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Não se trata de abandonar a terapia convencional. Como eu disse no primeiro post a VLCKD está sendo estudada como terapia adjuvante ou em associação com abordagens farmacológicas e radioterápicas.

Claro que a dieta cetogênica provavelmente nunca vai ser estudada como medida inicial. Mas depois de uma medida cirúrgica, por que não? Não acho uma pesquisa tão difícil assim de ser realizada, qual seria o viés ético aqui?

Concordo que precisariam sair vários estudos para apontar que dieta cetogênica trata o câncer, mas é exatamente isso o que faz a ciência ser ciência. Artigos precisam ser recebidos, avaliados e até mesmo refutados pela comunidade científica para serem validados.

Eu acho difícil uma pesquisa desse padrão ser realizada porquê, simplesmente, é algo não rentável.

Vemos os casos de doenças cardiovasculares, e o tratamento número 1 é o quê? Remédios e mais remédios

Pressão. Remédios.

Diabetes. Remédios.

Qualquer que seja a doença, o tratamento primário vai ser farmacológico. E sempre os estudos vão mostrar que aquele fármaco trata a doença. E de fato podem até sim tratar, mas não é por que trata que é a melhor forma de tratamento.

Não to querendo partir pro lado de que a dieta é a principal forma de tratamento, só estou tentando falar que esperar que a área médica aceite como forma de tratamento a alimentação, é pedir muito, por que não vão!

Sim comprovam, entenda que nos ensaios clínicos são utilizados pacientes que tem a doença, ou seja, é mundo real brother. Não existe essa relativização de teoria e prática como existe aqui no fórum. Os ensaios clínicos só são ambientes mais controlados, mas mesmo depois de a droga ser lançada no mercado ela ainda está em estudo. O que acontece é que pode haver falha terapêutica em alguns pacientes, mas isso é perfeitamente normal, nada nesse mundo é 100 %.

Acredite eu queria concordar, mas o máximo que posso dizer é: talvez.

Eu trabalho em hospital e vejo quase que diariamente a luta de diversos pacientes contra o câncer. Como eu já disse seria ótimo, evitar todos aqueles colaterais desagradáveis da quimio/radio, ter uma qualidade de vida razoável e ainda conseguir combater o câncer apenas evitando carboidratos.

A verdade nua e crua é que essa uma solução simples demais para um problema complexo demais.

Eu sempre vou em congressos de oncologia e por lá o avanço mais recente (na verdade de uns anos para cá) em tratamento do câncer são as chamadas terapias-alvo. Uso de anticorpos monoclonais para agir em um determinado receptor, diminuindo os efeitos colaterais e aumentando a qualidade de vida, infelizmente esbarram ainda num custo elevado.

O que eu quero dizer com isso é: para chegar nessas terapias, os pesquisadores tiveram que destrinchar toda a cascata de sinalização, que vai desde a ligação do receptor até a resposta intra-celular e ativação/inibição de genes. Sacou a complexidade?

Embora a dieta cetogênica pareça agir na via de mTOR, a ideia por trás de apenas reduzir glicose é simples demais, para uma célula defeituosa cheia de artifícios capazes de burlar nossa regulação celular.

Você concorda comigo que uma droga que passou por ensaios clínicos randomizados e já está há 10 anos no mercado é infinitamente mais eficaz clinicamente que uma dieta que ainda está nos moldes inciais de pesquisa cientifica, certo?!

Com certeza a droga tem sua eficácia, o que estou falando é que embora não seja tão comprovada clinicamente, uma dieta também PODE ser tão eficiente quanto uma droga, dependendo o caso. Só que não é não agressiva ao corpo quanto uma droga. Mas isso depende de N fatores, como o estágio em que se encontra o câncer, os hábitos da pessoa, o tipo de câncer.

Eu concordo com muito do que você fala, mas eu pendo mais pro lado da nutrição, acho ela de extrema importância no tratamento de várias doenças, e no caso do câncer também. Acredito que tanto como prevenção como tratamento, uma dieta (não necessariamente low carb) deveria ser a primeira abordagem, e no caso do tratamento, uma dieta juntamente com o tratamento que o médico responsável prescrever.

Não quero parecer um radical que condena o tratamento através de quimio, radio, et cetera e defende com unhas e dentes a cetogênica. Só tento expor que os dois juntos PODEM ser usados como um tratamento eficaz, embora nem todos os cânceres sejam iguais, a forma como agem também não, mas no geral, uma dieta cetogênica pode ajudar e muito, juntamente com o tratamento.

Obrigado pelas contribuições que tem feito até aqui com pesquisas e sua visão sobre o assunto.

Abraço.

Se vivêssemos 200 anos, em algum momento, qualquer um teria algum tipo de câncer, mesmo que "leve".

Com toda certeza doenças cardiovasculares recebem um impacto maior da alimentação e exercícios, tendo a alimentação tendo uma parte maior nisso, mas não exclui o fato de que outras doenças também sofrem impacto grande pela alimentação. Embora muitas doenças sejam de ordem genética, da muito bem para serem evitadas através de uma alimentação, seja ela low carb ou não (acho bom frisar isso porque muitos podem achar que falo apenas de low carb).

Principalmente no que tange ao tratamento preventivo de qualquer doença, não vejo solução melhor do que através da dieta.

Acredito que com o avanço na nutrigenômica e da nutrigenética, muitas coisas mudem, mas isso vai demandar de muito tempo ainda.

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  • 2 semanas depois...
Postado

Matheus, simplesmente fantástico o tópico

Mas, a minha opinião é a mesma do pessoal mais cauteloso. Assim como no tópico Low Carb, gosto de moderar os carbs, mas sei que a dieta não é "mágica" (eu sei que a maioria sabe disso, mas sempre tem gente que acha que LC é mágica), também não sou fã da cetogênica, sei que tem gente que faz e se sente bem e treina normalmente (acho que você e o Norton), mas isso não quer dizer que todos vão se dar bem com isso. Eu acredito sim que a chave seja controlar os carbos, mas eu mesmo não sigo uma dieta muito LC, na verdade depende do ponto de vista, comparada a piramide alimentar eu sigo low carb, mas não é tão low carb assim 150-200g/dia.

Aqui tenho a mesmo opinião. Tenho um parente que esta passando por tratamento de câncer, e eu inclusive já dei a sugestão de uma dieta low carb para COMPLEMENTAR o tratamento (sei que você não esta dizendo para pessoas abandonarem o tratamento convencional). Mas como já disseram, não temos muito além de depoimentos e alguns casos de sucesso. E sei que pra quem esta com câncer "qualquer" coisa esta valendo. E, por saber dos benefícios de se controlar os carbos, ando insistindo para que ela adeque a dieta para no mínimo potencializar o tratamento.

Uma das coisas que sempre digo, "eu acredito que estar saudável é o melhor pra se conseguir hipertrofia", mas acredito que sirva pra esses casos também, estar saudável ajudaria a melhorar o tratamento. Não consigo imaginar como, uma síndrome metabólica, diabetes . pode ajudar em alguma coisa, por isso acredito que a melhor coisa que a pessoa pode fazer e se manter saudável.

De qualquer forma, gosto muito do assunto. parabéns pela iniciativa

Abraços

  • 2 semanas depois...
Postado

Eu acho difícil uma pesquisa desse padrão ser realizada porquê, simplesmente, é algo não rentável.

Vemos os casos de doenças cardiovasculares, e o tratamento número 1 é o quê? Remédios e mais remédios

Pressão. Remédios.

Diabetes. Remédios.

Qualquer que seja a doença, o tratamento primário vai ser farmacológico. E sempre os estudos vão mostrar que aquele fármaco trata a doença. E de fato podem até sim tratar, mas não é por que trata que é a melhor forma de tratamento.

Li uma matéria e lembrei disso que você escreveu. Eis a matéria:

Preocupados com efeitos colaterais, médicos cortam remédios de pacientes

"...É crescente o movimento da chamada "desprescrição" entre os médicos de família e comunidade, especialidade que reúne 5.000 no país. Trata­-se de um processo de reduzir ou suspender medicamentos.

Eles se apoiam na ideia de que muitos medicamentos fazem mais mal do que bem quando prescritos sem necessidade ou usados por tempo prolongado. O assunto foi discutido no Congresso Brasileiro de Medicina e Comunidade, que ocorreu em Natal (RN)..."

Postado

Obrigado!

É aquilo que sempre falamos, só de abandonar os carbos refinados, alimentos industrializados, já consegue ter muitos benefícios. Tentar ser o mais saudavel possivel ajuda e ajuda muito, ainda mais quando se tem algum problema de saúde.

Com toda certeza é bem melhor você comer 1kg de salada do que 1kg de salgadinho, bolacha e chocolate, né. Uma pessoa com cancer acaba tendo o sistema imunológico prejudicado, e se alimentando corretamente vai sim obter resultados mais satisfatórios do que alguem que se entope de porcarias.

E o seguir uma dieta cetogênica não é tão dificil, da pra comer bastante carboidrato. Se pegar alimentos fibrosos, você consegue um montante relativamente grande de comida e no final o saldo de carbo é baixo (carbo liquido). Então eu acho válido uma abordagem assim pra alguem que está em tratamento para o câncer. Como você mesmo falou, pra quem está com câncer, qualquer coisa é válida (sei que não é qualquer coisa, mas é apenas modo de falar- antes que interpretem mal essa frase).

Uma pessoa que tira da sua alimentação alimentos como pão, bolacha, açucar, diminui o arroz e feijão, etc., já vai estar quase que fazendo um low carb, por que isso é o que compõe a maior parte da alimentação do brasileiro. Só de tomar atitudes pequenas como essas já ajuda bastante.

Valeu. Abraço.

Poxa, bacana isso.

Se for fazer o TCC baseado nesse assunto, post mais sobre isso. Com certeza já deve ter um material bom sobre o assunto.

A metodologia prática é uma das coisas que acabam travando um pouco esse tipo de assunto, por que se acha pouca coisa. Pouco conteúdo sobre o assunto = muito ceticismo sobre o mesmo.

Valeu. Abraço.

Hoje tem tido um crescimento legal nessa parte. "Muitos" médicos tem adotado essa atitude, uma grande parte são médicos que acreditam muito no ramo nutricional. Esses acabam se destacando pelos seus resultados.

Isso é uma coisa que eu acredito muito, que medicamentos são, em grande parte, mais prejudiciais do que benéficos. Eles tratam sintomas não a causa.

É fácil um paciente chegar para o médico e falar que está com dor de cabeça e o médico receitar um Advil. Agora são raros os que tentar investigar a causa dessa dor de cabeça sem ficar receitando remédio (só um exemplo). Se você não sabe o que causou isso, por que vai receitar algo?

Eu sempre falo para as pessoas com quem convivo para não ficar tomando remédio por qualquer causa. O que mais se vê é: Tô com dor de estomago vou tomar X. Tô com dor de cabeça vou tomar Y. Tô com dor no corpo, vou tomar B..

E isso acaba se tornando até um vicio, a pessoa depende do medicamento para aliviar os sintomas, senão não consegue viver direito. Em algum tempo o medicamento já começa a não fazer tanto efeito, tem que ter um mais forte ou aumentar a dose e ai uma coisa vai puxando a outra.

E tambem é assim, você vai no médico por que ta com dor de cabeça, ele te receita um medicamento. Só que um colateral desse remédio é elevar a pressão arterial, em algum tempo você volta no médico e ele te receita um pra pressão. Tem um colateral de depressão, ele te receita outro, e outro, e outro... Sempre tem um colateral e é preenchido com outro remédio que causa algum colateral.

Por isso que eu sou meio do contra com remédios, etc.. Não que eu ache que não deveria existir, mas que não deveria ser essa bagunça que é. Qualquer um vai na farmácia e compra o remédio que quiser (os sem receita) depois de ter se auto diagnosticado, só que esse remédio, por mais inocente que pareça, esconde algum colateral. São substâncias sintéticas, nosso corpo não reconhece uma boa parte.

Bem legal a matéria.

Abraço.

Dificil, hein.. hahaha

Postado

Síndrome de Li-Fraumeni... Se esse tópico não tivesse sido criado, possivelmente eu nunca saberia da existência disso. Pesquisei rapidamente aqui e é um conteúdo particularmente interessante. Vale uma busca mais aprofundada

Obrigado pelos conteúdos que tu trouxe pra esse tópico, Matheus. Tu - assim como o Shrodinger (único user que me vem à cabeça de imediato) - é um dos poucos usuários que ainda fazem esse fórum valer a pena. Continue esse bom trabalho

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