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Postado
20 horas atrás, pak7 disse:

 

Se seu irmão for mais velho pede pra ele levar sua mãe no shopping,se for brother ele vai te ajudar

 

Não tinha pensado nisso.

 

Se fosse meu irmão, com certeza daria a moral.

 

E ficaria puto se tivesse perdido meu tempo.

 

 

Abraço.

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Postado
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"Quando, em outros tempos, dava-me na veneta compreender alguém ou a mim mesmo, eu examinava não as ações, em que tudo é convencionado, mas os desejos. Dize-me o que desejas, dir-te-ei quem és.

 

Também agora, faço um exame a mim mesmo: o que eu quero?

 

Quero que nossas esposas, filhos, amigos, alunos, amem em nós não o nome, a firma, a etiqueta, mas a pessoa comum. E o que mais? Eu gostaria de ter auxiliares e herdeiros. E o que mais? Gostaria de acordar daqui a uns cem anos e espiar, ao menos com um olho, o que será da ciência. Gostaria de viver mais uns dez anos... E mais o quê?

 

Mais nada. Penso, fico muito tempo pensando, e não consigo inventar nada mais. E por mais que eu pense, onde quer que se espalhem os meus pensamentos, é evidente para mim que em meus desejos falta algo essencial, algo muito importante. No meu fraco pela ciência, no meu desejo de viver, neste ato de ficar sentado numa cama alheia e na ânsia de conhecer a mim mesmo, em todos os pensamentos, sentimentos e concepções, que eu formo a respeito de tudo, não existe algo geral, que una tudo isso num todo. Cada sentimento e cada pensamento vivem em mim isolados, e em todos os meus juízos sobre a ciência, o teatro, a literatura, os alunos, em todos os quadrinhos que desenha a minha imaginação, mesmo o analista mais hábil não encontrará o que se chama idéia geral, isto é, o deus do homem vivo.

 

E, se não existe isso, quer dizer que não existe nada.

 

Com semelhante indigência, bastaram uma doença séria, o medo da morte, a ação das circunstâncias e das pessoas, para que tudo o que eu considerava antes a minha concepção do mundo e em que eu via o sentido e a alegria da minha vida se emborcasse e desfizesse em fiapos. Por conseguinte, não há nada de surpreendente no fato de eu ter ensombrecido os meses derradeiros da minha vida com pensamentos e sentimentos dignos de um escravo e bárbaro, que eu seja agora indiferente e não note o amanhecer. Quando não existe num homem aquilo que é superior e mais forte que todas as influências externas, realmente, basta-lhe um forte resfriado para que perca o equilíbrio e comece a ver em cada ave uma coruja, e ouça em cada som um uivar de cães. E todo o seu pessimismo, com os seus pensamentos grandes e pequenos, tem nessas ocasiões apenas a importância de um sintoma e nada mais.

 

Estou vencido. Se assim é, não há motivo para continuara pensar, para conversar. Ficarei sentado, esperando em silêncio o que há de acontecer."

 

 

- Anton Tchekhov, 'Uma história enfadonha: Das memórias de um homem idoso', trecho do cap. VII.

 

reflitao.jpg

Postado (editado)
1 hora atrás, danilorf disse:

 

- Anton Tchekhov, 'Uma história enfadonha: Das memórias de um homem idoso', trecho do cap. VII.

 

reflitao.jpg

 

Qual o ponto?

 

Achei uma bosta.

 

O homem possui raciocínio e livre arbítrio - sua Suprema Vontade. Perecer para um resfriado é coisa de polenta, não de homem de verdade.

 

No entanto, até o terceiro parágrafo a ainda era excelente. Diga-me o que desejas e direi quem és. E é interessante também ver que ele nota a necessidade inerente do homem de agarrar-se a algo que seja superior às influências externas a ele.

 

 

 

Abraço

Editado por Aroma
Postado (editado)

A questão não se refere ao livre-arbítrio, tem outra coisa muito mais patente aí que eu acho que alguém vai notar... Mas mesmo assim, esse lance de livre-arbítrio vs. determinismo é uma discussão idiota, assim como confiar cegamente no raciocínio lógico. Livre-arbítrio total significa que a pessoa tem o poder de determinar todo o mundo, e que ninguém determina ela; mas ao mesmo tempo, não dá pra falar que o ser humano não é causa de nada, porque tem coisas que simplesmente não se explicam, a não ser pela mera vontade de agirmos de determinada maneira. O certo seria falar em círculos de influência que escolhemos e nos dão uma gama de opções para agir. Assim como o raciocínio lógico pode levar a muitos erros e subjetivismos como Descartes e Kant. Esses conceitos Ayn Randianos são bem idiotas, filosoficamente falando - é só mais um clichê entre outros.

Editado por danilorf
Postado
44 minutos atrás, danilorf disse:

A questão não se refere ao livre-arbítrio, tem outra coisa muito mais patente aí que eu acho que alguém vai notar... Mas mesmo assim, esse lance de livre-arbítrio vs. determinismo é uma discussão idiota, assim como confiar cegamente no raciocínio lógico. Livre-arbítrio total significa que a pessoa tem o poder de determinar todo o mundo, e que ninguém determina ela; mas ao mesmo tempo, não dá pra falar que o ser humano não é causa de nada, porque tem coisas que simplesmente não se explicam, a não ser pela mera vontade de agirmos de determinada maneira. O certo seria falar em círculos de influência que escolhemos e nos dão uma gama de opções para agir. Assim como o raciocínio lógico pode levar a muitos erros e subjetivismos como Descartes e Kant. Esses conceitos Ayn Randianos são bem idiotas, filosoficamente falando - é só mais um clichê entre outros.

 

A questão é evidente, o cara até determinado momento era sereno e satisfeito, e diante de adversidades se deixa cair. 

 

O Livre arbítrio, ao menos na visão Espírita (que é a que eu uso), fala justamente sobre nossa vontade ser soberana e permitir portanto que ajamos (obviamente apenas em nossos círculos de influência).

 

De quais conceitos fala? Razão, propósito e auto-estima sobre tudo?

 

 

 

Abraços.

Postado
13 minutos atrás, Aroma disse:

 

A questão é evidente, o cara até determinado momento era sereno e satisfeito, e diante de adversidades se deixa cair. 

 

O Livre arbítrio, ao menos na visão Espírita (que é a que eu uso), fala justamente sobre nossa vontade ser soberana e permitir portanto que ajamos (obviamente apenas em nossos círculos de influência).

 

De quais conceitos fala? Razão, propósito e auto-estima sobre tudo?

 

 

 

Abraços.

 

Você não sacou a mensagem desse trecho. O personagem era sereno e satisfeito, mas com o quê? Com um castelo de cartas que ele construiu pra ele mesmo e que só na velhice percebeu a sua mediocridade. O resto está no texto e você arranhou a questão bem por cima. Mas enfim, a literatura não serve somente pra agradar um determinado pré-conceito do que as pessoas acham que deve ser o modelo ideal de homem ou ser humano, e sim passar as mais variadas experiências da vida, boas ou ruins. De resto você não entendeu nada do que eu disse, e não me leve a mal, o meu intuito não foi vir aqui discutir essa questão específica.

 

Não entendi sua última questão. Mas sugiro que você leia um pouco da literatura russa pra sair um pouco dessa visão ideal-racionalista a lá revolução francesa. que parece que tem. Sugiro ler "Notas do subsolo" do Dostoiévisk. Se você já ficou meio mordido com esse trechinho de um autor mais tranquilo como o Tchekhov, já imagino como vai ficar depois da leitura desse livro.

 

Abraços.

Postado
6 minutos atrás, danilorf disse:

 

Você não sacou a mensagem desse trecho. O personagem era sereno e satisfeito, mas com o quê? Com um castelo de cartas que ele construiu pra ele mesmo e que só na velhice percebeu a sua mediocridade. O resto está no texto e você arranhou a questão bem por cima. Mas enfim, a literatura não serve somente pra agradar um determinado pré-conceito do que as pessoas acham que deve ser o modelo ideal de homem ou ser humano, e sim passar as mais variadas experiências da vida, boas ou ruins. De resto você não entendeu nada do que eu disse, e não me leve a mal, o meu intuito não foi vir aqui discutir essa questão específica.

 

Não entendi sua última questão. Mas sugiro que você leia um pouco da literatura russa pra sair um pouco dessa visão ideal-racionalista a lá revolução francesa. que parece que tem. Sugiro ler "Notas do subsolo" do Dostoiévisk. Se você já ficou meio mordido com esse trechinho de um autor mais tranquilo como o Tchekhov, já imagino como vai ficar depois da leitura desse livro.

 

Abraços.

 

Já li a maioria dos livros dele, realmente, se exposto algumas ideias por aqui o pessoal em geral e n só Aroma, iriam pirar.

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