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Postado
Em 26/06/2024 em 14:40, Joseph1 disse:

Mais um tópico que vai servir como referência para outros tópicos que surgirão, meus parabéns meu mano. 

Brigado veinho.

 

Em 26/06/2024 em 14:58, jovemsonhador disse:

Muito bom mestre! Mais um tópico favoritado aqui.

 

Ou seja, quanto menos massa muscular (receptores) aliados à doses maiores do que seu corpo suporta, a tendência é mais colaterais.

 

 

 

Captou a mensagem!

 

Brigado!.

  • 1 mês depois...
Postado
Em 26/06/2024 em 08:02, Vitor_Maromba disse:

   Um dos problemas que mais assustam os usuarios de eas é o hematocrito elevado, fugindo das faixas de controle dos mais diversos labs de análises clínicas brasileiros. 

   Sempre acho que vale a pena entender o mecanismo e a causa antes de tentar simplesmente encontrar uma solução,  pra que a mesma não seja paliativa e não te coloque em dependência de mais um medicamento ou algo mais extremo. O usuário de esteroides já é escravo da agulha e de diversos medicamentos pra tentar manter tudo sobre controle, quanto menos intervenção pra não virar um polifarmacia, melhor.

   Como acontece a regulação do hematocrito no nosso corpo?

   Os hormônios desempenham um papel significativo na regulação do hematócrito, que é a proporção do volume de sangue ocupado pelos glóbulos vermelhos. O hematócrito é um indicador da capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue.

   Embora diversos hormônios participem do processo, vou listar os principais e a sua função:

Eritropoietina (EPO)

• Função: A eritropoietina é um hormônio produzido principalmente pelos rins em resposta à hipóxia (baixa concentração de oxigênio no sangue).

• Efeito no Hematócrito: EPO estimula a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea. Quando os níveis de EPO aumentam, a produção de glóbulos vermelhos também aumenta, elevando o hematócrito. Esse mecanismo é crucial em situações como adaptação a grandes altitudes, onde a pressão de oxigênio é menor.

Testosterona

• Função: A testosterona é o principal hormônio sexual masculino, mas também está presente em menores quantidades nas mulheres.

• Efeito no Hematócrito: A testosterona estimula a produção de EPO e diretamente a medula óssea para aumentar a produção de glóbulos vermelhos. Isso explica por que os homens geralmente têm um hematócrito mais alto em comparação com as mulheres.

Hormônio do Crescimento (GH)

• Função: O hormônio do crescimento, produzido pela glândula pituitária, estimula o crescimento e a regeneração celular.

• Efeito no Hematócrito: GH pode aumentar a produção de glóbulos vermelhos ao estimular a produção de EPO. Ele também tem efeitos anabólicos que podem indiretamente aumentar a produção de glóbulos vermelhos.

Cortisol

• Função: O cortisol é um hormônio do estresse produzido pelas glândulas suprarrenais.

• Efeito no Hematócrito: Níveis elevados de cortisol podem estimular a liberação de EPO e aumentar a produção de glóbulos vermelhos. Em situações de estresse crônico, isso pode levar a um aumento no hematócrito.

Hormônios da Tireoide (T3 e T4)

• Função: Os hormônios da tireoide (triiodotironina, T3, e tiroxina, T4) regulam o metabolismo.

• Efeito no Hematócrito: Hipotireoidismo pode reduzir a produção de glóbulos vermelhos, diminuindo o hematócrito, enquanto o hipertireoidismo pode aumentar a produção de glóbulos vermelhos, elevando o hematócrito. A ação direta dos hormônios tireoidianos sobre a medula óssea e o metabolismo geral afeta a produção de glóbulos vermelhos.

   Além destes, mais relevantes pros usuários de eas, outros também participam, em menor grau, mas vou deixa los de lado por não julgar relevantes pro objetivo do tópico.

   Sendo assim, o equilíbrio hormonal é crucial para a manutenção de um hematócrito saudável. Alterações nos níveis hormonais podem ter efeitos significativos sobre a produção de glóbulos vermelhos.

   Os efeitos dos hormônios no hematócrito não ocorrem isoladamente. Eles interagem de maneiras complexas, e a condição geral do organismo, incluindo fatores como nutrição, saúde renal, e condições médicas pré existentes podem influenciar essas interações.
  
   O bacana de entender a teoria é que fica muito claro do porquê as coisas acontecem, e no caso do hematócrito em específico mais ainda, pois principalmente a testosterona é um forte estimulador da produção de EPO, além de atuar diretamente também na medula óssea para induzir a produção de glóbulos vermelhos.

   Entendido isso, precisamos agora ver os reais perigos de um hematocrito elevado e por que tanta gente morre de medo de ver ele acima dos nvs laboratóriais determinados.
 

1. Aumento da Viscosidade Sanguínea

• Problema: O sangue mais espesso pode dificultar a circulação através dos vasos sanguíneos.

• Efeito: Pode levar ao aumento da resistência vascular e à diminuição do fluxo sanguíneo para tecidos e órgãos.

2. Risco de Coagulação Sanguínea

• Problema: O sangue mais espesso tem uma tendência maior a formar coágulos.

• Efeito: Pode resultar em trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar, acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque cardíaco.

3. Hipertensão

• Problema: O aumento da viscosidade sanguínea pode aumentar a pressão arterial.

• Efeito: A hipertensão pode levar a danos nos vasos sanguíneos, coração e outros órgãos ao longo do tempo.

4. Sobrecarrega do Coração

• Problema: O coração precisa trabalhar mais para bombear o sangue mais espesso através do corpo.

• Efeito: Pode levar à hipertrofia do ventrículo esquerdo (espessamento das paredes do coração) e, eventualmente, à insuficiência cardíaca.

5. Redução do Fluxo Sanguíneo para Órgãos

• Problema: O sangue mais viscoso pode não fluir facilmente para pequenos vasos sanguíneos.

• Efeito: Pode causar isquemia (falta de oxigênio) em vários órgãos e tecidos, resultando em danos celulares e disfunção orgânica.

6. Problemas Neurológicos

• Problema: O fluxo sanguíneo reduzido para o cérebro pode causar problemas neurológicos.

• Efeito: Pode resultar em sintomas como dor de cabeça, tontura, visão turva e, em casos graves, AVC.

7. Esplenomegalia

• Problema: O aumento do número de glóbulos vermelhos pode sobrecarregar o baço.

• Efeito: Pode levar a uma condição chamada esplenomegalia (aumento do baço), que pode causar desconforto abdominal e aumentar o risco de ruptura esplênica.

8. Desidratação

• Problema: A desidratação pode aumentar o hematócrito porque o volume de plasma (a parte líquida do sangue) diminui.

• Efeito: Agrava a viscosidade do sangue e os riscos associados, como coagulação e hipertensão.

9. Hiperviscosidade Sanguínea

• Problema: Um hematócrito elevado pode causar uma síndrome de hiperviscosidade.

• Efeito: Pode levar a sintomas como visão turva, dor de cabeça, tontura e alterações no estado mental.
   Provavelmente a sua impressão depois de ler tudo isso é a de ficar mais preocupado, e certamente vale a preocupação e os exames constantes (coisa que todo usuário deveria fazer).

    Uma coisa que ninguém com hematocrito alto faz eh verificar a pressão durante o treino com pesos. Claro que uma leve elevação é esperada, mas há um limite.

   Diferente do cardio, onde o corpo está em movimento e a circulação está a mil, no treino resistido vc faz pressão de sangue contra músculo contraído, e aí está o primeiro risco, principalmente se já apresenta algum quadro ou sinalização com coração ou AVC. Aqui já está um dos primeiros erros, pois uma minoria absoluta de usuários faz consulta com clínico geral de qualidade e com um ótimo cardiologista com pelo menos alguma experiência em utilização de eas.

   Tirando casos pontuais onde existam esses sinais o risco imediato é baixo. Baixo não quer dizer inexistente, afinal, vc sabe pra quanto vai a sua pressão arterial normalmente durante um treino? E após introduzir os eas e o hematocrito subir, tem alguma ideia? Justamente pelos usuários não fazerem ou conhecerem o básico a coisa se torna séria e a devida atenção deve ser dada.

   No longo prazo a coisa já é bem diferente. Além dos problemas já citados, a sobre carga pra cima do rim é bastante grande. E deixei este em separado pois é especial e normalmente não falado na mídia. Vimos que a viscosidade do sangue com o hematocrito alto fica comprometida e o sangue fica com dificuldade de fluir por pequenos vasos sanguíneos. Ou seja, eu estou dificultando justamente a passagem do sangue pelo filtro do corpo. Numa analogia bem besta, retire o filtro de combustível do seu carro e veja quanto tempo ele leva pra dar pau. Hemodiálise eh algo bastante recorrente em usuário de ea que não cuida de seus marcadores, e recentemente tivemos um caso bem grave de um coach famoso que está condenado a isso até conseguir um rim novo.

   Mas..., e como faço pra usar esteroides e deixar o hematocrito sobre controle?

   A resposta que mais ouço dentro desse assunto é: Faça uma sangria ou doe sangue.

   Flebotomia, ou sangria terapêutica. Vc trata o problema de maneira imediata, mas não a causa. Os poucos médicos que usam dão um intervalo de pelo menos 2 meses entre uma e outra, pois procedimentos contantes levam a anemia, hipotensão, desequilíbrio de eletrólitos, e principalmente sobrecarga da medula óssea após a retirada, oque de forma constante trás danos severos a medula. Eu encaro a sangria como uma solução de emergência, pra ser feita uma vez, com suporte clínico em pacientes que apresentem algum sinal pré existente. Só. Após a retirada do sangue se a causa não for tratada, rapidamente o hematocrito sobe denovo, ou seja, não resolve o problema.

   Há indícios de paliativos de uso contínuo natoquinase, etc, mas são indícios, e embora eu acredite, ainda pouquíssimo estudados, e mesmo que funcionem, certamente não é no curto prazo.

   O aas somente tira a viscosidade do sangue, não faz o hematocrito baixar, então é outro fármaco que não resolve.
 
   Porra, mas nada resolve, então oque fazer?

   A primeira coisa é manter a calma. Se você fez um check up descente sabe se tem algum quadro pré existente, se não fez, vai ter que começar a prestar bastante atenção principalmente na sua pressão arterial.

   O segundo passo é tratar a causa.

   Vimos ali na parte teórica que a viscosidade é um problema, então aumentar a quantidade de ingestão de água pra aumentar o plasma sanguíneo é uma boa ideia.

   Vimos também na parte teórica que o cortisol é um grande acionador do EPO,  então adotar uma rotina mais forte de cardio é outra boa ideia, pois além de mandar o cortisol embora, ainda fará com que seu sangue circule adequadamente por todo seu corpo, além de fortalecer o coração, pois aumenta o volume sistólico,  ou seja, o coração bombeia mais sangue com menos esforço, combatendo também mais um dos males de uso de hormônios, assim diminuindo o débito cardíaco. Melhorando o fornecimento de oxigênio pelo sangue, acaba levando seu corpo a uma redução da sinalização de EPO. Ajuda a criar novos vasos sanguíneos e a reduzir a pressão arterial. De quebra ainda melhora o perfil lipidico e melhora a sensibilidade a insulina. Fortalece o miocárdio. Por isso insisto tanto que cardio pra usuários de eas não é opcional.

   Por último, mas não menos importante, combater o que começou tudo isso.

   A testosterona (ou outros eas) é um forte sinalizador do EPO, assim como ela mesmo age levando o corpo a aumentar o hematocrito. É normal usuários iniciantes sofrerem com isso, e mesmo mais experientes, por um motivo muito simples. A porra da dose que vc está usando esta muito alta, vc não tem receptores suficientes pra dose que está usando, e os hormonios a mais estão passeando pelo seu corpo tentando encontrar alguma função. Simples assim. Reduza a porra da dose de hormônios.

   Tem duvidas de como começar, aqui está um guia pra vc:

   



   Pra finalizar e deixar bem claro, são 3 passos simples pra reduzir o hematocrito:

   Aumente ingestão de água.
   Aumente os cardios.
   Reduza e ajuste a dose de hormônios.

   Simples, e funcional.

   Abraço.

Caraca meu amigo!! Parabéns pelo post! Obrigado 

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