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  • Supermoderador
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Certamente, a famosa “gineco” é um dos colaterais mais relatados entre os usuários de esteroides anabolizantes do sexo masculino. Por mais que esta condição não coloque o usuário em risco de vida ou diminua sua longevidade, o seu desconforto pode ser bem grande, principalmente do ponto de vista psicológico.

 

Ao contrário do que muitos pensam, a sensibilidade não é sentida em todos os casos, podendo, então haver o desenvolvimento da glândula mesmo sem esse sinal clínico. Logo, o usuário deve sempre considerar ficar atento a esse colateral. Além disso, também há a possibilidade de associação com a lipomastia. De qualquer forma, o ideal, para fechar o diagnóstico da ginecomastia, seria a realização de exames de imagem, como uma ultrassonografia, por exemplo.

 

Enquanto a testosterona e, principalmente, o DHT agem de forma inibitória no desenvolvimento da glândula mamária, o estrogênio (principalmente o estradiol), a progesterona, a prolactina e também o IGF-1 agem de forma estimuladora. E, sim, usuários de GH acabam por se expor mais ao risco desse colateral.

 

Em casos avançados, onde a ginecomastia se desenvolveu por um tempo considerável e não houve intervenção farmacológica, a cirurgia pode ser a única opção. No entanto, antes disso, o tratamento farmacológico deverá ser considerado (isso, claro, após o diagnóstico médico).

 

O fármaco mais utilizado nesse caso é o famoso tamoxifeno, pertencente a classe dos “modulares seletivos de receptores estrogênicos” (SERMs). Ele se liga de forma antagônica nos receptores estrogênicos da glândula mamária impedindo a ligação do estradiol. Vale ressaltar que a ação do tamoxifeno, em outros tecidos, pode ser de agonista, como é o caso do tecido ósseo, por exemplo (mas isso não é o foco aqui rs).

 

No entanto, um dos colaterais que o tamoxifeno pode exercer é o aumento no risco de eventos trombóticos, isso devido a sua alteração no processo de alguns fatores e proteínas envolvidas na coagulação, como a proteína S e a antitrombina. Logo, o seu uso só fará sentido quando realmente for necessário.

 

Outra classe de fármacos normalmente utilizada é a dos inibidores de aromatase (IA’s). Diferente dos SERMs, os IA’s atuam sobre a enzima aromatase inibindo a sua ação sobre a conversão de testosterona e androstenediona em estrogênio. O risco maior no seu uso está na possibilidade, e até uma certa facilidade, em reduzir os níveis de estradiol além do ideal, causando sintomas como queda de libido, disfunção erétil, dores nas articulações e nos músculos, alterações comportamentais, do perfil lipídico, entre outras. Novamente, o seu uso deve ser cauteloso e feito apenas quando necessário. Entre os mais usados estão o anastrozol, letrozol e o examestano. Os dois primeiros exercem uma inibição do tipo reversível, enquanto que o terceiro exerce uma inibição irreversível da enzima.

 

O que podemos concluir?

 

- SERM’s e IA’s só devem ser utilizados quando realmente for necessário, não havendo a abordagem de “uso preventivo”.

- Apesar de serem bem conhecidos e utilizados nesse meio, os seus possíveis efeitos colaterais merecem tanta atenção quanto aos colaterais dos esteroides anabolizantes

- A ginecomastia pode ser evitada ou contornada através do acompanhamento médico, do monitoramento de exames bioquímicos e de imagem e, principalmente, se houver bom senso na utilização dos recursos ergogênicos.

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Excelente conteúdo Cássio, está na hora de dar uma "atualizada" nos artigos da parte de hormônios, muita informação bem defasada, conteúdo de 2010~2013... 

Precisava atualizar o conteúdo e ir mudando os tópicos fixos.

 

Parabéns pelo conteúdo.

 

  • Supermoderador
Postado
Em 15/03/2022 em 15:25, tmz disse:

Excelente conteúdo Cássio, está na hora de dar uma "atualizada" nos artigos da parte de hormônios, muita informação bem defasada, conteúdo de 2010~2013... 

Precisava atualizar o conteúdo e ir mudando os tópicos fixos.

 

Parabéns pelo conteúdo.

 

Opa, @tmz. Agradeço, de coração, pelo seu feedback! Vou tentar, na medida do possível, ir colocando mais conteúdo do tipo aqui. Vou começar a escrever uma série de posts no insta, inicialmente, focando mais nos colaterais, mas depois posso ir estendendo isso e vou compartilhando aqui no fórum também. Só preciso de mais tempo pra fazer isso haha. Esse post ainda foi algo, digamos, relativamente simples. Mas depois também pretendo colocar coisas mais específicas e detalhadas, sendo que eu amo a área da fisiologia endócrina e seria muito bacana compartilhar conhecimento dessa área com todos aqui. :thumbsup_anim:

 

Mais uma vez, muitíssimo obrigado!

Postado
Em 15/03/2022 em 15:32, cassioramos.cr disse:

Opa, @tmz. Agradeço, de coração, pelo seu feedback! Vou tentar, na medida do possível, ir colocando mais conteúdo do tipo aqui. Vou começar a escrever uma série de posts no insta, inicialmente, focando mais nos colaterais, mas depois posso ir estendendo isso e vou compartilhando aqui no fórum também. Só preciso de mais tempo pra fazer isso haha. Esse post ainda foi algo, digamos, relativamente simples. Mas depois também pretendo colocar coisas mais específicas e detalhadas, sendo que eu amo a área da fisiologia endócrina e seria muito bacana compartilhar conhecimento dessa área com todos aqui. :thumbsup_anim:

 

Mais uma vez, muitíssimo obrigado!

 

Muito bom, agrega muito valor.

Automaticamente te ajuda nos estudos.

 

Tmj

 

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