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Low Carb É Realmente Melhor Para Composição Corporal?


Posts Recomendados

40 minutos atrás, pibols disse:

Depende, se vc eh um ectozao q se da bem com carbo, eu nao iria de low carb num cutting nao. Agora se vc eh um cara q tem tendencia a acumular gordura facil, q nao tem um metabolismo mt acelerado, q tem a pele mais grossa... dai eu apostaria na low carb. Depende do individuo, nao da dieta, tem q ver se o individuo se adapta a ela e se seu   dia a dia tambem.

Eu sou endo, ex-obeso, 7 anos treinando.

Mas sem levar pra experiência individual, isso varia muito, eu só fui objetivo na resposta a uma pergunta objetiva.

não é melhor, não é pior

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1399859121001-Fed-Up.jpg

 

Um exame da epidemia da obesidade dos Estados Unidos e o papel da indústria alimentar em agravá-lo. Fed up mostra como as primeiras diretrizes alimentares emitidas pelo governo dos EUA há 30 anos esquecendo o papel do açúcar dietético no aumento dos riscos de obesidade, diabetes, e os resultados ruins associados a saúde, particularmente em crianças. Uma vez que essas diretrizes efetivamente toleraram a adição ilimitada de açúcar aos alimentos consumidos pelas crianças, o consumo de açúcar aumentou muito, a obesidade disparou e gerações cresceram muito mais gordas do que seus pais. Estas crianças enfrentam problemas de saúde e menor expectativa de vida como resultado. Com a relação entre a dieta rica em açúcar e problemas de saúde surgiram entrincheirados interesses da indústria de açúcar com recursos de lobby financeiros quase ilimitados rechaçando tentativas por parte dos pais, escolas, Estados e no Congresso para fornecer uma dieta mais saudável para crianças. O filme conclui com uma lista de 20 empresas, grupos industriais e políticos que se recusaram a falar com os cineastas.

 

 

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Norton, não é por nada não, mas o que o excesso de consumo de açúcar em crianças tem a ver com carbo x composição corporal pra praticantes de treino com pesos?

Dá uma filtrada aí, bro.

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5 horas atrás, lukao1993 disse:

Meat intake and mortality: a prospective study of over half a million people.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19307518

 

Tradução- Consumo de carne e mortalidade: um estudo prospectivo de mais de meio milhão de pessoas

 

Baixo nível de evidência a pesquisa se deu através de questionário e com certeza nenhuma dessas pessoas passou a vida inteira comendo somente carne.

 

E retirado do seu próprio artigo: 

"Comentário em

 

O pecado da carne

 

Spoiler

O pecado da carne

 
A mídia não consegue passar 1 mês sem publicar com estardalhaço o último estudo (epidemiológico) indicando que a carne vermelha vai lhe matar.

A mais recente coqueluche é que a "L-carnitina" da carne vermelha vai lhe matar. Coloque "carnitina" e "carne" no google, e você achará dezenas de histórias, todas iguais (pois todas vêm do mesmo "press release", traduzido para o português com algumas imperfeições). Uma machete típica, do site da Veja:
 

Pesquisa descobre nova relação entre consumo de carne vermelha e risco cardiovascular

Digestão do nutriente L-carnitina, presente na carne, resulta na produção de uma substância que aumenta riscos de entupimento dos vasos sanguíneos

Mais adiante, nesta postagem, vou explicar o que penso sobre qual o importância do fato de que L-carnitina parece fazer mal à saúde de ratos, mas vou aproveitar para traduzir um texto publicado no mês passado na excelente revista Mother Jones (uma revista semelhante à nossa Piauí - nada de jornalismo rasteiro). Enquanto você lê o artigo, quero que pense o seguinte: por que eu não ouvi nada sobre este estudo na mídia??
 
Ciência: carne faz bem, e o bacon não é tão ruim
Um novo estudo europeu sugere que um aumento no consumo de carne processada aumenta o risco de morrer mais cedo. Mas qual é a verdadeira notícia? A carne vermelha não irá lhe matar.
By Stephanie Mencimer on Mon. March 18, 2013 3:00 AM PDT
Large-scale European study reiterates link between processed meats, cancer, and heart disease. But you can still eat chicken!
No início deste mês, pesquisadores anunciaram os resultados de um grande novo estudo sobre nutrição na Europa que pareceu fornecer mais evidências de que carnes processadas tais como bacon e salsichas possam levar mais cedo ao túmulo.  A mídia respondeu com as habituais manchetes do tipo "o salame irá lhe matar". O que as agências de notícia desconsideraram a respeito deste estudo é que, a despeito de seus melhores esforços, os pesquisadores europeus não conseguiram achar evidências de que a carne vermelha irá lhe matar. Em verdade, o estudo mostra que não comer carne vermelha é um fator de risco para morte prematura.
 
Após fazer as correções para alguns erros de medida, os pesquisadores europeus tiveram de concluir que não apenas o consumo de carne vermelha "não estava mais associado com mortalidade" mas que "a mortalidade por todas as causas era maior entre os participantes com consumo muito baixo ou sem consumo de carne vermelha".
 
O governo, as pessoas que promovem a saúde pública, e a Associação Americana de Cardiologia há tempos alertam os americanos de que o consumo excessivo de carne vermelha poderia levar a doenças cardíacas e outros males. E, no entanto, a evidência científica que dava suporte a esta hipótese sempre foi muito fraca. E, de fato, este novo estudo não é o primeiro a contradizer estas suposições. Um grande estudo japonês também não achou aumento na mortalidade por doença cardíaca em relação ao consumo de carne vermelha.
 
E, no ano passado, pesquisadores de Harvard publicaram outro grande estudo similar. A forma como a mídia relatou o estudo declarava que os pesquisadores haviam achado que "adicionar uma porção extra de carne não processada à dieta diária de alguém aumentaria o risco de morte em 13%. O risco para carnes processadas era maior, 20% de mortalidade geral". Mas os dados de Harvard também mostraram que o consumo de carne tinha um efeito protetor para muitas pessoas.Até um certo limite, pessoas que comiam mais carne vermelha morriam menos do que as que comiam muito pouco ou nada. A fonte de toda esta confusão é simples: pessoas que consomem "junk food" ("comida-lixo", isto é, porcarias, fast food, etc.) têm uma vida pouco saudável em inúmeros aspectos, o que torna impossível encontrar um único alimento que seja responsável por sua má saúde.
 
Para entender isso, vamos olhar mais de perto o estudo europeu. Conhecido como European Prospective Investigation in Cancer and Nutrition (EPIC) (Estudo Europeu Prospectivo sobre Câncer e Nutrição), ele incluiu mais 500.000 pessoas de 10 países diferentes que foram questionados sobre um conjunto de diferentes fatores dietéticos, desde o quê e o quanto comiam até seu nível de escolaridade, idade, peso, altura, e tabagismo. O estudo indicou que pessoas que comiam muita carne processada também tinham uma chance muito maior de fumar, comer menos frutas e saladas, e ter níveis mais baixos de educação. Eram muito mais gordos e se exercitavam muito menos do que o restante da amostra. E os homens que comiam mais carne processada bebiam muito. Ah, e os maiores comedores de carne eram também mais velhos - muitos já haviam passado dos 70 anos quando sofreram as consequências das salsichas.
 
E as pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada - que o estudo qualificou como mais de 160g por dia (equivalente a cerca de 6 salsichas) - não morreram apenas de de doenças cardiovasculares ou câncer, as coisas que costumamos associar à uma dieta ruim; eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. Os maiores consumidores de carne branca, por outro lado, eram os "escoteiros" do grupo: não fumavam muito, comiam bastante salada, faziam exercício, iam à faculdade, e com certeza escovavam os dentes, usavam cinto de segurança e faziam seus check-ups regularmente.
 
Os pesquisadores tentaram fazer o ajuste matemático dos dados levando em consideração cigarro e bebida, educação, e mesmo o consumo de açúcar, mas não puderam remover completamente estes fatores ou não sobraria quase ninguém no estudo. De um total de 127.000 homens, apenas 619 comiam bastante carne processada sem nunca ter fumado. De fato, os pesquisadores não conseguiram achar uma associação significativa entre doença cardiovascular e consumo pesado de carne processada em não fumantes, apenas em fumantes e ex-fumantes, um achado que eles admitem ser "compatível com efeito residual do tabagismo". O que nos leva à pergunta que não quer calar: seria o bacon, ou seria o cigarro que está matando estas pessoas? Concluir que o bacon seria o culpado aqui parece injustificável.
 
O que é pior, apenas 1% das pessoas que morreram durante os 12 anos de duração do estudo estavam entre os que comeram mais carne processada. Zoe Harcomb, uma pesquisadora britânica sobre obesidade (e uma das participantes do estudo EPIC), salientou que os pesquisadores tiveram de agrupar os participantes de uma forma pouco usual, de forma que o número de pessoas no grupo de alto consumo de carne processada era muito pequeno (havia tão poucas mulheres nesta categoria que a associação de carne processada e mortalidade não foi estatisticamente significativa para elas). Com tão poucas pessoas no grupo de risco, seria talvez precipitado produzir tantas manchetes.
 
Claro que há sobra de boas razões para evitar carnes processadas - pense por exemplo em "pink slime", a gosma rosa com que se fabricam os nuggets, e Listeria, a bactéria que pode infectar produtos animais em más condições de higiene - sem contar as razões ambientais como criação intensiva e aquecimento global. Os pesquisadores europeus também apontam para o sal, gordura extra e carcinogênios tais como os nitratos encontrados nos alimentos processados como potenciais culpados. Mas nem todas as carnes processadas são criadas iguais. A diferença entre um bom presunto de Parma italiano e aquela coisa disforme servida nos almoços de microondas dos EUA é vasta (e talvez explique porque os italianos têm uma expectativa de vida maior do que os americanos).
 
No cômputo final, comer bacon no café de vez em quando provavelmente não vá lhe matar, e comer um bom filé (de gado alimentado com pasto) pode até mesmo fazer você viver mais.
 
A coisa é repetitiva. Vocês devem lembrar que em julho de 2012 já escrevi sobre isso. É sempre a mesma coisa. Estudos epidemiológicos mostram resultados que refletem a crença nutricional vigente. Quanto mais bem feito o estudo, menor o efeito observado. Até que, nos estudos realmente bem controlados, como o estudo referido acima e os ensaios clínicos randomizados, o efeito desaparece completamente.
 
Ok, e a L-carnitina? Eis um artigo que, se não tivesse "carne vermelha" no título, JAMAIS faria nenhuma manchete.
 
Trata-se de um artigo extremamente técnico, e altamente especulativo.
 
Estudando 2595 pacientes que submeteram-se a avaliação cardiológica, os pesquisadores detectaram uma ASSOCIAÇÃO entre os níveis séricos de L-carnitina e doença cardiovascular grave, mas apenas naquelas pessoas que além de L-carnitina alta apresentavam também níveis elevados de trimethylamine-N-oxide (TMAO). Resulta que TMAO é produzido a partir de L-carnitina por certas bactérias intestinais. Resulta ainda que L-carnitina está presente na carne. Além disso, quando se elimina estas bactérias do intestino de ratos, a L-carnitina não eleva o TMAO. E pessoas vegetarianas têm poucas dessas bactérias no intestino. Assim, ser carnívoro irá lhe matar, e ser vegetariano é bom.
 
Alguém vê algum problema com a lógica acima, ou sou só eu??
 
São tantos problemas, que precisamos abordá-los um a um.
 
  1. Associação não é o mesmo que causa e efeito. Há uma história famosa que ilustra este fato. Certa feita, na Austrália, observou-se que havia forte associação entre o consumo de sorvete e os ataques de tubarões. Qual a explicação? Nossa mente tende a estabelecer relações causais. Coisas como "talvez as pessoas fiquem mais doces e atraiam os bichos". Na verdade, havia uma variável oculta, a temperatura. Quanto mais quente, mas sorvetes, e mais pessoas dentro do mar. O sorvete era apenas um MARCADOR de altas temperaturas, e as temperaturas levavam às pessoas ao banho de mar, aumento seu risco de serem atacadas por tubarões. Assim, como saber se o TMAO CAUSA doenças cardiovasculares, ou se está apenas associado a elas? E se o TMAO for apenas um marcador de um estilo de vida que, como vimos no artigo acima, inclui beber e fumar mais, fazer menos exercício e ser mais obeso? No caso da história da Austrália, se você reduzir o consumo de sorvetes, isso afetaria os ataques de tubarão? Claro que não.
  2. Vegetarianos não possuem as bactérias que transformam L-carnitina em TMAO. Ok, você se surpreende com isso? Se uma pessoa nunca come carne, por que eu esperaria que esta pessoa tivesse bactérias que metabolizam carne em seu intestino? Assim, estes vegetarianos não produzem TMAO quando expostos a L-carnitina na dieta. E eles morrem menos. Eles também fumam e bebem menos, fazem exercício, têm curso superior, fazem Yôga, votam na Marina Silva, mas a explicação é o TMAO??
  3. Apenas as pessoas que tinham L-Carnitina e TMAO elevados no sangue tinham risco cardiovascular aumentado. Ok, e quem são estas pessoas? As pessoas que comem carne todos os dias. E quem são estas pessoas? Como vimos acima, são as pessoas que fumam mais, bebem mais, fazem menos exercício, etc. Percebem? Não há como escapar destes problemas com estudos populacionais que não sejam experimentos. Apenas um experimento, ou seja, separaraleatoriamente milhares de pessoas em 2 grupos e alimentá-las de forma diferentes e ver o resultado lá adiante, é capaz de diminuir estes vieses de confusão. Se as pessoas ESCOLHEM suas dietas, farão esta escolha baseada em seus preconceitos. Quem for natureba, magro e ecológico, vai comer peixe, fazer Yôga, se exercitar, não fumar, não beber, E não vai comer carne vermelha. Quem for bebedor de cerveja, tomador de trago, fumante e sedentário, vai comer mortadela, salsicha e churrasco o tempo todo. E se você tentar analisar apenas as pessoas que comem carne vermelha mas não fumam, não bebem, se exercitam e cuidam da saúde? Vai ter que achá-las antes! Elas são uma minoria, elas são VOCÊ, leitor deste blog. No estudo referido na reportagem acima, correspondem a apenas 0,5% das pessoas (619 / 127.000). As outras 99,5% das pessoas se encaixam no perfil propositalmente estereotipado pintado por mim. Estudos baseados nestes 99,5% de pessoas não se aplicam a você, que faz parte dos 0,5%, e isto precisa ficar CLARO.
  4. Os autores, no fundo, estão especulando sobre uma nova possível causa de doença cardiovascular. É interessante, e merece ser estudado. Mas seria realmente interessante se, de fato, houvesse alguma correlação entre carne vermelha e doença cardiovascular. Como vimos acima, não parece ser o caso, uma vez que se controle as variáveis de confusão (trago, fumo, sedentarismo e obesidade). Assim, é uma sofisticada hipótese para explicar um fenômeno não existente.
  5. Há que se colocar as coisas, como sempre, sob o prisma evolutivo. Se TMAO é produzido a partir de L-carnitina presenta na carne, e temos comido carne a 2,5 milhões de anos, era de se esperar que estivéssemos bem adaptados aos efeitos desta substância. Isto não significa que o TMAO não seja ruim. Mas vai precisar mais do que este estudo de natureza epidemiológica para me convencer disso.
  6. Lembre-se de que não adianta parar de comer carne porque talvez, quem sabe, faça mal, e substituir por pão, arroz e macarrão que fazem mal com certeza absoluta. Está com medo da carne vermelha? Coma peixe, frango, salada, frutas e raízes (com moderação). Provavelmente tenham L-carnitina também, mas como ninguém fala mal deles em público, você poderá dormir em paz :-)
Mas não se preocupe. Logo, logo, este estudo cairá no esquecimento, até que o próximo estudo "provando" que a carne vermelha irá lhe matar for publicado. Sempre um estudo epidemiológico, com seus problemas irreconciliáveis, mas se tiver "carne vermelha" no título, estará em todas a manchetes, sem NENHUMA análise crítica.
 

 

 

O que as agências de notícia desconsideraram a respeito deste estudo é que, a despeito de seus melhores esforços, os pesquisadores europeus não conseguiram achar evidências de que a carne vermelha irá lhe matar. Em verdade, o estudo mostra que não comer carne vermelha é um fator de risco para morte prematura.

 

A fonte de toda esta confusão é simples: pessoas que consomem "junk food" ("comida-lixo", isto é, porcarias, fast food, etc.) têm uma vida pouco saudável em inúmeros aspectos, o que torna impossível encontrar um único alimento que seja responsável por sua má saúde.

 

pessoas que comiam muita carne processada também tinham uma chance muito maior de fumar, comer menos frutas e saladas, e ter níveis mais baixos de educação. Eram muito mais gordos e se exercitavam muito menos do que o restante da amostra. E os homens que comiam mais carne processada bebiam muito. Ah, e os maiores comedores de carne eram também mais velhos - muitos já haviam passado dos 70 anos quando sofreram as consequências das salsichas.

 

E as pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada - que o estudo qualificou como mais de 160g por dia (equivalente a cerca de 6 salsichas) - não morreram apenas de de doenças cardiovasculares ou câncer, as coisas que costumamos associar à uma dieta ruim; eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. Os maiores consumidores de carne branca, por outro lado, eram os "escoteiros" do grupo: não fumavam muito, comiam bastante salada, faziam exercício, iam à faculdade, e com certeza escovavam os dentes, usavam cinto de segurança e faziam seus check-ups regularmente.

 

De um total de 127.000 homens, apenas 619 comiam bastante carne processada sem nunca ter fumado.

O que nos leva à pergunta que não quer calar: seria o bacon, ou seria o cigarro que está matando estas pessoas? Concluir que o bacon seria o culpado aqui parece injustificável.

 

O que é pior, apenas 1% das pessoas que morreram durante os 12 anos de duração do estudo estavam entre os que comeram mais carne processada.

 

 

Editado por Norton
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Características metabólicas de corredores de ultra-resistência ceto adaptados 

Resumo:

 

Plano de fundo

Muitos atletas bem-sucedidos de ultra-resistência mudaram de uma dieta rica em carboidratos para uma dieta baixa em carboidratos, mas eles não foram previamente estudados para determinar a extensão das adaptações metabólicas.

Métodos

Vinte ultra-maratonistas de elite e triatletas de distância ironman realizaram um teste progressivo máximo de exercício e  180 min prazo submáximo a 64% VO 2 max em uma escada rolante para determinar as respostas metabólicas. Um grupo habitualmente consumido uma dieta alta em carboidratos tradicional (HC: n = 10 ,% de carboidratos: proteína: gordura = 59:14:25) dieta, e o outro um baixo teor de carboidratos (LC; n = 10 , 10:19:70 ) Durante uma média de 20 meses (intervalo de 9 a 36 meses).

Resultados

O pico de oxidação de gordura foi 2,3 vezes maior no grupo LC (1,54 ± 0,18 vs 0,67 ± 0,14 g / min; P = 0,000 ) e ocorreu a uma percentagem mais elevada de VO 2 max (70,3 ± 6,3 vs 54,9 ± 7,8%; P = 0,000 ). A média de oxidação das gorduras durante o exercício submáximo foi de 59% superior no grupo CL (1,21 ± 0,02 vs 0,76 ± 0,11 g / min; P = 0,000 ), correspondendo a uma maior contribuição relativa de gordura (88 ± 2 vs 56 ± 8%; P = 0,000 ). Apesar destas diferenças marcantes no uso do combustível entre LC e atletas HC, não houve diferenças significativas na utilização do glicogênio muscular e do nível de exaustão após 180 minutos de corrida (- 64% a partir de pré-exercício) e 120 min de recuperação (- 36% Do pré-exercício).

Conclusão

Em comparação com os atletas de ultra-resistência altamente treinados que consomem uma dieta de HC, os resultados de ceto-adaptação a longo prazo resultam em taxas extraordinariamente altas de oxidação de gordura, enquanto a utilização de glicogênio muscular e padrões de repleção durante e após uma corrida de 3 horas são semelhantes.

 

http://www.metabolismjournal.com/article/S0026-0495(15)00334-0/fulltext?mobileUi=0

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9 horas atrás, Norton disse:

 

Baixo nível de evidência a pesquisa se deu através de questionário e com certeza nenhuma dessas pessoas passou a vida inteira comendo somente carne.

 

E retirado do seu próprio artigo: 

"Comentário em

E por que o comentário invalidaria o estudo? O comentário pode questionar as variáveis utlizadas no experimento, mas o resultado não pode ser questionado, a não ser que o mesmo tenha sido manipulado de má fé. Você viu que tem comentários concordando com o estudo?

Para um artigo ser publicado ele é revisado e corrigido por diversas pessoas da área, e já que ele foi publicado possui no mínimo uma certa coerência.

 

O blog não cita nenhuma publicação diretamente, qual seria a dificuldade de anexar publicações para justificar o que fala? No vídeo eu também não achei nenhuma citação de publicação. Aliás segui o vídeo até vídeos da Lierre Keith e também não encontrei nenhuma citação de artigos publicados. 

Sem citações fica difícil pois ai é só uma palavra contra a outra e cada um pode falar o que bem quiser tem ter nenhuma base.

 

Primeiramente eu achei que o blog estivesse citando o artigo que eu postei anteriormente, mas então eu vi que os autores são diferentes.

 

-------

Bem, no caso do artigo acima não ser confiável (o que é difícil), seguem outras fontes. Por favor, peço que me corrijam se as fontes não forem confiáveis ou eu estiver pecando em alguma observação. Achei estes artigos através de pesquisa própria e eu estou sujeito a errar.

 

Spoiler

1) Red meat consumption and risk of type 2 diabetes: 3 cohorts of US adults and an updated meta-analysis

http://ajcn.nutrition.org/content/94/4/1088.short

 

2) Risk of colorectal cancer in relation to frequency and total amount of red meat consumption. Systematic review and meta-analysis.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22371807?access_num=22371807&link_type=MED&dopt=Abstract

 

3) Red meat consumption and mortality: results from 2 prospective cohort studies.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22412075?access_num=22412075&link_type=MED&dopt=Abstract

 

4) Meat consumption and risk of esophageal and gastric cancer in a large prospective study.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20978481?access_num=20978481&link_type=MED&dopt=Abstract

 

5) Red and processed meat consumption and risk of pancreatic cancer: meta-analysis of prospective studies.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22240790?access_num=22240790&link_type=MED&dopt=Abstract

 

6) Dietary Protein Sources and the Risk of Stroke in Men and Women

http://stroke.ahajournals.org/content/43/3/637?ijkey=574666b91615b29c07a663475575ae6358853b43&keytype2=tf_ipsecsha

 

7) Low carbohydrate-high protein diet and incidence of cardiovascular diseases in Swedish women: prospective cohort study

http://www.bmj.com/content/344/bmj.e4026

 

8) Atkins and other low-carbohydrate diets: hoax or an effective tool for weight loss?

http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(04)16986-9/abstract

 

7) Low-Carbohydrate Diets and All-Cause and Cause-Specific Mortality: Two Cohort Studies

http://annals.org/aim/article/746013/low-carbohydrate-diets-all-cause-cause-specific-mortality-two-cohort

 

8) Meat consumption and risk of colorectal cancer: a meta-analysis of prospective studies.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16991129?access_num=16991129&link_type=MED&dopt=Abstract

 

 

9)Risk of colorectal cancer in relation to frequency and total amount of red meat consumption. Systematic review and meta-analysis.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22371807?access_num=22371807&link_type=MED&dopt=Abstract

 

 

10) Red and processed meat consumption and risk of stroke: a meta-analysis of prospective cohort studies.

http://www.nature.com/ejcn/journal/v67/n1/abs/ejcn2012180a.html

 

 

Estudo feito com pessoas que já possuem diabetes tipo II

11)Substituting dietary saturated fat with polyunsaturated fat changes abdominal fat distribution and improves insulin sensitivity

http://link.springer.com/article/10.1007/s00125-001-0768-3

 

 

12)Red Meat Consumption and Risk of Stroke

http://stroke.ahajournals.org/content/43/10/2556

 

 

13) Dietary Fiber Intake Is Inversely Associated with Stroke Incidence in Healthy Swedish Adults

http://jn.nutrition.org/content/144/12/1952.abstract

 

 

14)A Prospective Study of Red and Processed Meat Intake in Relation to Cancer Risk

http://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.0040325

 

 

15)Red and Processed Meat and Colorectal Cancer Incidence: Meta-Analysis of Prospective Studies

http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0020456

 

 

16)A high-fat, high-saturated fat diet decreases insulin sensitivity without changing intra-abdominal fat in weight-stable overweight and obese adults

http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00394-015-1108-6

 

E alguns outros links, caso tenha curiosidade

Spoiler

 

1)Position of the American Dietetic Association: vegetarian diets.

http://europepmc.org/abstract/med/19562864

 

 

2)Effects of a long-term vegetarian diet on biomarkers of antioxidant status and cardiovascular disease risk

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0899900704001674

 

 

3)A Low-Fat Vegan Diet Improves Glycemic Control and Cardiovascular Risk Factors in a Randomized Clinical Trial in Individuals With Type 2 Diabetes

http://care.diabetesjournals.org/content/29/8/1777.short

 

 

4)Does a vegan diet reduce risk for Parkinson’s disease?

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0306987700913215

 

 

5)A low-fat vegan diet and a conventional diabetes diet in the treatment of type 2 diabetes: a randomized, controlled, 74-wk clinical trial

http://ajcn.nutrition.org/content/early/2009/04/01/ajcn.2009.26736H.short

 

 

 

Lembrando que os links citados são publicações e revisões científicas, não são opiniões minhas, dos autores ou dos sites.

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36 minutos atrás, lukao1993 disse:

 

 

São de baixo nível de evidência como o anteriormente postado? Porque tem vários citados por mim neste tópico atestando os benefícios de dietas lowcarbs comparativamente as outras dietas, ensaios clínicos randomizados.

 

Lembrando que nenhum desses estudos postados por você isolou a carne dos outros alimentos processados, então não dá para indicar causa e efeito. O mesmo foi feito com a gordura a uns 50 anos atrás ignoraram o açúcar grande vilão da obesidade e problemas cardíacos atuais e culparam a gordura saturada sem nenhuma base apenas ideológica e financeira.

 

Abaixo um ótimo esclarecimento comentando alguns artigos, todo leigo deveria ler para não achar contradição a todo momento na ciência. Acredite ela erra, mas não tanto quanto parece ao nos depararmos com as manchetes repassadas pela mídia.

 

Carne vermelha, de novo 

 

Spoiler
"Estudos observacionais e epidemiológicos capturam os vieses, o zeitgeist, os preconceitos de uma época, e o reproduzem. Mais do que isso, embora não possam estabelecer causa e efeito, acabam sendo interpretados de forma a reforçar a causa presumida daquilo que estudam, sob a ótica dos preconceitos e diretrizes vigentes."
 


Estou recebendo enxurrada de mensagens sobre a decisão da OMS de categorizar carnes processadas como carcinogênicas e carne vermelha como possivelmente carcinogênica.

Tudo o que eu precisava escrever sobre isso, já escrevi há 6 meses na seguinte postagem, que você deve ler agora:

 

 

 


Leu? Ok, então é preciso que fique claro que trata-se de estudos de associação, que não podem estabelecer causa e efeito.

Agora, vamos refletir: o que exatamente aconteceu? A OMS dirigiu-se especificamente à comunidade low carb? Aos seguidores de dieta páleo? Quer dizer que o resto da população não vegetariana NÃO come carne, e por isso as pessoas ficam re-enviando essa notícia para quem evita pão e açúcar?

Pergunto isso pelo seguinte: dentro dos princípios básicos que regem uma dieta páleo low carb, onde está o item no qual consta "você comerá grande quantidade de carne vermelha e bacon todos os dias"? Não lembro de ter visto essa recomendação. Você pode comer low carb, páleo, sem jamais colocar carne vermelha ou embutidos na boca. Literalmente, você pode comer exclusivamente peixe como sua fonte de proteínas. Seja você seguidor de low carb, ou não.

Reproduzo, aqui, o resumo das orientações de páleo low carb:

 

 

 

1) Cortar açúcar;
2) Eliminar grãos (especialmente trigo e soja);
3) Evitar raízes ("tubérculos", em especial batatas) se você precisa perder muito peso (caso contrário, não);
4) Optar por comida de verdade;
5) Não consumir gorduras artificiais (margarinas) e evitar as refinadas (óleos extraídos de sementes);
6) Perder o medo da gordura natural dos alimentos;

--> PERGUNTO: onde está o mandamento "coma bacon"? Onde está o item "sua carne deverá ser VERMELHA"?

Dito isso, a comparação com o cigarro, feita na mídia, é absolutamente ridícula. O cigarro aumenta em 20x (2.000%) o risco de câncer de pulmão, e preenche os critérios de Bradford-Hill para CAUSALIDADE. Já a carne vermelha mostra apenas uma fraca associação, está LONGE de preencher os critérios de causalidade, e o aumento de risco relativo de 1.18 (18%) para cada 50g de carne é, na verdade, um aumento de risco absoluto de 8 casos a cada 100.000 pessoas, ou 0,008% de risco absoluto (veja abaixo, no texto). Repito, desconsiderando completamente a pletora de motivos pelos quais tal estatística não é confiável (explicadas no final dessa postagem), mesmo que os dados fossem reais, comer uma porção a mais de carne aumentaria seu risco de desenvolver câncer de intestino em 0,008%. Sinceramente, isso torna a carne uma coisa extremamente segura!

Assim, se você - a despeito do fato de que os estudos são epidemiológicos, não estabelecem causa e efeito, e mostram magnitudes de efeito pequenas - decidir que ficou com medo de comer carne vermelha e embutidos, simplesmente não coma. E tanto faz se você comer low carb ou não. Comer salame ou bacon sempre foi uma opção por sabor, nunca por saúde. Alguém que faz low carb e come salame, o faz porque pode comer essa delícia e continuar a perder peso, ninguém nunca disse que o salme é o segredo da longevidade!

A Regiany Floriano, do blog Menos Rótulos, traduziu excelente análise da sempre sagaz Zoe Harcombe sobre esse assunto, que reproduzo abaixo:

 

 

"Organização Mundial de Saúde, carne e câncer. Artigo original aqui.
 
Hoje, 26 de outubro de 2015, a Organização Mundial de Saúde declarou o consumo de carne vermelha como sendo "provavelmente cancerígeno para os seres humanos, com base em evidências limitadas de que o consumo de carne vermelha causa câncer em humanos" e declarou a carne processada como "cancerígena para os seres humanos, com base em provas suficientes em humanos de que o consumo de carne processada provoca câncer colorretal. "A associação com a carne vermelha foi observada principalmente para câncer colorretal.
 
"Os peritos concluíram que cada porção de 50 gramas de carne processada ingerida diariamente aumenta o risco de câncer colorretal em 18%."
A partir da manchete "carcinogenicidade do consumo de carne vermelha e processada", já pulamos para câncer colorretal (intestino) e a palavra "provavelmente".
 
O comunicado de imprensa está aqui. O artigo da Lancet está aqui ou aqui (pode não ser visível gratuitamente por muito tempo).
Então, nós precisamos parar de comer carne vermelha e /ou carne processada? Vamos dissecar a manchete com mais precisão:
 
1) De onde esses dados vêm
O padrão ouro de evidência é uma meta-análise de estudosrandomizados controlados - agrupamento em conjunto de estudos onde uma intervenção foi comparada contra um grupo de controle para ver qual o impacto que A teve sobre B. Até onde sei, não há estudos de intervenção já feitos para testar o impacto de 50 gramas de carne processada por dia, como uma intervenção isolada, ou qualquer quantidade de carne processada ou vermelha como uma única intervenção para esse assunto.
 
Estamos olhando, assim, para estudos observacionais. Isto é, onde um grande grupo de pessoas (por exemplo, Estudo de Saúde das Enfermeiras ou e o Estudo de Acompanhamento dos Profissionais de Saúde) são submetidas a muitas perguntas e testes de saúde (pressão arterial, peso, altura, colesterol, etc) no início do estudo. Isto é chamado de linha de base. Essas pessoas são, então, seguidas por anos para ver que condições elas passam a desenvolver.
 
Os pesquisadores então examinam os dados para tentar ver os padrões. Sem padrão = sem artigo publicado em revista científica, então precisa procurar bastante! Eles podem então observar um padrão entre as pessoas que consomem carne processada e as pessoas que passam a desenvolver câncer de intestino. Então este padrão é relatado em um artigo científico, e é assim com todos esses artigos que foram revisados pela Organização Mundial de Saúde.
 
O primeiro ponto a destacar, portanto, é que tudo isso é baseado em questionários dietéticos notoriamente não confiáveis. Muitos perguntam o que você comeu ontem ou nos últimos 7 dias. Aqui está um questionário da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer, um dos melhores questionários possíveis, que pergunta, por exemplo, sobre a ingestão de alimentos durante o ano passado. Qual a precisão que você acha que suas respostas teriam?
 
2) Uma dieta versus um alimento
Ao destacar a carne vermelha / carne processadas deste modo, toda a dieta e estilo de vida de uma pessoa não é levada em conta. Há um mundo de diferença entre a saúde de um comedor sedentário de hambúrguer / cachorro-quente / ketchup / pão branco / refrigerante e uma pessoa que segue uma alimentação à base de carnes de animais criados a pasto / faz CrossFit / tem abdômen tipo tanquinho / segue Paleo.
 
Como mostrei nesta postagem, a linha de base para os comedores de carne processada mostrou que eles eram muito menos ativos, tinham um IMC mais elevado, eram três vezes mais propensos a fumar e tinham quase duas vezes mais probabilidade de ter diabetes. Isso faz com que a carne processada seja um marcador de uma pessoa não saudável, não um causador de uma pessoa não saudável.
 
Mesmo que todos os fumantes / praticantes de exercício / outros fatores de condições de base sejam matematicamente ajustados, não há possibilidade de ajuste para todos os fatores dietéticos que caracterizam a pessoa tipicamente sedentária versus o fã sarado de páleo. A dieta inteira não é ajustada quando uma linha única (carne) é traçada.
 
3) Alimentos reais versus alimentos processados
Eu sou uma verdadeira fã de comida. Eu praticamente passo a minha vida escrevendo e falando sobre comida de verdade e os nutrientes que ela contém. Eu sou a primeira a dizer "COMA comida de verdade. Não coma alimentos processados. E eu considero carne processada como alimento processado - algo a ser evitado”. No entanto, este relatório da OMS descreve carne processada como "carne que tenha sido transformada através de salga, cura, fermentação, defumação ou outro processo para realçar o sabor ou melhorar a preservação".
 
Como Peter Cleave, Cirurgião capitão, (1906-1983) disse: "Associar uma doença moderna à uma comida antiga é uma das coisas mais ridículas que eu já ouvi na minha vida." E pensar que a carne real, ou as formas naturais de conservar a carne de, sejam ruins para nós é ridícula. 1) Você teria que explicar como é que sobrevivemos os últimos 3,5 milhões de anos, desde Australopithecus Lucy, o primeiro que andava ereto; especialmente como sobrevivemos à Era  do gelo. 2) Você teria que explicar por que todos os nutrientes que precisamos para viver (gorduras essenciais, todas as proteínas, vitaminas e minerais) são encontrados na carne se ela estivesse tentando nos matar ao mesmo tempo.
 
A Carne precisava ser preservada naturalmente com a salga, cura, secagem, defumada, etc. ou você teria que devorar tudo o que caçou e correr o risco morrer de fome antes da próxima matança. O relatório da OMS deveria ter separado as formas tradicionais de conservação da carne daquelas fabricadas sob o processamento moderno (onde açúcares e produtos químicos são adicionados - basta ler o rótulo). Da mesma forma - se houver algum mal na carne vermelha, será porque os produtores têm alimentados os pobres animais com grãos que eles não conseguem digerir e, em seguida os bombardeiam com drogas para medicar a doença resultante. (Chris Kresser apresenta o ponto de vista sobre nitratos aqui, se você estiver interessado).
 
Esta deve ser uma chamada à ação para voltar ao seu açougueiro, conhecê-lo pelo nome, saber a procedência de sua carne, saber como ele prepara o bacon e salsichas artesanais e desfrutar dos benefícios de saúde da comida de verdade apoiando os produtores que a fornecem.
 
4) Associação versus causa
Mesmo levando em conta a fraqueza de estudos observacionais, a falta de confiabilidade dos questionários alimentares, a noção de que o consumo de alimentos pode ser um marcador não um promotor de saúde, e toda a ingestão dietética que não tenha sido levado em conta e a ignorância do abismo entre comida de verdade e processados, isso ainda é uma associação, não uma causa.
Eu sempre desejei que estes grandes e caros estudos questionassem até a cor das meias que o participante está usando. Eu aposto que eu poderia encontrar uma associação entre usar meias vermelhas um tipo de câncer se eu procurasse o suficiente. Será que o título seria meias vermelhas causam câncer?!
 
5) Risco relativo vs. risco absoluto
Os artigos com manchetes "cada porção de 50 gramas de carne processada comida diariamente aumenta o risco de câncer colorretal em 18%." Caramba. 18%! Jogue o toucinho fora (veja - não culpe o bacon pelo que o pão branco e ketchup fazem!). Isso, no entanto, é o jogo que todos estes boletins de imprensa de pesquisas de estudo observacionais/epidemiológicos jogam, e é um alarmismo infame.
 
Vamos olhar para o risco absoluto?
Organização de Pesquisas sobre o Câncer do Reino Unido tem ótimas estatísticas em todos os tipos de câncer. Eu apenas analisei o Reino Unido. Eles têm dados de outros países, se você quiser fazer sua própria busca minuciosa. A taxa de incidência para todas as pessoas no Reino Unido, padronizada por idade (você praticamente não verá o cancer do intestino antes dos 50 anos - procure os dados de idade), em 2011 foi de 47 por 100.000 pessoas.
 
47 por 100.000 pessoas.
 
Você precisa conhecer 2.128 pessoas, incluindo as pessoas mais velhas o suficiente, para conhecer uma pessoa que desenvolveu câncer de intestino no Reino Unido em 2011.
 
Agora - vamos fazer essa coisa de risco relativo vs. risco absoluto.
Partindo do princípio de que tudo o que a OMS fez tenha sido perfeito e que realmente havia uma diferença relativa de 18% entre os que comeram 50g de carne processada por dia e aqueles que não (e assumindo que nada mais estava impactando este estudo), o risco absoluto seria 51 pessoas por 100.000 vs. 43 pessoas por 100.000.
Agora, onde está o bacon e ovo antes da minha sessão de CrossFit ?! (P.S.: leia aqui sobre risco relativo versus absoluto)
 
O dano provável deste relatório:
O artigo do Lancet ao menos teve a decência de mencionar o valor nutricional da carne vermelha: “A carne vermelha contém proteínas de alto valor biológico e micronutrientes importantes como vitaminas do complexo B, ferro (ferro livre e ferro heme), e zinco". 
 
Isso ainda é um pouco de eufemismo. Tente ambas as gorduras essenciais; proteína completa; e as vitaminas e minerais necessários para a vida e saúde.
 
Quais serão as consequências deste relatório assustando as pessoas para que mantenham distância da carne real? São necessários aproximadamente 250g de bife do lombo para obter 10 mg por dia de zinco; mais de um quilo da mesma carne para satisfazer as necessidades diária de ferro - e na forma correta para o corpo. Que tal de mais de 20 ovos para ter a mesma ingestão de ferro? Ainda numa forma útil para o corpo. Ou 4,5 quilos de arroz integral para obter ferro na forma errada para o corpo?
 
O que eu levo deste informe? Há um monte de má ciência saindo da Organização Mundial de Saúde, uma organização que deveria ser referência, mas já demonstrou nem sempre saber o que diz.
 

 

Nada mudou da minha crença fundamental de que os seres humanos devem comer comida de verdade (especialmente carne de animais criados naturalmente alimentados com pasto, e carne preservada naturalmente). Evite alimentos processados, incluindo carne processada por empresas de alimentos falsificados. E tome cada estudo observacional que não considera estes cinco pontos acima com uma boa pitada de sal."
 
***
 
Reproduzo, a seguir, a íntegra da minha postagem na qual explico por que você não pode estabelecer causa e efeito com estudos observacionais.
 
Na postagem anterior, falamos sobre o que se considera como uma referência bibliográfica aceitável - algo publicado em periódicos peer reviewed.

No entanto, frequentemente eu critico, aqui no blog, estudos divulgados pela mídia. Mas - você perguntará - estes estudos não são estudos científicos peer reviewed? São, mas há uma hierarquia entre os TIPOS de estudos, o que faz com que uns apenas possam levantar hipóteses, enquanto outros possam fornecer respostas mais definitivas sobre um mesmo tema.

Recapitulando o que já escrevi uma vez:
  • Há estudos de maior impacto científico do que outros.
    • Os estudos epidemiológicos servem para levantar hipóteses, mas não estabelecem causa e efeito; eles estabelecem uma correlação.
      • Um exemplo conhecido (verdadeiro?) de correlação foi observado na Austrália, entre o consumo de sorvetes e o ataque por tubarões. Quanto maior o consumo de sorvetes, maior o número de ataques. Esta correlação é estatisticamente significativa.
 
Shark.jpg
    • Você acredita que o consumo de sorvete CAUSA os ataques? É, eu também não. E o estudo está errado? Não. O que acontece é que estudos epidemiológicos podem ignorar variáveis de confusão. No caso, a variável oculta é o calor. Quanto mais quente, mais sorvetes, e mais banhos de mar. O sorvete é apenas um marcador de calor, e o calorcausa a ida ao mar, que causa um aumento no número de ataques.
    •  
  • Estudos prospectivos randomizados ou ensaios clínicos. Este é o Santo Graal da pesquisa médica. Aqui, um grupo grande de pessoas é sorteado para um de dois ou mais grupos. Um grupo será o grupo controle, e o outro grupo receberá o tratamento/remédio/dieta. Osorteio assegura que, estatisticamente, quaisquer variáveis de confusão (conhecidas ou desconhecidas) estejam igualmente distribuídas entre os grupos (mesmo número de fumantes, de sedentários, etc, etc.).
  • Os estudos prospectivos randomizados são a base da medicina baseada em evidências. Ao contrário dos estudos epidemiológicos, eles permitem avaliar se uma intervenção causa ou previne um desfecho.
A importância de saber diferenciar estes dois tipos de estudo é gigantesca. Afinal, os estudos epidemiológicos (observacionais) apenas podem levantar hipóteses. Eles não podem estabelecer causa e efeito. Repita comigo, em voz alta: "ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS NÃO PODEM ESTABELECER CAUSA E EFEITO". Eu não posso dizer que comer carnes processadas CAUSA câncer. Portanto eu também não posso dizer de reduzir o consumo de carne processada irá reduzir câncer. Por quê? Porque isso é oriundo de estudos observacionais/ epidemiológicos. Eu só posso dizer que há uma ASSOCIAÇÃO entre o consumo de carnes processadas e câncer.
 
Ok, mas no fundo, no fundo, não é a mesma coisa? Não é apenas uma questão de semântica (jogo de palavras)? Dizer que está associado ou que causa - tanto faz, significa que é ruim pra você, não é mesmo?? Não. NÃO. NÃO, NÃO É A MESMA COISA!!.
 
Vamos a um exemplo fora do mundo da saúde, que espero que deixe esse assunto BEM claro de uma vez por todas.
 
Em 2012, o portal IG publicou uma notícia referente às notas do ENEM. Um estudo que comparou os desempenhos dos estudantes de diferentes raças na prova. Trata-se de um estudo observacional, epidemiológico. Não era um experimento. Apenas estava-se OBSERVANDO quem tirou qual nota, e quem tinha qual cor de pele. Vamos à manchete:
 

Notas de alunos brancos no Enem são mais altas que dos negros

Dados do exame de 2010 nas capitais do País também confirmam distância entre as médias de estudantes de colégios particulares e de escolas públicas

Agência Estado | 12/08/2012 15:28:08
Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes. 

Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública – acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública.
Então, está bem claro que há uma ASSOCIAÇÃO entre raça negra e mau desempenho do ENEM. E aí,você ainda acha que associação é o mesmo que causa e efeito??? Porque, se você acha que é a mesma coisa, você teria que acreditar que ser negro é a CAUSA do mau desempenho, não é mesmo? Que o problema original, essencial, único, etiológico é a raça. Bom, no século 21, suponho e espero que ninguém pense isso. A própria matéria jornalística  deixa claro que a associação ocorre devido a outras variáveis ocultas:
 
Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que "entre os pobres, os negros são os mais pobres". O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. "Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco."
 
Então, como podemos ver, associação é apenas isso - associação. Associação não implica necessariamente causa e efeito - erros gigantescos podem advir dessa confusão. As reais causas, no caso da discrepância racial, podem ser especuladas a partir de outros raciocínios interpretativos da realidade. Mas, volto a dizer, as CAUSAS não estão demonstradas no estudo, e por que não? Porque ele é um estudo observacional - ele apenas identifica que duas coisas acontecem ao mesmo tempo ou se agrupam com mais frequência - não há como dizer que uma CAUSA a outra.

Ok, agora eu vou usar a criatividade e reescrever a notícia acima, como se fosse uma notícia do caderno de saúde do jornal.
 

Mortalidade de quem come carne branca é menor do que a de quem come carne vermelha

Dados de um levantamento de 2010 nas capitais do País também confirmam distância entre vegetarianos e consumidores de carne

Agência Souto| 12/08/2012 15:28:08
Recorte inédito de dados de mortalidade do Ministério da Saúde de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre a saúde dos vegetarianos em relação aos onívoros, revela o abismo que separa os consumidores de carne branca e os de carne vermelha. 
Os números mostram que a mortalidade das pessoas que consumiam apenas carne vermelha é, em média, 21% superior à dos que consomem apenas carne branca– acima da diferença de 17% de mortalidade, independentemente do tipo de carne, entre vegetarianos e pessoas de dieta onívora.
E então, a carne vermelha AUMENTA a mortalidade? Reduzir o consumo de carne vermelha salvará vidas (humanas)? Se você disser que sim, você é um racista da pior espécie. Percebe?? É a mesma coisa! Não há como estabelecer causa e efeito em um estudo observacional. É um erro. Se você afirmar, com base neste texto de ficção, que carne vermelha aumenta a mortalidade, por uma questão de coerência você se verá obrigado a afirmar que o fato de uma criança ter nascido negra, a sua "raça", a predestina e condena a ter mau desempenho no ENEM.

Ok, você poderia dizer, no caso do ENEM é óbvio que as causas são outras, mas no caso da carne, qual a explicação? Não é óbvio que, nesse caso, a carne é que faz mal mesmo?

Não.

Deixe eu ajudar. Quando estudos epidemiológicos/observacionais implicam carne vermelha na gênese de doenças, normalmente eles comparam, dentro de um universo de milhares de pessoas que respondem a questionários, os 20% que comem menos carne vermelha versus os 20% que comem mais. Chama-se isso de "quintil", ou seja, o "um quinto" do grupo que come mais disso, ou menos daquilo. Será que esses grupos ("quintis") são diferentes em OUTRAS COISAS, além do tipo de carne que comem? Será que, no ENEM, a cor da pele se acompanha de OUTRAS diferenças sociais (renda, oportunidade...)? Abaixo, duas fotos, representativas do quintil que come MAIS carne vermelha, e do que come MENOS:
 
fat-guy-eating-burger-fat-people-images-funny.jpeg
Ele come muita carne vermelha dentro de seus hamburgers, junto com coca e batatinha - este é um representante TÍPICO do quintil que come mais carne vermelha nos estudos.
is-it-better-to-eat-before-or-after-exercise.jpg
Representante típica do quintil que come menos carne vermelha: elas têm maior nível educacional, maior renda, fumam menos, se exercitam, fazem Yôga e meditação, e queimam incenso.
 
 
Então, se eu comparar o quintil de pessoas que mais comem carne vermelha, representado pela foto mais de cima, com o quintil que menos come carne vermelha, representado pela foto de baixo, qual dos quintis você imagina que terá melhores desfechos de saúde? Qual você imagina que terá menor mortalidade por todas as causas? Olhando essas fotos, alguém consegue imaginar outros fatores, outras variáveis ocultas, que possam explicar esses desfechos?? E se a carne vermelha for como o sorvete no exemplo do tubarão, apenas um MARCADOR que identifica um PERFIL de comportamento de risco?

Também já escrevi sobre isso, e reproduzo abaixo:


Conhecido como European Prospective Investigation in Cancer and Nutrition (EPIC) (Estudo Europeu Prospectivo sobre Câncer e Nutrição), ele incluiu mais 500.000 pessoas de 10 países diferentes que foram questionados sobre um conjunto de diferentes fatores dietéticos, desde o que e o quanto comiam até seu nível de escolaridade, idade, peso, altura, e tabagismo. O estudo indicou que pessoas que comiam muita carne processada também tinham uma chance muito maior de fumar, comer menos frutas e saladas, e ter níveis mais baixos de educação. Eram muito mais gordos e se exercitavam muito menos do que o restante da amostra. E os homens que comiam mais carne processada bebiam muito. Ah, e os maiores comedores de carne eram também mais velhos - muitos já haviam passado dos 70 anos quando sofreram as consequências das salsichas.


as pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada - que o estudo qualificou como mais de 160g por dia (equivalente a cerca de 6 salsichas) - não morreram apenas de de doenças cardiovasculares ou câncer, as coisas que costumamos associar à uma dieta ruim; eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. Os maiores consumidores de carne branca, por outro lado, eram os "escoteiros" do grupo: não fumavam muito, comiam bastante salada, faziam exercício, iam à faculdade, e com certeza escovavam os dentes, usavam cinto de segurança e faziam seus check-ups regularmente.


Posso repetir meu trecho favorito? "As pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada (...) não morreram apenas de doenças cardiovasculares ou câncer, (...) eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. "

Em um mundo onde 100% das pessoas consideram carne vermelha algo letal, quem ousa comer muita carne vermelha? Gente tão desleixada com sua saúde, que não usa cinto de segurança e deixa armas carregadas ao alcance das crianças - é isso que está implícito no texto.
 
IMPORTANTE: isso irá se refletir no estudo epidemiológico, independentemente de a carne ser boa ou má para a saúde!! O que importa, neste caso, é a CRENÇA de que faz mal. Se todo mundo achar que faz mal, só os irresponsáveis comerão em maior quantidade. E como os irresponsáveis são irresponsáveis em outras áreas da vida, eles inevitavelmente morrerão e adoecerão mais. É a profecia autorealizada: basta uma crença ou preconceito existir, para ser detectada nesse tipo de estudo. E, em uma lógica circular, se todo mundo acredita em algo, o estudo mostrando a associação apenas reforçará a CRENÇA em uma relação CAUSAL.

Mas, de que forma comer salsichas poderia CAUSAR acidentes de automóvel?

Então, ficou claro? Bem claro? Dá para entender, bem entendido, que as reais CAUSAS por detrás das associações podem ser outras coisas?

Por favor, repita novamente: "ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS NÃO PODEM ESTABELECER CAUSA E EFEITO"
 
***XXXX***
 
Façamos agora um experimento mental. Vamos imaginar que vivemos na África do Sul durante o regime do Apartheid. Neste regime de opressão racial, a wikipedia nos diz que "o apartheid tem, como centro de suas crenças, que: (I) outras raças diferentes da branca são inferiores; (II) que um tratamento inferior a raças "inferiores" é apropriado; (III) e que tal tratamento deveria ser reforçado pela lei."

Ok? Vamos em frente.

Digamos que, neste contexto, surgisse a notícia do portal IG, aquela que mostrava que os negros têm um desempenho pior no ENEM. Qual você acha que seria a interpretação dada ao estudo? Obviamente seria considerado como um resultado natural e esperado, causado pela reconhecida inferioridade racial e biológica dessa parcela da população.

Mas, alguns poucos excêntricos diriam, é um estudo observacional, não pode estabelecer causa e efeito! Mas, responderiam todos, todo mundo, no fundo, SABE que a CAUSA é a inferioridade. Isso de "causa e efeito versus associação" é só um jogo de palavras, e todos os estudos observacionais mostram a mesma inferioridade.
 
***XXXX***

Já deve estar evidente, para quem leu até aqui, a conclusão desse argumento. Mas o óbvio deve ser dito:
 
Estudos observacionais e epidemiológicos capturam os vieses, o zeitgeist, os preconceitos de uma época, e o reproduzem. Mais do que isso, embora não possam estabelecer causa e efeito, acabam sendo interpretados de forma a reforçar a causa presumida daquilo que estudam, sob a ótica dos preconceitos e diretrizes vigentes.
 
***XXXX*** 
 
Todos os dias eu recebo emails com notícias sobre estudos observacionais mostrando associaçõesentre os suspeitos usuais (carne vermelha, gordura saturada, proteína animal, sal) e todo o tipo de desfecho ruim, exatamente como se esperaria sob a ótica dos preconceitos e diretrizes vigentes. Muitas dessas associações já foram refutadas completamente por ensaios clínicos randomizados - o tipo de estudo que pode efetivamente estabelecer relações de causa e efeito. Então, de agora em diante, quando eu responder "mas isso é um estudo EPIDEMIOLÓGICO!", fica desde já claro a importância que se lhes atribuo: servem apenas para levantar hipóteses - e deixam de ser úteis depois que um ensaio clínico já examinou o mesmo assunto, com resultados diferentes.
 
Longe de mim sugerir que estudos epidemiológicos são inúteis. Há situações em que um experimento, um ensaio clínico randomizado, não é viável do ponto de vista ético. Exemplo clássico é a relação entre cigarro e câncer de pulmão. Não há como randomizar pessoas para grupo de fumo compulsório versus um grupo controle, para depois de alguns anos avaliar quantos morrerão em cada grupo. No caso do câncer de pulmão, o que permitiu a descoberta da associação foram estudos epidemiológicos - o experimento jamais será feito. Bem verdade que a magnitude da associação, juntamente com os demais critérios de Bradford Hill (veja aqui), permitem, nesse caso, uma ilação causal: os fumantes têm CEM vezes mais chance de desenvolver câncer de pulmão.
 
***XXXX***
 
A esmagadora maioria das manchetes da imprensa sobre saúde são baseadas em estudos epidemiológicos, e são escritas por jornalistas que não sabem o que você acabou de ler aqui. Em virtude disso, estão cheias de sugestões de causalidade onde deveria haver apenas afirmações claras de que trata-se apenas de associações.
 
E, eu não sei se já disse isso... mas ASSOCIAÇÃO NÃO IMPLICA NECESSARIAMENTE CAUSA E EFEITO!
 

 

"Peter Cleave, Cirurgião capitão, (1906-1983) disse: "Associar uma doença moderna à uma comida antiga é uma das coisas mais ridículas que eu já ouvi na minha vida." E pensar que a carne real, ou as formas naturais de conservar a carne, sejam ruins para nós é ridícula. 1) Você teria que explicar como é que sobrevivemos os últimos 3,5 milhões de anos, desde Australopithecus Lucy, o primeiro que andava ereto; especialmente como sobrevivemos à Era  do gelo. 2) Você teria que explicar por que todos os nutrientes que precisamos para viver (gorduras essenciais, todas as proteínas, vitaminas e minerais) são encontrados na carne se ela estivesse tentando nos matar ao mesmo tempo."

Editado por Norton
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  • 2 semanas depois...

A ideia do uso para dietas low carb por um período, é justamente para otimizar a atividade mitocondrial oxidativa, otimizando o processo de oxidação. Aparentemente isso é bem tolerado pelos indivíduos treinados, com o intuito de poupar o glicogênio muscular, inibindo enzimas que atuam na maior projeção do uso de glicose/glicogênio, como a glicogênio fosforilase, fosfofrutoquinase e piruvato desidrogenase, através da diminuição do AMP e ADP causada pelo maior volume mitocondrial. Contudo, esses benefícios em questão, estão aliados ao treinamento, como aumento das proteínas de transporte dos ácidos graxos e enzimas representativas das principais vias metabólicas, como a citrato sintase, B-hidroacil-CoA-desidrogenase, citocromo c oxidase IV, entre outras, gerando melhor resposta metabólica ao uso de substrato no exercício, no qual aumenta a utilização de lipídeos e diminui a oxidação de glicogênio com o decorrer do treinamento.


Os resultados são conflitantes e mostram certos equívocos nas respostas em dietas low carb, já que o glicogênio muscular é reconstituído rapidamente, além das variações de atividades entre os estudos, no qual os exercícios de alta intensidade (>80%) não tiveram melhoria, justamente pela sua preferência no substrato (glicogênio), há também uma certa variação dos indivíduos, conhecido como “respondedores” a dieta low carb e “não respondedores”, no qual não tiveram melhorias e isso está relacionado a eficácia da estratégia. 


A atividade da enzima PDH é diminuída quando há redução na concentração circulante de insulina e o aumento de ácidos graxos livres durante a dieta rica em gordura, isso porque há o aumento de uma enzima que a inibe, a piruvato desidrogenase quinase (PDK), no qual limita o processo glicolítico. Juntamente a isso também ocorre a diminuição da glicogênio fosforilase, diminuindo a degradação de glicogênio e, consequentemente o uso da glicose. A reintrodução de carboidrato diminuiu a atividade da PDK e aumento da PDH, porém isso ocorreu após 24 horas da introdução de carboidratos. Dependendo da atividade que será realizado próximo o uso da adaptação de gordura, pode ser prejudicial para o desempenho a utilização dessa estratégia próximo a competições, principalmente aquelas que tem maior afinidade com o glicogênio, como as de alta intensidade.


.Os mecanismos propostos para essa estratégia são os aumentos das proteínas transportadoras de ácidos graxos na membrana, no qual desempenha o papel aumentado quando se faz a dieta low carb. As proteínas são a translocase de ácidos graxos(FAT / CD36) e proteína de ligação a ácido graxo da membrana plasmática(FABPpm). A FAT/CD36 foi demonstrada mais sensível as mudanças dietéticas, mostrando maiores alterações quando o individuo é submetido a low carb no período de 5 dias, já a FABPpm, teve alterações pequenas, a ponto de ser insignificativas.


Assim como a FAT/CD36, outra enzima que sofre aumento em repouso é a carnitina palmitoil transferase 1(CPT-1), no qual é responsável pelo aumento do transporte de ácidos graxos de cadeia longa para dentro da mitocôndria e consequentemente sofrer a beta oxidação. Contudo, esse aumento foi visto com o prorrogação da dieta em 15 dias e 28 duas, enquanto 5 dias não ocorreu alterações. Essa mudança pode estar envolvida a alta quantidade de ácidos graxos disponíveis no plasma, quando há inibição do seu regulador alostérico, o malonil CoA. Essa inibição é decorrente do aumento da produção da proteína quinase ativada por adenosina monofosfato cíclica (AMPK), diminuindo a atividade da enzima que atua na síntese de malonil CoA, acetil CoA carboxilase (ACC) e consequente inibição da CPT-1. Essa regulação da AMPK e diminuição da atividade da ACC, é observada em 5 dias de dietas low carb e ainda é mantida durante a supercompensação de carboidratos, sugerindo que ainda elas podem atuar ampliando a oxidação de gordura mesmo no período de supercompensação. Contudo, alguns estudos mostram que malonil CoA não diminui suficientemente a ponto de elucidar o aumento na oxidação de ácidos graxos de cadeia longa, mas pode envolver maior disponibilidade de substratos para CPT-1 e diminuição da atividade ao Malonil-CoA sem alterações na sua concentração.


Em comparação com a dieta rica em carboidratos, a adaptação à dieta LCHF e subsequente recuperação do glicogênio muscular foi associada com uma redução na glicogenólise durante o exercício, e uma redução da forma ativa da piruvato desidrogenase (PDHA) em repouso, durante o ciclismo submáximo, e durante a corrida de bicicleta. Explicações para a atividade regulada deste complexo enzimático responsável pela ligação da via glicolítica com o ciclo do ácido cítrico incluiu a diminuição pós-corrida em concentrações de AMP e ADP com um aumento na atividade da PDK.


Cox et al.(2016) avaliou situações diferentes sobre o uso da dieta cetogênica e suplementação éster de cetona com posterior ingestão de carboidratos para averiguar da cetose como substrato principal no exercício de endurance, no qual mostrou que o estimulo da cetose é uma forma de amplificar a oxidação de lipídeos intramusculares e preservar maior quantidade de glicose. A produção de corpos cetônicos é independente das enzimas piruvato desidrogenase e da carnitina palmitoil transferase, além do aumento das concentrações de acetil-carnitina observadas em cetose, representando um aumento na produção de acetil-CoA provenientes da cetonas ou das gorduras, em vez de glicólise. Outro fator é a inibição de retroalimentação da glicólise pela relação acetil-CoA / CoA ou NADH / NAD + durante a cetose pode representar a diminuição observada nos intermediários glicolíticos e a glicogênio intramuscular preservadas.


Maior liberação, captação e oxidação de gordura é bem apresentada nessas estratégias, contudo, ainda falta maiores evidências para apoiar a redução da utilização de glicose e capacidade de poupar glicogênio, resultados conflitantes e carência de esclarecimentos sobre certas enzimas atuantes e sua ação diminuída na glicólise e na glicogenólise, além da reintrodução de carboidratos e fatores que podem limitar sua utilização, como a supressão da atividade da PDH e Glicogenólise que são importantes e implicam no comprometimento da capacidade do músculo de oxidar glicose. Esse prejuízo seria responsável por limitar o desempenho de vários esportes de resistência que exigem a conclusão da atividade próximo do VO2 Máximo. Sendo assim, atividades que tem maior intensidade e necessitam de estoque máximo de glicogênio, glicogenólise ampliada e maior oxidação de glicose, podem influências negativamente pelo uso de dietas low carb. Indivíduos que podem responder às estratégias de adaptação de gordura incluem indivíduos sensíveis ao carboidratos que são submetidas a cenários em que esse macronutriente não pode ser consumidos durante o exercício. Entretanto, em endurance alguns estudos apresentou benefícios que mostram melhora em poupar glicogênio e utilização em maior quantidade de gordura intramuscular, como mostrado por COX em estratégias no qual induz a cetose. Como sempre, a averiguação do contexto junto ao tipo de atividade que será executada e resposta do indivíduo deve ser averiguado, é uma estratégia válida que pode ser implementada, mas carece de estudos mais aprofundados e controlados para sua comprovação e acurácia.

 

OBS: ESSE POST FOI RELACIONADO A PERFORMANCE, NÃO A ESTÉTICA E SAÚDE!!!

 

 

Fonte: https://www.facebook.com/groups/1611097785808121/permalink/1798246423759922/

 

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Meta-Análise: Atividade Física não é eficaz para tratar do excesso de peso das crianças

 

O foco na atividade física não tem efeito no tratamento do sobrepeso e da obesidade na infância, de acordo com uma nova meta-análise.

 

Não só o exercício não é muito útil para controlar o peso, em primeiro lugar. Acontece também que as crianças com excesso de peso realmente não aumentam a sua atividade física em estudos que tentam fazê-lo:

 

Obesity Review: Effectiveness of Interventions on Physical Activity in Overweight or Obese Children: A Systematic Review and Meta-Analysis Including Studies with Objectively Measured Outcomes.

 

Isso significa uma dupla falha para a mentalidade simplista de "vamos mudar".

 

Mais uma vez: você não pode superar uma dieta ruim. E as crianças, ao que parece, nem sequer podem ser forçadas a correr em primeiro lugar (se alguém realmente pensou que era uma boa idéia).

 

O dogma "comer menos, correr mais" está desatualizado. A atividade física é importante para a saúde, mas tem um efeito insignificante sobre o peso.

 

Há provavelmente apenas uma maneira de melhorar maciçamente o problema da obesidade infantil. Certifique-se de que as crianças conseguem crescer em um ambiente alimentar saudável, sem adicionar açúcar em tudo.

 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28067022

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