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Como Se Tornar Um Culturista - A Série


vicbelletti

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bom, essa série foi o Miguel Chain que escreveu, do site www.diariodoculturismo.com.br , ele escreve pra jmfbrasil tb, e pra algumas revistas se nao me engano..

achei ela muito motivadora, muito boa mesmo.. e engraçada...

vou postando conforme voces forem comentando, se gostarem eu vou postando.. a primeira temporada sao 10 capitulos, a segunda infelizmente ele parou no segundo, vou procurar falar com ele sobre a série tb, ver se ele pretende terminar a segunda e vou atualizando tb...

bom, chega de papo e ai vai o primeiro episodio

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Creditos - por Miguel Chain

Através dos anos que passei no ambiente das academias eu presenciei muita coisa. Conheci muitas pessoas que queriam crescer, ficar enormes. Fiz muitos amigos, ouvi muita coisa sobre treinamento e nutrição. Muita coisa certa e muita coisa errada.

Pretendo, com essa série de artigos, passar um pouco de minha experiência e trazer um pouco de humor para os leitores. Nosso desafio na academia pode ser muito duro ás vezes. Ficar grande e conquistar um bom físico requer muito sacrifício, dedicação, mas apesar de tudo, requer muito conhecimento.

A história toda de Leo, um menino de 20 anos que sonha em pisar em um palco num campeonato de culturismo, se desenrola na academia onde treino. A maioria dos personagens são reais, exceto Leo.

Queria deixar muito claro aqui que os fatos e as situações descritas nos próximos meses são fictícios e minha intenção é ilustrar a vida de um culturista aspirante à competição de forma bem caricata e engraçada. Com certeza muitos dos leitores poderão aprender alguma coisa com os textos, mas tenham em mente que a maioria dos fatos descritos são caricatos e não devem ser seguidos á risca. Se você quer se tornar um culturista sério, eu aconselho que leia o blog e os artigos do site Diário do Culturismo ou que procure sites com bom material como o Treino Pesado ou WaldemarGuimaraes.

Primeiro Episódio

Há alguns meses voltei a morar em São Carlos e desde então tenho treinado muito pesado. A convivência com pessoas que amam o esporte em uma academia onde o treino pesado é prioridade aumenta muito a nossa motivação. Depois de todos esses anos treinando eu nunca imaginava que poderia melhorar tanto meu físico em tão pouco tempo.

Sempre fui um amante da musculação, tenho pilhas e pilhas de revistas, nacionais e importadas, Livros sobre treino com pesos e histórias relacionadas se empilham em minha escrivaninha. Fora a coleção de DVDs, horas intermináveis de vídeo com o que há de melhor no esporte.

Essa paixão é alimentada por tudo isso e claro, pelos treinos. Treinos super intensos, cheios de suor, muita dor e pesos extremos. Foi durante um desses treinos que eu percebi este menino me olhando atentamente. Entre as séries eu tentava olhar disfarçadamente para ver se o cara ainda estava lá. Ele estava.

Era uma tarde fria em São Carlos, o vento soprava forte e gelado. Nunca gostei de frio, fico muito mal humorado. Estava treinando peito naquele dia, meu cotovelo doía. Eu não conseguia treinar da maneira que eu queria e ainda por cima ficava este cara me olhando o tempo todo.

Ele estava com uma bermuda Nike, uma camiseta preta onde podíamos ver um copo de milk Shake do Bob´s estampada. Provavelmente ele era um grande fã dessa cadeia de fast food. Parecia pesar uns 90 ou 95 kgs. Nada mal para a altura dele. Apesar de não se enorme podíamos notar que ele treinava. O que realmente chamava a atenção no físico dele era a cintura, bem larga e grande. Podíamos perceber que a gordura caia sobre a bermuda.

Imaginei que ele me conhecia pelo blog DC ou pelos artigos nas revistas e sites onde escrevo. Com certeza ele estava me observando e esperando pela chance de poder tirar um pouco de conhecimento de mim.

Acabei meu treino, estava com pressa. Precisava ir ao mercado comprar comida ( Frango), depois tinha que cozinhar ainda. Coloquei o agasalho e me dirigi à portaria. Ele estava parado ao lado da roleta. Passei por ele e cumprimentei com a cabeça, tentando sair o mais rápido possível.

“Posso falar com você?” O garoto perguntou.

“Pois não, pode falar.” Respondi desanimado…

” Você que é o Miguel? Acabei de voltar para São Carlos e tenho treinado aqui há alguns dias. Parece que todos falam sobre seus treinos por aqui. Eu tenho algumas dúvidas e o Ricardo ( dono da academia) me falou que só você podia me ajudar. ”

Já fiquei (censurado) da vida pois sabia o que o Ricardo tinha me aprontado uma. Conheço o Ricardo há muitos anos, ele dirige a academia muito bem e sabe muito sobre musculação. O problema é que sempre que chega alguém que ele percebe que vai ser um mala, cheio de perguntas bobas e desnecessárias, esse alguém sempre será enviado a mim por ele. Valeu Ricardo por mandar mais um mala me encher a paciência!

“Queria saber se posso te perguntar umas coisas. Percebi que você treina muito bem e tem um bom físico.” Bem parecia que ele não sabia quem eu era, mas pelo menos admirava meu desenvolvimento. Vamos ver se posso ajudá-lo.

” Meu nome é Leo. Você se chama Miguel, certo?” balancei a cabeça positivamente. “Miguel, treino há dois anos. Consegui melhorar um pouco meu físico, mas agora faz uns meses que não vejo progresso. Sempre quis competir. Subir em um palco, mas tudo parece bem difícil sozinho. Hoje sou mais realista e ficaria muito feliz se eu pudesse apenas ver veias saindo no meu antebraço.”

O menino tava parecendo um pão. Com bastante gordura, nenhuma veia aparente. Tava feio o negócio. Pouco tempo depois descobri que seu apelido na academia era Zé Colméia, pela barriga e pela avidez com a qual ele procurava comida.

Ele me pareceu bem sincero e demonstrou um claro interesse pelos treinos mas não sei se tem o amor suficiente pelo esporte a ponto de enfrentar os rigores de uma dieta para competição. Hoje em dia é difícil vermos nas academias pessoas na idade dele realmente interessadas em conquistar um grande físico, completo e simétrico, não posso culpa-lo por ainda não ser assim. Pelo menos ele está interessado em melhorar. A maioria dos garotos só quer fazer peito e bíceps para impressionar as meninas na escola e faculdade. Me parecia que o Léo não era assim.

“Sabe Leo, alguns meninos como você já me pediram ajuda para treinar, mas nenhum foi macho o suficiente para suportar o sacrifício necessário para se tornar um Culturista. Desculpe mas estou cansado de começar a treinar com alguém e depois de duas semanas o cara sumir sem dar satisfação.”

O garoto se enfurece: ” Você não me conhece Miguel, quero muito isso, e estou disposto a fazer o que for preciso. Me dê uma chance e você verá do que sou capaz.”

Já ouvi muito isso, mas resolvi dar uma chance ao menino. Alguma coisa me dizia que ele era diferente.

Abri minha bolsa de treino e mostrei para ele tudo o que tinha dentro, cinto, faixas para o joelho, straps, luvas cotoveleiras e o mais importante: uma coqueteleira vazia e um potinho com algumas cápsulas. ” Leo, isto aqui era um shake, whey protein, dextrose, creatina, gutamina. Neste frasco tem algumas cápsulas de efedrina e cafeína. Treinar pesado não é fácil, nem sempre é confortável e as vezes ficamos escravos de nosso treino para podermos obter o resultado desejado. Em algumas manhãs geladas será preciso levantar da cama antes do sol nascer para fazer aeróbio. Durante os meus doze anos de treino pesado e super intenso acumulei algumas lesões. Você está disposto a fazer tudo isto? ” Fiz de tudo para que o menino se assustasse e dissesse que não queria mais minha ajuda.

“Queria saber se você acha que eu tenho genética boa para competir, ou pelo menos se eu vou conseguir fazer as veias do meu antebraço ficarem aparentes como as suas ?” Ele pergunta meio tímido esperando uma resposta não muito animadora.

“Conheci muitos caras com a genética muito melhor que a minha Leo. Todos eles cresciam muito fácil, acumulavam pouca gordura, mas não tinham a vontade e a dedicação necessárias para ter um bom físico. Uma vez o Branch Warren disse que ele com certeza não tinha a melhor das genéticas para um culturista profissional ( se ele não tem imagina a gente!) . Mas que ele tinha uma ética profissional e uma dedicação e determinação inigualáveis. Ele falou que preferia muito mais ter uma mente determinada, forte e uma ética de trabalho inabalável do que ter uma boa genética. Então não se preocupe muito com a genética por enquanto, TREINE FORTE!.” O garoto sorriu e agradeceu. ” Espero você aqui amanhã ás dez horas. Coma um bom café da manhã e venha preparado para treinar costas.”

“Mas eu treinei costas hoje Miguel.”

“Agora que treinaremos juntos, você fará o que eu disser meu rapaz. Te espero amanhã. Falou.”

Enquanto eu dirigia rumo ao supermercado eu ficava pensando se esse cara sabia onde ele tinha se metido…

Editado por vicbelletti
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ja que teve um comentario vou postar outro episodio^^

Creditos - por Miguel Chain

Episódio II – A Aposta

Naquela noite fiquei pensando se realmente eu teria feito a coisa certa. Ajudar este menino não se tornaria uma grande dor de cabeça daqui a um tempo? Ele não iria atrapalhar meus treinos? Eu via um grande potencial nele, mas aquilo era o que ele realmente queria? Não seria um capricho temporário dele? Leo me parecia um menino um tanto quanto mimado pelos pais. Foi uma longa, difícil para pegar no sono. Passei parte da madrugada assistindo os Simpsons até que finalmente peguei no sono.

Havia muito trabalho a ser feito na manhã seguinte. Levantei as seis e meia da matina, fui rumo a cozinha e preparei meu café da manhã – um Shake de albumina e algumas torradas integrais lambuzadas de creme de amendoim. Conforme as horas passavam percebi que seria impossível treinar naquela manhã. Liguei para o Leo, me desculpei e perguntei se era possível treinarmos a noite. “Que horas da noite Miguel?” Indagava nosso aspirante a culturista. “Oito e meia da noite. Esteja lá quando eu chegar.”

Aquele foi um dia inspirador para mim, consegui fazer tudo o que precisava no trabalho, fiz todas as refeições na hora certa e tudo parecia conspirar para que um grande treino fosse feito naquela noite. Hoje vamos ver se o menino consegue sair vivo. Será sua prova de fogo. Não preciso dizer que estava com os dois pés atrás com o Leo. Apesar de todo o seu potencial, ombros largos, estrutura óssea boa, tinha até um certo volume muscular, eu não conseguia perceber os “Olhos de Tigre” , aquele semblante de vencedor…

As Oito em ponto comecei a me preparar para o treino, fiz um copão de café (sim, eram oito horas da noite, mas tomei 200 ml de café) vesti a roupa de treino, uma calça e uma camiseta, com um moletom por cima. Quando sai na porta de casa pude finalmente perceber como estava frio. Era uma noite de inverno em São Carlos. No inverno, as noites geralmente são muito frias aqui na cidade, os fortes e intensos ventos dão a sensação de que está muito mais frio. Enquanto dirigia eu pensava: “Será que esse menino vai mesmo sair de casa nesse frio para ir treinar?” Momentos depois eu já começava a me sentir mal por duvidar tanto do garoto. Talvez eu estivesse enganado e ele se sairá bem.

Cheguei na academia as oito e vinte e cinco, não havia uma bendita vaga perto da porta. Fui obrigado a estacionar o carro meio longe. Entrei na academia e percebi que o Leo não estava lá ainda. Fui para a esteira e comecei a caminhar devagar, para garantir um bom aquecimento. Oito e meia, oito e trinta e cinco e nada. Continuei caminhando. Instantes depois o dono da academia, Ricardo Leha ( lê-se Lerrá), se aproxima perguntando se o rapaz viria treinar comigo. Afirmei com a cabeça, já estava ficando mal humorado com o atraso de Leo. “Miguel, você assustou o menino ontem. Acho que ele não vem. Além de tudo ele na parecia ter os três ‘D’s – Dedicação, Disciplina e Determinação. E você sabe que isso é essencial para um atleta de sucesso.” Como quase sempre, o Ricardo tinha opiniões e impressões sobre os fatos e pessoas.

Oito e quarenta e dois vi que o nosso futuro herói chegava na academia. Estava bem frio naquela noite, mas parecia que ele estava chegando do Pólo Norte – vestia uma calça, uma enorme jaqueta, cachecol (cachecol? Eu não acredito que ele fez isso!) e um gorrinho de lã. “Desculpe a demora” Balbuciou meio tímido. ” Não estava achando meu gorrinho”. O que? “Você vai treinar ou desfilar? Tá louco? Estou esperando aqui há um tempão!” Já estava bem nervoso nessa altura da história.

“Bem, vamos treinar, me deixe pegar meu cinto e minhas joelheiras. Mudei de idéia, pensei bem e achei que não seria mesmo bom você treinar costas por dois dias seguidos. Vamos treinar pernas hoje e costas amanhã.”

“Puxa vida Miguel, costas amanhã? Amanhã é dia de descanso.” Esse ainda não havia percebido que era eu quem ia montar e comandar os treinos. “Amanhã é dia de costas e ponto final. Fica frio que tudo vai dar certo.”

Eu estava inspirado naquela noite, como disse antes tudo parecia conspirar para um grande treino de pernas. Começamos fazendo uma super série de agachamento livre na barra e extensões de joelho na mesa romana. O esquema era esse, fazíamos 20 repetições no agachamento e sem descanso íamos fazer mais 20 repetições na mesa extensora. Sem dúvida era uma série extremamente difícil e desgastante. Fiz as primeiras vinte reps com 80 kgs no agachamento e vinte reps na mesa romana.

Na hora em que o Leo foi fazer, percebi que ele não era adepto do agachamento. Ele não tinha técnica nenhuma, descia pouco, jogava o tronco muito para frente. Pedi que ele descesse bem mais e percebi que ele estava muito inseguro. “Deixa de ser Viado e desce Rapaz! Confie na ajuda! Vamos!” Me posicionei atrás do Leo para uma eventual ajuda e novamente percebi que ele estava desconfortável, tanto com o exercício, como comigo atrás dele. Ele não é acostumado a fazer este exercício, então as técnicas corretas de auxilio são novidade para ele. Acabadas as vinte repetições, lá vai o Leo para a mesa extensora. No agachamento ele usou apenas 30 míseros quilos, e nem desceu tanto assim. Tudo bem vai, foi um bom começo. Na mesa romana ele conseguiu usar a mesma carga que eu.

Na última série do meu pupilo, achei que ele não faria nem dez repetições. Deixei isso bem claro para ele: “É Leo, você foi bem até agora, mas duvido que você faça dez nessa série, você vai desmaiar meu amigo.” Mas ele me surpreendeu, fez as vinte, berrando, ficando vermelho, parecia que ia explodir. Foi para a mesa romana e fez incríveis 35 repetições. Parecia que de alguma forma, meu comentário desencorajador mexeu com o psicológico dele e despertou um monstro.

Continuamos o treino com avanço andando agora. Este é um exercício antigo, esquecido, que foi colocado à tona alguns anos atrás por Ronnie Coleman. Agora sabemos que a maioria dos atletas na Metroflex Gym, no Texas, faziam tal exercício. Hoje todo cara que treina sério e procura boas pernas faz este exercício. Não preciso dizer que nosso futuro herói nunca havia feito isso também. “Como eram seus treinos de pernas Leo? – Subia as escadas do Habib´s?” Perguntei já desesperado. ” Quase isso, na verdade tenho uma genética boa de pernas, pedalo um pouco aos fins de semana. Se fizer muita perna elas crescem demais.” Já querendo jogar um halter de 30 kgs na cabeça dele me recompus e tentei abrir aquela mente. “Leo, mesmo que você ache isso, é preciso treinar pernas para deixar a musculatura mais densa, para fazer cortes profundos entre os músculos, enfim dar qualidade ao músculo.” Vamos continuar este treino!

Por mais que ele estivesse todo desajeitado fazendo o exercício, parecia que estava se esforçando. Ainda falta muito para o Leo. É preciso dominar a técnica perfeita de execução dos exercícios para se conseguir extrair os maiores resultados. No avanço andando ele parava no meio da série, não descia tanto, se desequilibrava a todo momento. “Miguel! Porque não treinamos como todo mundo? Fazendo leg-press, mesa extensora e flexora?” Tentava falar o Leo, quase engasgando pela respiração acelerada e a falta de ar. “Você pro acaso quer ter o mesmo físico que todo mundo? Ou quer ser melhor? Você pretende ir a um campeonato, certo? Então meu amigo, você terá que fazer coisas que ninguém mais faz. Você está disposto a isso? Já estou começando a achar que não.” Fiquei um pouco preocupado, pois não queria magoar o menino. Apesar de tudo eu estava começando a gostar dele. Parecia um bom menino.

Seguindo o treino fomos fechar a noite com uma super série de mesa flexora e stiff. Era clara a expressão de desânimo no rosto de Leo quando citei os próximos exercícios. Fui preparar a mesa flexora e separar os halteres que usaríamos no stiff. Quando voltei vi o Leo sentado na cadeira abdutora. ” Vamos Leo, venha começar a série.” Imediatamente ele respondeu: ” Não vou Miguel, stiff ferra minhas costas. Além do mais já percebi que não vou conseguir mesmo. Já percebi que não tenho a força de vontade necessária, nem a genética para me tornar um culturista.” Aquele discurso foi como um balde de água fria na minha cabeça. Será que eu estava mesmo certo? Será que todos aqueles pensamentos na noite anterior eram uma premonição?

Terminei meu treino, ele terminou o dele fazendo três séries de cadeira abdutora. Claro que havia alguns amigos nossos da academia acompanhando o nosso treino. Em poucos minutos os caras já estavam falando e brincando: Se vai treinar pesado, treine! Ou senão você pode ir fazer cadeira abdutora! Risos eram ouvidos após a piada ser repetida várias vezes. Aquilo me deixou chateado, eu acreditava tanto naquele menino. Não era possível que ele iria me desapontar. Precisa elevar o moral dele e dar um animo extra para o Leo.

Usei as palavras do sábio Ricardo, o dono da academia. “Leo, não é por que as coisas foram difíceis hoje que você deve desistir. Não é fácil ser um culturista e você sabia disso. Por isso me chamou para ajudá-lo. Uma vez um amigo me disse que para ter sucesso na academia e nos palcos são necessários três ‘D’s – Dedicação, Determinação e Disciplina. Não desista agora. Apesar de tudo você foi bem. Percebi que você pode ter sucesso, basta acreditar em si mesmo.” Te vejo amanhã para treinar costas.

“Não vamos mais treinar juntos Miguel. Sério, vi que nunca vou ser capaz de ficar tão seco a ponto se subir em um palco. Não sei se vou conseguir parar de tomar os milk shakes de Ovomaltine do Bob´s. Também já que nem as veias no antebraço vão aparecer. Mas obrigado mesmo assim.” A tristeza na voz de Leo era aparente. Mas nem tudo estava perdido.

“Vamos fazer assim Leo, te garanto que você terá veias nos seus braços em três meses. Além disso eu já havia deixado claro para você ontem que não queria mais um menino que fosse fugir depois do primeiro treino. Finge que é Homem e venha treinar amanhã as sete da manhã.” Em um instante a expressão no rosto do Leo mudou completamente. “Você acha que sou um moleque? Não sou não. Mas sei que ao conseguir.” Vi que a situação era extrema e precisava pegar fundo no brio desse cara. “Quer apostar que você terá veias nesses braços brancos em três meses?” Mais uma vez a expressão no rosto dele mudou. Ele estava espantado. “Leo, nós vamos treinar juntos três meses, você vai fazer exatamente o que eu disser, vai comer exatamente o que mandar, ok? Se suas veias no antebraço não aparentes, você será meu treinador e eu farei o que você quiser por um mês. Topa?”

Leo estendeu a mão fazendo um sinal positivo com a cabeça. Demos as mãos selando o negócio. O Ricardo estava ao nosso lado e era testemunha do acordo. Estava feita a aposta.

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