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Visitante usuario_excluido22
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Esta tudo acabado agora, é cedo ter que dizer isso, eu ainda sou novo, não acabou nada. Mas tudo desmorona, aqueles dias terríveis estão voltando, aquela escolha estúpida de renegar o que mais sei fazer volta a insistir, mas se escolher isso sei o seu fim. Eu tenho uma doença, sempre fui susceptível a ela. Há dez anos desenvolvi púrpura, na época era uma doença rara, foi o que minha mãe disse, foi difícil achar um remédio, levou tempo. Eu tinha muitas manchas nos braços e nas pernas, por todo corpo, era dificil andar e eu estava sozinho, meus pais não estavam presentes; lembro até hoje daquela noite de dor, mal conseguia caminhar, foi dificil atravessar a sala e chegar até meu quarto, ligar a tv e assistir o filme; das tardes em que eu tinha de voltar do colégio e toda aquela dor. Eu a guardava em segredo, mas sei que suspeitavam. Quando mo perguntavam o motivo da dificuldade em caminhar, dizia que foi o longo tempo que havia ficado sentado. Mentia para não zombarem. Eu só era uma criança e aquilo passou, depois de meses. Há dois anos desenvolvi psoríase. Novas manchas mas sem dores. Tenho até hoje marcas dela e uma cicatriz no braço esquerdo da remoção que tiveram de fazer da minha pele. Há algum tempo descobri uma nova doença, dela não tenho manchas, há quem possa achar. Só sinto a dor, a dificuldade em respirar e de enxergar, também não escuto muito bem. Já tentei arrancá-la, fugir, mas ela sempre volta; sou seu servo e seu escravo, funcionário de minha mácula. Talvez devesse pedir ajuda, mas que ajuda? Se Rainer ainda estivesse aqui, eu lhe escreveria, e talvez mo dissesse para ter calma, não procurar respostas para essa minha dúvida, mas vive-la. Eu nunca fiz o tipo lutador, eu talvez não devesse ser nutricionista, eu sei tão pouco, sou tão pouco, aprendi muito nos últimos anos, confesso, tenho mais conteúdo mas ainda sim é pouco. Sempre será pouco, não importa a quantidade. Tudo se esvai, feito uma fumaça, é difícil aprender, ter de memorizar e guardar. As novas sinapses parecem distante umas das outras, como se odiassem, me ignoram. Talvez devesse parar, esquecer tudo que foi aprendido e fazer a única coisa que sei fazer, mas insistir nisso é como arranjar seu próprio fim. Como Severino, é ir em busca do próprio tumulo. Assim como Hemingway, assim como Virginia. Eu tenho um plano, o meu plano é tosco, assim como eu, tolo. É uma ajuda que faço, uma ajuda a muitos e uma desgraça minha. Se eu fosse nutricionista ajudaria meus pacientes, é o que eu gostaria. Talvez seja isso o que aquele senhor queria me dizer, aquela pergunta difícil. Esses dias eu sonhei, foi um sonho tão bom: eu estava em uma sala de aula, havia um senhor sentado em uma cadeira, quando me viu ficou feliz, quando o vi fiquei feliz, é um senhor conhecido, muito sábio por sinal, extremamente inteligente. Eu me aproximei dele e disse "olha, você sabe que isso aqui é um sonho e que daqui a pouco vou acordar, então seja rápido", ele concordou, sorriu, ficou sério, apoiou o queixo sobre uma de suas mãos, me olhou sério e disse "Igor, preste atenção, eu quero que você me responda, existe algo mais forte que o amor?", parou de falar, procurei procurei e procurei algumas respostas mas nada vinha. Tudo começou a ficar longe, a desaparecer, aquele sonho tinha terminado e eu não havia acordado, ainda inconsciente naquele sono profundo tentei voltar ao sonho mas nada acontecia, fiquei chateado e sonhei que estava voando, perto de uma igreja, perto de uma árvore. Talvez tudo faça sentindo agora, mas é tão dificil, ah! se soubessem como tem sido dificil, como resistir cada semana tem me custado o sangue. Tudo está tão perto e eu sempre tão longe. Não peço que me compreendam, mas se puderem... me entendam, pelo amor de Deus, eu só peço que me entendam.

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Esta tudo acabado agora, é cedo ter que dizer isso, eu ainda sou novo, não acabou nada. Mas tudo desmorona, aqueles dias terríveis estão voltando, aquela escolha estúpida de renegar o que mais sei fazer volta a insistir, mas se escolher isso sei o seu fim. Eu tenho uma doença, sempre fui susceptível a ela. Há dez anos desenvolvi púrpura, na época era uma doença rara, foi o que minha mãe disse, foi difícil achar um remédio, levou tempo. Eu tinha muitas manchas nos braços e nas pernas, por todo corpo, era dificil andar e eu estava sozinho, meus pais não estavam presentes; lembro até hoje daquela noite de dor, mal conseguia caminhar, foi dificil atravessar a sala e chegar até meu quarto, ligar a tv e assistir o filme; das tardes em que eu tinha de voltar do colégio e toda aquela dor. Eu a guardava em segredo, mas sei que suspeitavam. Quando mo perguntavam o motivo da dificuldade em caminhar, dizia que foi o longo tempo que havia ficado sentado. Mentia para não zombarem. Eu só era uma criança e aquilo passou, depois de meses. Há dois anos desenvolvi psoríase. Novas manchas mas sem dores. Tenho até hoje marcas dela e uma cicatriz no braço esquerdo da remoção que tiveram de fazer da minha pele. Há algum tempo descobri uma nova doença, dela não tenho manchas, há quem possa achar. Só sinto a dor, a dificuldade em respirar e de enxergar, também não escuto muito bem. Já tentei arrancá-la, fugir, mas ela sempre volta; sou seu servo e seu escravo, funcionário de minha mácula. Talvez devesse pedir ajuda, mas que ajuda? Se Rainer ainda estivesse aqui, eu lhe escreveria, e talvez mo dissesse para ter calma, não procurar respostas para essa minha dúvida, mas vive-la. Eu nunca fiz o tipo lutador, eu talvez não devesse ser nutricionista, eu sei tão pouco, sou tão pouco, aprendi muito nos últimos anos, confesso, tenho mais conteúdo mas ainda sim é pouco. Sempre será pouco, não importa a quantidade. Tudo se esvai, feito uma fumaça, é difícil aprender, ter de memorizar e guardar. As novas sinapses parecem distante umas das outras, como se odiassem, me ignoram. Talvez devesse parar, esquecer tudo que foi aprendido e fazer a única coisa que sei fazer, mas insistir nisso é como arranjar seu próprio fim. Como Severino, é ir em busca do próprio tumulo. Assim como Hemingway, assim como Virginia. Eu tenho um plano, o meu plano é tosco, assim como eu, tolo. É uma ajuda que faço, uma ajuda a muitos e uma desgraça minha. Se eu fosse nutricionista ajudaria meus pacientes, é o que eu gostaria. Talvez seja isso o que aquele senhor queria me dizer, aquela pergunta difícil. Esses dias eu sonhei, foi um sonho tão bom: eu estava em uma sala de aula, havia um senhor sentado em uma cadeira, quando me viu ficou feliz, quando o vi fiquei feliz, é um senhor conhecido, muito sábio por sinal, extremamente inteligente. Eu me aproximei dele e disse "olha, você sabe que isso aqui é um sonho e que daqui a pouco vou acordar, então seja rápido", ele concordou, sorriu, ficou sério, apoiou o queixo sobre uma de suas mãos, me olhou sério e disse "Igor, preste atenção, eu quero que você me responda, existe algo mais forte que o amor?", parou de falar, procurei procurei e procurei algumas respostas mas nada vinha. Tudo começou a ficar longe, a desaparecer, aquele sonho tinha terminado e eu não havia acordado, ainda inconsciente naquele sono profundo tentei voltar ao sonho mas nada acontecia, fiquei chateado e sonhei que estava voando, perto de uma igreja, perto de uma árvore. Talvez tudo faça sentindo agora, mas é tão dificil, ah! se soubessem como tem sido dificil, como resistir cada semana tem me custado o sangue. Tudo está tão perto e eu sempre tão longe. Não peço que me compreendam, mas se puderem... me entendam, pelo amor de Deus, eu só peço que me entendam.

nemli

Postado
nemli

kkkkkkkkk, q fdp

Esta tudo acabado agora, é cedo ter que dizer isso, eu ainda sou novo, não acabou nada. Mas tudo desmorona, aqueles dias terríveis estão voltando, aquela escolha estúpida de renegar o que mais sei fazer volta a insistir, mas se escolher isso sei o seu fim. Eu tenho uma doença, sempre fui susceptível a ela. Há dez anos desenvolvi púrpura, na época era uma doença rara, foi o que minha mãe disse, foi difícil achar um remédio, levou tempo. Eu tinha muitas manchas nos braços e nas pernas, por todo corpo, era dificil andar e eu estava sozinho, meus pais não estavam presentes; lembro até hoje daquela noite de dor, mal conseguia caminhar, foi dificil atravessar a sala e chegar até meu quarto, ligar a tv e assistir o filme; das tardes em que eu tinha de voltar do colégio e toda aquela dor. Eu a guardava em segredo, mas sei que suspeitavam. Quando mo perguntavam o motivo da dificuldade em caminhar, dizia que foi o longo tempo que havia ficado sentado. Mentia para não zombarem. Eu só era uma criança e aquilo passou, depois de meses. Há dois anos desenvolvi psoríase. Novas manchas mas sem dores. Tenho até hoje marcas dela e uma cicatriz no braço esquerdo da remoção que tiveram de fazer da minha pele. Há algum tempo descobri uma nova doença, dela não tenho manchas, há quem possa achar. Só sinto a dor, a dificuldade em respirar e de enxergar, também não escuto muito bem. Já tentei arrancá-la, fugir, mas ela sempre volta; sou seu servo e seu escravo, funcionário de minha mácula. Talvez devesse pedir ajuda, mas que ajuda? Se Rainer ainda estivesse aqui, eu lhe escreveria, e talvez mo dissesse para ter calma, não procurar respostas para essa minha dúvida, mas vive-la. Eu nunca fiz o tipo lutador, eu talvez não devesse ser nutricionista, eu sei tão pouco, sou tão pouco, aprendi muito nos últimos anos, confesso, tenho mais conteúdo mas ainda sim é pouco. Sempre será pouco, não importa a quantidade. Tudo se esvai, feito uma fumaça, é difícil aprender, ter de memorizar e guardar. As novas sinapses parecem distante umas das outras, como se odiassem, me ignoram. Talvez devesse parar, esquecer tudo que foi aprendido e fazer a única coisa que sei fazer, mas insistir nisso é como arranjar seu próprio fim. Como Severino, é ir em busca do próprio tumulo. Assim como Hemingway, assim como Virginia. Eu tenho um plano, o meu plano é tosco, assim como eu, tolo. É uma ajuda que faço, uma ajuda a muitos e uma desgraça minha. Se eu fosse nutricionista ajudaria meus pacientes, é o que eu gostaria. Talvez seja isso o que aquele senhor queria me dizer, aquela pergunta difícil. Esses dias eu sonhei, foi um sonho tão bom: eu estava em uma sala de aula, havia um senhor sentado em uma cadeira, quando me viu ficou feliz, quando o vi fiquei feliz, é um senhor conhecido, muito sábio por sinal, extremamente inteligente. Eu me aproximei dele e disse "olha, você sabe que isso aqui é um sonho e que daqui a pouco vou acordar, então seja rápido", ele concordou, sorriu, ficou sério, apoiou o queixo sobre uma de suas mãos, me olhou sério e disse "Igor, preste atenção, eu quero que você me responda, existe algo mais forte que o amor?", parou de falar, procurei procurei e procurei algumas respostas mas nada vinha. Tudo começou a ficar longe, a desaparecer, aquele sonho tinha terminado e eu não havia acordado, ainda inconsciente naquele sono profundo tentei voltar ao sonho mas nada acontecia, fiquei chateado e sonhei que estava voando, perto de uma igreja, perto de uma árvore. Talvez tudo faça sentindo agora, mas é tão dificil, ah! se soubessem como tem sido dificil, como resistir cada semana tem me custado o sangue. Tudo está tão perto e eu sempre tão longe. Não peço que me compreendam, mas se puderem... me entendam, pelo amor de Deus, eu só peço que me entendam.

Vou ler isso ai, mas pelo que já li das coisas que você escreve vc parece ser uma pessoa bem depressiva prestes a cometer suicidio.. ou estou engando? Se for isso mesmo te desejo força pra vc superar essa fase e não fazer nenhum tipo de bobagem.

Postado (editado)
Esta tudo acabado agora, é cedo ter que dizer isso, eu ainda sou novo, não acabou nada. Mas tudo desmorona, aqueles dias terríveis estão voltando, aquela escolha estúpida de renegar o que mais sei fazer volta a insistir, mas se escolher isso sei o seu fim. Eu tenho uma doença, sempre fui susceptível a ela. Há dez anos desenvolvi púrpura, na época era uma doença rara, foi o que minha mãe disse, foi difícil achar um remédio, levou tempo. Eu tinha muitas manchas nos braços e nas pernas, por todo corpo, era dificil andar e eu estava sozinho, meus pais não estavam presentes; lembro até hoje daquela noite de dor, mal conseguia caminhar, foi dificil atravessar a sala e chegar até meu quarto, ligar a tv e assistir o filme; das tardes em que eu tinha de voltar do colégio e toda aquela dor. Eu a guardava em segredo, mas sei que suspeitavam. Quando mo perguntavam o motivo da dificuldade em caminhar, dizia que foi o longo tempo que havia ficado sentado. Mentia para não zombarem. Eu só era uma criança e aquilo passou, depois de meses. Há dois anos desenvolvi psoríase. Novas manchas mas sem dores. Tenho até hoje marcas dela e uma cicatriz no braço esquerdo da remoção que tiveram de fazer da minha pele. Há algum tempo descobri uma nova doença, dela não tenho manchas, há quem possa achar. Só sinto a dor, a dificuldade em respirar e de enxergar, também não escuto muito bem. Já tentei arrancá-la, fugir, mas ela sempre volta; sou seu servo e seu escravo, funcionário de minha mácula. Talvez devesse pedir ajuda, mas que ajuda? Se Rainer ainda estivesse aqui, eu lhe escreveria, e talvez mo dissesse para ter calma, não procurar respostas para essa minha dúvida, mas vive-la. Eu nunca fiz o tipo lutador, eu talvez não devesse ser nutricionista, eu sei tão pouco, sou tão pouco, aprendi muito nos últimos anos, confesso, tenho mais conteúdo mas ainda sim é pouco. Sempre será pouco, não importa a quantidade. Tudo se esvai, feito uma fumaça, é difícil aprender, ter de memorizar e guardar. As novas sinapses parecem distante umas das outras, como se odiassem, me ignoram. Talvez devesse parar, esquecer tudo que foi aprendido e fazer a única coisa que sei fazer, mas insistir nisso é como arranjar seu próprio fim. Como Severino, é ir em busca do próprio tumulo. Assim como Hemingway, assim como Virginia. Eu tenho um plano, o meu plano é tosco, assim como eu, tolo. É uma ajuda que faço, uma ajuda a muitos e uma desgraça minha. Se eu fosse nutricionista ajudaria meus pacientes, é o que eu gostaria. Talvez seja isso o que aquele senhor queria me dizer, aquela pergunta difícil. Esses dias eu sonhei, foi um sonho tão bom: eu estava em uma sala de aula, havia um senhor sentado em uma cadeira, quando me viu ficou feliz, quando o vi fiquei feliz, é um senhor conhecido, muito sábio por sinal, extremamente inteligente. Eu me aproximei dele e disse "olha, você sabe que isso aqui é um sonho e que daqui a pouco vou acordar, então seja rápido", ele concordou, sorriu, ficou sério, apoiou o queixo sobre uma de suas mãos, me olhou sério e disse "Igor, preste atenção, eu quero que você me responda, existe algo mais forte que o amor?", parou de falar, procurei procurei e procurei algumas respostas mas nada vinha. Tudo começou a ficar longe, a desaparecer, aquele sonho tinha terminado e eu não havia acordado, ainda inconsciente naquele sono profundo tentei voltar ao sonho mas nada acontecia, fiquei chateado e sonhei que estava voando, perto de uma igreja, perto de uma árvore. Talvez tudo faça sentindo agora, mas é tão dificil, ah! se soubessem como tem sido dificil, como resistir cada semana tem me custado o sangue. Tudo está tão perto e eu sempre tão longe. Não peço que me compreendam, mas se puderem... me entendam, pelo amor de Deus, eu só peço que me entendam.

Eu li. Não sei se essa é uma de suas escrituras, Dones, ou se realmente é algo que acontece/aconteceu com vc. De qualquer forma, vou ler mais vezes para tentar entender, pq, para dizer a verdade, nao entendi muita coisa.

Edit: quote duplo, xD

Editado por AndrewKbca
  • Supermoderador
Postado
Pelo menos esse ano o IPVA baixou o preço ,pelo menos isso pra alegrar esse início de ano.

Isso foi mais uma reclamação né? Se o IPVA baixou, significa que o valor do automóvel também baixou, uma vez que eles são proporcionais (já que não acredito que o custo dos acidentes tenha baixado).

Meu caro Dones:

Não te conheço pessoalmente, mas fazes parte da categoria de pessoas que a gente ama mesmo sem nunca ter encontrado.

Assim como ao Andre, ao Ney e ao Quisso, nutro por ti uma amizade (ainda que possa ser unilateral) mesmo sem conhecer-vos.

Esta amizade nasceu de constatar a grandeza de vossas personalidades, a profundidade de seus seres, o quanto sou aprendiz perto de vós, o quanto tenho a aprender e o quão pequeno sou.

Por pior que seja a presente situação, lhe digo que não desista e não alimente a negatividade, pois nada é impossível ao que crê.

E se precisar conversar, desabafar ou de um amigo, pode contar comigo.

[2]

Postado
Chego na academia e lembrei que tinha esquecido de passar desodorante.

Nunca passo :)

Meu caro Dones:

Não te conheço pessoalmente, mas fazes parte da categoria de pessoas que a gente ama mesmo sem nunca ter encontrado.

Assim como ao Andre, ao Ney e ao Quisso, nutro por ti uma amizade (ainda que possa ser unilateral) mesmo sem conhecer-vos.

Esta amizade nasceu de constatar a grandeza de vossas personalidades, a profundidade de seus seres, o quanto sou aprendiz perto de vós, o quanto tenho a aprender e o quão pequeno sou.

Não duvido que o relato acima seja pessoal, infelizmente uma das características dos seres humanos é a regra de só aperfeiçoarem seu caráter através do sofrimento.

Apenas uns poucos iluminados conseguem se aperfeiçoar sem ter passado por sofrimentos.

Eu, inclusive, se hoje sou 1% melhor do que já fui e se procuro melhorar a cada dia, é pq no passado sofri muito.

Contudo, meu caro amigo, caso tamanho desalento encontre guarida no seu coração, posso lhe dizer, com a experiência de alguém que flertou seriamente com o suicídio, de alguém que nada mais desejava do que ser encontrado pela morte, pois se ela me encontrasse, havia de livrar-me de dois infortúnios: primeiramente da responsabilidade de deixar minha família neste mundo sofrendo por eu ser um suicida e, mas, por outro lado, feliz por não precisar encarar outro dia de minha terrível existência.

O fato é que lutei durante anos contra mim mesmo, durante anos nutri um desejo, uma paixão ardente, pela morte.

Mas o fato é que, olhando para trás, verifico que a causa não estava senão dentro de mim.

Sim, pois por mais atroz que seja o sofrimento, existem muitas coisas e muitas mais pelas quais vale a pena lutar.

No final, tudo reside em nossa mente, é nossa disposição mental, nossa forma de encarar as circunstâncias e situações que dão a tônica de nosso ser, por mais clichê que seja, enxergar o copo meio vazio ou meio cheio faz toda diferença.

Sobretudo, existe um Deus, um Pai, alguém que se preocupa conosco.

Deus não é este cara que as religiões pintam, afirmo isto com a mais absoluta segurança, pois eu mesmo tive experiências reais e sobrenaturais com Ele.

Experiências tais que, se eu contar, me taxarão de louco, fanático, idiota, mas lhe afirmo que é a mais pura verdade.

Deus deseja e anseia por um relacionamento pessoal conosco, Ele, que nos criou, deseja que cada um de nós venhamos a nos tornar seus filhos, ou melhor, a assumirmos esse papel de filhos, do qual nos afastamos tanto.

Por pior que seja a presente situação, lhe digo que não desista e não alimente a negatividade, pois nada é impossível ao que crê.

E se precisar conversar, desabafar ou de um amigo, pode contar comigo.

Nem li

Esta tudo acabado agora, é cedo ter que dizer isso, eu ainda sou novo, não acabou nada. Mas tudo desmorona, aqueles dias terríveis estão voltando, aquela escolha estúpida de renegar o que mais sei fazer volta a insistir, mas se escolher isso sei o seu fim. Eu tenho uma doença, sempre fui susceptível a ela. Há dez anos desenvolvi púrpura, na época era uma doença rara, foi o que minha mãe disse, foi difícil achar um remédio, levou tempo. Eu tinha muitas manchas nos braços e nas pernas, por todo corpo, era dificil andar e eu estava sozinho, meus pais não estavam presentes; lembro até hoje daquela noite de dor, mal conseguia caminhar, foi dificil atravessar a sala e chegar até meu quarto, ligar a tv e assistir o filme; das tardes em que eu tinha de voltar do colégio e toda aquela dor. Eu a guardava em segredo, mas sei que suspeitavam. Quando mo perguntavam o motivo da dificuldade em caminhar, dizia que foi o longo tempo que havia ficado sentado. Mentia para não zombarem. Eu só era uma criança e aquilo passou, depois de meses. Há dois anos desenvolvi psoríase. Novas manchas mas sem dores. Tenho até hoje marcas dela e uma cicatriz no braço esquerdo da remoção que tiveram de fazer da minha pele. Há algum tempo descobri uma nova doença, dela não tenho manchas, há quem possa achar. Só sinto a dor, a dificuldade em respirar e de enxergar, também não escuto muito bem. Já tentei arrancá-la, fugir, mas ela sempre volta; sou seu servo e seu escravo, funcionário de minha mácula. Talvez devesse pedir ajuda, mas que ajuda? Se Rainer ainda estivesse aqui, eu lhe escreveria, e talvez mo dissesse para ter calma, não procurar respostas para essa minha dúvida, mas vive-la. Eu nunca fiz o tipo lutador, eu talvez não devesse ser nutricionista, eu sei tão pouco, sou tão pouco, aprendi muito nos últimos anos, confesso, tenho mais conteúdo mas ainda sim é pouco. Sempre será pouco, não importa a quantidade. Tudo se esvai, feito uma fumaça, é difícil aprender, ter de memorizar e guardar. As novas sinapses parecem distante umas das outras, como se odiassem, me ignoram. Talvez devesse parar, esquecer tudo que foi aprendido e fazer a única coisa que sei fazer, mas insistir nisso é como arranjar seu próprio fim. Como Severino, é ir em busca do próprio tumulo. Assim como Hemingway, assim como Virginia. Eu tenho um plano, o meu plano é tosco, assim como eu, tolo. É uma ajuda que faço, uma ajuda a muitos e uma desgraça minha. Se eu fosse nutricionista ajudaria meus pacientes, é o que eu gostaria. Talvez seja isso o que aquele senhor queria me dizer, aquela pergunta difícil. Esses dias eu sonhei, foi um sonho tão bom: eu estava em uma sala de aula, havia um senhor sentado em uma cadeira, quando me viu ficou feliz, quando o vi fiquei feliz, é um senhor conhecido, muito sábio por sinal, extremamente inteligente. Eu me aproximei dele e disse "olha, você sabe que isso aqui é um sonho e que daqui a pouco vou acordar, então seja rápido", ele concordou, sorriu, ficou sério, apoiou o queixo sobre uma de suas mãos, me olhou sério e disse "Igor, preste atenção, eu quero que você me responda, existe algo mais forte que o amor?", parou de falar, procurei procurei e procurei algumas respostas mas nada vinha. Tudo começou a ficar longe, a desaparecer, aquele sonho tinha terminado e eu não havia acordado, ainda inconsciente naquele sono profundo tentei voltar ao sonho mas nada acontecia, fiquei chateado e sonhei que estava voando, perto de uma igreja, perto de uma árvore. Talvez tudo faça sentindo agora, mas é tão dificil, ah! se soubessem como tem sido dificil, como resistir cada semana tem me custado o sangue. Tudo está tão perto e eu sempre tão longe. Não peço que me compreendam, mas se puderem... me entendam, pelo amor de Deus, eu só peço que me entendam.

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