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Acompanhando o fórum vejo muitos users comentando sobre 2 tipos de hipertrofia, exponho aqui a opinião de 2 autores renomados no treinamento de força no Brasil. Nada mais enriquecedor como a mutabilidade da ciência Paulo Gentil Doutor em Ciências da Saúde Graduado em Educação Física Autor de livros sobre Emagrecimento e Hipertrofia Diversos autores (Bompa % Cornacchia, 1998; Zatsiorsky, 1999) afirmam a existência de dois tipos de hipertrofia morfologicamente diferenciados: sarcoplasmática e miofibrilar. Segundo a teoria comumente aceita, a primeira é muito vista em fisiculturistas e atletas que treinam com repetições mais elevadas (maiores que 10), sendo uma de suas características básicas o aumento do volume muscular com pequeno aumento de força, trazendo a suposição de que a hipertrofia sarcoplasmática se manifeste como um aumento do líquido e demais organelas do sarcoplasma, que não as miofibrilas. Já a hipertrofia miofibrilar seria, segundo a teoria, mais vista em levantadores de peso, os quais treinam com repetições baixas (normalmente abaixo de 6), este tipo de hipertrofia se manifestaria morfologicamente como um aumento do volume das miofibrilas, sem um aumento correspondente das demais organelas, o que levaria a ganhos mais significativos de força, desproporcionais ao acréscimo no volume muscular. Esta teoria vem sendo repetida e propagada há tanto tempo que a divisão de hipertrofia em sarcoplasmática e miofibrilar se tornou um dogma aceito como verdade absoluta. Porém, ao observar as descobertas e conceitos científicos existentes, não encontramos fundamentos para que tal suposição se aplique às adaptações crônicas do músculo esquelético submetido ao treinamento de força. Supões-se que esta divisão provavelmente era usada como artifício didático pelos soviéticos, porém ao traduzir e transferir estes conceitos para a cultura ocidental, ele foi acomodado à nossa visão mecanicista. No entanto, até que haja provas convincentes da fragmentação morfológica da hipertrofia em dois tipos, o mais sensato é procurar explicações convincentes para os resultados dos treinos. Referências: Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia Jonato Prestes Doutor em Ciências Fisiológicas Graduado em Educação Física autor do livro Prescrição e Periodização do Treinamento de Força em academias Na literatura, são utilizadas frequentemente duas terminologias para a hipertrofia muscular: sarcoplasmática e miofibrilar. Partindo do pressuposto de que hipertrofia é o aumento da secção transversa do músculo por meio do aumento do tamanho das fibras musculares, é importante lembrar que essas subdivisões da hipertrofia nada mais são do que fenômenos ocorridos no mesmo processo. Vale ressaltar que ambos podem ocorrer concomitantemente. O primeiro momento de aumento da secção transversa muscular ocorre durante o treinamento e pode perdurar por alguns dias. Esse aumento é decorrente do redirecionamento do fluxo sanguíneo para o músculo em contração (resposta aguda do treinamento). Esse ajuste é chamado de hipertrofia sarcoplasmática. A hipertrofia sarcoplasmática é, portanto, decorrente principalmente do acúmulo de líquido (edema) nos espaços intersticiais e intracelulares do músculo. Esse processo dura apenas algumas horas após o exercício. Por esse motivo, alguns autores utilizam termos hipertrofia sarcoplasmática e/ou hipertrofia transitória de forma intercambiável. O treinamento de força de longo prazo, realizado com cargas progressivamente maiores, gera, além da resposta aguda, uma adaptação crônica caracterizada por mudanças estruturais resultantes de um aumento do tamanho das fibras preexistentes denominando hipertrofia miofibrilar. Tendo em vista que a ocorrência do fenômeno de hiperplasia (aumento do número de células) das fibras musculares é muito contraditória. Referências: Prescrição e Periodização do Treinamento de Força em Academias