostra o quanto é necessário um acompanhamento adequado e uma programação

Sétimo – alguém falou da alimentação? Pois bem, não adianta termos o melhor plano de treiamento do mundo se não tivermos uma alimentação que faça tanto um preparo para treino eficaz quanto uma recuperação pós-treino adequada: quem não se alimenta se preparando para fazer um exercício intenso não consegue realizar o mínimo necessário para estimular o corpo a se recuperar. Quem não consegue se alimentar de forma suficiente para sintetizar as proteínas nos músculos e tendões estimuladas pelo treino, alem de não ter o efeito que quer – de ganho de massa muscular – cronicamente gera um enfraquecimento miotendíneo que é responsável pela maioria das lesões desportivas. Lembre-se da alimentação....

A conclusão é de que fazer exercícios com uma meta e em nível de treinamento é complexo e ao mesmo tempo que é saudável também é perigoso. Evidente que sim... você lida com a força do seu corpo concentrada em um movimento que será repetido algumas vezes! Só que o importante não é o exercício que se faz, é a orientação que se tem.... eu poderia trazer meia duzia de artigos e o efeito daquilo que eu escrevi duraria alguns segundos e chatearia o meu colega e de fato não faria ele repensar o seu modo de agir ou o volume de informação que é necessário acumular para se dar uma opinião sobre determinado assunto, enquanto que, se e , eu chamar ao bom senso cada um de vocês, não só obrigo um bando de profissionais a estudar o assunto como abro o jogo com vocês para que vocês possam definitivamente correrem atrás do seu objetivo de corpo... como diria meu amigo e professor Fernando Marques, pare de treinar errado! Tenha orientação! E eu complemento: tenha Bom Senso: ler artigos científicos só basta saber ler, algo que qualquer criança de 7 ou 8 anos consegue, mas decidir qual é o melhor e usar a cabeça para nortear suas condutas, pouca gente consegue...

Abraços

Fonte: http://www.rodolfoperes.com.br/artigos-ler.php?cod=123&q=RESPIRAR-MATA?

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Postado

Legal esse final

"tenha Bom Senso: ler artigos científicos só basta saber ler, algo que qualquer criança de 7 ou 8 anos consegue, mas decidir qual é o melhor e usar a cabeça para nortear suas condutas, pouca gente consegue"

Valew pelo texto, abraços

Postado

Eu tenho o péssimo hábito de querer fazer séries inteiras sem respirar... acho mais fácil, o problema é que dar uma p. dor de cabeça... e no final do treino sempre se esvaem a força e o fôlego... anyway, lendo o artigo agora, parece muito bom :)

Postado

Eu tenho o péssimo hábito de querer fazer séries inteiras sem respirar... acho mais fácil, o problema é que dar uma p. dor de cabeça... e no final do treino sempre se esvaem a força e o fôlego... anyway, lendo o artigo agora, parece muito bom :)

Po, vc é ninja? Qnts repetições vc faz por série? 5?

Postado (editado)

Po, vc é ninja? Qnts repetições vc faz por série? 5?

Não, jedi.

Faço de oito a doze , dependendo da série/dia; é tranquilo...não fico sem respirar o tempo todo, mas durante uns 80% do tempo.

Editado por Asgardian

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