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Pesquisa da USP mostra bons resultados com uso do suplemento alimentar, aliado a exercícios físicos

Até o fim de abril, suplementos alimentares de creatina tinham sua comercialização proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

São Paulo - A suplementação alimentar de creatina - composto derivado de aminoácidos - aliada a exercícios físicos regulares melhora o controle glicêmico de pessoas com diabetes do tipo 2. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela Agência USP. Pesquisas da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP) mostram que a creatina ajuda a controlar a taxa de açúcar no sangue, elevada em diabéticos. A segurança do composto também foi comprovada, pois não foram observadas alterações ou sobrecarga das funções renal e hepática nos diabéticos participantes do estudo.

A diabetes do tipo 2 é caracterizada pela incapacidade das células absorverem glicose da corrente sanguínea, o que é explicado pela resistência do organismo à ação da insulina. As principais indicações médicas para o controle da doença são a prática de atividades físicas e o uso de hipoglicemiantes orais. "Ambos ajudam a jogar o açúcar para dentro da célula e a creatina pode ter um papel nessa função também", explica Bruno Gualano, autor da pesquisa.

Os estudos constataram que a suplementação de creatina, juntamente com os exercícios físicos, é mais eficiente no tratamento da doença do que os exercícios praticados isoladamente e tão eficiente quanto a metformina - medicamento mais empregado no tratamento de diabetes do tipo 2. Além disso, Gualano ressalta que a eficácia da creatina foi observada quando usada por pessoas que praticam exercícios. Ou seja, apenas a suplementação de creatina, sem treinamento físico, poderia não resultar em benefícios.

As melhoras ocorrem porque a creatina atua no deslocamento (chamado de translocação), da proteína GLUT-4. "Ela fica dentro das células. Sua função é se deslocar do interior até a superfície, "pegar" o açúcar que está fora, no sangue, e o transferir para dentro da célula", explica Gualano. Em diabéticos tipo 2, essa função não é realizada em níveis adequados. "A creatina atuou nesse aspecto, elevando a translocação de GLUT-4 a níveis similares aos observados em pessoas sem a doença", completa.

Proibição - Até o fim de abril, suplementos alimentares de creatina tinham sua comercialização proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois se alegava que os efeitos nocivos à saúde não eram conhecidos. Porém, inúmeras pesquisas científicas já comprovaram que o composto - produzido naturalmente pelo organismo - não é prejudicial à saúde se ingerido com moderação.

As pesquisas da USP constataram a segurança da creatina. Não houve nenhum tipo de prejuízo à saúde dos pacientes que ingeriram o composto, em doses de cinco gramas por dia, ao longo de três meses. Uma possível sobrecarga das funções renal e hepática também não foi observada. "Um terço dos pacientes tinha doença renal crônica e mesmo assim não foram constatados problemas ou alterações. O mesmo vale em relação ao fígado", aponta Gualano. "A creatina tem um potencial terapêutico excepcional e pode ser essencial no tratamento de muitas doenças caracterizadas por perdas de força, massa muscular, cognição, massa óssea e sensibilidade à insulina."

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Que bom que finalmente pesquisas nacionais conseguiram enxergar algo bom em suplementos. O mais irônico é que enquanto creatina está sendo usada pra ajudar na performance física de atletas e qualidade de vida de pessoas com enfermidades. Existem pessoas ignorantes te crucificando dizendo que está usando suplemento de cavalo, que vai foder seu fígado, o que reza em nosso país é a falta de informação e ignorância da maioria.

Muito bom o artigo, grato por compartilhar leandro, abraço.

  • 1 ano depois...
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A pesquisa fala que ela ajuda a reduzir a resistência muscular a insulina. Diabéticos tipo 2 tem resistência a insulina mais alta. Diabéticos tipo 1 teoricamente tem resistência normal, mas não produzem nada de insulina. Dessa forma, a creatina pode até ajudar diabéticos tipo 1 a aplicar menos insulina, mas o efeito bom mesmo seria nos diabéticos tipo 2 .

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