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Galera, to pensando em usar cafeína no pré-treino pelo seu efeito estimulante.

Sou completamente ectomorfo (metabolismo altissimo, ossos finos, tenho entre 8-9% de BF medidos por bioimpedancia e método das dobras de pollock). Faço uma refeição de pré-treino com 100g de carbo, 35g de proteina e pouca gordura (refeição sólida) por volta de 1h30~2h antes do treino... isso eh devido aos meus horários ruins e também pq se eu comer meia hora antes do treino nao consigo me alimentar muito no pós, fora que cafeina me tira a fome hahaha (meu pós é composto de um shake de 60g malto + 15g de bcaa seguido de uma refeição sólida 30min após esse shake)

Tendo em vista as explicações sobre uma parte da dieta e meu corpo, a minha dúvida é:

-A cafeina tem seus efeitos catabolicos, porém se eu consumi-la 15min antes do treino e fazendo a refeição do pós (por volta de 1h depois de ingerir a cafeina), ela aumentará muito meu gasto calórico diário ? Mesmo com comida na barriga, a cafeína continua agindo no SNC ou ela para assim que eu me alimentar ??

É meio estranha minha pergunta, mas sempre tive essa duvida.. com pré-treino eu realmente tenho q comer mais pra ganhar peso, DMAA eh uma coisa que eu adorava e que hoje, pra mim, está fora de cogitação...

Ah, sou resistente a estimulantes, tomo 500mg+ de cafeina e nao tenho colaterais de insonia.

Abraços e se eu estiver falando muita merda, nao me zoem, sou burraldo mesmo.

ahsiuehasiuehsuiehs

Quem ler tudo vai ganhar 1kg de MM essa semana. bjs

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Visitante usuario_deletado2334455
Postado

Emanuel,

O treino tende a atenuar a fome aguda, por isso certas pessoas têm dificuldade em se alimentar após o treino.

Abaixo faço uma citação da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, escrito por Ana Isabel Sousa Montenegro Soares e Bruno Miguel Reis Fonseca, sob a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião.

Uma grama de cafeína dissolve-se em 46 ml de água e caracteriza-se por ser um pó branco, cristalino, com sabor muito amargo, sem cheiro e com aspecto brilhante.

O café é, inevitavelmente, a fonte primária de cafeína no adulto mas, a cafeína está também contida, naturalmente, em muitos alimentos como o chá, o cacau e o guaraná. A cafeína é adicionada, artificialmente, a muitos outros produtos, incluindo alguns refrigerantes à base de cafeína, “bebidas energéticas” e em algumas formulações farmacêuticas, não tendo qualquer valor nutricional para o organismo humano, restringindo-se apenas aos seus efeitos estimulantes.

Nos últimos anos, têm-se popularizado uma grande variedade de suplementos para a perda de peso que tem na sua constituição cafeína e, embora não esteja contra-indicado nas pessoas que não são sensíveis à cafeína, há muitas pessoas que consomem estes produtos sem saber que contêm cafeína. Deve-se, então, nestas situações recomendar a leitura atenta das embalagens e consultar o seu médico ou farmacêutico.

Muitas das ações que a cafeína exerce têm mecanismos semelhantes às das anfetaminas, cocaína e heroína, no entanto os seus efeitos são bem mais leves. O efeito mais conhecido da cafeína é a sua ação como estimulante do Sistema Nervoso Central, tendo capacidade de chegar à corrente sanguínea e, deste modo, atingir o córtex cerebral exercendo aí os seus efeitos. Nos seres humanos estes efeitos traduzem-se por uma redução da fadiga levando à insónia, com uma melhoria da concentração e capacidade de pensamento mais clara e também na capacidade do desempenho de atividades motoras.

Estudos confirmam que a cafeína reduz o tempo de reação, melhora a capacidade mental, tais como testes de associação, e produz um aumento na velocidade de realização de cálculos, embora a precisão não sofra grandes melhorias. No entanto, estes benefícios só se fazem sentir até um limite de 200 mg de cafeína que, ultrapassado, pode inibir estas capacidades.

A popularidade da cafeína como droga psicoativa, deve-se às suas propriedades estimulantes, que depende da sua habilidade de diminuir a transmissão de adenosina no cérebro. Para a célula nervosa, a cafeína parece-se com a adenosina. A cafeína, devido a esta semelhança, liga-se aos receptores da adenosina. No entanto, não diminui a atividade das células como a adenosina o faz. Então, a célula “não pode ver” a adenosina porque a cafeína está a ocupar o seu receptor, o que leva a um aumento da atividade celular, exercendo um efeito antagônico nos receptores centrais da adenosina.

A cafeína causa a constrição dos vasos sanguíneos da cabeça, pois bloqueia a ação dilatadora da adenosina. Alguns medicamentos para a dor de cabeça, contêm cafeína, o que poderá ser benéfico, já que ao contrair os vasos sanguíneos irá haver um alívio da dor.

Outro modo de ação da cafeína, é pelo bloqueio da enzima fosfodiesterase, responsável pelo metabolismo intracelular do AMPc, ou seja, há um aumento da concentração do AMPc intracelular, produzindo efeitos que mimetizam os dos mediadores que estimulam a adenilciclase. Assim, os efeitos da adrenalina persistem por mais tempo e com o aumento da atividade neuronal, a glândula pituitária age como se tratasse de uma situação anômala e libertando grandes quantidades de hormônios que levam à libertação de adrenalina pelas supra-renais aparecendo uma série de efeitos no corpo humano, como a taquicardia, dilatação da pupila, aumento da pressão arterial, abertura dos tubos respiratórios (daí alguns anti-asmáticos conterem cafeína), aumento do metabolismo e contração dos músculos, diminuição da afluência sanguínea ao estômago e aumento da secreção da enzima lipase, uma lipoproteína que mobiliza os depósitos de gordura para utilizá-los como fonte de energia em vez do glicogênio muscular. Este último efeito reduz a utilização de glicogénio muscular permitindo aumentar a resistência à fadiga.

Em doses muito elevadas, a cafeína pode provocar a libertação intracelular de íons cálcio, desencadeando pequenos tremores involuntários, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. A cafeína também aumenta a concentração de dopamina no sangue (assim como as anfetaminas, a cocaína e a heroína), por diminuir a recaptação desta no SNC. A dopamina atua também como um neurotransmissor, estando relacionada com o prazer, e pensa-se que seja este aumento dos níveis de dopamina que leva ao vício da cafeína. Obviamente, o efeito da cafeína é muito menor que o da heroína embora o mecanismo de ação seja o mesmo.

De uma forma geral, a cafeína em pouco tempo, pode dificultar o sono porque bloqueia os receptores da adenosina, dá “energia” pois há libertação de adrenalina e dá uma sensação de bem-estar, pois inibe a recaptação da dopamina.

Aproximadamente 250 mg de cafeína, para pessoas que não estejam habituadas ao seu consumo regular, pode levar a um aumento da frequência cardíaca (taquicardia). Em certos casos, pode chegar a sentir-se a sensação de palpitações. A probabilidade da pressão sanguínea aumentar é maior, juntamente com a vasodilatação e também o aumento do fluxo sanguíneo para os tecidos em geral, incluindo as artérias coronárias. No entanto, o uso regular de cafeína pode alterar os efeitos no sistema cardiovascular devido ao desenvolvimento de tolerância à substância.

Uma elevada dose de cafeína produz um ligeiro aumento no volume de urina e na excreção urinária de sódio, diminuindo a reabsorção de sódio e de água nos túbulos renais. Por outro lado há uma vasodilatação da arteríola glomerular aferente. Este efeito diurético pode ser útil no alívio de cólicas menstruais (dismenorreia) produzidas pela retenção de líquidos, no entanto, quando a cafeína é usada para a perda de peso, pode haver perda de peso efetivo mas que não corresponde a perda de matéria gorda. Devido a este ligeiro efeito diurético, e não havendo reposição em quantidade suficiente de água que compense as perdas, inicia-se um processo de desidratação que pode trazer graves consequências ao organismo. Por este facto devem-se evitar bebidas adicionadas de cafeína nas épocas mais quentes mas, no entanto, o Institute of Medicine refere que todas as bebidas, incluindo as que contêm cafeína, podem contribuir para a quantidade recomendada de ingestão diária de fluidos.

Como explicitado, a cafeína pode causar taquicardia e aumentar o gasto de energia com a secreção da enzima lipase, uma lipoproteína que mobiliza os depósitos de gordura para utilizá-los como fonte de energia em vez do glicogênio muscular e não possui qualquer efeito catabólico de músculos.

Lembrando que o catabolismo e o anabolismo são tipos de metabolismo e não são sinônimos de ganho ou perda de massa como é utilizado no fórum. O metabolismo é o conjunto de reações químicas que mantêm o organismo vivo e em funcionamento. O anabolismo é a criação de macromoléculas a partir de moléculas menores. O catabolismo é a quebra de moléculas maiores em moléculas menores.

A cafeína não deixa de agir no sistema nervoso central (mais especificamente no sistema nervoso autônomo), sistema endócrino, sistema excretor ou sistema cardiovascular por causa da ingestão de alimento. Simplesmente, como qualquer outra droga, o efeito dela cai após um determinado tempo de atividade.

Abraço!

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