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Yakusa

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7 minutos atrás, Covero disse:

 

 

É justamente por causa dessa proteçãozinha tosca de "não é ético falar do trabalho do colega de profissão" que milhares de pessoas são enganadas a toa todos os dias.

Por mim desregulamentava essas profissões todas. Cada um fica com a liberdade pra escolher com quem quer treinar, com quem quer fazer dieta e até se quer fazer o tratamento com médico ou xamã.

Esse protecionismo imbecil é o que faz com que existam infinitos profissionais medíocres no mercado. O conselho federal/regional fica ali protegendo os "direitos" dos profissionais, ninguém pode falar mal do serviço do outro, e quem se fode é quem precisa de alguém capacitado pra ser orientado. 

Ao invés do profissional se ajustar as exigências do mercado, é o mercado que se ajusta a falta de capacidade deles, uma infelicidade sem tamanho.

THIS.

 

se eu fosse depender de dieta de alguem que tem CRN eu provavelmente estaria gordo até hoje

se eu fosse depender de treino de quem tem CREF, provavelmente eu já teria desistido de treinar por falta de resultados faz tempo.

 

claro que tem profissionais formados que são bons, mas 99% do que eu aprendi foi com pessoas que nunca pisaram em uma sala de aula dessas graduações.

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E por fim,

Não sei como são as dietas do Jason. Nem os treinos do Twin. Só que, pra mim, esses caras que fazem até propaganda em facebook, não servem. Não pela falta de conhecimento, isso creio que eles - e outros "famosinhos" - tenham.

Digo isso porque eles querem ganhar na quantidade, quanto mais aluno melhor, devem ter criado um algoritmo que cospe treino com parâmetros pré-definidos e robôs que respondem whatsapp sozinhos com respostas pré-formuladas.

É difícil aliar qualidade e quantidade, todos sabem.
Mas ainda eu prefiro MIL vezes buscar um cara que vive o nosso esporte, um cara experiente (e não hipócrita), para me passar treino, dieta e protocolo de AEs.

Porque esse fórum é a prova viva de que apenas 0,5% dos nutricionistas, educadores físicos e endócrinos sabem realmente o que estão fazendo. Fora os rios de dinheiros que eles vão te fazer comprando o suplemento da lojinha que ele tem parceria, os balonies da farmácia de manipulação que ele divulga, entre outras falcatruas.

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1 hora atrás, cotozin disse:

E por fim,

Não sei como são as dietas do Jason. Nem os treinos do Twin. Só que, pra mim, esses caras que fazem até propaganda em facebook, não servem. Não pela falta de conhecimento, isso creio que eles - e outros "famosinhos" - tenham.

Digo isso porque eles querem ganhar na quantidade, quanto mais aluno melhor, devem ter criado um algoritmo que cospe treino com parâmetros pré-definidos e robôs que respondem whatsapp sozinhos com respostas pré-formuladas.

É difícil aliar qualidade e quantidade, todos sabem.
Mas ainda eu prefiro MIL vezes buscar um cara que vive o nosso esporte, um cara experiente (e não hipócrita), para me passar treino, dieta e protocolo de AEs.

Porque esse fórum é a prova viva de que apenas 0,5% dos nutricionistas, educadores físicos e endócrinos sabem realmente o que estão fazendo. Fora os rios de dinheiros que eles vão te fazer comprando o suplemento da lojinha que ele tem parceria, os balonies da farmácia de manipulação que ele divulga, entre outras falcatruas.

 

Então, eu tb prefiro um cara que viva do esporte, mas não necessariamente atleta...

nem todo atleta serve pra ser treinador... a maioria dos atletas sabem só como o corpo deles responde (nem todos querem ler, estudar, etc pra ser treinador um dia)... tem muito atleta que só dá consultoria pq precisa da grana e nem tem tanto conhecimento...

 

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1 hora atrás, cotozin disse:

devem ter criado um algoritmo que cospe treino com parâmetros pré-definidos e robôs que respondem whatsapp sozinhos com respostas pré-formuladas.

Com o Twin é exatamente isso hahahaha, acho q teve poucas respostas q alguem me respondeu decentemente (nem sei se era ele)

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3 hours ago, Covero said:

 

 

É justamente por causa dessa proteçãozinha tosca de "não é ético falar do trabalho do colega de profissão" que milhares de pessoas são enganadas a toa todos os dias.

Por mim desregulamentava essas profissões todas. Cada um fica com a liberdade pra escolher com quem quer treinar, com quem quer fazer dieta e até se quer fazer o tratamento com médico ou xamã.

Esse protecionismo imbecil é o que faz com que existam infinitos profissionais medíocres no mercado. O conselho federal/regional fica ali protegendo os "direitos" dos profissionais, ninguém pode falar mal do serviço do outro, e quem se fode é quem precisa de alguém capacitado pra ser orientado. 

Ao invés do profissional se ajustar as exigências do mercado, é o mercado que se ajusta a falta de capacidade deles, uma infelicidade sem tamanho.

 

Só aqui no Brasil que exigem essas faculdades para o cara prescrever treinos e dietas. No resto do mundo todo o cara faz cursos, tira certificações e se vira para ter competência e concorrer livremente com outros. E aqui você pode fazer somente se tiver a faculdade (que não vai te ensinar bosta nenhuma, basicamente).

 

Aí a gente vê o nível dos atletas de outros países...

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12 hours ago, Covero said:

 

Sim, a exigência de diploma e/ou certificações vai da empresa que contrata, no caso de não ser autônomo. O hospital, por exemplo, não contrata alguém que não seja formado. Mas quando a preocupação é manter a qualidade do curso que forma o profissional, o resultado é que poucas pessoas realmente dão conta de concluir o curso. Aqui na terra do oba oba o que importa é socar de gente nas universidades pra aparecer um dado mágico de que o nível educacional no Brasil é de que a maioria está ingressando na faculdade.Mas o mercado se encarrega de reduzir o valor, afinal, a demanda de profissionais aumentou.

 

Se desregulamentassem as profissões aqui, o pessoal ia precisar correr atrás. O profissional bom ia continuar empregado, mas essa parcela não representa a maioria. Com  o tempo as pessoas estudando por fora deixariam de querer fazer uma faculdade sabendo que aquilo não é mais uma necessidade. A instituição agora investiria na qualidade dos cursos pra ter o seu diferencial e, assim, a qualidade da universidade voltaria a subir. De forma que com o tempo as pessoas voltassem a valorizar quem tem diploma, mas porque a universidade se encarregou de manter o nível do profissional que se forma, e não por sair por aí distribuindo um pedaço de papel pra todo mundo e fazendo todo mundo acreditar que é competente naquilo.

 

É nessa linha de raciocínio aí. Além disso, existem vários cursos (não necessariamente ligados à saúde) que tem um direcionamento, uma ênfase específica. O cara sai formado em Educação Física sem nenhum conhecimento dentro da modalidade de musculação. O curso não ensina quase nada sobre isso. Estou cansado de ver profissionais ridículos que claramente não sabem o que estão fazendo, passando exercícios e execuções errados. Vários sequer conseguem ser capazes de fazer uma avaliação física corretamente. Não sabem tirar medidas!! Se houvesse alguma ênfase, talvez ajudaria. Não quero generalizar e dizer que todo mundo que sai da universidade de educação física é um treinador lixo, até porque desmereceria alguns muito bons que tem por aí. Mas esses bons aprenderam muita coisa por si, não pelo curso (como normalmente é em qualquer curso, o cara que se destaca em uma área estuda mais em casa por conta própria do que a bibliografia passada pelo professor). De resto, na média de 90% não sabe o que está fazendo. 

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Em 21/09/2016 at 19:58, Covero disse:

 

Sim, a exigência de diploma e/ou certificações vai da empresa que contrata, no caso de não ser autônomo. O hospital, por exemplo, não contrata alguém que não seja formado. Mas quando a preocupação é manter a qualidade do curso que forma o profissional, o resultado é que poucas pessoas realmente dão conta de concluir o curso. Aqui na terra do oba oba o que importa é socar de gente nas universidades pra aparecer um dado mágico de que o nível educacional no Brasil é de que a maioria está ingressando na faculdade.Mas o mercado se encarrega de reduzir o valor, afinal, a demanda de profissionais aumentou.

 

Se desregulamentassem as profissões aqui, o pessoal ia precisar correr atrás. O profissional bom ia continuar empregado, mas essa parcela não representa a maioria. Com  o tempo as pessoas estudando por fora deixariam de querer fazer uma faculdade sabendo que aquilo não é mais uma necessidade. A instituição agora investiria na qualidade dos cursos pra ter o seu diferencial e, assim, a qualidade da universidade voltaria a subir. De forma que com o tempo as pessoas voltassem a valorizar quem tem diploma, mas porque a universidade se encarregou de manter o nível do profissional que se forma, e não por sair por aí distribuindo um pedaço de papel pra todo mundo e fazendo todo mundo acreditar que é competente naquilo.

Perfeito seu comentário!

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Pessoal, eu acredito que vocês estão apenas parcialmente corretos nessas afirmações. Vocês conseguem enxergar a profissão apenas do seu ponto de vista, mas entendam que, como eu já falei antes, vocês são a minoria na academia. Pelo menos nas que eu treinei/trabalhei, o pessoal que estudava por fora e se dedicava representava uns 5% da população total. Permitam-me dar minha opinião de acadêmico de último semestre de EF.

 

Em 21/09/2016 at 14:15, guipermac disse:

Só aqui no Brasil que exigem essas faculdades para o cara prescrever treinos e dietas. No resto do mundo todo o cara faz cursos, tira certificações e se vira para ter competência e concorrer livremente com outros. E aqui você pode fazer somente se tiver a faculdade (que não vai te ensinar bosta nenhuma, basicamente).

 

Essa informação não está certa. Já estudei na Irlanda e fiz 1 ano de graduação lá, e sei que no Reino Unido, Japão e EUA eles também possuem graduação em Ciências do Esporte. A diferença é a seguinte: você não precisa ter essa graduação para trabalhar em academia ou ser personal trainer. Nesses países que eu citei, a certificação é fornecida pelo NSCA, e ele oferece três certificações para quem quer trabalhar em academia:

 

CSCS - Certificação de Especialista em Força e Condicionamento

CSPS - Certificação de Especialista em Populações Especiais

CPT - Certificação de Personal Trainer

 

Destas três, apenas a CSCS exige graduação em alguma área das Ciências do Esporte como pré-requisito. O que eu acho terrível. Acredito ser de extrema importância a graduação para trabalhar com populações especiais também, mas tudo bem, eles tem maior qualificação pra julgar isso do que eu.

 

Como eu vou trabalhar no Japão, eu estava querendo fazer uma dessas certificações. Sorte minha que fui para lá antes. Fui numa Gold Gym de uma das maiores cidades do Japão e "conversei" com o instrutor de lá. O cara até que era moderadamente grande, pra um japonês. Tinha cerca de 1,80m e uns 85kg limpo. O que o cara falou foi EXTREMAMENTE chocante pra mim.

 

Spoiler

Eu pedi pra ele:

- Precisa de alguma certificação do NSCA pra trabalhar aqui?

Ele falou que não. Então eu perguntei:

- O que é necessário para ser professor nessa academia?

Ele me respondeu:

Vontade de treinar.

E eu repliquei:

- Como assim vontade de treinar?

Ele respondeu:

- Você precisa gostar de treinar e poder passar umas dicas de treinamento e nutrição.

E eu parei e refleti: beleza, quando eu estudei na Irlanda lembro que a parte de reabilitação e nutrição estavam presentes no curso de Ciências do Esporte, e quem prescrevia dieta era o treinador e não nutricionista. Então tudo bem ser necessário entender de nutrição. Mesmo assim eu ainda estava curioso, e pedi pra ele:

- Então qualquer um pode trabalhar aqui?

E o professor:

- Não, você tem que conseguir fazer 1 repetição de agachamento e levantamento terra com uma boa execução e usando uma carga equivalente a seu peso corporal. Se nós gostarmos, você fica uns 4 meses aqui e depois nós passamos um curso pra você fazer.

 

Pois é, pra quem acha o Brasil ruim imagina a situação do pessoal de lá. 

 

Em 21/09/2016 at 11:13, Covero disse:

Esse protecionismo imbecil é o que faz com que existam infinitos profissionais medíocres no mercado. O conselho federal/regional fica ali protegendo os "direitos" dos profissionais, ninguém pode falar mal do serviço do outro, e quem se fode é quem precisa de alguém capacitado pra ser orientado. 

Ao invés do profissional se ajustar as exigências do mercado, é o mercado que se ajusta a falta de capacidade deles, uma infelicidade sem tamanho.

 

Isso daí está completamente errado. Eu vou lhe descrever como é o mercado aqui na minha cidade, mas acredito que isso reflita o restante do país. 

 

A maioria esmagadora da população que treina não tem a mínima noção de como estruturar um treino. Dos que sabem alguma coisa, a maioria deles também sabe dividir o treino apenas por seção, tipo peito/tríceps, costas/bíceps e perna e conseguem a maior parte de informações de blogs da internet, sem nunca ler um livro. Daqueles que leram pelo menos um livro bom sobre treinamento e sabem realmente fazer um treino descente, representam no máximo 3% da academia. Esses são vocês, galera do fórum.

 

O mercado das academias é constituído basicamente de pessoas leigas, muito mal condicionadas, que não tem vontade de treinar e que não possuem uma grande ambição em relação à seu corpo. Por isso que aula de ginástica faz sucesso, por isso que treininhos estilo crossfit fazem sucesso. Depois disso a maior população é das pessoas que procuram um profissional por recomendação médica. Depois, uma parcela muito pequena, são aqueles que tem alguma simpatia pelo fisiculturismo.Os profissionais da área instintivamente acabam se adaptando à essa realidade.

 

E aí nós podemos ver como ficam os profissionais. Quem tem como público alvo a primeira população que citei são aqueles que representam o estereótipo da minha profissão: profissionais sem muito conhecimento, mas com muito carisma e que tem uma imagem muito forte. A função principal deles é motivar os alunos. Eles não precisam se preocupar muito com o treino porque normalmente os hábitos dessas pessoas que o procuram são tão ruins, que apenas cortando umas besteiras e fazendo um treino básico resultam em enormes mudanças no corpo. No segundo caso, os profissionais que cuidam de populações especiais são aqueles que passam exercícios extremamente leves, e que mal podemos notar diferença no corpo dos alunos. Isso porque os alunos estão mais preocupados em aliviar as complicações de suas patologias do que melhorar a estética.

 

E em especial, esse último caso, são dos professores fisiculturistas. Esses são normalmente os mais caros e que possuem a imagem mais forte. Quem tem uma simpatia pelo esporte normalmente escolhe professores assim, mas muitas pessoas dos outros grupos que citei anteriormente acabam, erroneamente, optando por esses profissionais também. A tarefa principal deles é prescrever ciclos de EA's. Eles tem um razoável conhecimento sobre treino mas que se aplica somente para aquele tipo de população. Não é raro também quem prescreva dieta. Na verdade dentre os três tipos de professores esses daqui são os que mais se assemelham com "coaches", já que eles preparam alguém para um esporte e não apenas indicam um treino, mas passam dicas de todos os hábitos que são necessários para melhorar seu desempenho.

 

Por essa razão tem tão pouca gente que entende de treino. Porque basicamente não exigência de mercado pra isso. Qual é o porcentual de alunos de academia que treinam para powerlift ou strongman? Quantos alunos pretendem atingir seu limite genético de forma natural e estão dispostos a pagar (caro) por isso?

 

Em 21/09/2016 at 19:58, Covero disse:

Aqui na terra do oba oba o que importa é socar de gente nas universidades pra aparecer um dado mágico de que o nível educacional no Brasil é de que a maioria está ingressando na faculdade.Mas o mercado se encarrega de reduzir o valor, afinal, a demanda de profissionais aumentou.

 

Concordo parcialmente. Como o mercado não exige profissionais de alto padrão, a tendência é o valor dos profissionais diminuir cada vez mais.

 

Em 21/09/2016 at 19:58, Covero disse:

Se desregulamentassem as profissões aqui, o pessoal ia precisar correr atrás. O profissional bom ia continuar empregado, mas essa parcela não representa a maioria.

 

Se desregulamentassem a área, ia ficar uma m**** ainda maior. Como lhe falei anteriormente, a maioria das pessoas é leiga e não faz ideia do profissional que está escolhendo. Se desregulamentasse ia ter muita gente, inclusive de grupos especiais, na mão de professores "marombados" que tem a imagem e o marketing forte.

 

Coloquem uma coisa na cabeça de vocês, o maior mercado da área de educação física é de pessoas leigas, desmotivadas e sem grandes expectativas em relação à seu próprio corpo.

 

Realmente, na faculdade eles mal ensinam o básico sobre musculação. Mas se tem alguma coisa que eles dão grande ênfase é sobre atividade física como meio de promoção de saúde. Pelo menos o pessoal sai com uma noção das adaptações necessárias para montar um treino para alguém com diabetes, hipertensão, dislipidemia ou sarcopenia.

 

Agora imagina no exemplo que eu citei de um profissional do Japão, montando um treino para um hipertenso idoso. O professor é um maromba que treina a 10 anos mas não tem a mínima noção do que fazer nesse caso. Eu acredito que o Brasil está muito, mas muito à frente de países como esse.

Editado por hylian
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43 minutes ago, hylian said:

Pessoal, eu acredito que vocês estão apenas parcialmente corretos nessas afirmações. Vocês conseguem enxergar a profissão apenas do seu ponto de vista, mas entendam que, como eu já falei antes, vocês são a minoria na academia. Pelo menos nas que eu treinei/trabalhei, o pessoal que estudava por fora e se dedicava representava uns 5% da população total. Permitam-me dar minha opinião de acadêmico de último semestre de EF.

 

 

Essa informação não está certa. Já estudei na Irlanda e fiz 1 ano de graduação lá, e sei que no Reino Unido, Japão e EUA eles também possuem graduação em Ciências do Esporte. A diferença é a seguinte: você não precisa ter essa graduação para trabalhar em academia ou ser personal trainer. Nesses países que eu citei, a certificação é fornecida pelo NSCA, e ele oferece três certificações para quem quer trabalhar em academia:

 

CSCS - Certificação de Especialista em Força e Condicionamento

CSPS - Certificação de Especialista em Populações Especiais

CPT - Certificação de Personal Trainer

 

Destas três, apenas a CSCS exige graduação em alguma área das Ciências do Esporte como pré-requisito. O que eu acho terrível. Acredito ser de extrema importância a graduação para trabalhar com populações especiais também, mas tudo bem, eles tem maior qualificação pra julgar isso do que eu.

 

Como eu vou trabalhar no Japão, eu estava querendo fazer uma dessas certificações. Sorte minha que fui para lá antes. Fui numa Gold Gym de uma das maiores cidades do Japão e "conversei" com o instrutor de lá. O cara até que era moderadamente grande, pra um japonês. Tinha cerca de 1,80m e uns 85kg limpo. O que o cara falou foi EXTREMAMENTE chocante pra mim. Não me responsabilizo pela sanidade mental de quem abrir o spoiler:

 

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Eu pedi pra ele:

- Precisa de alguma certificação do NSCA pra trabalhar aqui?

Ele falou que não. Então eu perguntei:

- O que é necessário para ser professor nessa academia?

Ele me respondeu:

Vontade de treinar.

E eu repliquei:

- Como assim vontade de treinar?

Ele respondeu:

- Você precisa gostar de treinar e poder passar umas dicas de treinamento e nutrição.

E eu parei e refleti: beleza, quando eu estudei na Irlanda lembro que a parte de reabilitação e nutrição estavam presentes no curso de Ciências do Esporte, e quem prescrevia dieta era o treinador e não nutricionista. Então tudo bem ser necessário entender de nutrição. Mesmo assim eu ainda estava curioso, e pedi pra ele:

- Então qualquer um pode trabalhar aqui?

E o professor:

- Não, você tem que conseguir fazer 1 repetição de agachamento e levantamento terra com uma boa execução e usando uma carga equivalente a seu peso corporal. Se nós gostarmos, você fica uns 4 meses aqui e depois nós passamos um curso pra você fazer.

 

Pois é, pra quem acha o Brasil ruim imagina a situação do pessoal de lá. 

 

 

Isso daí está completamente errado. Eu vou lhe descrever como é o mercado aqui na minha cidade, mas acredito que isso reflita o restante do país. 

 

A maioria esmagadora da população que treina não tem a mínima noção de como estruturar um treino. Dos que sabem alguma coisa, a maioria deles também sabe dividir o treino apenas por seção, tipo peito/tríceps, costas/bíceps e perna e conseguem a maior parte de informações de blogs da internet, sem nunca ler um livro. Daqueles que leram pelo menos um livro bom sobre treinamento e sabem realmente fazer um treino descente, representam no máximo 3% da academia. Esses são vocês, galera do fórum.

 

O mercado das academias é constituído basicamente de pessoas leigas, muito mal condicionadas, que não tem vontade de treinar e que não possuem uma grande ambição em relação à seu corpo. Por isso que aula de ginástica faz sucesso, por isso que treininhos estilo crossfit fazem sucesso. Depois disso a maior população é das pessoas que procuram um profissional por recomendação médica. Depois, uma parcela muito pequena, são aqueles que tem alguma simpatia pelo fisiculturismo.Os profissionais da área instintivamente acabam se adaptando à essa realidade.

 

E aí nós podemos ver como ficam os profissionais. Quem tem como público alvo a primeira população que citei são aqueles que representam o estereótipo da minha profissão: profissionais sem muito conhecimento, mas com muito carisma e que tem uma imagem muito forte. A função principal deles é motivar os alunos. Eles não precisam se preocupar muito com o treino porque normalmente os hábitos dessas pessoas que o procuram são tão ruins, que apenas cortando umas besteiras e fazendo um treino básico resultam em enormes mudanças no corpo. No segundo caso, os profissionais que cuidam de populações especiais são aqueles que passam exercícios extremamente leves, e que mal podemos notar diferença no corpo dos alunos. Isso porque os alunos estão mais preocupados em aliviar as complicações de suas patologias do que melhorar a estética.

 

E em especial, esse último caso, são dos professores fisiculturistas. Esses são normalmente os mais caros e que possuem a imagem mais forte. Quem tem uma simpatia pelo esporte normalmente escolhe professores assim, mas muitas pessoas dos outros grupos que citei anteriormente acabam, erroneamente, optando por esses profissionais também. A tarefa principal deles é prescrever ciclos de EA's. Eles tem um razoável conhecimento sobre treino mas que se aplica somente para aquele tipo de população. Não é raro também quem prescreva dieta. Na verdade dentre os três tipos de professores esses daqui são os que mais se assemelham com "coaches", já que eles preparam alguém para um esporte e não apenas indicam um treino, mas passam dicas de todos os hábitos que são necessários para melhorar seu desempenho.

 

Por essa razão tem tão pouca gente que entende de treino. Porque basicamente não exigência de mercado pra isso. Qual é o porcentual de alunos de academia que treinam para powerlift ou strongman? Quantos alunos pretendem atingir seu limite genético de forma natural e estão dispostos a pagar (caro) por isso?

 

 

Concordo parcialmente. Como o mercado não exige profissionais de alto padrão, a tendência é o valor dos profissionais diminuir cada vez mais.

 

 

Se desregulamentassem a área, ia ficar uma m**** ainda maior. Como lhe falei anteriormente, a maioria das pessoas é leiga e não faz ideia do profissional que está escolhendo. Se desregulamentasse ia ter muita gente, inclusive de grupos especiais, na mão de professores "marombados" que tem a imagem e o marketing forte.

 

Coloquem uma coisa na cabeça de vocês, o maior mercado da área de educação física é de pessoas leigas, desmotivadas e sem grandes expectativas em relação à seu próprio corpo.

 

Realmente, na faculdade eles mal ensinam o básico sobre musculação. Mas se tem alguma coisa que eles dão grande ênfase é sobre atividade física como meio de promoção de saúde. Pelo menos o pessoal sai com uma noção das adaptações necessárias para montar um treino para alguém com diabetes, hipertensão, dislipidemia ou sarcopenia.

 

Agora imagina no exemplo que eu citei de um profissional do Japão, montando um treino para um hipertenso idoso. O professor é um maromba que treina a 10 anos mas não tem a mínima noção do que fazer nesse caso. Eu acredito que o Brasil está muito, mas muito à frente de países como esse.

 

Não há somente uma certificação, mas várias diferentes, para "capacitar" o cara a prescrever treinos e dietas. Há cursos na área dos mais diferentes tipos sendo ofertados nesses países. Aí entra a parte do cara que quer ir além. Mas o básico ele já tem. Triste é ver essa grande parcela desmotivada, que tem preguiça, que é leiga, e vai parar na mão de um profissional que não sabe sequer corrigir uma postura em execução de exercício. O sedentário, preguiçoso, desmotivado, ganha uma lesão e nunca mais volta. Isso vai contra qualquer princípio que poderíamos querer defender.

Deveríamos almejar profissionais que façam seus alunos gostarem do exercício, criar o hábito e ser ambiciosos.

 

Eu entendi seu ponto de vista, mas não concordo com todas as coisas. O caso do Japão seria um extremo ao qual não fizemos referência e não cabe aqui. O caso da graduação também não cabe, conforme falamos antes. No caso de treinos para grupos especiais, acredito que a oferta de especializações ajudaria.

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