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A Gordura É A Fonte De Combustível Preferida No Corpo?


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Visitante usuario_deletado2334455
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A Gordura É A Fonte De Combustível Preferida Do Corpo?

Pergunta: Notei ter sido afirmado (por membros da Paleodieta) que a gordura é a fonte de combustível preferida do corpo e, por esta razão, a gordura da dieta deveria constituir a maior parte desta (40-70% do total de calorias, por exemplo). Isto é verdade?

A paleodieta ou dieta paleolítica é uma dieta contemporânea que consiste numa alimentação à base de plantas selvagens e animais, habitualmente consumidos pelo Homo Sapiens durante o Paleolítico, período durante o qual começou a ser desenvolvida a agricultura. Tornou-se popular em meados da década de 1970 através do gastroenterologista Walter L. Voegtlin e prontamente foi estudada por numerosos autores e pesquisadores e exposta em diversos livros, jornais e revistas acadêmicos.

Construída sobre os princípios da medicina darwiniana, este conceito nutricional é baseado na premissa de que os humanos estão geneticamente adaptados para a dieta dos seus ancestrais paleolíticos e que a genêtica humana pouco mudou desde o tempo do florescimento da agricultura. Portanto, segundo a teoria, a dieta ideal para a saúde e bem-estar humanos deve parecer-se com a dos seus ancestrais paleolíticos.

Texto retirado da Wikipédia.

Resposta: Certo, antes de falar desta questão em termos de fisiologia envolvida, desejo obter um olhar em relação ao significado de "preferido". De acordo com a definição do dicionário, preferido significa "mais desejável do que outro". Todavia, o que isto realmente significa?

Imagine que você esteja com sede de uma bebida cafeinada e, então, ofereço-o duas bebidas: café e chá. Uma vez que você gosta mais do café, escolherá bebê-lo. Neste caso, o café é preferido. Desta vez, suponha uma situação em que ofereço-o chá ou nenhuma bebida. O chá seria escolhido, pois é a única opção disponível. Na segunda situação, o chá não seria a escolha preferida, pois seria aceitado por exclusão: você está com sede e com apenas uma opção de bebida. Não se preocupe, estou próximo ao tema.

Então, vamos discutir sobre a fisiologia humana e conversar sobre qual combustível o corpo prefere usar, com a definição acima em mente. Todos os tecidos do corpo, na maioria dos casos, podem gerar energia (ATP) através de glicose ou ácidos graxos. Há poucas exceções; o cérebro usa quase exclusivamente glicose e cetonas sob certas condições. O que o cérebro não consegue utilizar são os ácidos graxos diretamente como energia. Existem outros casos estranhos como este, que usam apenas a glicose: a retina, parte do rim e um terceiro que não me recordo. Há uma outra exceção, a qual retornarei no final do artigo.

Contudo, ignorando aquelas exceções, a maioria dos tecidos pode usar tanto ácidos graxos como glicose de combustível. Embora ambos sejam armazenados no corpo, há uma relação com a ingestão da dieta: ingestão de carboidratos e ingestão de gorduras.

O quê acontece quando é fornecido ao corpo carboidratos e gorduras na dieta? Qual a fonte de combustível preferida? Pois bem, a resposta é evidente: carboidratos. Isto é, quando é proporcionado ao corpo carboidratos e gorduras, o primeiro será utilizado como energia e o segundo será estocado. Carboidratos são claramente, de acordo com a definição acima, a escolha preferida. Reiterando: se é dado ao corpo a escolha entre carboidratos e gorduras, ele preferirá os carboidratos como combustível. Não há questionamento sobre isto.

Não obstante, se todo o carboidrato da dieta for removido, conforme em uma dieta low-carb ou cetogênica, o corpo faz um enorme deslocamento em direção ao uso de ácidos graxos (e cetonas) como combustível. Porém, isto está relacionado ao meu segundo exemplo acima, em que ofereço-o apenas o chá; é apenas uma escolha por exclusão, a qual o corpo altera o uso no sentido da gordura, pois é a única fonte disponível. Esta não é a definição de preferido; é apenas uma escolha relativa ao nada.

Logo, você se pergunta, como essa ideia de que a gordura é a fonte preferida surgiu? Lembre-se, ela não é recente e os membros da dieta paleolítica não são os primeiros a afirmar isto. Consegue relembrar a outra exceção que mencionei acima sobre os tecidos utilizarem glicose ou gordura dependendo da disponibilidade?

A exceção é o tecido cardíaco do coração. Por razões lógicas (o coração não consegue ao menos se manter em uma situação em que a energia não se encontra disponível) o tecido muscular cardíaco prefere ácidos graxos ao invés de glicose como combustível. Está é a exceção solitária no corpo e certamente não é a representação de todo o resto do corpo.

Então, enquanto está claro que o corpo pode e irá alterar a fonte de combustível escolhida dependendo da disponibilidade, justifica-se a ideia de que "a gordura é a fonte de combustível preferida nos humanos" é incorreta.

Traduzido de bodyrecomposition.com

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Postado (editado)

Tu esqueceu do mais importante, AS HEMÁCIAS! Elas são as únicas células do corpo que utilizam EXCLUSIVAMENTE glicose.

A glicose é utilizada preferivelmente porque já está no tecido muscular e no fígado como glicogênio. Quebrar o glicogênio e liberar a glicose na corrente sanguínea é muito mais fácil que quebrar os triacilgliceróies dos adipócitos e liberar o ácido graxo.

Por essa razão a glicose é utilizada como forma primária de fonte de energia.

No entanto se você prolongar a atividade física (um corredor, por exemplo) verá que a glicose passa a ser preservada para as hemácias e o cérebro. Se a atividade for muscular a proteólise passa a ser impedida e entra a lipólise pra fornecer energia. Por dois motivos, primeiro porque nós armazenamos gordura justamente pra ser utilizada como fonte de energia, segundo porque os lipídeos geram 9kcal enquanto a glicose gera apenas 4kcal, é mais que o dobro. Portanto, o combustível preferido do corpo é sim a gordura, pois eu preciso perder menos da minha reserva pra gerar a mesma energia que perder mais glicose geraria.

Em atividades de endurance é possível observar claramente a diferença do metabolismo adaptado aos dois casos. Enquanto um atleta consome mais carboidratos, o estado de lipólise demora mais pra ser alcançado, pois ele consome pouca gordura, então o corpo vai tentar manter enquanto a ingestão for pouca.

Do contrário, um atleta que consome menos carboidratos e mais gorduras, entra em estado de lipólise muito antes do outro. Pois a oferta de gordura é alta, o que permite que o corpo entenda que ele pode oferecer o tecido pra geração de energia porque o indivíduo consome mais gorduras.

O erro do texto está em assumir que o estado metabólico é o mesmo, quando na verdade não é.

As provas que mais sustentam a paleodieta é a de que uma enorme diversidade de doenças contemporâneas estão diretamente associadas ao alto consumo de carboidratos. E diversas doenças são tratadas com a redução destes.

Editado por Covero
Postado

Cara, eu não vejo os seguidores da dieta paleolítica dizerem que a gordura é o combustível preferido.

Nos blogs que acompanho vejo eles afirmarem diversas vezes que a gordura é usada como combustível no lugar dos carboidratos, mas não preferido.

Postado

Quem estudou bioquímica e fisiologia não tem nem dúvidas em relação a isso.

Não vejo sentido nessa teoria do Homo Sapiens, de onde tiraram que 70% da sua dieta era a base de gordura?

Postado

Quem estudou bioquímica e fisiologia não tem nem dúvidas em relação a isso.

Não vejo sentido nessa teoria do Homo Sapiens, de onde tiraram que 70% da sua dieta era a base de gordura?

Ele fala 40-70% das calorias!

Se 70% das calorias forem prevenientes da dieta, aproximadamente 50% da dieta será gordura.

Visitante usuario_deletado2334455
Postado

Tu esqueceu do mais importante, AS HEMÁCIAS! Elas são as únicas células do corpo que utilizam EXCLUSIVAMENTE glicose.

[...]

Enquanto um atleta consome mais carboidratos, o estado de lipólise demora mais pra ser alcançado, pois ele consome pouca gordura, então o corpo vai tentar manter enquanto a ingestão for pouca.

Do contrário, um atleta que consome menos carboidratos e mais gorduras, entra em estado de lipólise muito antes do outro. Pois a oferta de gordura é alta, o que permite que o corpo entenda que ele pode oferecer o tecido pra geração de energia porque o indivíduo consome mais gorduras.[...]

Covero,

Não escrevi o texto, apenas realizei a sua tradução. De fato, o autor citara o esquecimento de um tecido, o qual foi precisamente lembrado em seu post.

Sobre as duas exemplificações, qual seria sua posição em relação a um atleta de resistência que no primeiro caso ingerisse 2g de proteína por quilograma de massa corporal, 1g de gordura por quilograma de massa corporal, o restante em carboidratos a fim de gerar um excedente calórico de 300-500kcal e no segundo caso ingerisse 2,5-3,0g de proteína por quilograma de massa corporal, 1g de gordura por quilograma de massa corporal e uma quantidade de carboidratos consideravelmente inferior à anterior (possivelmente de 1/4 até 1/6 da quantidade do primeiro caso), gerando um déficit calórico de 300kcal, o qual é progressivamente aumentado semanalmente (com a diminuição proporcional de carboidratos).

Nota-se, na prática, que a lipólise é maior no segundo caso, o qual apresenta o menor nível de ingestão de glícidios dos apresentados no parágrafo acima.

Quem estudou bioquímica e fisiologia não tem nem dúvidas em relação a isso.

Não vejo sentido nessa teoria do Homo Sapiens, de onde tiraram que 70% da sua dieta era a base de gordura?

Vhsarmento,

Poucos são os que possuem acesso ao inglês e aos cursos de formação superior, ainda que os programas de governo como ProUni e unificação das Universidades Federeis no ENEM tenham se popularizado recentemente. Com isto em mente, resolvi traduzir o artigo, visando ao máximo tornar o conteúdo acessível à maioria dos membros do fórum (e discutir o artigo, evidentemente).

Abraço!

Postado

Sobre as duas exemplificações, qual seria sua posição em relação a um atleta de resistência que no primeiro caso ingerisse 2g de proteína por quilograma de massa corporal, 1g de gordura por quilograma de massa corporal, o restante em carboidratos a fim de gerar um excedente calórico de 300-500kcal e no segundo caso ingerisse 2,5-3,0g de proteína por quilograma de massa corporal, 1g de gordura por quilograma de massa corporal e uma quantidade de carboidratos consideravelmente inferior à anterior (possivelmente de 1/4 até 1/6 da quantidade do primeiro caso), gerando um déficit calórico de 300kcal, o qual é progressivamente aumentado semanalmente (com a diminuição proporcional de carboidratos).

Nota-se, na prática, que a lipólise é maior no segundo caso, o qual apresenta o menor nível de ingestão de glícidios dos apresentados no parágrafo acima.

Um em defict outro em excedente, obviamente a lipolise sera maior no segundo exemplo que tem defict.

Postado

Covero,

Não escrevi o texto, apenas realizei a sua tradução. De fato, o autor citara o esquecimento de um tecido, o qual foi precisamente lembrado em seu post.

Sobre as duas exemplificações, qual seria sua posição em relação a um atleta de resistência que no primeiro caso ingerisse 2g de proteína por quilograma de massa corporal, 1g de gordura por quilograma de massa corporal, o restante em carboidratos a fim de gerar um excedente calórico de 300-500kcal e no segundo caso ingerisse 2,5-3,0g de proteína por quilograma de massa corporal, 1g de gordura por quilograma de massa corporal e uma quantidade de carboidratos consideravelmente inferior à anterior (possivelmente de 1/4 até 1/6 da quantidade do primeiro caso), gerando um déficit calórico de 300kcal, o qual é progressivamente aumentado semanalmente (com a diminuição proporcional de carboidratos).

Nota-se, na prática, que a lipólise é maior no segundo caso, o qual apresenta o menor nível de ingestão de glícidios dos apresentados no parágrafo acima.

Vhsarmento,

Poucos são os que possuem acesso ao inglês e aos cursos de formação superior, ainda que os programas de governo como ProUni e unificação das Universidades Federeis no ENEM tenham se popularizado recentemente. Com isto em mente, resolvi traduzir o artigo, visando ao máximo tornar o conteúdo acessível à maioria dos membros do fórum (e discutir o artigo, evidentemente).

Abraço!

Eu fui escrevendo enquanto lia, depois vi que tu só traduziu mas não mudei lá.

O corpo sempre começa utilizando a glicose por ser uma fonte de energia que pode ser metabolizada rapidamente. Isso não quer dizer que o corpo tenha preferência, é uma lógica básica, se é mais fácil utilizar a glicose, eu utilizo ela, mas pra gerar a mesma quantidade de energia eu terei que consumir o dobro do glicogênio em termos de massa do que a gordura. E geneticamente não somos feitos pra sair perdendo reservas, em termos de massa, por qualquer razão.

Se eu posso consumir a metade da gordura pra gerar a mesma energia que o dobro em carboidratos, é óbvio que a minha preferência vai ser pela utilização dos lipídeos, mesmo que eles demorem mais para serem quebrados.

É a mesma lógica de utilizar uma lâmpada que consome o dobro de energia pra gerar a mesma iluminação de uma mais econômica.

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