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Exercícios proibidos

Há algum tempo, surgiram comentários sobre determinados exercícios na sala de musculação e seus supostos potencias lesivos. Isto gerou algo como uma “lista negra” de exercícios proibidos de serem realizados. Seriam eles: a puxada alta nas costas, o desenvolvimento para ombros, a remada curvada e o agachamento.

Estes exercícios estariam “condenados” por causa de um suposto alto índice de lesão, mais especificamente na articulação glenoumeral (ombro), região lombar e articulação fêmurotibial (joelho).

Aqueles que advogavam, ou advogam, contra tais exercícios tentam se basear em alguns estudos que sugerem haver relação entre os movimentos realizados nesses exercícios e processos lesivos.

Todavia, parece que este a luta contra tais exercícios é fruto da incapacidade de interpretação na leitura de dados científicos. Ao que tudo indica, o índice de lesão relacionado aos exercícios supracitados estava associado à três fatores: adoção da técnica de execução inadequada, cargas inapropriadas e um volume alto de treinamento, e não propriamente ao exercício per si.

Um exemplo clássico seria o agachamento. É muito comum contra-indicar este exercício, supondo-se que o mesmo imputaria um estresse excessivo na articulação do joelho e na coluna vertebral. Realizar agachamentos profundos ou completos seria inconcebível até mesmo como hipótese, pois agachar em um angulo inferior à 90º “aumentaria demasiadamente compressão patelofemural e levaria, quase com certeza, lesões na articulação do joelho”, argumentam aqueles que contra-indicam o agachamento completo.

Entretanto, ao se observar a orientação sobre o agachamento à 90º veremos que este exercício, na sua fase excêntrica, é feito até o ponto no qual as coxas atingem uma posição paralela ao solo. Em uma análise mais cuidadosa verifica-se que neste ponto os joelhos estarão em um ângulo consideravelmente menor que o citado.

Puxada por trás e desenvolvimento

Os demais exercícios desta “lista negra”, como a puxada alta nas costas e o desenvolvimento também estão proibidos em muitas academias, por suas supostas propriedades lesivas à articulação do ombro.

O ombro oferece uma vasta variedade de movimentos, permitindo movimentos bastante amplos. Ao contrário da articulação do quadril, onde o fêmur se encaixa perfeitamente numa cavidade profunda oferecendo melhor estabilidade, a do ombro trabalha em uma cavidade (glenóide) bastante rasa, e sua estabilização se dá mediante a ação de ligamentos e pelos músculos do manguito rotador. O manguito rotador é na verdade uma união dos tendões dos músculos supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e redondo maior. Sua origem está na cápsula fibrosa inferior da articulação glenoumeral e sua inserção nos tubérculos maior e menor do úmero (Moore, 1980 apud Bompa, 2000).

Segundo Hall (2000), as lesões nesta região são fruto, muitas vezes, do excesso de uso na prática esportiva e/ou da falta de sincronia entre os músculos do manguito rotador.

A maioria das lesões do manguito rotador ocorrem na musculatura supraespinhosa. Além de estabilizar a articulação do ombro, este músculo abduz e roda externamente o úmero junto ao deltóide. O supraespinhoso é particularmente vulnerável à lesão em movimentos que envolvem o uso dos braços acima do plano horizontal. Segundo alguns autores, o arco funcional da abdução do ombro é frontal, e não lateral (Neer, 1972 apud Bompa, 2000) e o impacto ocorre predominantemente contra a borda anterrior do acrômio e ligamento coracoacromial. A lesão do supraespinhoso geralmente ocorre numa região pouco irrigada, o que geralmente resulta em tendinite (Hankins et al., 1980 apud Bompa, 2000).

As lesões na articulação do ombro podem ser frutos de três possíveis fatores, atuando isolada ou simultaneamente:

- Impacto

- Alterações fisiológicas

- Fraqueza do manguito rotador

Na ocorrência deste ultimo fator a cabeça do úmero pode atritar-se contra o acrômio, ocasionando dores e possíveis processos lesivos. O exercício de puxada alta por trás, destinado ao desenvolvimento do grande dorsal, redondo maior e menor, poderia gerar a síndrome do impacto caso o manguito rotador esteja fraco, pois uma das funções do manguito rotador é justamente manter a cabeça do úmero dentro da cavidade glenóide (Moore, 1980 apud Bompa, 2000).

De acordo com Bompa e Cornacchia (2000) o desenvolvimento de ombros, realizado por trás da cabeça, requer uma completa rotação lateral do ombro, com este em abdução.

Todas estas considerações podem ser pertinentes, mas o problema não reside no exercício, como pode dar a entender o texto acima. O problema encontra-se, muito provavelmente, na técnica utilizada na execução do exercício. E ainda, uma técnica inadequada somada à um volume de treinamento muito alto e à cargas com as quais o individuo não está adaptado são, na maioria das vezes, os fatores preponderantes nas lesões ósseas, musculares e/ou articulares.

Se forem tomados os devidos cuidados, como seguir a risca a orientação do seu professor de Educação Física, as lesões ósseas, musculares e articulares muito provavelmente não farão parte da sua vida esportiva, seja ela competitiva ou não.

Bibliografia

Bompa, Tudor O; Cornacchia, Lorenzo J. Treinamento de Força Consciente. Ed. Phorte, 2000.

Hall, SJ. Biomecânica Básica. Ed. Guanabara Koogan, 2000.

extraído do outerspace

escrito por maskara

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Postado

Tinha lido esse texto no ano passado já.

Vamos então a alguns comentários:

O levantamento terra não está incluído, mas não precisa nem falar o porquê pode dar problemas né...

A remada curvada tem o mesmo problema, a lombar.

O agachamento muitos fazem até menos de 90 graus, ou seja, diferente da orientação do exercício, que é parar quando as coxas atingem uma posição paralela ao solo.

Sobre puxada por trás e desenvolvimento, temos que o arco funcional da abdução do ombro é frontal.

Desses todos, eu só fazia a puxada por trás, mas parei ano passado depois de ter me lesionado fazendo este exercício. Acho que o redondo menor que machucou. Agora eu faço a puxada pela frente. Mas notem, não foi lesão relacionada ao ombro. Mesmo assim, acho mais fácil de lesionar músculos, articulações, etc, também das costas, fazendo a puxada por trás do que pela frente.

"Todavia, parece que este a luta contra tais exercícios é fruto da incapacidade de interpretação na leitura de dados científicos. Ao que tudo indica, o índice de lesão relacionado aos exercícios supracitados estava associado à três fatores: adoção da técnica de execução inadequada, cargas inapropriadas e um volume alto de treinamento, e não propriamente ao exercício em si."

Sobre isso é o seguinte: todo mundo está sujeito a errar na execução de um movimento. Se são feitos os estudos, estatísticas, etc, é porque há maior incidência de lesões nesses tipos de exercícios; portanto, estatisticamente os riscos são maiores ao executar estes movimentos.

Particularmente, se por exemplo me dizem pra fazer uma tarefa simples e que, se eu cometer um erro, vou levar um tapa; e outro me diz a mesma coisa mas, se eu cometer um erro, levo um tiro de rifle, com certeza vou optar pelo caminho mais seguro, ou seja, que em caso de imprevisto, seja menos prejudicial. Então, além de poder lesionar mais, ainda estão envolvidos estruturas complicadas pra caramba quando há lesão, como joelho, lombar e ombro.

Nós podemos fazer quase que tudo que é tipo de movimento com o corpo, desconsiderando o fator carga. Posso fazer qualquer um dos movimentos de exercícios de musculação (digamos assim, manualizados, que possuem orientações sobre a correta execução) tranquilamente dessa forma (sem peso ou com peso leve), sem temer que meu manguito rotator se ferre, que meu ligamento patelar estoure, que machuque a lombar, etc. Isso é uma coisa óbvia, mas, nos treinos, nós estamos envolvendo peso, e buscamos treinos pesados e intensos. Não fazemos treinos para madames. Por isso, evito exercícios que se mostram mais suscetíveis à lesões, seja por razões biomecânicas comprovadas, ou pela prática, como alto número de lesões em quem os executa.

Postado

Acho que tudo DEPENDE.

Como existem biotipos diferentes, existem pessoas mais suceptiveis a lesões em determinados exercicios do que outras.

Generalizar devido a falta de capacidade e conhecimento é que é o problema...

-Agachamento so machuca coluna/lombar se nao tiver tecnica na execução e o joelho sofre muito mais na posição mais alta (perna travada) do que descendo até o chao.

-Terra é um exercicio tão fantastico que nao sei como só vim fazer ele agora depois de velho..rs.... mas claro que não é pra iniciantes!!! Um minimo de fortalecimento lombar é necessario pra perfeita execução do mesmo.

-O problemas dos desenvolvimentos pra ombro é que quando feitos com barra reta eles "desalinham" os ombros da posição ideal, que seria a barra decendo esmagando sua cabeça.....rs..... e o militar (descendo na nuca) é pior ainda....... então é só fazer com halteres ou na maquina, mantendo sempre os pesos alinhados com os ombros/cabeça e já era.

-Pulley Costas tem gente que se fode e tem quem faça a vida toda sem problemas.....eu nao faço pq nao gosto mesmo, nunca me lesionei.......além de ter inumeros outros exercicios que fazem a mesma ou até melhor função que ele.

Abraços.

Postado

Tenho mais de 20 anos de treinamento , sempre fiz e continuarei fazendo esse exercícios.

AGACHAMENTO- já desci com 220 Kg 6 repetições,PUXADA POR TRÁS-já quebrei a barra por que botei todo o peso do aparelho e ainda pendurei uma anilha de 25 KG, DESENVOLVIMENTO não me lembro o meu máximo,mas utilizei a vida inteira.

Com autoridade e experiência de um viciado em exercícios ¨antigos¨eu afirmo que a culpa é do executor não do exercício e que esse pesquisadores coloquem um short e venha para academia provar na prática.

FIQUEM COM DEUS

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