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A mudança de modo de vida caçador-coletor para agricultor deixou os ossos humanos mais frágeis

Spoiler


Pesquisas mostram que através de milhares de anos de evolução humana nossos esqueletos tornaram-se muito mais leves e mais frágeis desde a invenção da agricultura – resultado do nosso estilo de vida cada vez mais sedentário, que passou de caça e coleta para a agricultura.

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Esta ilustração mostra humanos modernos (à direita) possuem uma densidade baixa incomum nos ossos, incluindo as juntas dos ossos das mãos (epífises de metacarpos). Este novo estudo descobriu que a densidade das juntas dos osso permaneceu alta através da evolução humana durante milhões de anos até começar a cair significativamente em humanos modernos recentes, provavelmente como um resultador de modo de vida cada vez mais sedentário. Da esquerda pra direita: Chimpanzé moderno, Australopiteco, Neandertal, e humano moderno. Crédito: © AMNH/J. Steffey

O estudo, publicado na revista PNAS, mostra que, enquanto os caçadores-coletores humanos de cerca de 7.000 anos atrás tinham ossos comparáveis em força com orangotangos modernos, os agricultores da mesma área, 6.000 anos depois, tiveram ossos significativamente mais leves e mais fracos, mais susceptíveis a fraturas.

 

A raiz do problema

A massa óssea era cerca de 20% maior em populações forrageiras (caçadores-coletores) – o equivalente ao que uma pessoa média perderia após três meses de ausência de gravidade no espaço.

 

Depois de excluir diferenças de dieta e mudanças no tamanho do corpo como possíveis causas, os pesquisadores concluíram que a redução da atividade física é a principal causa da degradação da resistência óssea humana através de milênios. É uma tendência que está chegando a níveis perigosos, dizem eles, como as pessoas fazem menos com seus corpos hoje do que nunca.

 

Os investigadores acreditam que os resultados apoiam a ideia de que o exercício, ao invés da dieta, é a chave para prevenir o elevado risco de fraturas  e  outras condições, tais como a osteoporose em idades avançadas: mais exercícios durante a juventude resultam em um pico mais alto de resistência óssea ao redor dos 30 anos, ou seja, o enfraquecimento dos ossos, inevitável com a idade, é menos prejudicial.

 

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Etsa imagem mostra uma comparação entre a massa óssea da epífise do fêmur (junta do quadril) em um caçador coletor e um agricultor. Repare que na imagem abaixo aparecem mais espaços vazios. Crédito: Timothy Ryan & Colin Shaw.

 

Na verdade, não há nenhuma razão anatômica para que uma pessoa nascida hoje não consiga alcançar a força do osso de um humano forrageiro, ou de um orangotango, dizem os pesquisadores; mas mesmo as pessoas vivas mais ativas fisicamente não estão susceptíveis de exercitar os ossos com a mesma frequência e intensidade de estresse de um caçador-coletor, que permitiria o aumento da resistência óssea. Afinal, os modos de vida da maioria da população atual difere, e muito de grupos caçadores-coletores. (isso me lembrou o sensei que publiquei no physical culture que  após anos de treino consegue socar vigas de concreto, e tb outros senseis e atletas que desenvolveram ossos largos principalmente do punho, vide ginastas como Arthur Zanetti e a largura do osso do punho).

 

“O homem atual vive em um ambiente cultural e tecnológico incompatível com as nossas adaptações evolutivas. São sete milhões de anos de evolução dos hominídeos voltados à ação e atividade física para a sobrevivência, é apenas nos últimos 50 ~ 100 anos que temos sido tão sedentários – perigosamente sedentários“, disse o Dr. Colin Shaw, da Universidade de Cambridge.

 

 


“Nós não evoluímos para ficar sentados em um carro ou em frente a uma mesa.“

 

Os pesquisadores radiografaram amostras de ossos de fêmures humanos de contextos arqueológicos, junto com fêmures de outras espécies de primatas, com foco no interior da cabeça femoral: a bola na parte superior do fêmur, que se encaixa na pelve para formar a articulação do quadril, uma das conexões ósseas que suporta mais carga no corpo.

 

 

 

 

Dois tipos de tecido formam o osso: o cortical, que reveste o exterior; e o trabecular ou osso “esponjoso”, na parte interna, que permite flexibilidade, mas também é muito vulnerável a fraturas.

 

Os pesquisadores analisaram o osso trabecular da cabeça femoral de quatro populações humanas arqueológicas distintas, representando caçador-coletores móveis e agricultores sedentários, todos encontrados na mesma área do Illinois, Estados Unidos, (e provavelmente geneticamente semelhantes, como conseqüência).

A estrutura trabecular é muito semelhante em todas as populações, com uma notável exceção: os caçadores-coletores têm uma quantidade muito maior de osso real em relação ao ar.

 

Escanemanto da cabeça femoral de um caçador-coletor:

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O osso trabecular tem muito mais plasticidade do que outros ossos, mudando de forma e direção, dependendo das cargas impostas sobre ele; ele pode mudar a estrutura de pino ou de bastonete para algo muito mais espesso, quase em forma de placa. Nos ossos de caçadores-coletores, tudo foi engrossado“, disse Shaw.

 

Carga Constante

 

Este espessamento é o resultado de carga constante sobre o osso da atividade física que caçadores-coletores realizavam na paisagem buscando o seu sustento. Este esforço feroz causavam danos menores que resultavam num tecido esponjoso que voltava a crescer cada vez mais forte e mais grosso ao longo da vida – construíam um “ponto de pico” da força óssea, contrabalanceando a deterioração dos ossos com a idade.

 

Shaw acredita que há lições valiosas a serem aprendidas com os esqueletos de nossos antecessores pré-históricos. “Você, com certeza, pode transformar até mesmo os seus ossos para que eles lidem com o estresse e tensão de forma mais eficaz. As fraturas de quadril, por exemplo, não tem que acontecer simplesmente porque você fica mais velho, se você construir a sua resistência óssea mais cedo na vida, e aí quando você envelhecer nunca irá ficar abaixo desse nível, onde as fraturas podem ocorrer facilmente “.

Outras teorias para os seres humanos terem evoluído um esqueleto mais leve e frágil incluem mudanças na dieta ou seleção para um esqueleto mais eficiente, leve, que nunca era revertido.

 

A mudança inicial para a agricultura causou uma queda na saúde humana devido a dietas de monocultura que careciam de variedade, as populações testadas foram afetadas por essa janela na história. “É claro que precisamos de um certo nível de cálcio para manter a saúde óssea, mas um excesso nesse nível de cálcio não é necessário“, disse Shaw.

 

A pesquisa também contraria a teoria de que, em algum momento da evolução humana, nossos ossos simplesmente se tornaram mais leves – talvez porque não havia comida suficiente para sustentar um esqueleto mais denso. “Se isso fosse verdade, esqueletos humanos seriam totalmente distintos de outros primatas vivos. Nós mostramos que os caçadores-coletores são muito similares aos primatas de um tamanho corporal similar. Esqueletos humanos modernos não são sistematicamente frágeis; não estamos limitados por nossa anatomia“.

 

“O fato é que nós somos humanos, podemos ser tão fortes como um orangotango – não somos, simlesmente, porque não estamos desafiando os nossos ossos com carga suficiente, predispondo-nos a ter ossos mais fracos de modo que, à medida que envelhecemos, surgem situações em que os nossos ossos estão quebrando, quando, na verdade, não deveriam“, disse Shaw.

 

Enquanto os forrageiros de 7.000 anos atrás tinham ossos muito mais fortes do que os de 700 anos atrás, os agricultores, nenhum dos dois se compara com hominídeos até mesmo mais antigos, de cerca de 150.000 anos atrás. “Algo está acontecendo no passado distante para criar uma resistência óssea maior que qualquer outra nos últimos 10 mil anos.“

 

O próximo passo para a equipe de pesquisa da Shaw será olhar quais diferentes tipos de cargas e mobildiades moldam corpos e ossos através da referência cruzada de registros arqueológicos com testes em corredores de ultra-maratonas modernos, que cobrem enormes distâncias de mais de uma variedade de terrenos – desde o Himalaia até deserto da Namíbia. Ele espera que este trabalho futuro forneça informações sobre o tipo de mobilidade que deu nossos ancestrais tão poderosa força física.

 

Artigos publicados no PNAS: Gracility of the modern Homo sapiens skeleton is theresult of decreased biomechanical loading; Recent origin of low trabecular bone density in
modern humans

 

Artigo original: http://intl.pnas.org/content/112/2/372.full.pdf

 

 

14 minutos atrás, Blancastroll disse:

O máximo que eu conhecia disso eram os vídeos do Ross Enamait, mas acho que não estão muito na ideia de ancestrais

 

 


Esta em partes, tirando a barra, trx e o AbRoll ta ok. Fazer corrida na neve, se erguer em tronco, carregar pedra. O ponto é critico é que ele faz os movimentos "modernos" na natureza, ai foge do conceito, contudo é um adendo interessante, creio que ninguém vai focar só no modo paleo, vai apenas complementar, o que faz do video válido. 

24 minutos atrás, Blancastroll disse:

Acompanhando aqui com certeza...estou muito focado em treinos calistenicos (nivel ucrânia) e os movimentos de argolas olímpicas. mas vou pesquisar essa filosofia pois atualmente estou treinando muito ao ar livre 


Saiba que o essencial é praticar descalço ou no minimo com um sapato minimalista, quando estiver na grama e terra tire os sapatos, descarregue a carga magnética do seu corpo. 

Postado (editado)

Eu sou adepto da corrida descalça/minimalista a mais de um ano.

Para iniciantes, principalmente acima do peso, só se for de forma gradativa e corrigindo a biomecânica da corrida, caso contrário acho que a chance de lesão(estiramento, Tend. Aquiles e Fascite planar)..

A forma com que se corre é muito mais importante do que com o que se corre, excluindo em tenis que te obrigam a pisar com o calcanhar(drop alto).

Editado por Born4Run
Postado
9 minutos atrás, Born4Run disse:

Eu sou adepto da corrida descalça/minimalista a mais de um ano.

Para iniciantes, principalmente acima do peso, só se for de forma gradativa e corrigindo a biomecânica da corrida, caso contrário acho que a chance de lesão(estiramento, Tend. Aquiles e Fascite planar)..

A forma com que se corre é muito mais importante do que com o que se corre, excluindo em tenis que te obrigam a pisar com o calcanhar(drop alto).


Quem estiver acima do peso pode começar com a caminhada de forreagear. É uma forma de andar reto, olhando sempre em frente como se buscasse um novo lugar para montar acampamento. E claro descalço ou de chinelo, de preferência descalço. Se morar na praia maravilha, se morar em sitio tb.  Caminhar descalço fortalece o tornozelo e arco plantar. Muita gente que começa correr descalço sente dor no arco plantar.

No primeiro dojo que treinei karate era obrigado a correr descalço ao redor do clube onde treinavamos, passavamos do concreto ao gramado. Na época eu pré adolescente obeso sentia muita dificuldades, mas logo foi passando, entretanto o fato de ser gordo me fez ter pernas bem fortes para idade e altura. 

Postado
1 hora atrás, Wesley Pinto disse:

Uma crítica

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Isso ai já está bem ultrapassado, hoje em dia essa imagem se resumiria só nas extremidades. Não se vê mais crianças correndo, pulando, brincando, logo bebês já estão sentadas na frente da TV ou do PC.

Postado

É tipo um parkour com uma inspiração in natura, para os que amam a natureza e nem tanto as cidades hehehe.

No exército o pessoal deve realizar muito destes movimentos. Os caras não são grandes, mas são bem psicos...

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