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AMIDO RESISTENTE: BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE E REDUÇÃO CALÓRICA EM ARROZ E BATATA


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AMIDO RESISTENTE: BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE E REDUÇÃO CALÓRICA EM ARROZ E BATATA

O QUE É AMIDO RESISTENTE?

O amido resistente (AR) é uma fração do amido que não é digerida no intestino delgado e, por isso, não eleva significativamente a glicose no sangue. Em vez disso, ele chega ao cólon intacto, onde é fermentado pelas bactérias intestinais, agindo como uma fibra prebiótica.

Existem quatro tipos de AR, sendo o mais relevante para uso culinário o tipo 3, que se forma quando alimentos ricos em amido (como arroz e batata) são cozidos e depois resfriados. Durante o resfriamento, parte do amido gelatinizado passa por um processo chamado retrogradação, tornando-se resistente à digestão.


BENEFÍCIOS COMPROVADOS DO AMIDO RESISTENTE

  • Reduz a glicemia pós-prandial

  • Melhora a sensibilidade à insulina

  • Alimenta bactérias benéficas do intestino (prebiótico)

  • Estimula a produção de butirato, um ácido graxo que protege o cólon

  • Aumenta a saciedade

  • Reduz inflamações intestinais

Além disso, ao substituir parte do amido digerível, o AR pode reduzir o valor calórico real da refeição — tema que abordaremos a seguir.


QUANTO SE REDUZ DE CALORIAS COM A FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE?

A redução calórica total ao transformar parte do amido em AR depende de:

  1. Percentual do amido que se torna resistente (geralmente 5% a 15%)

  2. Diferença calórica entre o amido digerível (4 kcal/g) e o AR (~2 kcal/g)

  3. Quantidade total de amido no alimento cozido


TEOR MÉDIO DE AMIDO EM 100 G DE ALIMENTO COZIDO

Alimento Amido por 100 g
Arroz branco ~28 g
Arroz integral ~23 g
Batata inglesa ~17 g
Batata-doce ~17 g

ESTIMATIVA DE REDUÇÃO CALÓRICA POR FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE

Arroz branco cozido (100 g)

  • Amido total: ~28 g

  • Supondo 10% convertido em AR = 2,8 g

  • Economia calórica: 2,8 × (4 - 2) = 5,6 kcal

  • Redução percentual: 5,6 / 130 kcal ≈ ~4,3%

Batata cozida (100 g)

  • Amido total: ~17 g

  • Supondo 15% convertido em AR = 2,55 g

  • Economia calórica: 2,55 × (4 - 2) = 5,1 kcal

  • Redução percentual: 5,1 / 77 kcal ≈ ~6,6%


INTERVALO DE REDUÇÃO CALÓRICA REALISTA

Alimento Redução calórica estimada
Arroz branco 3% a 5%
Arroz integral 4% a 7%
Batata comum 5% a 8%
Batata-doce 3% a 6%

Valores maiores (até 10–12%) podem ocorrer com múltiplos ciclos de resfriamento e reaquecimento (Zhang et al., 2021).


COMO ALCANÇAR MAIOR FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE: CICLOS DE RESFRIAMENTO E REAQUECIMENTO

Estudos mostram que múltiplos ciclos térmicos (esfriar e reaquecer) aumentam significativamente a retrogradação do amido. Isso transforma uma parcela ainda maior em AR, podendo atingir 10% a 12% de redução calórica.

PASSO A PASSO PRÁTICO

  1. Cozinhe normalmente o arroz ou batata até o ponto desejado (sem exagerar no tempo para evitar quebra excessiva do amido).

  2. Resfrie por completo: leve à geladeira por no mínimo 12 horas (ideal: 16–24 horas).

  3. Reaqueça o alimento até temperatura de consumo (60–70 °C). Evite aquecer até ponto de fervura para preservar o AR formado.

  4. Repita o processo:

    • Esfrie novamente por 12 a 24h

    • Reaqueça

    • De 2 a 3 ciclos são suficientes para alcançar o máximo de AR prático em casa.

Dica: Marmitas congeladas com arroz/batata e reaquecidas ao longo da semana naturalmente passam por esse processo.


IMPACTO REAL E CONSIDERAÇÕES

Embora a redução calórica por porção seja modesta, os benefícios metabólicos e fermentativos do amido resistente são significativos, especialmente em dietas para:

  • Controle glicêmico;

  • Emagrecimento;

  • Saúde intestinal e imunidade;

  • Saciedade prolongada.

Além disso, o AR pode ser uma estratégia natural para melhorar a qualidade da dieta sem abrir mão de alimentos tradicionais como arroz e batata.


REFERÊNCIAS

  • Haub, M. D., et al. (2010). Resistant starch and insulin sensitivity. Nutrition & Metabolism.

  • James, S. L., et al. (2015). The effect of cooling and reheating of cooked rice on glycaemic response. Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition.

  • Nugent, A. P. (2005). Health properties of resistant starch. British Nutrition Foundation Nutrition Bulletin.

  • Zhang, Y., et al. (2021). Multiple cooking and cooling cycles enhance resistant starch formation in starchy foods. Food Chemistry.

  • Robertson, M. D., et al. (2005). Insulin-sensitizing effects of dietary resistant starch and effects on skeletal muscle and adipose tissue metabolism. American Journal of Clinical Nutrition.

Postado

COZIMENTO DO ARROZ COM ÓLEO DE COCO: A TÉCNICA QUE PODE REDUZIR AS CALORIAS DO ARROZ EM ATÉ 60%

INTRODUÇÃO

Pesquisadores do College of Chemical Sciences (Sri Lanka) apresentaram em 2015 uma técnica culinária promissora para transformar o arroz em um alimento menos calórico e com melhor perfil metabólico. A proposta consiste em cozinhar o arroz com óleo de coco e submetê-lo a um período de resfriamento, com o objetivo de aumentar o teor de amido resistente e, assim, reduzir a absorção de calorias pelo corpo.


A TÉCNICA PASSO A PASSO

A metodologia, apresentada na 249ª Reunião da American Chemical Society, foi elaborada da seguinte forma:

  1. Ferva a água normalmente.

  2. Adicione 1 colher de chá de óleo de coco para cada 1/2 xícara de arroz cru.

  3. Cozinhe o arroz por 20 a 40 minutos, até que esteja completamente macio.

  4. Após o cozimento, leve o arroz à geladeira por no mínimo 12 horas.

  5. O arroz pode ser reaquecido antes do consumo, sem perda do amido resistente formado.

Esse método favorece a formação de cristais de amido retrogradado — mais estáveis e resistentes à digestão enzimática.


REDUÇÃO CALÓRICA: O QUE DIZEM OS DADOS?

A equipe de pesquisa observou uma redução potencial de até 50% a 60% das calorias digeríveis, dependendo da variedade do arroz. Contudo, os próprios autores reconhecem que esses dados são preliminares, derivados de análises laboratoriais. Até o momento:

  • Não existem estudos clínicos em humanos confirmando esse nível exato de redução.

  • É provável que a redução prática fique entre 10% e 30%, especialmente com arroz branco comum.

Ainda assim, trata-se de uma mudança significativa, considerando que 100 g de arroz cozido tradicional contém cerca de 130 kcal — uma redução de 20% representaria uma economia de mais de 25 kcal por porção.


DICAS PARA MAXIMIZAR O EFEITO

Se o objetivo for maximizar a conversão de amido em forma resistente:

  • Evite mexer o arroz durante o cozimento, o que pode quebrar os grânulos e prejudicar a formação dos cristais.

  • Resfrie completamente o arroz, mantendo-o em temperatura de geladeira (4–5°C) por ao menos 12 horas.

  • Ciclos adicionais de reaquecimento e resfriamento (até 2 ou 3 vezes) podem aumentar ainda mais o amido resistente, com relatos de incrementos de 10% a cada ciclo extra.

  • Utilize óleo de coco virgem, que contém maior concentração de triglicerídeos de cadeia média, potencializando a interação lipídica com o amido.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A técnica de cozimento com óleo de coco e resfriamento é uma abordagem simples e acessível que pode trazer benefícios relevantes, especialmente para quem consome arroz diariamente e deseja melhorar o perfil glicêmico e calórico da dieta. Apesar de mais estudos serem necessários para quantificar os efeitos em humanos com precisão, os resultados preliminares são promissores e justificam sua aplicação prática.

Postado

Você é o cara, Lucas kkkk

Nem em um milhão de anos eu iria esbarrar com um tópico desse. Vlw pelo conteúdo.

Apesar de ser trabalhoso, vou fazer o arroz assim agora!

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