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Postado (editado)

Dr. Paulo Muzy mantém uma live pelas manhãs chamada Banha Não Tem Calendário - BNTC. Ali ele recebe dúvidas diversas e segue respondendo-as. Vez ou outra tem hater, ele surta, enfim, é divertido, pois ele gosta de descrever bastante as vias mecanicistas tanto da fisiologia quanto da fisiopatologia.

 

Mas há vezes em que o programa não é só ele. Há convidados de vez em quando. Um destes é o neurocientista Eslen Delanogare. Não dá pra dizer foi o Eslen porque ele de vez em quando é convidado pelo Muzy. Foram as únicas lives em que eu cheguei a parar de treinar pra acompanhar o papo. Coisa muito boa mesmo. Coincidência ou não, após estas lives ele explodiu nos podcasts. O Instagram dele relaciona quais foram os podcasts em que ele participou. Acho que a todos vale a pena assistir.

 

Uma filhadaputagem que o Eslen faz é que ele dá a dica do estudo mas não entrega o ouro. Não dá o DOI do artigo, não detalha o título ou o autor, cita a revista, o ano e... mais nada. É foda, porque a gente vai acostumando a ouvir uma coisa legal, mas aquela conferidinha na fonte de onde o manolo tirou a informação é indispensável.

 

Explico a importância da gente saber a fonte seguir com um exemplo.

Istagrâmicos (e também aquela mina do Nunca vi 1 cientista) recentemente andaram criticando o jejum intermitente tardio e gostam de comentar acerca do jejum cedo (das seis às 14h) quando comparado com o jejum tardio (das 14 às 22h) pra dizerem que o tardio "promove resistência à insulina, blá, blá, blá, que engorda e os carai...". Eu li o tal do artigo.

O que ocorre: ambos os grupos perdem peso e melhoram marcadores. Ocorre, entretanto, que o grupo que fez jejum cedo obteve melhores resultados. Mas, porra, fala que ambos progrediram! Custa? Precisa estereotipar a coisa ao ponto de deturpar o conteúdo do artigo?

 

Eu já fui atrás do Esla, já escrevi texto bonitinho, elogiando e tudo mais. Mas o cabra pula a minha pergunta e vai pra galerinha "aff eu tô tão desanimadinho... que dica você me dá...?".

Pois é. Essa é a única reclamação do Eslen, mas acho ele muito bom no que faz.

 

Um dos cortes destes podcasts me chamou a atenção e é este que trago aos colegas.

 

 

 

Hoje foi o dia #1/14 pra mim. Vamos ver se vai ser assim. Vou relatar lá no meu diário.

 

Tem um outro da moedinha, que irei fazer também junto pra ver se dou um "up" na moral.

 

 

Editado por Vecchio
Erros....

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Postado

Já li que essa questão de "Jejum de Dopamina" é pseudociência.

 

Acho que fica muito simples botar a culpa do álcool no aumento de dopamina, quando o mesmo inibe diversos sistemas do seu corpo.

 

Fato é que se uma atividade do seu dia a dia está atrapalhando outras você tem que se livrar dela - e só por esse motivo já se torna valido, ao invés de você querer embelezar com vocabulário científico o motivo para deixar de fazer algo.

Postado (editado)
Em 13/10/2021 em 23:49, Mr Nobody disse:

Já li que essa questão de "Jejum de Dopamina" é pseudociência.

 

Acho que fica muito simples botar a culpa do álcool no aumento de dopamina, quando o mesmo inibe diversos sistemas do seu corpo.

 

Fato é que se uma atividade do seu dia a dia está atrapalhando outras você tem que se livrar dela - e só por esse motivo já se torna valido, ao invés de você querer embelezar com vocabulário científico o motivo para deixar de fazer algo.

 

E é bem por este motivo que eu implico dele não apontar as referências de forma clara. Pra pagar com a minha língua, enquanto escrevia aqui, percebi que o poste dele no Instagram de hoje há uma citação de fonte kkk.

 

Mas enfim, essa treta do tempo de se acostumar com alguma coisa, de quebrar um hábito, aparentemente surgiu com um cirurgião, que depois virou psicólogo, chamado Dr. Maxwell Maltz. Ele, com base em prática clínica, detectou que seus pacientes levavam em média trẽs semanas para se habituarem a novos hábitos.

 

No entanto, a evidência com base em prática clínica costuma ser atacada pelos acadêmicos. Dr. Atkins, no passado sofreu com o mesmo problema. Ambos os casos careciam de experimentos, random clinical trials, duplamente cegados, grupos aleatoriamente escolhidos, blá, blá, blá.

 

E aí, como esta constatação foi da década de 1960, ensinada em um livro dele chamado Psyco Cybernetics[1], a coisa ficou sendo propagada boca a boca. 21 dias daqui, 21 dias de lá, coisa e talz.

 

Só em 2010, pelo jeito, houve de fato um experimento[2], agora sim com variáveis controladas. Os pesquisadores encontraram um intervalo monstro. As pessoas, no experimento que fizeram, acostumaram-se com novos padrões de vida em intervalos de tempo que vão de meros 18 dias até 254! Tudo bem que obtiveram uma média assintótica de 66 dias.

 

Daí, quando eu vi ele falar de 21 dias, rebaixados por ele pra 14 dias, me acendeu a flag, primeiro porque eles mesmos, psicólogos pesquisadores, supostamente não dão trela pra evidências baseadas em práticas clínicas como as obtidas pelo Dr. Maltz. Citei o doi desse outro estudo e o mano não respondeu. Depois da terceira tentativa desisti.

 

[1] https://www.amazon.com.br/Psico-Cibernetica-Maxwell-Maltz/dp/1607967782/ref=asc_df_1607967782/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379707111052&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=844991412711199967&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=9102119&hvtargid=pla-396828636921&psc=1

[2] 10.1002/ejsp.674

 

Minha opinião:

 

1. Blogueirada tomou conta do tal do jejum dopaminérgico e transformaram a coisa no que blogueiros costumam transformar: em uma deturpação. Um período de supressão de determinados estímulos parece que de fato vem surtindo efeito. Exemplo disso é a piazada nova viciada em punheta. Não endurecem mais o pinto, precisam colocar vídeo de cavalo trepando com ovelha pra sentir algum tipo de excitação, não sentem estímulos mais ao ver uma mulher nua na frente deles. Tem até um documentário da Netflix com um camp nofap pra essa piazada dar um reset, obviamente longe de smartphones. Segundo o que comentam, saem melhor do que entraram. No entanto, parece-me que, como ele comenta no vídeo, uma mera redução na periodicidade do sistema de recompensas consegue restabelecer muitas vezes alguns bons hábitos (vídeo da moedinha).

 

2. Independentemente da forma como que se chegou em tal período, seja 21 ou 66 dias, não custa experimentar, pois a musculação é mestra em experimentar coisas novas, né? Arrisco dizer que foi no meio maromba onde nasceu o jejum intermitente, o aeróbio em jejum, a dieta flexível e cada um destas ideias conseguiu encontrar adeptos. Isso sem contar com as mais diversas técnicas novas de musculação que só anos depois é que encontraram respaldo científico.

Editado por Vecchio
Link do livro não apareceu. Tava bom do bronco ver porque tá ocorrendo isso
Postado
Em 14/10/2021 em 13:16, t2ds disse:

Vecchio. Tem algo de qualidade mostrando que jejum intermitente é positivo?

 

Acredito que zero para pessoas saudáveis.

 

Parece ser somente uma estratégia para quem costuma ter problema com comida ou então preferem trabalhar, levarem suas vidas e comerem somente em casa, no final do dia, por exemplo, enfim, por comodidade.

 

Ao se restringir a janela de alimentação, problemáticos como eu lidam com mais facilidade ao comer por ter menos chances de errar. Se eu pudesse eu faria uma única refeição ao dia até pra reduzir o tempo de ficar olhando no relógio e pensando "ah... faltam tantas horas pra próxima refeição", etc.

 

Mas pode ocorrer o efeito oposto, que é o de causar compulsão. Logo, é uma estratégia que depende da individualidade.

 

Para aqueles que já sofrem com resistência à insulina e que lidam bem com jejum intermitente, comenta-se de um suposto benefício de permanecerem menos hiperglicêmicos por mais tempo, melhorando o quadro geral. Obviamente que, pra que isso ocorra, necessitam estar em deficit. No entanto, isso é uma análise mecanicista. Não encontrei experimentos com pré-diabéticos consumindo xxxx calorias ao longo do dia comparados com as mesmas xxxx calorias em jejum intermitente.

Postado (editado)

Concordo com a parte do jejum que o Vecchio comentou. 

Vantagens naum tem, mas também naum dá pra dizer que é pior. Eu uso por comodidade, preferencia a comer refeições maiores e naum sentir fome durante o período de jejum. Basicamente é só uma ferramenta que quem consegue se adaptar, raramente volta ao padrão de alimentação normal.

@t2ds se quiser ouvir algo sobre o jejum intermitente pra quem treina, procura o podcast que o Alan Aragon participou juntamente com o Mark Bell (to no cel agora, naum consigo pegar o link). Ele foi totalmente objetivo ao dizer que 2-3 refeições por dia já são totalmente suficientes para hipertrofia, desde que os macros e proteínas sejam batidos e que uma frequência maior de refs (4+), se tiver diferença, é mínima a nível de Olympia (diferença entre segundo e terceiro lugar) - nas palavras dele-.

Editado por SaBiih
Postado
Em 14/10/2021 em 13:11, Vecchio disse:

1. Blogueirada tomou conta do tal do jejum dopaminérgico e transformaram a coisa no que blogueiros costumam transformar: em uma deturpação. Um período de supressão de determinados estímulos parece que de fato vem surtindo efeito. Exemplo disso é a piazada nova viciada em punheta. Não endurecem mais o pinto, precisam colocar vídeo de cavalo trepando com ovelha pra sentir algum tipo de excitação, não sentem estímulos mais ao ver uma mulher nua na frente deles. Tem até um documentário da Netflix com um camp nofap pra essa piazada dar um reset, obviamente longe de smartphones. Segundo o que comentam, saem melhor do que entraram. No entanto, parece-me que, como ele comenta no vídeo, uma mera redução na periodicidade do sistema de recompensas consegue restabelecer muitas vezes alguns bons hábitos (vídeo da moedinha).

 

Não tenho duvida de que estar longe do estimulo vá te fazer bem.

 

Só é complicado jogar tudo isso nas costas da dopamina. Tem história por traz dessas pessoas viciadas em punheta - e muitas delas provavelmente tem problemas com interações sociais e possivelmente não acreditam nem que ter uma namorada seja possível e o que resta é a fantasia e que hoje em dia é de fácil acesso. Poderiamos jogar a culpa na dopamina ou no ambiente - cada vez mais frustrados sem a capacidade de criar uma conexão emocional com outro ser humano procuram conteúdos cada vez mais hardcores, porque infelizmente não estão chegando mais perto do que desejam.

 

Quanto a qualidade da ereção poderia ser pela questão: orgasmo = liberação de prolactina (que vai causar problemas de ereção, um orgasmo por dia provavelmente não vai causar nada no seu quadro hormonal, mas e 10~20?) ou até mesmo uma questão de lesão pela área ser muito utilizada.

 

Eu não acredito que só deixar de fazer algo vá acabar com o seu problema. se você não mudar outros hábitos, caso você não mude a tendência é voltar para o hábito anterior. Eu não vi o documentário da Netflix, mas imagino que durante o camping nofap eles aprendam outras habilidades ou talvez estejam constantemente socializando com os outros. Mas e a melhora persiste se eles voltam para casa e vivendo igual antes de terem ido ao acampamento?


Tem um livro chamado Inteligência Emocional, do Daniel Goleman e nele ele comenta que diferentes drogas tem maiores chances de viciar pessoas com diferentes emoções: maconha para ansiedade, cocaína para depressão, heroína para raiva.

 

Em 14/10/2021 em 13:11, Vecchio disse:

2. Independentemente da forma como que se chegou em tal período, seja 21 ou 66 dias, não custa experimentar, pois a musculação é mestra em experimentar coisas novas, né? Arrisco dizer que foi no meio maromba onde nasceu o jejum intermitente, o aeróbio em jejum, a dieta flexível e cada um destas ideias conseguiu encontrar adeptos. Isso sem contar com as mais diversas técnicas novas de musculação que só anos depois é que encontraram respaldo científico.

 

Concordo com tudo. Se está te fazendo bem você deve se manter, o problema que eu tenho com isso é querer usar termos científicos para algo que não está provado. Tudo bem dizer que é uma hipótese, é assim que nasce a necessidade de criar pesquisas em torno do assunto.

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