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Postado (editado)

Tem tudo pra ser um tópico espetacular.

Não sou e jamais serei usuário de esteroides, mas não tenho nada contra quem deseja usar. Cada um opta por aquilo que deseja. Mas seguirei o tópico.


Edit: na real, os protocolos de estudos para esteroides em humanos são realmente muito complicados de serem postos em prática. Isso ocorre por causa da bioetica. Esteroides podem - ou seja, existe a possibilidade - de serem danosos à saude, e essa é a principal restrição.

Assim, submeter um grupo de pessoas há uma possibilidade de dano a própria saúde freia os estudos com esteroides nos mais diversos comitês de bioética hospitalares. Os projetos simplesmente não são aprovados.

Alguns podem argumentar: "mas outros medicamentos também podem causar dano ao organismo e mesmo assim são submetidos as fases de experimentação das drogas". Exato, no entanto, mesmo sem uso controlado e sem uma quantidade mínima de estudos, nos sabemos dos potenciais danos - a curto e a médio prazo - dos esteroides (e dos potenciais benefícios, também). Medicamentos recém lançados não possuem essa experiência empírica que a sociedade possui no que diz respeito aos esteroides.

Editado por proxy
Postado (editado)

Hitch voltou ? Uffa rs.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4266340/

- Alteração dos níveis de Vit. D após utilização de Enantato de Testo. em doses graduais (2014).

- Estudo com 25 homens
- Utilizaram Enantato em doses Graduais (125,250,500mg) buscando alt. nos níveis da Vit. D

Além das alterações que conhecemos, o estudo demonstrou que quanto MAIOR A DOSE DE TESTO, MAIOR A INIBIÇÃO DOS NÍVEIS LH E FSH. Esse assunto era meio contraditório por aqui.

- Está imagem explica bem.

_tabela_supresao_apos_enantato.jpg

(A) LH antes e depois de 500 mg de testosterona.
(A) FSH antes e depois de 500 mg de testosterona.

© LH antes e depois de 250 mg de testosterona.
(D) FSH antes e depois de 250 mg de testosterona.

(E) LH antes e depois de 125 mg de testosterona.
(F) FSH antes e depois de 125 mg de testosterona.


CONCLUSÃO:
- O efeito inibidor do Eixo HPT é mais profundo do que eles acreditavam.
- A supressão do LH / FSH é dose-dependente
- Alterações no perfil lipídico <HDL / >LDL foram identificadas e estão relacionadas com episódios cardíacos.

- Não existe alteração nos níveis de vitamina D mesmo após 500mg de Enantato de Testo.

Abc.

Editado por climzirus
Postado
Letrozole once a week normalizes serum testosterone in obesity-related male hypogonadism.
Comparative Assessment in Young and Elderly Men of the Gonadotropin Response to Aromatase Inhibition

http://press.endocrine.org/doi/full/10.1210/jc.2005-0982

Low-Dose Human Chorionic Gonadotropin Maintains Intratesticular Testosterone in Normal Men with Testosterone-Induced Gonadotropin Suppression

http://press.endocrine.org/doi/abs/10.1210/jc.2004-0802

Postado (editado)
HIPOGONADISMO INDUZIDO POR EA'S - 2014
(Uma revisão da literatura, ideal para iniciantes)

*Resumi as partes mais interessantes*


http://www.fertstert.org/article/S0015-0282%2814%2900140-X/fulltext


- FISIOPATOLOGIA DO FEEDBACK

gr1.jpg

- EFEITOS ADVERSOS / RECOMENDAÇÕES E TRATAMENTOS.

" Para os pacientes severamente sintomáticos, a utilização de uma TRT injetável pode proporcionar melhora dos sintomas imediatos. A administração simultânea de um SERMs (tal como o citrato de clomifeno, 25 mg em dias alternados) irá interagir no hipotálamo causando a estimulação de LH e finalmente aumentar T-Intratesticular"

"Após 4 semanas de tratamento com TRT e / ou um SERMs, painel hormonal deve ser repetido. Se o paciente tiver uma resposta gonadotrópica baixa, os autores indicam o uso de 4 semanas de hCG (1.000-3.000 UI, 3 vezes por semana) (66, 67, 68, 69)."

gr2.jpg

- MANIPULAÇÃO DA GINECOMASTIA

- ABORDAGEM DA ATROFIA TESTICULAR / INFERTILIDADE - (Já tinha referenciado isso aqui, mas ai vai de novo)

"Quanto atrofia testicular, hCG preserva a função testicular e impede a atrofia testicular (104).
Tratamento com hCG é conhecido por aumentar o volume dos testículos, com base em estudos em pacientes com hipogonadismo hipogonadotrópico (105, 106).
Além disso, os utilizadores de AAS tipicamente se auto-administram com hCG em doses baixas, tal como 250-500 UI por via subcutânea ou por via intramuscular diariamente ou em dias alternados durante várias semanas para a finalização de longos ciclos e através das primeiras semanas de seu regime pós-ciclo.
Os SERMs podem ser igualmente eficazes para a prevenção da atrofia testicular induzida pelo AAS, embora estudos comparativos de qualidade não estão disponíveis. hCG pode ser adicionado no protocolo, se a resposta ao tratamento SERM primária for ineficaz.
"

Abraços.

Editado por climzirus
Postado

Pô bacana ver o feedback de uma rapaziada mais nova no fórum e que está atenta a literatura e não apenas a broscience.

Estou pra utilizar um protocolo de aumento de testo por meio da inibição da aromatase.
Um colega de fórum me apresentou este estudo gringo sobre esta viabilidade, o texto está em inglês. Se alguém tiver tempo e a alma caridosa de traduzir pra todos terem acesso.

Bacana o artigo apesar do N pequeno. Vai relatar esse protocolo?

Mais sobre:

http://press.endocrine.org/doi/abs/10.1210/jc.2014-2432

Thirty-nine boys have completed 1 year of treatment. Baseline means were age 14.1 years, PAH 166 cm, and testosterone 198 ng/dL. At 1 year, letrozole resulted in higher LH (L 6.1 ± 2.5 vs A 3.2 ± 1.7 IU/L) and testosterone (1038 ± 348 vs 536 ± 216 ng/dL) with lower estradiol (2.8 ± 2.8 vs 5.6 ± 2.9 pg/mL) and IGF-1 (237 ± 51 vs 331 ± 79 ng/mL). First year growth velocities were identical (7.2 cm/year), but an increase in PAH was greater in the anastrozole group (4.2 ± 3.5 vs 1.4 ± 4.4 cm, p = 0.03) after 1 year.


Tem tudo pra ser um tópico espetacular.

Não sou e jamais serei usuário de esteroides, mas não tenho nada contra quem deseja usar. Cada um opta por aquilo que deseja. Mas seguirei o tópico.


Edit: na real, os protocolos de estudos para esteroides em humanos são realmente muito complicados de serem postos em prática. Isso ocorre por causa da bioetica. Esteroides podem - ou seja, existe a possibilidade - de serem danosos à saude, e essa é a principal restrição.

Assim, submeter um grupo de pessoas há uma possibilidade de dano a própria saúde freia os estudos com esteroides nos mais diversos comitês de bioética hospitalares. Os projetos simplesmente não são aprovados.

Alguns podem argumentar: "mas outros medicamentos também podem causar dano ao organismo e mesmo assim são submetidos as fases de experimentação das drogas". Exato, no entanto, mesmo sem uso controlado e sem uma quantidade mínima de estudos, nos sabemos dos potenciais danos - a curto e a médio prazo - dos esteroides (e dos potenciais benefícios, também). Medicamentos recém lançados não possuem essa experiência empírica que a sociedade possui no que diz respeito aos esteroides.

Cara será que é isso mesmo?

Com a desmistificação da TRT apareceram muitos artigos com doses fisiológicas e até mesmo suprafisiológicas de testo, mas ainda há muita coisa a ser explorada.

Na minha opinião não há investimento de grandes laboratórios pois talvez não haja lucratividade em desenhar estudos para homens que necessitam de reposição hormonal ou mesmo de ver se doses suprafisiológicas causam algum tipo de maleficio real a médio prazo. É um grupo muito seleto.

Pesquisa precisa ser financiada, um ensaio clinico randomizado custa uma fortuna.

Hitch voltou ? Uffa rs.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4266340/

- Alteração dos níveis de Vit. D após utilização de Enantato de Testo. em doses graduais (2014).

- Estudo com 25 homens
- Utilizaram Enantato em doses Graduais (125,250,500mg) buscando alt. nos níveis da Vit. D

Além das alterações que conhecemos, o estudo demonstrou que quanto MAIOR A DOSE DE TESTO, MAIOR A INIBIÇÃO DOS NÍVEIS LH E FSH. Esse assunto era meio contraditório por aqui.

- Está imagem explica bem.

_tabela_supresao_apos_enantato.jpg

(A) LH antes e depois de 500 mg de testosterona.
(A) FSH antes e depois de 500 mg de testosterona.

© LH antes e depois de 250 mg de testosterona.
(D) FSH antes e depois de 250 mg de testosterona.

(E) LH antes e depois de 125 mg de testosterona.
(F) FSH antes e depois de 125 mg de testosterona.


CONCLUSÃO:
- O efeito inibidor do Eixo HPT é mais profundo do que eles acreditavam.
- A supressão do LH / FSH é dose-dependente
- Alterações no perfil lipídico <HDL / >LDL foram identificadas e estão relacionadas com episódios cardíacos.

- Não existe alteração nos níveis de vitamina D mesmo após 500mg de Enantato de Testo.

Abc.

Letrozole once a week normalizes serum testosterone in obesity-related male hypogonadism.
Comparative Assessment in Young and Elderly Men of the Gonadotropin Response to Aromatase Inhibition

http://press.endocrine.org/doi/full/10.1210/jc.2005-0982

Low-Dose Human Chorionic Gonadotropin Maintains Intratesticular Testosterone in Normal Men with Testosterone-Induced Gonadotropin Suppression

http://press.endocrine.org/doi/abs/10.1210/jc.2004-0802

Desses eu ainda não conhecia o artigo do meio, achei bacana principalmente a parte que ele cita homens jovens.

letro2.jpg?1419900969

HIPOGONADISMO INDUZIDO POR EA'S - 2014
(Uma revisão da literatura, ideal para iniciantes)

*Resumi as partes mais interessantes*

http://www.fertstert.org/article/S0015-0282%2814%2900140-X/fulltext


- FISIOPATOLOGIA DO FEEDBACK

gr1.jpg

- EFEITOS ADVERSOS / RECOMENDAÇÕES E TRATAMENTOS.

" Para os pacientes severamente sintomáticos, a utilização de uma TRT injetável pode proporcionar melhora dos sintomas imediatos. A administração simultânea de um SERMs (tal como o citrato de clomifeno, 25 mg em dias alternados) irá interagir no hipotálamo causando a estimulação de LH e finalmente aumentar T-Intratesticular"

"Após 4 semanas de tratamento com TRT e / ou um SERMs, painel hormonal deve ser repetido. Se o paciente tiver uma resposta gonadotrópica baixa, os autores indicam o uso de 4 semanas de hCG (1.000-3.000 UI, 3 vezes por semana) (66, 67, 68, 69)."

gr2.jpg

- MANIPULAÇÃO DA GINECOMASTIA

- ABORDAGEM DA ATROFIA TESTICULAR / INFERTILIDADE - (Já tinha referenciado isso aqui, mas ai vai de novo)

"Quanto atrofia testicular, hCG preserva a função testicular e impede a atrofia testicular (104).
Tratamento com hCG é conhecido por aumentar o volume dos testículos, com base em estudos em pacientes com hipogonadismo hipogonadotrópico (105, 106).
Além disso, os utilizadores de AAS tipicamente se auto-administram com hCG em doses baixas, tal como 250-500 UI por via subcutânea ou por via intramuscular diariamente ou em dias alternados durante várias semanas para a finalização de longos ciclos e através das primeiras semanas de seu regime pós-ciclo.
Os SERMs podem ser igualmente eficazes para a prevenção da atrofia testicular induzida pelo AAS, embora estudos comparativos de qualidade não estão disponíveis. hCG pode ser adicionado no protocolo, se a resposta ao tratamento SERM primária for ineficaz."

Abraços.

Opa também tem um bom sobre o hipogonadismo induzido por EA's:

http://www.asih.net/ASIH%20%E2%80%93%20Towards%20a%20unified%20hypothesis%20of%20anabolic%20steroid%20action.pdf

Mais um sobre clomifeno, não entendo porque a galera tem uma antipatia gratuita por ele.

http://www.healthmegamall.com/articles/babeskinarticle342.pdf

clomid.jpg?1419901300

Postado (editado)

Sim, infelizmente. Pensando especialmente no aspecto da TRT, em si, os projetos acabam passando porque a suplementação hormonal é muito baixa e com vistas a melhorias na qualidade de vida - como termo generalista - e os resultados obtidos podem impactar na qualidade de vida ou sobrevida das pessoas a curto, médio e longo prazo. Eu me referia a estudos visando estética e ganho muscular.

O principio ferido é o beneficência / não-maledicência. Se eu não posso oferecer o melhor tratamento (no caso, a beneficência), não posso expor o indivíduo a uma possível dano (não-maleficência). Eventualmente alguns projetos acabam passando, ou por estarem em condições extremamente vigiadas e protocolos de estudos extremamente rígidos ou porque são financiados por grandes empresas farmacêuticas.

A respeito do ensaio clínico, os ensaios clínicos randomizados multicêntricos duplo-cego são os estudos mais caros do mundo. Como consequência, isso possui alguns pontos negativos: inviabiliza projetos pelo custo financeiro, inviabiliza projetos por lidar com muitos comitês de ética, inviabiliza projeto porque necessita de aprovação de órgãos governamentais (destaque ao CDC) e órgãos não-governantes e internacionais (no caso, sobretudo, a OMS), inviabiliza projetos devido a mobilização de pessoas necessárias para colocar o estudo em prática, inviabiliza projetos devido a necessidade de estruturas e logística necessárias. O dinheiro não é a única barreira a ser superada.

Além disso, em certos assuntos teóricos (no caso, esteroides), nem sempre é necessário fazer um estudo com a maior nível de evidência possível para comprovar certos aspectos. Por exemplo: você não precisa fazer um ensaio clínico randomizado multicêntrico randomizado duplo-cego para provar que esteroides promoverão ganho muscular, simplesmente porque a evidência empírica de anos de experimentação da substância consolidou seu uso pelo seu efeito, no caso, aumento da massa muscular. A não ser que você deseja comprovar/medir alguma variável da melhor forma possível, exemplo: "quantidade de ganho de fibras musculares do tipo 2 em triceps, biceps e vasto lateral em praticamentes de natação submetidos a um protocolo de exercícios X com o esteroide Y". Mesmo assim o projeto não seria aprovado porque: 1 - não vale o investimento (mesmo que esse seja baixo), porque representa um projeto muito restrito a um grupo de pessoas e não permite extrapolação científica e estatística para outras modalidades esportivas e 2 - simplesmente porque há outras doenças / outros assuntos teóricos mais relevantes, cujos resultados práticos realmente podem ser importantes.

E olha só hitch, a fins de comparação, fiz uma pesquisa no pubmed entre os termos "Trembolone" e "Arterial hypertension":

-Termo "trembolone" : 630 resultados encontrados

image.jpg
- Termo "arterial hypertension" : 392.673 resultados encontrados

image.jpg
Pra tirar a provar real, pesquisei os termos "testosterone replacement"
- Termo "testosterone replacemente" : 4546 resultados encontrados

Refinando os resultados e cruzados os termos "testosterone replacement e Men"

- Termo "testosterone replacemente" e "men": 265 resultados encontrados
image.jpg

Viu só? Pesquisa com hormônios é extremamente complicado e estamos recém engatinhando nesse aspecto.

__________________

Como experiência prática, vou deixar meus 2 centavos aqui no tópico:

Há cerca de 2 meses, tive contato uma paciente feminina Amanda (nome fictício), 9 meses, a qual tinha uma doença chamada tetralogia de Fallot (uma malformação cardíaca grave, cujo espectro de apresentação clínica é vasto e sua repercussão está relacionada ao grau de malformação). Uma das consequência das tetralogia é hipertensão pulmonar (aumento da pressão no interior das artérias pulmonares e ramos tronculares principais), o que dificulta o trabalho cardíaco de bombear sangue para os pulmões e oxigenar o organismo. Amanda foi vítima de uma doença chamada bronquiolite (entenda como pneumonia viral), que complicou com uma pneumonia bacteriana secundária (a bronquiolite predispôs a pneumonia bacteriana). Amanda evoluiu muito mal e nos colocamos ela no respirador. As crianças em seu 1º ano de vida ganham muito peso (em média, o peso triplica quando a criança fecha 1 ano), no entanto devido a condição cardíaca de Amanda, ela não adquiriu peso (estava com 5kg, em média, quando deveria estar com 8kg) e isso prejudicava a retirada de Amanda do respiração simplesmente porque ela não tinha massa muscular necessária para adquirir o drive ventilatório por conta própria. Assim, decidimos fazer um ciclo de 3 doses com Nandrolona (exatamente, deca-durabolin). Foi feito um protocolo de 0, 14 e 21 (3 doses, com intervalo de 2 semanas entre a primeira e 1 semana entre a 2 e 3 dose), na dose de 19mg totais, associado a fisioterapia respiratória e motora ambas 3 vezes ao dia. Amanda conseguiu sair do respirador e foi transferida para um hospital Z, em Porto Alegre para realizar a cirurgia cardíaca corretora do problema em seu coração. Para quem tiver interesse, esse foi um dos guias do protocolo:

image.jpg
Abraço a todos!

Opa proxy,

Pois é, na maioria dos casos estudos observacionais são mais do que suficientes para EA's, porém o que ainda se vê muito (e quando se vê) são estudos pré-clínicos e de relatos de casos.

Broscience ainda vai reinar nesse mundo underground porém há algumas coisas de estudos que podem ser extrapoladas para nossa realidade, como é o caso de situações clinicas de homens mais velhos com T baixa e hipogonadismo por exemplo.

Você é graduado em fisio?

Vou dá uma olhada no estudo.

Abraços

Editado por Hitch

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