Dipunker 136 Postado Outubro 29, 2012 às 14:19 Postado Outubro 29, 2012 às 14:19 ake Ellenberger voltou ao caminho das vitórias após bater Jay Hieron no UFC on FX 5, em outubro, após ser nocauteado por Martin Kampmann no meio do ano. O triunfo não coloca Jake perto do título, mas traz um significado especial: vingou a primeira derrota de sua carreira, acontecida em 2006. Em visita ao Brasil, Ellenberger recebeu a equipe da TATAME em uma cobertura na praia de Copacabana, onde concedeu uma entrevista exclusiva sobre seu atual momento, as mudanças de sua carreira após a queda diante de Kampmann, os rumos da categoria e os possíveis duelos que o aguardam. Confira abaixo o bate-papo completo: O que te traz de volta ao Brasil? Tenho um bom amigo com quem fiz um seminário em São Paulo, o Chris Wilson. Foi em uma academia em Ribeirão Preto. Ficamos lá uma semana, fizemos o seminário. Foi um sucesso, então ficamos planejando o futuro. Outro amigo meu mora aqui no Rio, bem de frente para a praia de Copacabana, então vim por alguns dias antes de voltar para os Estados Unidos. O MMA está ficando grande no Brasil. Como foi a experiência de dar um seminário aqui? Foi a primeira vez? Sim. Foi o meu primeiro seminário no Brasil. Foi bom. Tivemos que planejar muitas coisas, mas o meu amigo Chris e a esposa dele fizeram a maior parte de planejamento. Eles fizeram a maior parte do trabalho. Eu, basicamente, dei o seminário e o Chris ajudou a traduzir também. Foi bom. A base de fãs continua crescendo e crescendo. Tive respostas muito boas de pessoas que gostaram do que eu fiz e grandes fãs do esporte. Tem muita gente lutando, um grande grupo de lutadores que estão competindo no amador, então eles curtem bastante. Seria divertido voltar e fazer de novo. Viu algum talento que te chamou a atenção? Sim. Vi dois. Tinha um garoto que era um dos alunos do Chris Olsen, um cara alto. Ele é novo, mas é duro. Tem uns dois caras que tem um grande futuro pela frente. O UFC talvez traga outro card para o país em janeiro. Gostaria de estar nesse card? Eu amaria. Amaria voltar aqui e lutar. Seria uma boa experiência, com certeza. Não tive a chance de estar num card até o momento, mas, olhando pelo outro lado, eu teria que lutar com um brasileiro, então… (risos) Talvez eles me joguem (nesse card). Seria legal, ótimo de lutar aqui. Já lutou com um adversário estrangeiro na casa dele, tendo a arena toda torcendo contra você? Já tive. Lutei uma vez na Coreia contra um coreano. Também no Japão, mas não no Brasil. Pelo que eu ouvi, é uma experiência diferente lutar um brasileiro no Brasil. Com certeza é uma coisa que você não esquece. Eu treino com vários brasileiros. Treino com o Rafael Cordeiro, que é meu técnico. Acho que ele é o melhor técnico de MMA que existe, então vários dos meus amigos são brasileiros. Eu meio que entendo a cultura, o respeito que eles têm uns pelos outros. Mas isso não vai fazer você não ser vaiado, caso lute com um atleta local no Brasil. Não. Provavelmente não (risos). Ainda sou o grande gringo (risos). O que espera pela frente, como próxima luta? Ellenberger chamou a atenção ao nocautear Shields (Foto UFC) Não sei. Tem várias lutas interessantes: Jon Fitch, o Erick Silva acabou de lutar. Essa luta não foi como eu achei que seria. Sabia que ia ser uma luta parelha, achei que ia ser mais parelha, mas o Fitch fez o que faz de melhor, é muito eficiente no que ele faz. Não tenho a menor ideia de com quem eu vou lutar agora. Estava esperando uma luta talvez em fevereiro do próximo ano. Queria dar uma parada, relaxar e tirar a minha cabeça da competição um pouco porque eu lutei quatro vezes em um ano, o que é muito no meu nível. Vou dar uma pausa. Essas são as minhas férias (risos). Mas estou ansioso para voltar a treinar. Vamos ver no que dá. Não tenho a menor ideia. Vamos ver. Teve uma grande vitória. Como foi isso para você? Foi bom. A minha luta em junho foi muito frustrante, mas me lembrou que eu tenho que lutar mais inteligente, ser mais esperto. Foi, com certeza, uma grande vitória. Estava muito focado. O Jay e eu nos conhecemos bem. Treinei com ele antes, ele é um cara perigoso, então fiquei pensando como ele iria lutar comigo. Queria evitar qualquer coisa que me pusesse em perigo. Não foi a luta mais empolgante, mas tive que montar uma boa estratégia e segui-la, o que é difícil de se fazer. Acho que as pessoas não entendem quão difícil é se ater a uma estratégia ou plano para a luta. Normalmente, você tem uma para o primeiro round, e aí quando ele passa você fica meio descuidado. Eu já fiz isso antes e paguei por isso. Continuo melhorando e avançando, mas vamos ver o que acontece. Vai tornar isso o seu novo estilo, ser um lutador mais interessado na vitória que em dar show aos fãs? Acho que, para qualquer um ser bem sucedido nesse negócio, tem que fazer lutas espertas. Do outro ponto de vista, ser descuidado é empolgante de se ver, mas não vai te dar as melhores percentagens para vencer. Para mim, um pouco dos dois. Não é o meu estilo. Não gosto de ser conservador, não gosto. Posso fazer isso, mas não foi assim que lutei na maior parte da minha carreira, então não vou começar a fazer isso agora. Para mim, o meu estilo é ser agressivo, ofensivo, então vou me ater a isso. Na última vez que veio ao Rio, estava vindo de uma grande vitória sobre o Jake Shields e queria uma chance pelo título, que nunca veio. Acha que foi importante ter uma luta com o Kampman e perceber que tinha algumas coisas no seu jogo que precisavam ser ajustadas? Sim. Toda vez, é difícil lidar com uma derrota. Todo mundo no esporte concordaria, mas com certeza me apontou algumas coisas que estavam erradas, que eu precisava dar uma atenção especial. Todo mundo tem buracos (no jogo), coisas que precisam ser melhoradas. Para mim, você ter seis vitórias e acabar sendo pego é frustrante, mas pode abrir seus olhos para o que você precisa trabalhar e melhorar. É um esporte humilde, um esporte que não perdoa. Acho que é por isso que as pessoas amam: tudo pode acontecer. Isso traz a atenção das pessoas. Toda vez que você vai lá, tem uma chance de algo ruim acontecer. Com quem você gostaria de lutar? Quem seria uma boa luta? Olha, tem um bando de caras. Me marcaram para lutar com o Koshchek e o Fitch e não aconteceu. Então as chances de eu lutar com um dos dois é grande. Talvez o Demian Maia, um reconhecido grappler no esporte. Tem o Rory MacDonald, que vai lutar com o BJ Penn. Para mim, só quero ir de volta para a academia e me focar. Não me importo com potenciais, tenho que fazer o que preciso fazer para manter a minha longevidade. É legal vir aqui nas férias e relaxar. Meio que refletir nos últimos meses, no último ano. É bom. Ellenberger espera uma luta dura em seu retorno ao UFC (Foto Guilherme Cruz) Demian Maia, Jon Fitch e Josh Koscheck são possibilidades. Qual deles te deixaria mais perto de uma chance pelo título? Está pensando nisso agora? Com certeza. Se você olhar pelo ponto de vista dos matchmakers, o Josh Koscheck me deixaria perto do título. Claro que eles estão procurando alguém que faça sentido. O Demian Maia está provando ser um possível desafiante ao título. O MacDonald também pode ser no futuro e eu também. Eu tenho que ganhar mais umas duas lutas para provar a que vim, mas não estou com pressa. Tem muitas lutas possíveis para mim e só tenho que ficar focado nos treinos. Não posso escolher quem vou lutar, então vou aceitar conforme for vindo. GSP vai lutar contra Condit para definir o campeão da categoria. Qual é a sua aposta? Bom, é difícil se provar contra o GSP. Ele tem sido tão dominante por tanto tempo, mas ele vem de um longo período sem lutar. O Carlos Condit é um grande lutador. É difícil se manter no topo. Todo mundo quer chegar ao topo, mas eu acho que é muito difícil se manter no topo. Eu sinto isso todo dia, sou esse cara faminto. É mais difícil encarar esses leões quando você chega lá. O Carlos está faminto, então vai ser uma grande luta. Não acho que o GSP vai passar o carro e que vá ser uma luta rápida. Acho que vai ser uma luta longa e bem parelha, mas teria que escolher o GSP. É difícil ir contra isso, sabe? Você já enfrentou o Condit. De que maneira ele poderia surpreender o Georges? O Carlos é cumprido, tem membros cumpridos e é um lutador inteligente. Ele tem que ficar atento à força do Georges, mas tenho certeza que o Greg Jackson sabe disso muito bem, então não sei. O Carlos vem melhorando, continua evoluindo. Eu lutei com ele há três anos, então ele é um cara completamente diferente agora, assim como eu sou. Ele é bem rodado e continua melhorando. Ele provou que é um dos melhores do mundo. Acha que o Anderson será o próximo oponente do GSP? Jake e seu café (Foto Guilherme Cruz) Talvez. Não sei (risos). Enquanto fã, eu gostaria de assistir. Acho que o Anderson Silva é o melhor. O que ele fez, nunca foi feito no esporte. Ele é, com certeza, o melhor. Não sei se essa luta vai acontecer. Sei que eles têm falado mais nela para que ela se torne uma realidade. Não sei por quanto mais tempo eles vão lutar, mas espero que aconteça. Quem você acha que venceria? Tenho que falar o Anderson. Acho que o GSP pode derrubá-lo, mas não sei se isso vai fazer alguma diferença. Quando o Anderson Silva está motivado, ele pode vencer qualquer um. Acho que seria uma boa luta de se assistir, uma luta emocionante. Como fã, seria bom de assistir. Ele pode bater até o Jon Jones? O Anderson? Sim. É uma categoria diferente também. Não sei. São muitas perguntas (risos). Essa é uma boa luta. Jesus… Não sei. Poderia? Sim. Ele poderia bater qualquer um. Me surpreenderia? Não. Mas, acho que seriam as lutas mais difíceis estrategicamente falando: caras como o Jon Jones e o GSP. Por conta do Wrestling deles, que é tão bom quanto o do Sonnen? Concordo. Acho que o Chael mostrou o caminho de como vencê-lo. Ser capaz de derrubar o Anderson e ficar numa posição dominante e fazer isso por cinco rounds não é uma questão só de se você consegue derrubar o Anderson, é se você consegue derrubá-lo repetidas vezes, consegue ficar em posição dominante? Consegue bater nele? Não sei. Esses caras, os dois, tem as ferramentas, mas não botaria minha mão no fogo por eles (risos). Se você fosse GSP, você aceitaria subir e lutar com o Anderson? Sabe do que mais? Acho que tem alguns outros motivos para essa luta, e um seria o dinheiro. Financeiramente, eles fariam. Todo mundo tem seu preço. Eles começam a falar do melhor peso por peso e não tenho certeza… Acho que eles são os melhores do mundo hoje em dia, mas os dois querem deixar um legado no esporte. Quem sabe? Eles vão apostar muito aceitando essa luta. Não sei. Acho que existe, com certeza, motivação para ver quem é o melhor lutador de todos os tempos, além de questões financeiras. Dependem de como eles veem a coisa. Acha que tem chances de essa luta se tornar um Pacquiao x Mayweather e nunca acontecer? Sim. Tem uma grande chance disso acontecer. Acho que é mais fácil não acontecer. Mas o Dana pode oferecer a quantidade certa de dinheiro, fazer uma super luta em um estádio. Isso seria provavelmente o maior evento de todos os tempos.
Posts Recomendados
Crie uma conta ou entre para comentar
Você precisar ser um membro para fazer um comentário
Criar uma conta
Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!
Crie uma nova contaEntrar
Já tem uma conta? Faça o login.
Entrar Agora