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Do ponto de vista fisiológico, para contribuir no emagrecimento, o profissional pode e deve promover aumento da lipólise e de lipases (quebra de gorduras).

Os lipídeos neutros (gordurinhas) são armazenados na forma de triacilgliceróis no tecido adiposo.

 E para complicar, esse composto está na forma de gotículas de gorduras dentro da célula, sendo necessário vários passos para a quebra.
Inicialmente, é necessário que hormônios catabólicos como, adrenalina, glucagon, cortisol e GH, se liguem a receptores no tecido adiposo. Ao se ligarem, é emitido um sinal para a proteína G que estimula produção de um 2° mensageiro, o cAMP (AMP cíclico).
Esse cAMP ativa a proteína quinase dependente de cAMP, a PKA. É importante a PKA pois ela ativa no citosol a LHS (lipase hormônio sensível) e as famílias de PERILIPINAS (de 1 a 5), na qual revestem a gotícula de gordura junto com suas colipases.
Esse passo permite que a ATGL (triacilglicerol lipase), quebre os triacilgliceróis em diacilgliceróis. As PERILIPINAS ativadas se associam com LHS, que agora entra na gotícula de gordura e quebra os diacilgliceróis em monoacilgliceróis.
 
Uma 3ª lipase entra na jogada, a MGL (monoacilglicerol lipase) que quebra os monoacilgliceróis nos famosos ácidos graxos livres (AGLs). Esses AGLs serão transportados pela albumina no sangue e podem ser oxidados no músculo.
Será que o exercício pode potencializar esses passos metabólicos aumentando a expressão das PERILIPINAS? Louche et al. (2013) viram que sim. Eles submeteram homens obesos (~32 anos) a 8 semanas de treino aeróbio.
 
Após intervenção, além da melhora da aptidão aeróbia (~10%), foi observado na biópsia muscular, redução de: - 42% de gordura intramiocelular; aumentos de: enzimas da cadeia respiratória (complexos I; III e V), +72% de ATGL, +78% de LHS, +2,4x de perilipina 3, +26% de perilipina 5 e +20% as colipases.
 
No estudo de Pourteymour et al. (2015) eles observaram que 12 semanas de treino combinado (aeróbio + musculação) em homens de meia idade com sobrepeso, foi capaz de aumentar na biopsia de tecido adiposo: +6% de perilipina 1 e +16% de perilipina 5.
 
Assim, observamos que podemos contribuir na vida das pessoas, atuando de maneira concreta sobre esse metabolismo complexo. Essa é apenas uma vertente no tratamento da obesidade. Não esqueçamos que também somos seres afetivos, sociais, e emocionais, na qual necessita de ser bem cuidado.
referências:
-- Nelson DL, Cox MM. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
-- Louche K, et al. Endurance exercise training up-regulates lipolytic proteins and reduces triglyceride content in skeletal muscle of obese subjects. J Clin Endocrinol Metab. 2013;98(12):4863-71.
-- Pourteymour S, et al. Perilipin 4 in human skeletal muscle: localization and effect of physical activity. Physiol Rep. 2015;3(8):e12481.

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  • Supermoderador
Postado

Saint,

 

Artigo interessante por falar de algo desconhecido para a maioria das pessoas. Porém creio que a aplicação prática seria apenas para pessoas que têm deficiência nesta etapa da lipólise, não?

 

Para quem não tiver deficiência, esta etapa vai ocorrer naturalmente como as demais, e o impacto na perda de gordura vai vir do déficit calórico. Melhorar a eficiência de uma etapa não vai fazer diferença se ela não for a etapa "crítica" - como analogia, não adianta realizar a lipólise se o corpo não estiver necessitando utilizar o ácido graxo como energia, ele será simplesmente armazenado de volta nas células de gordura.

 

 

Tem alguma informação sobre deficiência ou problemas com esta etapa da lipólise?

Postado
21 minutos atrás, mpcosta82 disse:

Saint,

 

Artigo interessante por falar de algo desconhecido para a maioria das pessoas. Porém creio que a aplicação prática seria apenas para pessoas que têm deficiência nesta etapa da lipólise, não?

 

Para quem não tiver deficiência, esta etapa vai ocorrer naturalmente como as demais, e o impacto na perda de gordura vai vir do déficit calórico. Melhorar a eficiência de uma etapa não vai fazer diferença se ela não for a etapa "crítica" - como analogia, não adianta realizar a lipólise se o corpo não estiver necessitando utilizar o ácido graxo como energia, ele será simplesmente armazenado de volta nas células de gordura.

 

 

Tem alguma informação sobre deficiência ou problemas com esta etapa da lipólise?

sim sim martin

mais para agregar conhecimento pra quem busca entender fisiologicamente o que acontece no tecido adiposo...

na minha época não havia esse conhecimento

 

não, estou lendo sobre isso agora pra minha pós graduação achei interessante postar apenas

eu sabia por cima sobre isso 

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