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Entrevista Com Alex Davis (Sportvcombate)


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Alex Davis está em Newark para acompanhar John Lineker no UFC 169 (Foto: Evelyn Rodrigues)

John Lineker e o ‘não’ à Dolce Diet

"Não fechamos com o Mike Dolce porque o John não fala inglês, o Mike não fala português e está super ocupado com as estrelas, e a comunicação estava muito difícil. Eu não podia esperar o Dolce me ajudar, eu tinha que resolver o negócio logo, porque o UFC fava me pressionando de outro lado para que o John Lineker lutasse antes. Na verdade, eu queria que ele lutasse de novo em abril ou março, quando já tivesse sanado 100% esse problema de ansiedade. Então, eu fui pedir ajuda ao Dr. Marcos Aranha e estou muito satisfeito, porque ele fez um grande trabalho com o John, não só a parte médica, como a psicológica. E deu muito certo, porque hoje o John está com 61 kg. Ele chegava na semana da luta com 64kg, e então eu acho que, desta vez, ele vai estar muito mais seguro para bater o peso"

Futuro de John Lineker nos moscas e falta de estrutura das academias do Brasil

"Eu acho que o John vai se manter muito tempo ali no topo. O problema é que o atleta brasileiro hoje, nesse nível, como o Adriano Martins descobriu no fim de semana, vai ter muita dificuldade de lutar se continuar com a cabeça só no Brasil, pois pouquíssimas academias têm a estrutura necessária, como a Nova União e a X-Gym. Mesmo assim, você chega aqui nos EUA e tem acesso a tudo, sem trânsito, sem estresse, é muito mais fácil. E isso influencia o momento de entrar no octógono. É por isso que eu acho que os brasileiros estão perdendo. Você vê o Cigano, que foi fazer o camp dele todo em Salvador para lutar pela segunda vez contra um cara como o Cain Velásquez... É complicado. Infelizmente, nós não temos essa estrutura ainda no Brasil, nós não temos nutrição, um monte de coisa, é muito difícil”.

Adriano Martins e o camp no Brasil para a luta contra Donald Cerrone

"Vamos olhar o Adriano Martins, que é um batia atleta e tem condições de ser campeão nessa divisão. Um cara desses tem que estar treinando com caras do mesmo nível que ele. Mas ele estava lá em Manaus e todo mundo dizia que ele estava voando, mas ele estava voando contra os caras que não são do nível dele. Chega aqui, pega um cara igual ao Cerrone, que vem de uma equipe como a do Greg Jackson, que treina a 3.000m de altitude e tem 60 caras do mesmo nível que ele para treinar junto, aí essa desvantagem fica óbvia dentro do octógono, né? E no Brasil, é difícil para os treinadores aceitarem, porque todo mundo se agrega em volta do lutador, que acaba perdendo por não buscar coisas novas. Fora que tem uma questão de ego, vaidade, que é muito complicada no nosso esporte”.

Necessidade de intercâmbio e busca de novas habilidades

Eu faço parte da American Top Team, na Flórida, fui um dos fundadores, e eu levo meus atletas para lá. E o que eu posso dizer é que todos esses erros que as academias do Brasil estão tendo, nós já cometemos, nós já aprendemos e evoluímos. Hoje podemos oferecer uma estrutura melhor aos nossos atletas. Mas algumas pessoas do camp do Adriano Martins disseram que ele seria apenas mais um lá na American Top Team, e é verdade. Ele seria apenas mais um casca-grossa, enquanto em Manaus ele é a estrela e isso não é bom. O cara tem que ser mais um dentro dos atletas do nível dele. Eu já tinha previsto isso, que o Brasil ía começar a ter dificuldade, porque no modelo dos EUA, se tiver uma cueca que faz o cara lutar mais, eles vão achar. Você vê o (Anthony) Pettis, ele é a evolução do esporte, os caras estão criando cada vez mais coisas. Então o Brasil agora vai ter que correr atrás para suprir essa diferença. Nós tivemos uma geração que dominou e agora eu acho que nós vamos começar a perder espaço se não corrigirmos isso. E as coisas no Brasil são mais caras: treinamento, suplemento, médico, deslocamento de atleta. E esses lutadores mais simples, eles sofrem ainda mais. As pessoas não entendem o que esses atletas têm que superar. Para trazer o Lineker aqui para os EUA, ele tem que superar o idioma, a distância da família, tem que estar em um lugar novo. Mas todo esporte precisa de estrutura de treino e é por isso que esses atletas precisam buscar o melhor lugar possível para se prepararem”.

Toquinho e a disputa de cinturão do WSOF

“Eu acho que se o Toquinho tivesse ficado no UFC, ele teria limpado a divisão, como ele vai fazer agora no WSOF. Acho que ali não tem luta ruim para ele. Estamos aceitando quem vier, mas graças a Deus ele já vai lutar pelo título, o que encurtou um pouco o nosso caminho ao topo. A única coisa que ele tem que fazer é largar os membros dos outros, o que ele está treinando para fazer. Dizem que lá na Team Nogueira ele bate a posição e diz: “Tá vendo, já larguei!" (risos).

Demissão de Toquinho do UFC e possível volta

"O Toquinho é um amor, eu adoro ele, ele não merecia o que aconteceu. Não negando o fato de que ele realmente segurava as posições tempo demais, mas tem outras lutas em que o cara está apagado e o lutador continua batendo, tem várias coisas que acontecem e eu acho que tudo isso deveria ser visto também. Eu acho que tinha que ter acontecido uma suspensão, não demití-lo do UFC, mas enfim… Já que está no WOSF, vai lutar pelo título e eu acredito que ele vai ganhar e vai se manter ali. Vai ser duro tirar ele dali. Eu tenho certeza que um dia ele voltará para o UFC. Colocaram o Tito Ortiz de volta, por que não colocariam o Toquinho?"

"A demissão dele foi movida por conta de opinião pública, mas faltou habilidade ao UFC para lidar com isso. O grande problema ali é que vários sites usaram a imagem do Toquinho para ficar “bonitinho”. O Bellator fez oferta para ele e depois veio falar mal dele e muita gente falou mal dele para polemizar. Fora que aquela história de que ele foi cortado do ADCC foi um absurdo. Ele não foi cortado nada. É que ele estava entrando em contato com o Murilo (Bustamante, ex-treinador de Toquinho) e o Murilo não estava dando as informações e, é lógico, o cara acabou de passar por um momento daqueles, ele não estava com cabeça de sair competindo em outro lugar. Ele não foi cortado do ADCC e a coisa mais chata desse episódio foi como as pessoas falaram mal dele, dizendo que ele teve dolo. Quem fala isso nunca conheceu o Toquinho. O que aconteceu foi que essa demissão virou um viral, todo mundo queria falar mal dele. Mas o Toquinho é o que é, ele não larga as pessoas, porque ele entra em "alfa" na hora da luta, que é um fator psicológico conhecido, e a mídia toda e várias pessoas de evento utilizaram isso para menosprezar o talento e a dedicação dele para a luta."

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O que ele falou referente a evolução dos lutadores e necessidades de melhores estruturas é totalmente válido no meu quesito, tem gente que se acomoda e acha que o mesmo vai dar certo sempre, quando não der mais tem de mudar. Cigano é o exemplo disso, ele pode trazer Wrestling de alto nível para treinar aqui, mas porque não ir para um Colegial de Wrestlers na América??

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