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Publicado por Paulo Muzy - Ortopedista em 17/12/2009 na categoria Musculação, Saúde

Alguém já te perguntou de suas articulações? Como está o seu ombro, como está o seu joelho (essa é muuuuuito comum…)? Imaginei que sim, sabe por quê? Porque em alguns momentos deixamos elas serem castigadas mais do que suportariam, e hoje vamos falar como, vamos falar dos princípios de isolamento, deslizamento e contração de pico e portanto, vamos acabar falando de como previnir e tratar destes problemas.

Primeiro, lembra o seu professor falando para você fazer o movimento correto na musculação? O seu treinador de corrida mostrando como se deve corer? O seu professor de natação lhe ensinando o movimento da braçada? Pois é, um dos objetivos desta preocupação por parte do educador físico é poupar sua articulação ao ponto de não causar desgaste além da capacidade de você ser capaz de regenerar-se.

A articulação desgasta sim, mas não como pensamos: o tecido cartilaginoso obedece a uma disposição especial que garante que ele tenha desgaste em substâncias imediatamente renováveis, proporcionando, assim, uma superficie de atrito com desgaste desprezível, e que de fato tenha a tendência a durar a vida inteira. Isso porque a substância que se desprende no atrito de uma superficie cartilaginosa com a outra é a água… isso mesmo: ÁGUA.

O tecido cartilaginoso é formado de tal forma que quanto mais perto do osso maior a densidade de um tipo de célula chamada condrócito, que é especializada em produzir uma matriz rica em proeoglicanos capazes de segurar água. Quanto mais perto da superfície, menos células e mais água, até que, a própria superfície seja formada basicamente por água que se desprende do tecido original como resultado do atrito sofrido.

O grande problema é que pouca gente está atenta ao cuidado com a sua cartilagem, colocando pressão demais nela ou ainda, pressionando em momentos em que esta não está preparada para tal.

Lembra dos jogadores de futebol fazendo movimento rápidos com pernas e coxas somente com a carga do corpo? Pois é, quando aplicamos velocidade de deslizamento com o mínimo de carga possível, e se possível sem nenhuma carga, a cartilagem se aquece e inclusive aumenta suas espessura por aumentar sua capacidade de concentrar água em suas camadas superficiais.

Quando isso não acontece?

Basicamente quando não aquecemos adequadamente ou quando colocamos sobrecarga mecânica por períodos prolongados. É por isso que nos treinos de força o seu professor lhe dá pausas entre as semanas de treino para fazer o que ele chama de período regenerativo. Uma das regenerações que ele quer provocar é justamente a da cartilagem articular que precisa ter uma trégua.

Existem drogas que alteram o curso natural dos eventos?

Sim, mas não se anime rápido demais. Não é porque você passa a utilizá-las que poderá exceder-se nos treinamentos… Condroitina e glicosamina, por exemplo, os mais comuns e mais acessíveis à população, demoram de 2 a 3 meses para surtir alguma diferença e tem de ser sustentados para sempre se seus benefícios forem notados e a decisão seja pela manutenção deles. Ainda assim, existe muita controvérsia no meio científico a cerca deste assunto, com defensores ferrenhos e opositores minuciosos. Acredito que cada paciente é um paciente e desde que não faça mal, a experiência pode ser válida.

Já a infiltração intra-articular de visco-suplementadores, o que chamamos de viscossuplementação, é algo mais aceito como efetivo no meio científico e comumente vemos casos de sucesso realizados em síndromes patelo-femurais causadas por desgastes na cartilagem patelar (atenção, síndrome femuro-patelar ou patelofemoral ou ainda das dores anteriores do joelho NÃO são sinônimos de condromalácia ainda que algumas vezes são usados como…). Nesse caso, o efeito analgésico pode ser sentido de imediato, portanto, são muito mais confiáveis. A dificuldade se dá pelo processo: deve ser feito por um ortopedista especializado no assunto. Não há espaço para aventureiros pelo risco de lesão, de infiltração em locais incorretos e principalmente risco de infecção, que quando acomete uma articulação é muito grave e invariavelmente leva o paciente à mesa de cirurgia, muitas vezes acelerando ou criando a necessidade de uma artroplastia (cirurgia de prótese) no futuro. A duração dessa ação varia de 9 meses a 1 ano e pode ser repetida sem maiores problemas.

E sem medicações, o que podemos fazer?

Alongar adequadamente, realizar os movimentos de maneira correta e seguir as orientações do seu educador físico em ordem de correr o menor risco possível deste tipo de problema.

Pausa para o puxão de orelha:

Sabe o que o seu professor fica lhe falando sobre fazer o movimento devagar? Então, ele utiliza o principio do isolamento, deslizamento e contração de pico, em ordem de você treinar justamente para ter o efeito estético desejado. De quebra, dessa forma, a pressão articular é diminuída devido a tendência da força exercida pelo peso elevado a ser dissipada preferencialmente no músculo em vez das articulações envolvidas. Portanto, fletir o cotovelo (dobrar o braço) é muito diferente de treinar bíceps… treinar bíceps é treinar devagar, utilizando a amplitude de trabalho do músculo e sustentando a contração pelo máximo de tempo possível. Dessa forma, você tem mais resultado e de quebra protege as suas articulações.

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PS: rodts, sempre que vou postar algum artigo sobre treino, esta seção está bloqueada....

por isso sempre estou postando na seção treinamento e esperando algum outro modera mover pra seção correta.

Abraço

  • 3 semanas depois...

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