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O glicogênio, a principal fonte de combustível para os músculos durante o exercício físico, é processado mais rapidamente quando os atletas ingerem cafeína em conjunto com hidratos de carbono logo a seguir a um grande esforço físico, demonstra um novo estudo. Os atletas que ingeriram cafeína em conjunto com hidratos de carbono registaram 66% mais glicogénio nos músculos 4 horas depois de um exercício intenso e esgotante, quando comparados com outros atletas que apenas ingeriram hidratos de carbono.

A Cafeína ajuda a absorção de hidratos de carbono

Está já amplamente estabelecido que a ingestão de cafeína e hidratos de carbono antes e durante o exercício físico melhora a performance atlética em várias áreas. Este é o primeiro estudo a demonstrar que a cafeína, quando combinada com hidratos de carbono a seguir ao exercício físico ajuda a restabelecer os músculos mais rapidamente.

“Se tiver mais 66% de combustível para o treino ou competição do dia seguinte, não restam dúvidas que o seu desempenho será muito superior”, diz o Dr. Hawley, autor do estudo. A cafeína está presente em vários alimentos e bebidas comuns, incluindo o chá, café, chocolate e refrigerantes. O estudo foi realizado em sete ciclistas profissionais que participaram em quatro sessões e que rodaram um cicloergômetro até à exaustão, e que depois consumiram um jantar com baixo teor em hidratos de carbono antes de irem para casa. Este exercício foi concebido de modo a reduzir os níveis de glicogénio dos atletas antes da experiência que seria realizada no dia seguinte. Nenhum dos atletas comeu até voltarem ao laboratório no dia seguinte para a segunda sessão de exercícios físicos no cicloergômetro.

Depois do exercício, os atletas ingeriram uma bebida que continha apenas hidratos de carbono ou hidratos de carbono com cafeína e descansaram no laboratório durante quatro horas. Durante este período de repouso, os investigadores realizaram várias biopsias aos músculos e exames sanguíneos para medir a quantidade de glicogénio que foi reposto no músculo, juntamente com a concentração de metabólitos reguladores e hormonas no sangue, incluindo glicose e insulina.

Todo o processo foi repetido uma semana depois, com a diferença que os atletas trocaram de bebida depois do segundo exercício, ou seja, se os atletas beberam a bebida apenas com hidratos de carbono na primeira volta de exercícios, na segunda beberam a bebida com hidratos de carbono e cafeína e vice-versa.

As bebidas pareciam, cheiravam e sabiam ao mesmo, e ambas continham a mesma quantidade de hidratos de carbono. Nem os investigadores nem os atletas sabiam que regime estavam a consumir, fazendo este um estudo duplamente cego e uma experiência placebo.

Níveis de glicose e insulina superiores com ingestão de cafeína

Os investigadores concluíram o seguinte:

Uma hora depois do exercício, os níveis de glicogénio nos músculos foram repostos aos mesmos níveis independentemente da bebida que o atleta ingeriu

Quatro horas depois do exercício, a bebida com cafeína resultou em 66% mais glicogénio comparada com a bebida apenas com hidratos de carbono

Ao longo do período de recuperação de quatro horas, a versão cafeinada da bebida resultou em maiores níveis de glicose no sangue e insulina plasmática

Aumentou a concentração de proteínas que se acredita terem um papel importante no transporte de glicose para os músculos depois dos atletas ingerirem a bebida com hidratos de carbono e cafeína

O Dr. Hawley diz que ainda não está claro como a cafeína ajuda a absorção de glicose do sangue para os músculos, contudo, os níveis elevados de glicose no sangue e insulina plasmática sugerem uma forte relação. Adicionalmente, a cafeína poderá aumentar a actividade de várias enzimas, incluindo a proteína Kinase e proteína Kinase B (também chamada Akt), que desempenham funções na absorção de glicose pelos músculos após e durante o exercício físico.

Dose reduzida é o próximo passo

Neste estudo, os investigadores usaram uma elevada dose de cafeína para estabelecer se poderia ajudar os músculos a converter hidratos de carbono ingeridos em glicogénio mais rapidamente. Contudo, como a cafeína pode ter efeitos negativos para a saúde, como distúrbios do sono, o próximo passo é determinar se doses mais pequenas de cafeína atingem os mesmos objectivos.

Hawley salienta ainda que a resposta à ingestão de cafeína varia muito de individuo para individuo. Enquanto que vários atletas no estudo reportaram dificuldades em dormir após a ingestão de cafeína (8 mg por kilograma de massa muscular, o equivalente a 6 cafés fortes), outros adormeceram durante o período de descanso e não registaram nenhum efeito negativo.

Os atletas que desejem incorporar a cafeína nos treinos ou sessões, devem realizar várias experiências para descobrir quais os níveis que melhor funcionam para eles.

Nota: A cafeína foi retirada da lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Anti-Doping (WADA)

Fonte: The New York Times

http://www.alimentacaosaudavel.org/Cafeina-Exercicio.html

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