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almeida, tá faazendo

nofap

no porn

cold sshower

postura ereta ?

tá com postura ereta agora aí na cadeira?

banho frio, sim.

postura ereta, sim. (me corrigi na hora que li seu post, tenho que estar sempre me policiando)

Estou lendo "poder sem limites" estou gostando.

No fap não. Já tentei mas não senti uma melhora, a sociedade em que a gente vive tem muito estímulo sexual, nas músicas, na mídia, nos filmes, e nas ruas né, olha o jeito que as mulheres se vestem no verão. Se eu não bater uma eu fico louco, não consigo segurar a onda não.

Postado (editado)

banho frio, sim.

postura ereta, sim. (me corrigi na hora que li seu post, tenho que estar sempre me policiando)

Estou lendo "poder sem limites" estou gostando.

No fap não. Já tentei mas não senti uma melhora, a sociedade em que a gente vive tem muito estímulo sexual, nas músicas, na mídia, nos filmes, e nas ruas né, olha o jeito que as mulheres se vestem no verão. Se eu não bater uma eu fico louco, não consigo segurar a onda não.

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já leu o nessaham alita?

antes de vencer a batalha da sedução vc tem que conseguir controlar suas paixões, todas as mulheres minimamente decentes vão te testar...

Editado por planeta
Postado

um dos contos do nelson rodrigues... muito fera esse aqui

O CANALHA
Quando soube que a noiva tinha viajado de lotação com o Dudu, sentada no
mesmo banco, pôs as mãos na cabeça:
— Com o Dudu?
E ela:
— Com o Dudu, sim.
As duas mãos enfiadas nos bolsos, andando de um lado para outro, ele estaca,
finalmente, diante da pequena:
— Olha, Cleonice, vou te pedir um favor de mãe pra filho. Pode ser?
— Claro.
Puxa um cigarro:
— É o seguinte: de hoje em diante, ouviu?, de hoje em diante, tu vais negar o
cumprimento ao Dudu.
Admirou-se:
— Por que, meu anjo?
Ele explicou:
— Porque o Dudu é um cínico, um crápula, um canalha abjeto. Um sujeito que
não respeita nem poste e que é capaz até de dar em cima de uma cunhada. O simples
cumprimento de Dudu basta para contaminar uma mulher. Percebeste?
— Percebi.
Ainda excitado, ele enxuga com o lenço o suor da testa:
— Pois é.
Passou. Mas a verdade é que Cleonice ficou impressionadíssima. Dava-se com o
Dudu, sem intimidade, mas cordialmente. Dançara com ele umas duas ou três vezes.
Mas como o Dudu fosse fisicamente simpático e educadíssimo, Cleonice guardara dos
seus contatos acidentais uma boa impressão. Caiu das nuvens ao saber que ele era capaz
de “dar em cima de uma cunhada”. Teria, porém, esquecido. Voltando à carga, sentado com a noiva num banco de jardim público, ele começa:
— Meu anjo, tu sabes que eu não tenho ciúmes. Não sabes?
— Sei.
Pigarreia:
— Só tenho ciúmes de uma pessoa: o Dudu. E nunca te esqueças: é um canalha,
talvez o único canalha vivo do Brasil. Todo mundo tem defeitos e qualidades. Mas o
Dudu só tem defeitos.
Inexperiente da vida e dos homens, ela fazia espanto:
— Mas isso é verdade? Batata?
Exagerou:
— Batatíssima! Quero ser mico de circo se estou mentindo! — E repetia, num
furor terrível e inofensivo: — Indigno de entrar numa casa de família!
OBSESSÃO
Então, sem querer, sem sentir, Lima foi fazendo do Dudu o grande e absorvente
personagem de suas conversas. Argumentava:
— Você é muito boba, muito inocente, nunca teve outro namorado senão eu.
Queres um exemplo? Sou teu noivo, vou casar contigo. Muito bem. O que é que houve
entre nós dois? Uns beijinhos, só. É ou não é?
Impressionada, admitiu:
— Lógico!
Lima continua:
— Figuremos a seguinte hipótese: que, em vez de mim, fosse teu namorado o
Dudu. Tu pensas que ele ia te respeitar como eu te respeito? Duvido! Duvido! Dudu
não tem sentimento de família, de nada! É uma besta-fera, uma hiena, um chacal!
Crispando-se, Cleonice suspira: “Parece impossível que existam homens assim”.
Lima prossegue: “Vou te dizer uma coisa mais: o Dudu olha para uma mulher como se
a despisse mentalmente!”.
A FESTA
Dias depois, Cleonice está conversando com umas coleguinhas quando alguém fala do Dudu. Então, ela olha para os lados e baixa a voz: “Ouvi dizer que o Dudu deu
em cima de uma cunhada!”. Uma das presentes, que conhecia o rapaz, a família do
rapaz, protesta: “Mas o Dudu nem tem cunhada!”. Mais tarde a espantadíssima
Cleonice interpela o Lima. Ele não se dá por achado:
— Eu não disse que o Dudu deu em cima de uma cunhada. Eu disse que “daria”
caso tivesse. Você entendeu mal.
Mais alguns dias e os dois vão a uma festa, em casa de família. Entram e têm,
imediatamente, o choque: Dudu estava lá! Junto de uma janela, com o seu bonito perfil,
fumando de piteira, pálido e fatal, atraía todas as atenções. Lima aperta o braço da
noiva. Diz, entredentes: “Vamos embora”. Ela, espantada, pergunta: “Por quê?”. O
noivo a arrasta:
— O Dudu está aí. E não convém, ouviu? Não convém! Imagina se ele tem o
atrevimento de te tirar para dançar. Deus me livre!
O MEDO
Na volta da festa, Cleonice faz, pela primeira vez, um comentário irritado:
— Fala menos nesse Dudu! Sabe que eu só penso nele? Te digo mais: tenho
medo!
Lima estaca: “Medo de que e por que, ora essa?”. Ela parece confusa:
— Essas coisas impressionam uma mulher. — E repete o apelo: — Não fala mais
nesse cara! É um favor que te peço!
Ele obstinou-se: “Falo, sim, como não? Você precisa olhar o Dudu como um
verme!”. Cleonice suspirou:
— Você sabe o que faz!
ÓDIO
Corria o tempo. Todos os dias, o Lima aparecia com uma novidade: “Vi aquela
besta com outra!”. E se havia uma coisa que doesse nele, como uma ofensa pessoal, era
a escandalosa sorte do “canalha” com as outras mulheres. Nos seus desabafos com a
noiva, Lima exagerava: “Cheio de pequenas! Tem namoradas em todos os bairros!”.
Um dia, explodiu: — Vocês, mulheres, parece que gostam dos canalhas! Por exemplo: o meu caso.
Sem falsa modéstia, sou um sujeito decente, respeitador e outros bichos. Pois bem. Não
arranjava pequena nenhuma. Até hoje não compreendo como você gostou de mim, fez
fé comigo e me preferiu ao Dudu. — Pausa e baixa a voz, na confissão envergonhada:
— Porque o Dudu me tirou todas as outras namoradas, uma por uma.
Era essa, com efeito, a origem do seu ódio por Dudu, do despeito que o
envenenava.
AS BODAS
Chega o dia do casamento. Poucos minutos antes da cerimônia civil, Lima,
transfigurado, ainda diz ao ouvido da noiva: “O Dudu roubou todas as minhas
pequenas, menos você!”. Pois bem. Casam-se no civil e, mais tarde, no religioso. Quase à
meia-noite, estão os dois sozinhos, face a face, no apartamento que seria a nova
residência. Ele, nervosíssimo, baixa a voz e pede: “Um beijo!”. Ela, porém, foge com o
rosto: “Não!”. Lima não entende. Cleonice continua:
— Falas te tanto e tão mal do Dudu que eu me apaixonei por ele. Eu não trairei o
homem que eu amo nem com o meu marido.
Lima compreendeu que a perdera. Sem uma palavra deixa o quarto nupcial. De

pijama e chinelos veio para a porta da rua. Senta-se no meio-fio e põe-se a chorar.

Postado

um dos contos do nelson rodrigues... muito fera esse aqui

O CANALHA
Quando soube que a noiva tinha viajado de lotação com o Dudu, sentada no
mesmo banco, pôs as mãos na cabeça:
— Com o Dudu?
E ela:
— Com o Dudu, sim.
As duas mãos enfiadas nos bolsos, andando de um lado para outro, ele estaca,
finalmente, diante da pequena:
— Olha, Cleonice, vou te pedir um favor de mãe pra filho. Pode ser?
— Claro.
Puxa um cigarro:
— É o seguinte: de hoje em diante, ouviu?, de hoje em diante, tu vais negar o
cumprimento ao Dudu.
Admirou-se:
— Por que, meu anjo?
Ele explicou:
— Porque o Dudu é um cínico, um crápula, um canalha abjeto. Um sujeito que
não respeita nem poste e que é capaz até de dar em cima de uma cunhada. O simples
cumprimento de Dudu basta para contaminar uma mulher. Percebeste?
— Percebi.
Ainda excitado, ele enxuga com o lenço o suor da testa:
— Pois é.
Passou. Mas a verdade é que Cleonice ficou impressionadíssima. Dava-se com o
Dudu, sem intimidade, mas cordialmente. Dançara com ele umas duas ou três vezes.
Mas como o Dudu fosse fisicamente simpático e educadíssimo, Cleonice guardara dos
seus contatos acidentais uma boa impressão. Caiu das nuvens ao saber que ele era capaz
de “dar em cima de uma cunhada”. Teria, porém, esquecido. Voltando à carga, sentado com a noiva num banco de jardim público, ele começa:
— Meu anjo, tu sabes que eu não tenho ciúmes. Não sabes?
— Sei.
Pigarreia:
— Só tenho ciúmes de uma pessoa: o Dudu. E nunca te esqueças: é um canalha,
talvez o único canalha vivo do Brasil. Todo mundo tem defeitos e qualidades. Mas o
Dudu só tem defeitos.
Inexperiente da vida e dos homens, ela fazia espanto:
— Mas isso é verdade? Batata?
Exagerou:
— Batatíssima! Quero ser mico de circo se estou mentindo! — E repetia, num
furor terrível e inofensivo: — Indigno de entrar numa casa de família!
OBSESSÃO
Então, sem querer, sem sentir, Lima foi fazendo do Dudu o grande e absorvente
personagem de suas conversas. Argumentava:
— Você é muito boba, muito inocente, nunca teve outro namorado senão eu.
Queres um exemplo? Sou teu noivo, vou casar contigo. Muito bem. O que é que houve
entre nós dois? Uns beijinhos, só. É ou não é?
Impressionada, admitiu:
— Lógico!
Lima continua:
— Figuremos a seguinte hipótese: que, em vez de mim, fosse teu namorado o
Dudu. Tu pensas que ele ia te respeitar como eu te respeito? Duvido! Duvido! Dudu
não tem sentimento de família, de nada! É uma besta-fera, uma hiena, um chacal!
Crispando-se, Cleonice suspira: “Parece impossível que existam homens assim”.
Lima prossegue: “Vou te dizer uma coisa mais: o Dudu olha para uma mulher como se
a despisse mentalmente!”.
A FESTA
Dias depois, Cleonice está conversando com umas coleguinhas quando alguém fala do Dudu. Então, ela olha para os lados e baixa a voz: “Ouvi dizer que o Dudu deu
em cima de uma cunhada!”. Uma das presentes, que conhecia o rapaz, a família do
rapaz, protesta: “Mas o Dudu nem tem cunhada!”. Mais tarde a espantadíssima
Cleonice interpela o Lima. Ele não se dá por achado:
— Eu não disse que o Dudu deu em cima de uma cunhada. Eu disse que “daria”
caso tivesse. Você entendeu mal.
Mais alguns dias e os dois vão a uma festa, em casa de família. Entram e têm,
imediatamente, o choque: Dudu estava lá! Junto de uma janela, com o seu bonito perfil,
fumando de piteira, pálido e fatal, atraía todas as atenções. Lima aperta o braço da
noiva. Diz, entredentes: “Vamos embora”. Ela, espantada, pergunta: “Por quê?”. O
noivo a arrasta:
— O Dudu está aí. E não convém, ouviu? Não convém! Imagina se ele tem o
atrevimento de te tirar para dançar. Deus me livre!
O MEDO
Na volta da festa, Cleonice faz, pela primeira vez, um comentário irritado:
— Fala menos nesse Dudu! Sabe que eu só penso nele? Te digo mais: tenho
medo!
Lima estaca: “Medo de que e por que, ora essa?”. Ela parece confusa:
— Essas coisas impressionam uma mulher. — E repete o apelo: — Não fala mais
nesse cara! É um favor que te peço!
Ele obstinou-se: “Falo, sim, como não? Você precisa olhar o Dudu como um
verme!”. Cleonice suspirou:
— Você sabe o que faz!
ÓDIO
Corria o tempo. Todos os dias, o Lima aparecia com uma novidade: “Vi aquela
besta com outra!”. E se havia uma coisa que doesse nele, como uma ofensa pessoal, era
a escandalosa sorte do “canalha” com as outras mulheres. Nos seus desabafos com a
noiva, Lima exagerava: “Cheio de pequenas! Tem namoradas em todos os bairros!”.
Um dia, explodiu: — Vocês, mulheres, parece que gostam dos canalhas! Por exemplo: o meu caso.
Sem falsa modéstia, sou um sujeito decente, respeitador e outros bichos. Pois bem. Não
arranjava pequena nenhuma. Até hoje não compreendo como você gostou de mim, fez
fé comigo e me preferiu ao Dudu. — Pausa e baixa a voz, na confissão envergonhada:
— Porque o Dudu me tirou todas as outras namoradas, uma por uma.
Era essa, com efeito, a origem do seu ódio por Dudu, do despeito que o
envenenava.
AS BODAS
Chega o dia do casamento. Poucos minutos antes da cerimônia civil, Lima,
transfigurado, ainda diz ao ouvido da noiva: “O Dudu roubou todas as minhas
pequenas, menos você!”. Pois bem. Casam-se no civil e, mais tarde, no religioso. Quase à
meia-noite, estão os dois sozinhos, face a face, no apartamento que seria a nova
residência. Ele, nervosíssimo, baixa a voz e pede: “Um beijo!”. Ela, porém, foge com o
rosto: “Não!”. Lima não entende. Cleonice continua:
— Falas te tanto e tão mal do Dudu que eu me apaixonei por ele. Eu não trairei o
homem que eu amo nem com o meu marido.
Lima compreendeu que a perdera. Sem uma palavra deixa o quarto nupcial. De

pijama e chinelos veio para a porta da rua. Senta-se no meio-fio e põe-se a chorar.

Muito bom mesmo, engracado que essas coisas talvez acontecam mesmo. Aproveitando que o livro Poder sem Limites esta em pauta, o autor fala no livro algo que dialoga com este conto, a partir do momento que voce faz afirmacoes sobre alguem, sejam elas positivas ou negativas, voce da margem para que aquela pessoa faca aquilo ou apresente aquele comportamento. Eu nao cheguei ao ponto em que ele explica isso ainda, mas e algo que eu ja li em outros livros, ja que se trata da questao de afirmacao e de auto-sugestao, de maneira que voce transfere ''energia'' (acredito que todos aqui que leem PNL e PU acreditem nesta determinante) para um pensamento, voce da condicoes para que ele se torne realidade.

Postado (editado)

um dos contos do nelson rodrigues... muito fera esse aqui

O CANALHA
Quando soube que a noiva tinha viajado de lotação com o Dudu, sentada no
mesmo banco, pôs as mãos na cabeça:
— Com o Dudu?
E ela:
— Com o Dudu, sim.
As duas mãos enfiadas nos bolsos, andando de um lado para outro, ele estaca,
finalmente, diante da pequena:
— Olha, Cleonice, vou te pedir um favor de mãe pra filho. Pode ser?
— Claro.
Puxa um cigarro:
— É o seguinte: de hoje em diante, ouviu?, de hoje em diante, tu vais negar o
cumprimento ao Dudu.
Admirou-se:
— Por que, meu anjo?
Ele explicou:
— Porque o Dudu é um cínico, um crápula, um canalha abjeto. Um sujeito que
não respeita nem poste e que é capaz até de dar em cima de uma cunhada. O simples
cumprimento de Dudu basta para contaminar uma mulher. Percebeste?
— Percebi.
Ainda excitado, ele enxuga com o lenço o suor da testa:
— Pois é.
Passou. Mas a verdade é que Cleonice ficou impressionadíssima. Dava-se com o
Dudu, sem intimidade, mas cordialmente. Dançara com ele umas duas ou três vezes.
Mas como o Dudu fosse fisicamente simpático e educadíssimo, Cleonice guardara dos
seus contatos acidentais uma boa impressão. Caiu das nuvens ao saber que ele era capaz
de “dar em cima de uma cunhada”. Teria, porém, esquecido. Voltando à carga, sentado com a noiva num banco de jardim público, ele começa:
— Meu anjo, tu sabes que eu não tenho ciúmes. Não sabes?
— Sei.
Pigarreia:
— Só tenho ciúmes de uma pessoa: o Dudu. E nunca te esqueças: é um canalha,
talvez o único canalha vivo do Brasil. Todo mundo tem defeitos e qualidades. Mas o
Dudu só tem defeitos.
Inexperiente da vida e dos homens, ela fazia espanto:
— Mas isso é verdade? Batata?
Exagerou:
— Batatíssima! Quero ser mico de circo se estou mentindo! — E repetia, num
furor terrível e inofensivo: — Indigno de entrar numa casa de família!
OBSESSÃO
Então, sem querer, sem sentir, Lima foi fazendo do Dudu o grande e absorvente
personagem de suas conversas. Argumentava:
— Você é muito boba, muito inocente, nunca teve outro namorado senão eu.
Queres um exemplo? Sou teu noivo, vou casar contigo. Muito bem. O que é que houve
entre nós dois? Uns beijinhos, só. É ou não é?
Impressionada, admitiu:
— Lógico!
Lima continua:
— Figuremos a seguinte hipótese: que, em vez de mim, fosse teu namorado o
Dudu. Tu pensas que ele ia te respeitar como eu te respeito? Duvido! Duvido! Dudu
não tem sentimento de família, de nada! É uma besta-fera, uma hiena, um chacal!
Crispando-se, Cleonice suspira: “Parece impossível que existam homens assim”.
Lima prossegue: “Vou te dizer uma coisa mais: o Dudu olha para uma mulher como se
a despisse mentalmente!”.
A FESTA
Dias depois, Cleonice está conversando com umas coleguinhas quando alguém fala do Dudu. Então, ela olha para os lados e baixa a voz: “Ouvi dizer que o Dudu deu
em cima de uma cunhada!”. Uma das presentes, que conhecia o rapaz, a família do
rapaz, protesta: “Mas o Dudu nem tem cunhada!”. Mais tarde a espantadíssima
Cleonice interpela o Lima. Ele não se dá por achado:
— Eu não disse que o Dudu deu em cima de uma cunhada. Eu disse que “daria”
caso tivesse. Você entendeu mal.
Mais alguns dias e os dois vão a uma festa, em casa de família. Entram e têm,
imediatamente, o choque: Dudu estava lá! Junto de uma janela, com o seu bonito perfil,
fumando de piteira, pálido e fatal, atraía todas as atenções. Lima aperta o braço da
noiva. Diz, entredentes: “Vamos embora”. Ela, espantada, pergunta: “Por quê?”. O
noivo a arrasta:
— O Dudu está aí. E não convém, ouviu? Não convém! Imagina se ele tem o
atrevimento de te tirar para dançar. Deus me livre!
O MEDO
Na volta da festa, Cleonice faz, pela primeira vez, um comentário irritado:
— Fala menos nesse Dudu! Sabe que eu só penso nele? Te digo mais: tenho
medo!
Lima estaca: “Medo de que e por que, ora essa?”. Ela parece confusa:
— Essas coisas impressionam uma mulher. — E repete o apelo: — Não fala mais
nesse cara! É um favor que te peço!
Ele obstinou-se: “Falo, sim, como não? Você precisa olhar o Dudu como um
verme!”. Cleonice suspirou:
— Você sabe o que faz!
ÓDIO
Corria o tempo. Todos os dias, o Lima aparecia com uma novidade: “Vi aquela
besta com outra!”. E se havia uma coisa que doesse nele, como uma ofensa pessoal, era
a escandalosa sorte do “canalha” com as outras mulheres. Nos seus desabafos com a
noiva, Lima exagerava: “Cheio de pequenas! Tem namoradas em todos os bairros!”.
Um dia, explodiu: — Vocês, mulheres, parece que gostam dos canalhas! Por exemplo: o meu caso.
Sem falsa modéstia, sou um sujeito decente, respeitador e outros bichos. Pois bem. Não
arranjava pequena nenhuma. Até hoje não compreendo como você gostou de mim, fez
fé comigo e me preferiu ao Dudu. — Pausa e baixa a voz, na confissão envergonhada:
— Porque o Dudu me tirou todas as outras namoradas, uma por uma.
Era essa, com efeito, a origem do seu ódio por Dudu, do despeito que o
envenenava.
AS BODAS
Chega o dia do casamento. Poucos minutos antes da cerimônia civil, Lima,
transfigurado, ainda diz ao ouvido da noiva: “O Dudu roubou todas as minhas
pequenas, menos você!”. Pois bem. Casam-se no civil e, mais tarde, no religioso. Quase à
meia-noite, estão os dois sozinhos, face a face, no apartamento que seria a nova
residência. Ele, nervosíssimo, baixa a voz e pede: “Um beijo!”. Ela, porém, foge com o
rosto: “Não!”. Lima não entende. Cleonice continua:
— Falas te tanto e tão mal do Dudu que eu me apaixonei por ele. Eu não trairei o
homem que eu amo nem com o meu marido.
Lima compreendeu que a perdera. Sem uma palavra deixa o quarto nupcial. De

pijama e chinelos veio para a porta da rua. Senta-se no meio-fio e põe-se a chorar.

Dudu é o típico cafajeste conquistador pelo qual as mulheres perdem a linha. O beta, achando que criaria repulsa, acabou criando atração de sua mulher pelo Dudu.

Se tu chegar pra uma mulher e falar "fulano de tal é um cafajeste, tem várias namoradas", elas ficam molhadinhas pra também serem usadas pelo cafa, é um tiro pela culatra. Tem que chegar e dizer: "fulano é bonzinho, honrado e respeitador", isso sim seca vaginas.

PS: Sim, planeta, já li Nessahan Alita.

Editado por A_Almeida

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