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Desculpe reviver o topico, mas a galera que baixou pra assistir conseguiu baixar por onde? alguem tem um link pra me ajudar? Baixei ate o final da segunda temporada mas depois nao achei mais, no utorrent so acho em espanhol. Obrigado

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Foi mal dar up no tópico. Mas saiu, esta semana, um texto fantástico do Pondé. O melhor artigo que li sobre a série:

Por Luiz Felipe Pondé

A série "Breaking Bad" chegou ao fim. Enquanto o cinema americano encareta sob a bota da censura politicamente correta, na qual homens cada vez mais falam fino como mulherzinhas e as mulheres brincam de meninas superpoderosas, a TV arrisca aquilo que o cinema se tornou incapaz de fazer: falar a sério sobre o cotidiano.

Uma sutil herança de obras como "O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson, se faz sentir em "Breaking Bad": o homem "bonzinho" é um derrotado. Seu lado mau é essencial para sua virilidade, mesmo espiritual. Sabendo que parte do mundo hoje é composto por gente mimada, vale salientar que ao dizer isso não estou a cultivar o mal como coisa chique. O assunto é mais sério do que pensa nossa vã inteligência infantilizada.

Ecos da terrível hipótese de Nelson Rodrigues sobre os maridos também se fazem sentir em "Breaking Bad". Nelson dizia que a mulher quer um nada como marido. Segundo Nelson, nenhuma das grandes qualidades que fazem de um homem um grande homem servem num bom marido.

O professor Walter White é um homem aniquilado. A maioria de nós é, e no aniversário merece, quando muito, que a mulher bata uma punheta como presente --ainda que prestando mais atenção a alguma oferta da internet.

Um homem um pouco mais bem-sucedido talvez ganhasse um boquete. Trata-se de uma cena homérica da série, mas que indica bem o grau de investimento do casal no sexo (ele tampouco está muito interessado no "presente de pobre").

Espremido entre uma carreira que marca seu fracasso (era um promissor gênio da química quando jovem e virou um medíocre professor de "high school" e um funcionário humilhado de um lava-rápido), um salário miserável, um filho portador de necessidades especiais e uma mulher grávida que enche o saco dele para pintar o quarto, Walter é um homem sem qualquer futuro.

Passa suas noites insone, mergulhado no pânico de todo "loser": o dinheiro vai dar? Vou aguentar muito tempo sendo capacho? Minha mulher também me faz de capacho? Vou conseguir comer minha mulher quando ela quiser? Meu cunhado é mais macho do que eu? Por que eu dei errado e meus colegas de faculdade se deram bem? Serei eu um merda? No que eu errei? Por que estou aqui com esse carro medíocre? E essas férias CVC? Eis o dia a dia de um homem comum.

Ser capacho é a virtude máxima de um "loser" que é bom pai e bom marido. Se a emancipação feminina era só dizer que ela queria trabalhar fora e gozar, a do homem é mais complexa porque aparentemente passa por elementos mais destrutivos do que a feminina.

Um homem que se sente preso na condição de bom pai e bom marido pode chegar à conclusão de que só se libertará quando puser em risco exatamente as virtudes que o estão matando: ganhar dinheiro seguro ainda que pouco, ser provedor, engolir sapo no trabalho, abrir mãos dos seus sonhos em nome de uma casa própria, investir na ideia de que algum dia sua mulher Bovary e seus filhos chorarão em seu enterro, louvando-o. Um homem de classe média aniquilado só experimenta um pouco de respeito (quando muito) quando fica silencioso como um cadáver.

Nosso químico descobre que tem câncer terminal de pulmão (e, como puro que sempre foi, nunca fumou) e "desperta". Esta é a expressão que ele usa quando fala com seu sócio sobre a razão de um "loser" como ele de 50 anos decidir entrar para o crime fazendo droga.

E não só. Passa a comer sua mulher com gosto (e em situações inesperadas) e ela fica mais feliz. Pele bonita, olhos brilhantes, cabelos sedosos, mais generosa no dia a dia, como toda mulher bem comida.

Dito nos termos banais de hoje: "recupera sua autoestima" quando descobre que vai morrer e entra para o crime para ganhar dinheiro. Nosso herói sente que pela primeira vez está vivo, justamente quando sabe que, de certa forma, já está morto.

O mal como componente libertador é uma questão assustadora, mas perigosamente real. Um mundo que goza em defender alfaces terá cada vez mais homens medíocres que para poderem meter em suas mulheres precisarão ter câncer no pulmão sem nunca ter fumado.

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poha, mto bem revivido o tópico, curti esse texto do Pondé, vou procurar esse obra que ele cita, fiquei interessado

Stevenson é conhecido pela grande obra A Ilha do Tesouro (que ainda não li). Comprei Dr. Jekyll e Mr. Hyde por 10 reais (aqueles livros de bolso). Tem o filme também, muito show. Outra obra foda do Stevenson é "O Clube dos Suicidas". Embora o livro seja curto, a ideia é genial. Não vou comentar para não dar spoilers.

O bom de ler o Dr. Jekyll e Mr. Hyde é que é citado em todos os cantos, quando se fala em bipolaridade. Eu já vi, inclusive, várias músicas que citam. O filme é antigo, mas é bom:

220px-JekyllHyde1931.jpg

Visitante usuario_deletado1723711
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Excelente texto, rapaz.

  • 4 semanas depois...
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A Record vai passar a série nos próximos dias e está fazendo ações promocionais em SP maneiríssimas.

RV de Walter e Jesse circula por São Paulo para divulgar Breaking Bad na Record

breakingbadrecord.jpg

Foto: Ayres Dib

A Rede Record de televisão inovou na divulgação da série Breaking Bad com uma chamada e especial e dia e horário de estreia programado para bater de frente com a volta do Big Brother Brasil. Mas o investimento não parou aí.

Nesta quinta-feira, 19 de dezembro, o canal colocou o famoso RV (ou Motor Home) visto na primeira temporada da série para circular as ruas de São Paulo soltando até mesmo a fumaça rosa com os químicos de Walter e Jesse. A ação foi destaque no próprio jornalístico matinal da emissora.

Isso é, certamente, algo inédito na divulgação de uma série estrangeira por uma TV aberta brasileira. Se você avistar o RV de Breaking Bad da Record, mande fotos para nós!

Tem vídeo na página, deles anunciando a série no jornal. http://www.ligadoemserie.com.br/2013/12/rv-de-walter-e-jesse-circula-por-sao-paulo-para-divulgar-breaking-bad-na-record/

A emissora também botou o Marcelo Rezende pra narrar o argumento da série, como se fosse verídico no Cidade Alerta.

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