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Fala pissoar, se vocês quiserem podem ler o artigo completo (parte 1 e 2) aqui.

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Uma entrevista com Gray Cook – por Dr. John Rusin.

 
 
 
O que você precisa saber:

 
 
 
1 – O crossfit expôs o público geral a todas as formas de exercício. Fazê-los com carga adicional quando não se está preparado leva a lesões.

 
 
 
2 – Gray Cook, fundador do FMS (Functional Movement Screen – Tela do Movimento Funcional), acredita que priorizar o tempo e a quantidade de repetições feitas geralmente leva a negligência com a técnica dos exercícios.

 
 
 
3 – Se você já se lesionou antes, tem muito mais risco de sofrer o mesmo tipo de lesão. Treinar sem estar totalmente recuperado é um risco.

 
 
 
4 – A combinação de cargas pesadas, exercícios altamente técnicos e restrição de tempo – basicamente o método crossfit – pode ‘acordar’ antigas lesões.

 
 
 
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O matador de progresso.

 
 
 
A forma mais rápida de matar seu progresso é se lesionar. E conforme os praticantes de crossfit aumentam, também aumentam o número de lesões, não importa o que o QG da crossfit negue sobre isso.

 
 
 
Conheça Gray Cook.

 
 
 
Gray Cook fundou o FMS (Functional Movement Screen). A FMS traça os parâmetros básicos da funcionalidade (a habilidade que uma pessoa possui em se mover), e identifica potenciais movimentos errados antes que eles se tornem prejudiciais.

 
 
 
Nós tivemos a oportunidade de conversar com Gray Cook sobre o crossfit, taxas de lesões e proteção para os atletas de crossfit amadores e profissionais.

 
 
 
Dr. Rusin: O que você acha da incidência de lesões ocorridas no crossfit?

 
 
 
Gray Cook: O crossfit acelerou nossa exposição a técnicas inovadoras de exercícios calistênicos e de levantamento olímpico. Muitas pessoas aprenderam sobre técnicas novas e velhas pelo crossfit.

 
 
 
A evolução recente na indústria fitness está bem avançada, fazendo com que alguns problemas aparecessem rapidamente aos nossos olhos. Mas eu não acho que seja um problema do crossfit. O consumidor médio da indústria fitness não sabe como melhor ‘consumir’ essas fontes de exercícios.

 
 
 
O crossfit nos deu um modelo que potencialmente pode ser o meio que nós mudaremos a prática da educação física em nosso país.

 
 
 
Quando você cresce e fica popular, deve ter um algum tipo de abordagem sistemática para ter certeza que tudo o que está fazendo é sustentável.

 
 
 
Dr. Rusin: Qual é o movimento mais potencialmente debilitante que vem sendo programado no crossfit atualmente?

 
 
 
Gray Cook: Os levantamentos olímpicos. Por que? Porque eles requerem uma execução muito boa por parte dos atletas, um acompanhamento técnico muito bom e regular, e uma quantidade enorme de habilidade e técnica que é dependente do feedback entre o treinador e o atleta.

 
 
 
Se o atleta não tem uma base boa de mobilidade, estabilidade e técnica, os levantamentos olímpicos podem ser potencialmente lesivos.

 
 
 
Ter um terra tecnicamente razoável antes de progredir para movimentos como o 1º tempo de arremesso (clean) faz muito sentido.

 
 
 
Os movimentos que exigem tanto cargas pesadas quanto execuções explosivas e técnicas são, potencialmente, os movimentos mais perigosos. Mas também podem ser os que mais trazem benefícios no geral de todos os exercícios que existem por aí.

 
 
 
Quando a quantidade de repetições e o limite de tempo se tornam o foco da coisa, a presunção é de que a execução correta não importa mais. Nas academias de levantamento olímpico, a coisa sempre gira em torna da técnica perfeita.

 
 
 
Se mantemos o relógio na equação, eu preferiria muito mais ver exercícios menos técnicos sendo feitos ao invés dos levantamentos olímpicos. Fazê-los com muita carga e muito volume pode determinar quem vai ficar bem e quem vai se lesionar.

 
 
 
Se você quer fazer bastante repetições para ver até onde sua técnica agüenta chegar sem ficar ruim, tudo bem. Mas é uma necessidade que haja alguém monitorando sua técnica enquanto você treina. Só estou interessado no quanto você agüenta fazer com boa técnica.

 
 
 
O técnico deve controlar o tempo baseado em movimentos executados com boa técnica e não o contrário, onde o atleta controla o tempo com uma execução ruim e cargas altas. Isso ensinará a eles a aperfeiçoar suas execuções.

 
 
 
Dr. Rusin: Como um fisioterapeuta, quais são as lesões mais comuns que você vê no crossfit?

 
 
 
Gray Cook: Os dados dizem que o fator de risco número um para se lesionar é já ter tido uma lesão anterior.

 
 
 
Muitos atletas voltam aos treinos sem se recuperarem totalmente de uma lesão anterior, o que é parte culpa do atleta e parte culpa do sistema de saúde.

 
 
 
É difícil dizer que um tipo de lesão é mais freqüente no crossfit. É mais correto dizer que o ambiente metabólico e a exposição a grandes cargas sob grandes quantidades de stress levam a ‘acordar’ lesões antigas que não foram bem tratadas no passado.

 
 
 
Lombar, ombros e joelhos geralmente ficam na frente quando falamos de lesões ocorridas na prática do crossfit. Mas com boa mobilidade, estabilidade e técnica, muitas dessas lesões comuns podem ser evitadas.

 
 
 
Basta olhar o trabalho que o Kelly Starret vem fazendo com seus atletas na crossfit de São Francisco.

 
 
 
Dr. Rusin: O que você pensa sobre o estilo de treino do crossfit para o desenvolvimento atlético e o treino específico para performance nos esportes?

 
 
 
Gray Cook: Nós usamos ferramentas e princípios do treino do crossfit para o treinamento de atletas de alto nível de diferentes esportes? Sim. Mas fazemos isso há mais de 100 anos.

 
 
 
Ferramentas como o kettlebell podem preencher vácuos nos treinos de performance dos diferentes esportes, mesmo nos seus mais altos níveis de força e condicionamento como na NFL.

 
 
 
Os preparadores físicos – que já possuem uma grande bagagem de sucesso implementando programas que coincidem com os objetivos específicos de cada esporte – vão parar de fazer o que eles fazem para começar a treinar no estilo puro do crossfit? Provavelmente não.

 
 
 
O que os treinadores irão fazer será introduzir movimentos popularizados pelo crossfit que já foram testados sob as condições mais metabolicamente estressantes de toda a indústria fitness.

 
 
 
Muitos dos exercícios que vemos no crossfit podem ser utilizados estrategicamente na preparação física de atletas em geral que terão um sucesso muito bom na hora da transferência de habilidades.

 
 
 
Dr. Rusin: Se você pudesse mudar alguma coisa no crossfit, o que seria?

 
 
 
Gray Cook: O crossfit precisa gastar mais tempo definindo as capacidades individuais de cada atleta do que prepara os WODs gerais que são passados para todos na lousa.

 
 
 
As pessoas não conhecem suas próprias limitações, o que algumas vezes as levam a ter problemas que elevam desnecessariamente o risco de terem lesões enquanto treinam.

 
 
 
Muita gente entra nesses ambientes altamente competitivos e desafiadores sem ter noção do que são capazes de fazer fisicamente sem sofrer algum tipo de lesão. Isso precisa ser corrigido para proteger esses atletas, e oferecer uma alternativa que seja compatível com seu nível de habilidade funcional.

 
 
 
Dr. Rusin: Você acredita que o crossfit seja potencialmente  a forma mais lesiva de atividade física praticada no mainstream da indústria fitness atualmente?

 
 
 
Gray Cook: Seria muito fácil das pessoas acharem isso, devido à grande massificação que ocorreu com o crossfit.

 
 
 
Se você olhar as taxas de lesão no ligamento ACL do joelho, sem contato físico, entre mulheres praticantes de crossfit; e olhar as taxas de concussões ocorridas no futebol americano nos colégios; eu ficaria mais preocupado com o programa de treino do desenvolvimento do esporte na juventude causando mais lesões do que o crossfit.

 
 
 
Outros profissionais da indústria fitness cometeram os mesmos erros que são cometidos pelos técnicos de crossfit. Às vezes, como treinadores, nós somos levados a maximizar o ambiente metabólico, tentando potencializar o efeito dos treinos, e não medimos direito as habilidades dos atletas.

 

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