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Fala galera!!. Decidi começar um cutting, e para essa missão escolhi usar o rapid fat loss do lyle, só que com algumas alterações do livro original, seguindo novas sugestões do lyle para o tipo 2 (15 a 25%de bf), que basicamente são: -2 a 3 dias de refeed em vez do refeed de 5~24hrs. E compensar esse aumento de kcal de mais refeeds nos demais dias. O protocolo que vou seguir basicamente vai ser de 900~1000kcal durante 5dias e 2400kcal nos dias do refeed. ( Deficit semanal estimado: 7000kcal). Os motivos para eu seguir uma dieta "extema" são: 1- me dou melhor com dietas extremas do que muito "flexiveis", alias ja fiz o RFL antes e os resultados foram ótimos. (fui de 105kgs para 78kgs) 2- Jejum interminente funciona muito bem para mim 3- sem tempo para cardio, só consigo ir na academia 2 a 3 vezes na semana. Medidas: 172cm 82kgs bf18-20% (olhometro) (rumos aos 12 kkkk) Vamo que vamo !! -
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Fala pessoal, beleza? Não sou muito de postar no fórum, mas leio bastante. Sempre fui aquele cara magro mas sem definição, portanto venho fazendo Leangains ha alguns meses , gostei do resultado, baixei 5kg (de 73 para 68) e um pouco de bf. Minha meta é chegar a um bf baixo pra depois começar um clean bulk. Contudo, acredito que cheguei no meu 'plateau' , ficou difícil perder gordura e meu peso empacou, tentei de várias maneiras conseguir ultrapassar isso mas até agora sem sucesso, até que esbarrei no livro do Lyle. Portanto, vou tentar uma abordagem mais 'avançada' Bom, vamos ao que interessa! Medidas Básicas Idade = 24 anos Altura = 1,76 Peso = 68,5kg Peito = 88cm Barriga (Cima) 70cm Barriga (meio) 74cm Cintura (um pouco abaixo do umbigo) 74cm Perna = 52cm Braço = 38 cm BF = 14-15% não tenho adipometro a disposição, tentei ver numa daquelas balanças eletronicas e ela acusou 7% de BF (bem que eu queria) Dieta 400g peito de frango sem pele - 660 kcal / 0 carb / 124 prot / 16 fat 200g Atum Sólido - 240kcal / 0 carb / 52 prot / 0 fat 120g Clara de ovo cozida - 64 kcal / 0 carb / 15.6 prot / 0 fat 200g Queijo Cottage - 235 kcal / 4 carb / 31,2 prot / 5,2 fat 40g Whey Protein Neo Nutri - 160kcal / 8 carb / 27.2 prot / 1,6 fat Rúcula, alface, tomate ~ essas coisas à vontade. Vou dividir em duas refeições, 12:00 e as 22:00 (passo a maior parte do dia fora) Total = 1359 kcal 12 carb / ~250 prot / 22,8 fat (achei meio alto as kcals, pois minha manutenção é ~2200kcals, em dias de descanso do leangains eu chego a consumir 1600kcals) Suplementação Cafeina 200mg (manipulada) 1 caps Ioimbina ~13mg (YOMAX) 2,5 comprimidos Calcium (600mg) 1 caps Multivitaminico Redvit ( 1g de potassio) Magnésio - ainda não achei Fish Oil 6 x 1000mg Sódio (Sal) - 3-5g Cafeina e Ioimbina ambos em jejum , antes do aérobico. Aliás, isso traz uma dúvida, Martin fala que é pra tomar antes do aerobico light em jejum, enquanto o Lyle fala pra tomar 30-60 minutos antes, qual é o mais correto? Na bula da YOMAX diz que a meia vida dele é de apenas 11 minutos. Venho tomando quantidades pequenas imediantamente antes do aerobico pra me acostumar (já tomo ha 1 semana e nada de efeito colateral) e aumentar pra dose ideal no começo da dieta. Treino Sigo o básico, enquanto estava fazendo Leangains meu treino era bem básico, o Big 3, 3x na semana. EM JEJUM. Porém ficou muito pesado conciliar deadlift com squat todo dia, então mudei um pouco, pretendo continuar da mesma forma A: Bench press / squat / chin up B: Press / squat / Deadlift C: Bench Press / squat / pull ups Aeróbico light (caminhada 30-45 minutos) Pirâmide reversa (6-8-10 reps retirando 10% do peso) Na outra semana pretendo trocar de lugar o Bench Press pelo Press. (desculpem mas me enrolo com os nomes em português ) Lembrando, em jejum. Não vejo sentido em por isolado pra biceps/triceps já que eu pego MUITO rápido, e sou magro então fica uma coisa estranha! rs Vou postar o refeed assim que estiver chegando no final da dieta. A previsão da duração é de 10 dias. Começando amanhã (17/07). Fotos (tiradas hoje 16/07) http://imgur.com/1Xj...i,yD2aL,4uGCd#3 O que vocês acham?
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Pessoal, como eu havia prometido noutro tópico, resolvi traduzir o conteúdo de alguns artigos do site bodyrecomposition, do nutricionista Lyle Mc Donald, pois assim como muitos daqui do fórum, considero o conteúdo deste algo extremamente valioso e fundamental para uma melhor compreensão dos princípios básicos da nossa dieta, nutrição, do funcionamento do corpo entre outras coisas de extrema importância para aqueles que almejam um corpo mais saudável. Então, para hoje, eu trouxe a tradução dos dois artigos que considero mais abrangentes e simples sobre gorduras e colesterol que já li: A primer on dietary fats - part 1 e A primer on dietary fats - part 2 Segue abaixo então, vale a pena ler hein, então pra facilitar vou postar o conteúdo na íntegra ao invés de um link, assim fica mais fácil discutir pontos específicos do artigo no tópico. Mas para aqueles que quiserem ver as imagens ou tabelas em sua forma original do artigo, seguem os links: http://www.bodyrecomposition.com/nutrition/a-primer-on-dietary-fats-part-1.html http://www.bodyrecomposition.com/nutrition/a-primer-on-dietary-fats-part-2.html Boa leitura! ****************************************************** Fundamentos sobre Gorduras da Dieta - Parte 1 Nos últimos 30 anos ou mais, desde que pessoas começaram a falar sobre cholesterol e doenças do coração, tem havido uma combinação de preocupação e confusão acerca do tópico de ingestão de gorduras na dieta. Nesse artigo, eu quero dar uma olhada em alguns dos assuntos envolvidos e ver se eu posso ajudar a clarear um pouco dessa confusão. Hoje eu quero olhar em alguns pontos específicos, incluindo as principais categorias de gorduras, a diferença entre colesterol e triglicerídeos, e então falar rapidamente sobre o impacto da ingestão de colesterol sobre os níveis de colesterol no sangue. Na sexta feira, na parte 2, falarei em detalhe sobre as diferenças nos tipos de triglicérides e também um pouco sobre a atual controvérsia sobre seus efeitos na saúde. Triglicérides, Colesterol e Tudo mais Ainda que as pessoas tendam a usar o termo “gordura” de uma forma meio genérica, o fato é que nem toda a gordura que consumimos em uma dieta normal é igual. E eu não estou falando apenas de gorduras saturadas VS. Insaturadas. Na verdade, gorduras (mais conhecidas como lipídeos) possuem tipos químicos diferentes. Agora, os dois tipos primaries que as pessoas comem no dia a dia são triglicerídeos (TG’s) e colesterol, sendo que os triglicerídeos contribuem com a maior parte (mais de 90% do total) das gorduras que nós consumimos no dia a dia. Entretanto, também há uma pequena quantidade de lipídeos que vêm de fontes tais como vários fosfolipídeos e outros compostos baseados em gordura; já que eles tendem a representar uma pequena parte do total da ingestão diária de gordura, eu não vou gastar tempo discutindo eles. Ao invés disso, eu quero focar primordialmente nos triglicerídeos e colesterol. Para completar, gostaria de mencionar que existe também a ingestã ode diglicerídeos (dois ácidos graxos ligado a uma molécula de glicerol) que podem ter um pequeno benefício na perda de gordura. No meu livro Ultimate Diet 2.0, eu mencionei o “Óleo de Enova” (Enova Oil – que aparentemente não é mais produzido), um diglicerídeo que podeaumentar a perda de gordura ao longo de uma dieta. Os diglicerídeos na dieta podem também saciar mais a curto-prazo (comparados aos triglicérides) devido a como eles são processados no corpo; isso pode dar a eles também algum benefício para dietas. E para realmente completar, tem havido algum interesse recente no uso de ácidos graxos livres no controle do apetite, apesar de que eu ainda estou pra ver um produto comercial que contenha eles. De qualquer modo, a fonte primária de gordura na dieta serão os triglicérides com o colesterol possuindo um papel secundário. Triglicérides e Colesterol: Qual a Diferença? Por muitas décadas, muitas pessoas se confundiam sobre triglicérides versus colesterol, sendo que muitos pensavam que eles fossem idênticos ou pelo menos relacionados. A confusão em sua essência parte do extreme foco no colesterol sanguíneo e dos riscos de doenças do coração que realmente começaram no final dos anos 70 e 80. Já que muitas das comidas com as quais as pessoas estavam preocupadas (ex. “carnes gordurosas” ou ovos) tendem a conter um monte de colesterol também, as pessoas começaram a ligar as duas substâncias em suas cabeças. E ainda que seja verdade que alimentos de origem animal com alto teor de gordura também possuam alto teor de colesterol, esse não é sempre o caso; alguns alimentos de baixo teor de gordura (tal como certos tipos de mariscos) podem na verdade ter alto teor de colesterol apesar ter ter baixo teor de gordura. Entretanto, no geral, alimentos de origem animal com alto teor de gordura tendem a possuir alto teor de colesterol também e eu suspeito que esse seja de onde a confusão basicamente surge. Mas estruturalmente e quimicamente, as gorduras e o colesterol não poderiam ser mais diferentes. Colesterol é o que se chama de uma molécula esteróide. Ela possui um anel complexo em sua estrutura e uma das suas principais funções no corpo é como precursor de outros compostos com estrutura similar (tais como testosterona, cortisol, estrogênio, progesterona e outros). Em contraste, as gorduras que constituem a maior parte da nossa ingestão diária e mais precisamente chamadas de triglicérides (ou tri-acil-gliceróis se você quiser ser mais chato). Eles possuem uma estrutura química onde três cadeias de ácidos graxos (tri=três) sõ ligadas a uma molécula de glicerol (que é de onde vem o “glicérides ou glicerídeos” vêm). Você pode ver a estrutura química das moléculas tanto do colesterol como dos triglicérides nas figuras abaixo. Essa é uma molécula de colesterol Essa é uma molécula de triglicéride Como você pode ver, eles não são nada parecido química ou estruturalmente falando. E, como eu vou discutir a seguir, eles possuem efeitos completamente diferentes no corpo. Sobre Colesterol Ingerido e o Colesterol Sanguíneo Conforme eu mencionei acima, eu acredito que parte da confusão gerada sobre a gordura e o colesterol vem do foco nos níveis de colesterol sanguíneo e as doenças do coração, que começaram a aparecer mesmo nos anos 70 e também na década de 80. E quando isso é combinado ao fato de que muitos dos alimentos com “gordura demais” (tipo ovo) também possuía bastante colesterol, fica fácil entender de onde a confusão vem. Agora eu na verdade não vou entrar em grandes debates/argumentos/controvérsia sobre o papel do colesterol sanguíneo nas doenças do coração. Basta dizer que eu acho que ambos os grupos de extremistas, tanto os que pensam que o colesterol sanguíneo é a principal preocupação e também aqueles que pensam que não há qualquer preocupação afinal, estão enganados; Eu acho que isso é válido para a maioria dos casos considerados extremos. Na melhor hipótese, eu acho que os níveis de colesterol sanguíneo é um dos vários fatores que contribuem para o desenvolvimento ou não de doenças do coração; mas há certamente outros. Eu termino esse assunto aqui. De qualquer maneira, o que normalmente é negligenciado é que o corpo na verdade fabrica mais colesterol (no fígado) do que o que a maioria das pessoas comeria em um dia. Também, o corpo tende a se adaptar de acordo com a ingestão de colesterol. Quando você come menos colesterol na dieta, o corpo irá fabricar mais; quando você comer mais, o corpo fará menos. E isso explica o motivo da preocupação sobre o colesterol na dieta ser um pouco fora de questão; para a maioria das pessoas, a ingestão de colesterol causa pouco ou nenhum impacto nos níveis de colesterol pra começo de conversa. Vale mencionar que uma certa porcentagem de pessoas parecem responder melhor à ingestão de colesterol na dieta, em termos de como seus níveis sanguíneos de colesterol são afetados. Ao invés disso,a ingestão de tipos específicos de triglicérides parecem ter um papel muito maior nos níveis de colesterol; exercícios também possuem um papel e existem fortes fatores genéticos que determinam os níveis de colesterol no sangue também. Mas já que essa discussão sobre diferentes tipos de triglicérides será bem longa, eu vou deixar ela para a ‘Parte 2’, a seguir. Fundamentos sobre Gorduras da Dieta - Parte 2 Na parte 1, eu falei sobre alguns conceitos básicos relacionados à ingestão de gorduras/lipídeos, incluindo os diferentes tipos primários de lipídeos (triglicérides, colesterol e “outras coisas”), assim como sobre a diferença entre triglicérides e colesterol. Finalmente, eu falei sobre a questão da ingestão do colesterol e a influência disso nos níveis sanguíneos de colesterol. Hoje eu quero terminar olhando com um pouco mais de detalhes os triglicérides. Como eu disse na Parte 1, os triglicérides (TGs) constituem a maior parte da gordura que ingerimos no dia, cerca de 90% do total. Portanto, entender a diferença entre os tipos de TG e como eles afetam o corpo é importante. Tipos de Triglicérides Como eu disse na Parte 1, um molécula de gordura/TG consiste de três cadeias de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerol. E enquanto que as pessoas tendem a falar sobre diferentes tipos de gorduras (ex. saturadas ou insaturadas), na verdade são os específicos ácidos graxos que diferem na estrutura química. Para simplicidade, eu vou me referir aos diferentes tipos de “gordura” e pronto. Coisas como comprimento de cadeia, grau de saturação e conformação química, vão entrar na discussão de distinção entre uma gordura e outra mas eu vou tentar evitar encher as pessoas com esse nível de detalhe. Gorduras são universalmente bem divididas em quatro categorias primárias, sejam elas: 1. Gordura-trans 2. Gordura Mono-Insaturada 3. Gordura Saturada 4. Gordura Poli-Insaturada E não há motive para mim, para contradizer isso. Abaixo, eu irei falar brevemente sobre cada tipo de gordura, onde encontrá-las na dieta, quais os tipos de efeitos que elas causam no corpo, e também sobre quaisquer controvérsias que possam existir. Gordura Trans Já que há pouco ou nenhum debate ou controvérsia sobre o papel dos ácidos graxos trans (comumente abreviados como TFAs) na saúde humana, eu escolhi falar deles primeiro. Nos últimos anos, é bem justo dizer que os ácidos graxos trans (também chamados de gorduras parcialmente hidrogenadas ou óleos vegetais parcialmente hidrogenados) sofreram a maior pressão acerca de seus efeitos negativos à saúde. E há muita verdade nisso. Ácidos graxos trans são gorduras semi-sólidas que são feitas através do borbulhamento de hidrogênio através dos óleos vegetais (daí que vem o parcialmente hidrogrenado no nome). Isso é feito para fazer com que os óleos vegetais (que as vezes podem ser instáveis e estragar) mais estáveis e poder ficar mais tempo nas prateleiras; isso é importante quando as comidas ficam nas prateleiras dos mercados por bastante tempo. Margarina é um exemplo clássico ao qual a maioria deve ser familiar, um semi-sólido feito através da hidrogenação de óleo vegetal. E ainda que haja ocorrência natural, em pequenas quantidades, de gorduras trans em alimentos, quantitativamente falando a maioria das gorduras trans que as pessoas consumirão vai vir da ingestão de comidas processadas. O problema é que o processo de hidrogenação parcial muda a estrutura química dos óleos vegetais do que é normalmente chamado uma configuração “cis” (que é a forma da maioria dos ácidos graxos encontrados nas gorduras da dieta) para uma configuração “trans”. Daí o nome gorduras trans. Sem entrar em muitos detalhes desnecessários, simplesmente aceite que o corpo é feito para trabalhar com ácidos gracos na configuração “cis”, e não “trans”. Isso tem a ver com o formato da estrutura química dos ácidos graxos. Por esse motivo, a ingestão de grandes quantidades de gorduras trans causa uma variedade de problemas no corpo. Citando uma revisão recente sobre os efeitos metabólicos dos ácidos graxos trans: O consumo de ácidos graxos trans TFA [trans-fatty acid], causa disfunção metabólica: ele adversamente afeta os níveis de circulação de lipídeos, ativa inflamações sistêmicas, induz a disfunção endotelial e, de acordo com alguns estudos, aumenta a adiposidade visceral, peso corporal, e resistência à insulina...Consistentemente com esses efeitos, o consumo de pequenas quantidades de TFA’s (2% do total da ingestão calórica) é frequentemente associado a um aumento marcante na incidência de doenças coronárias. Agora, eu não sou muito fã de regras absolutas na nutrição, mas essa é uma que eu abro exceção: Ácidos Graxos Trans não têm lugar na nutrição humana e isso não geral qualquer discussão no campo, todos concordam. Elas não proporcionam qualquer benefício de que se conheça e seu impacto na saúde humana parece ser totalmente negativo. Gorduras Mono-Insaturadas Se existe uma outra gordura sob a qual não existe controvérsias no ramo é a gordura mono-instaturada. Na pior das hipóteses, as gorduras monoinsaturadas são bem neutras de uma perspectiva da saúde humana (especialmente se tratando dos seus efeitos nos níveis de colesterol) e também há evidências de que a ingestão delas pode ter na verdade benefícios à saúde. Na verdade, acredita-se que parte do benefício de vários dietas do Mediterrâneo está relacionada à grande ingestão de azeite (discutivelmente a fonte primordial de gorduras mono-insaturadas) na dieta. Certamente vale a pensa mencionar que outros aspectos da dieta deles tal como uma grande ingestão de vegetais e anti-oxidantes é com certeza importante para a saúde também; ou seja, não apenas o azeite. De qualquer modo, além de ser uma fonte de calorias (excesso de calorias causa ganho de gordura, claro), não há indicação real de que gorduras mono-insaturadas possuam quaisquer efeitos negativos na saúde humana. A gordura mono-insaturada primordial é o ácido oléico que é encontrado em grandes quantidades no azeite (óleo de oliva). Vale mencionar que o ácido oléico na verdade tende a ser o ácido graxo primário encontrado na maioria dos alimentos com “alto teor de gordura” (você pode verificar isso você mesmo no banco de dados da USDA - http://ndb.nal.usda.gov/) incluindo aquelas que a maioria pensa conter grandes quantidades de gordura saturada. Alguns exemplos na tabela abaixo. **(como não dá pra colar tabelas, eu fiz uma adaptação):** Um bife padrão de 100g ----- > 10g de gordura total; 4g saturada e 4g de mono insaturada; OVO Inteiro ------- > 5g de gordura total; 1,5g de saturada e 2g de mono-insaturada Devido a sua prevalência no suprimento de commida, o azeite consiste de grande parte na proporção de gorduras da dieta das pessoas sem muito esforço. Entretanto, quando pessoas estão procurando “adicionar gordura” em suas dietas (seja qual for o motivo), seria difícil para eles errar ao usar uma fonte de gordura mono-insaturada ou azeite. Ele pode ser adicionado às saladas e eu conheço alguns bravos guerreiros que colocam diretamente nos seus shakes de proteína quando eles precisam aumentar as calorias. Eu mencionaria que, para pessoas (como eu) que não curtem o sabor do azeite, que há o “óleo de cártamo” disponível para aqueles que querem adicionar mais ácido oléico em suas dietas. Gordura Saturada Por algumas décadas, a gordura saturada tem sido literalmente chicoteada no mundo nutricional (colocada em Segundo lugar como a pior depois das gorduras trans). Culpada por tudo no mundo incluindo doenças do coração e provavelmente terrorismo, as gorduras saturadas vem recebendo quase toda a pressão negativa quando se trata de gorduras na dieta. Entretanto, nos últimos anos, tem havido um contra-argumento acerca da ingestão de gorduras saturadas e de que elas não são na verdade um risco à saúde, e que o problema real está no excesso de gorduras poli-insaturadas ou óleos vegetais (discutido a seguir), etc. Isso levou a muita confusão entre as pessoas. Agora, qualquer um que esteja lendo esses artigos recentemente sabe que tento evitar um pouco o extremismo nutricional, e que eu acho que onde quer que haja posicionamentos extremistas competindo, a verdade normalmente reside em algum lugar no meio deles. Esse é certamente o caso para as gorduras saturadas, na minha opinião. Agora, para qualquer um que leia pesquisas nutricionais, existe pouco ou nenhum argumento contra o fato de que as gorduras saturadas causam uma série de problemas. Tanto quando estamos falando de níveis de lipídeos, inflamações, etc. existe realmente pouco debate no ramo e existem zilhões de estudos que apóiam que a ingestão excessiva de gorduras saturadas podem causar uma série de problemas de saúde. Entretanto, como sempre, isso na verdade fica bem mais complicado. Grande parte do problema é que o termo gorduras saturadas na verdade se refere a uma categoria que inclui um número de diferentes ácidos graxos. Ácido Láurico, palmítico, esteárico e muitos outros, todos inclusos nas linhas gerais das gorduras saturadas. E pelo menos uma pequena parte do problema está relacionado ao fato de que esses tipos todos não agem exatamente da mesma forma no corpo. Alguns ácidos graxos saturados específicos possuem efeitos negativos distintos no corpo, ou não. Para qualquer um realmente interessado na ciência por trás desse assunto, eu recomendaria o artigo http://www.ajcn.org/content/80/3/550.full?maxtoshow=&HITS=10&hits=10&RESULTFORMAT=&andorexactfulltext=and&searchid=1097233292054_2953&stored_search=&FIRSTINDEX=0&sortspec=relevance&volume=80&firstpage=550&resourcetype=1&journalcode=ajcn que examina a questão em detalhes. Também, como eu já discuti em outros artigos desse site como em Carbohydrate and Fat Controversies Part 1 e Carbohydrate and Fat Controversies Part 2, eu acho que existe um grande problema de que diz respeito ao contexto sob o qual os efeitos da gordura saturada (ou qualquer outro nutriente) possuem sobre a saúde humana. Para alguém que seja magro, ativo, que coma muitas frutas e vegetais, e que esteja em um balance calórico, parece não haver um perigo real (em um contexto de saúde) em ingerir uma grande quantidade de gorduras saturadas. Um estudo que eu me lembro, sobre ciclistas, descobriu que, enquanto eles estivesses em um balanço calórico, um aumento na ingestão de gorduras saturadas não teria impacto nos níveis de colesterol de uma forma ou de outra. Vale dizer que nesse contexto,alguns estudos sugerem que a gordura saturada é necessária para manter os níveis hormonais ótimos (ex. testosterona), então tentar reduzir excessivamente a ingestão de gorduras saturadas poderia ser um erro para atletas a princípio. Mas nem todos os indivíduos são magros, atletas ativos que estão comendo um monte de frutas e vegetais e também em balanço calórico. Para alguém que está acima do peso (que é um estado inflamatório por si só), inativos (que alia uma série de efeitos negativos à saúde), está sob muito estresse, não comendo frutas suficientes e vegetais, etc, as gorduras saturadas podem ter um impacto diferente no corpo. Existe também um impacto na perda de peso ou ganho de peso em termos de como as gorduras saturadas afetam os níveis de lipídeos no sangue; no geral, quando peso é perdido, o colesterol sanguíneo melhora independentemente do tipo de gorduras ingeridas. Mas quando peso é ganho, ou até mesmo mantido, as vezes os níveis de colesterol pioram com a ingestão de gordura saturada. Devo mencionar que mudanças que tipicamente ocorrem nos níveis sanguíneos de colesterol devido à mudanças na ingestão de gordura saturada tendem a ocorrer tanto nas frações “boa” quanto “ruim” do colesterol. Ou seja, quando a gordura saturada é reduzida, tanto o “bom” quanto o “mau” colesterol são diminuídos e vice-versa. Portanto o impacto geral na saúde é um pouco mais complexo do que muitos pensam. De qualquer modo, eu acho que dizer que as gorduras saturadas são boa, ruins ou neutras é algo muito simplista. O contexto, como sempre, é importante e eu acho que muitos dos extremistas de cada grupo tendem a se esquecer disso. O que é drasticamente ruim pra saúde em um contexto pode ser neutro ou até irrelevante em outro. O que ainda sim não vai impedir comentários bobos de aparecerem sobre esse artigo de pessoas me acusando de “anti-gordura saturada”. E pra terminar, gorduras saturadas são encontradas mais ou menos exclusivamente em produtos de origem animal e são tipicamente sólidas à temperatura ambiente. Algumas exceções são o óleo de coco e de girassol (ambos contém um monte de gordura saturada mas basicamente na forma de triglicérides de média cadeia, discutidos a seguir). Também, o leite contém uma quantidade decente de gorduras saturadas. De uma perspective corporal, vale a pena mencionar que as gorduras saturadas tendem a ser estocadas um pouco mais facilmente do que as poli-insaturadas (mais precisamente, quando as gorduras poli-insaturadas são consumidas, o corpo tende a queimá-las primeiro) mas o efeito não é massivo. Gordura Poli-Insaturada E finalmente chegamos nas gorduras poli-insaturadas. Quase sempre líquidas na temperatura ambiente (amenos que sejam as encontradas nos alimentos), as gorduras poli-insaturadas ‘chave’ são os ácidos graxos ômega-3 e o ômega-6 (que você pode ver por aí sendo referenciados como w-3/w-6 ou n-3/n-6). Essa nomenclatura simplesmente se refere à estrutura dos ácidos graxos individualmente e não vale a pena entrar em mais detalhes do que isso. As duas gorduras poli-insaturadas (as moléculas completas, e não apenas os ácidos graxos) são o ácido alfa-liniléico (ALA, não confunda com o suplemento ácido alfa-lipóico) que é uma gordura composta por ácidos graxos do tipo ômega-3, e o ácido linoléico (LA) composto pelos ácidos graxos ômega-6. Dentre outras coisas, ALA e LA possuem a característica de serem dois ácidos graxos essenciais (EFAs – Essential Fatty Acids), ou seja, é essencial que eles sejam obtidos da dieta para uma saúde ótima. Isso vai contra todos os outros tipos de gordura discutidos até então, nenhuma das quais é na verdade essencial para a vida ou para a saúde. Diretamente falando, você poderia viver para o resto da sua vida sem nunca consumir nenhuma grama de gorduras saturadas, mono-insaturadas ou trans. Mas uma deficiência a longo prazo tanto de ALA quanto de LA causariam eventualmente problemas de saúde e até mesmo a morte. Vale mencionar que seria necessária a dieta mais absolutamente artificial (normalmente completamente sem quaisquer gorduras, como a dieta de hospital) para gerar uma real deficiência de ALA ou LA; até mesmo a pior dieta tende a cobrir níveis mínimos de ambos. Na verdade , demorou anos de pesquisa só para determinar que existiam ácidos graxos essenciais porque causar uma real deficiência deles era muito difícil. Quando as gorduras saturadas começaram a ser taxadas de “inimigas” nos anos 70 e 80, houve um grande incentivo geral para o consumo de óleos vegetais na dieta. Isso é, se as pessoas fossem comer um monte de gordura de qualquer jeito, pensava-se que comer óleos vegetais seria melhor do que gorduras saturadas. Como sempre, as coisas não são tão simples e, como eu disse acima, alguns grupos acreditam que uma ingestão aumentada de óleos vegetais na verdade causam muitos problemas de saúde, cuja culpa geralmente recai sobre as gorduras saturadas. Ok, agora que todo mundo está realmente confuse, deixe-me ver se eu consigo clarear as coisas. Tanto ALA quanto o LA possuem um número de efeitos no corpo vaiando desde controlar a expressão dos genes, produzir ou inibir inflamações e uma variedade de outras coisas, mas também eles estão envolvidos na produção de eicosanóides, moléculas sinalizadoras de curta vida que fazem zilhões de coisas diferentes no corpo. Vale mencionar que muitos desses efeitos são mediados por compostos formados pelo metabolismo dos ALA e LA no corpo. Quer dizer, ALA e LA são um tipo de “compostos pais” que dão origem a outras coisas no corpo. Por exemplo, LA é convertido a ácido gamma-linoléico, que pode ter efeitos anti-inflamatórios (e muitas mulheres juram que ajuda com a TPM). LA também é convertido a ácido araquidônico (AA) que é um composto inflamatório que pode estar evolvido no crescimento muscular. ALA passa por um extensivo metabolismo e pode ser convertido em EPA e DHA (os óleos de peixe, eu vou poupar-lhes dos nomes completos), sobre os quais falarei mais pra frente. Mais importante que isso, apesar de serem ácidos graxos essenciais, ALA e LA as vezes possuem efeitos diferentes e freqüentemente opostos; no geral, os efeitos dos ácidos graxos ômega-3 tendem a ser “bons” e os efeitos do ômega-6 “ruins”, entretanto, como sempre, é mais complicado do que isso. Isso é importante porque existe uma preocupação, com respeito à dieta moderna, de que a razão dos ácidos graxos w-6:w-3 esteja causando uma série de problemas de saúde. Por exemplo, é aceito que nossa dieta evolucionária possuía uma razão de w-6:w-3 entre 1:1 e 4:1; mas a dieta moderna contém algo entre 20-25:1. Essa taxa exdrúxula é devida tanto à abundância de w-6 na comida como também à falta excessiva de ácidos graxos w-3 na dieta moderna. Por causa disso, encontrar meios de aumentar o teor de w-3 nas comidas (tal como ovos enriquecidos com w-3) é uma enorme área de pesquisa. E vem sendo argumentado que essa taxa está contribuindo para uma série de problemas de saúde, dos quais pelo menos as inflamações e aumento no risco de doenças do coração (com uma ingestão aumentada de w-6 sendo culpada pelo problema). Citando uma revisão recente nomeada “Too much linoleic acid promotes inflammation, doesn’t it?” por Kevin Fritsche: As limitadas evidências encontradas em humanos falham em mostrar uma ligação entre uma ingestão elevada de LA, ou maiores níveis plasmáticos de LA, com uma maior inflamação in vivo. Na verdade, parte da informação sugere o contrário (nota pessoal: ele está dizendo que a ingestão aumentada de LA, pode ser anti-inflamatório). Citando de outro artigo nomeado “The role of dietary n-6 fatty acids in the prevention of cardiovascular disease.” por Walter Willett: Devido aos ácidos graxos n-6 serem precursores de eicosanóides pró-inflamatórios, o alto consumo dele tem se mostrado maléfico, e a razão entre n-6:n-3 tem se mostrado particularmente importante. No entanto, essa hipótese é baseada em mínimas evidências, e em humanos, a ingestão elevada de ácidos graxos n-6 não foram associadas a níveis elevados de marcadores inflamatórios...Nos Estados Unidos, por exemplo, a ingestão de ácidos graxos n-6 dobrou e a mortalidade por doenças cardíacas caiu em 50% em um período de várias décadas. Em uma série de tentativas relativamente pequenas, antigas e randômicas, nas quais a ingestão de gorduras poli-insaturadas foi aumentada (em até 20% das calorias totais), as taxas de doenças cardíacas foram geralmente reduzidas. CONTINUAÇÃO: Basicamente, grande parte da preocupação sobre altas razões w-6:w-3 pode estar mal entendida, mas eu não vou entrar em um debate mais profundo sobre isso. Na maioria dos casos, eu não me preocuparia muito com a ingestão de w-6. Até mesmo na dieta mais moderada em gorduras, a ingestão de w-6 será geralmente mais do que suficiente e tentar consumir mais é raramente necessário. Quanto a ser ou não necessário reduzir explicitamente a ingestão e qual impacto isso irá causar é algo para que os pesquisadores debatam por algum tempo ainda. Ao invés disso, eu quero focar nos ácidos graxos w-3, sobre o qual existe muito menos debate; a essa altura um zilhão de estudos (+- 1milhão) vem mostrando benefícios da ingestão aumentada de ômega-3, em uma série de parâmetros de saúde. Inflamações diminuídas, níveis de lipídeos melhorados (incluindo níveis de triglicérides), riscos de doenças cardíacas diminuído, redução na depressão e até mesmo perda de gordura tem sido associada com a suplementação de w-3. Agora, lembrando da parte mencionada acima de que w-3 e w-6 passam por um processamento significativo no corpo, sendo ALA convertido em EPA e DHA, pelo menos, potencialmente falando. E é sobre o EPA e DHA que eu quero falar agora. Os leitores provavelmente estão mais familiarizados com EPA e DHA sendo óleos de peixe, já que é como eles são tipicamente referenciados. Como você pode imaginar, ambos compostos são encontrados em grande quantidade em peixes gordurosos (sendo que uma variedade de peixes possuem uma proporção maior de w-3 também). Na verdade, o interesse original nos óleos de peixe veio da observação de culturas (tal como os Inuitas do Alaska) que tinham baixas taxas de doenças do coração apesar de uma ingestão grande de gorduras. Descobriram então que a grande ingestão de óleos de peixe era uma grande parte disso. E enquanto ALA é ainda tecnicamente considerado um "ácido graxo essencial", cada vez mais parece que o EPA e o DHA é quem são os responsáveis pela maioria das coisa "boas" no corpo (e eles fazem coisas diferentes, significando que ambos são importantes). Se o ALA realmente faz alguma coisa "boa" no corpo independentemente de sua conversão em EPA/DHA, é algo atualmente em discussão. E eis aqui o porquê disso ser um problema: for a da realidade dos vegetarianos/vegans, a conversão de ALA em EPA/DHA é extremamente pequena em adultos. Quando ALA é suplementado (por exemplo, do óleo de linhaça), a conversão efetiva de ALA em EPA é em torno de apenas 4-5%. E a conversão de EPA em DHA é negligenciável; quer dizer, suplementar os "compostos pais" (ALA ou LA) não aumentará os estoques de DHA afinal de contas (na verdade, suplementar com EPA não aumenta DHA também). Esse assunto é discutido em detalhe na pesquisa Extremely Limited Synthesis of Long Chain Polyunsaturates in Adults: Implications for Their Dietary Essentiality and Use as Supplements. Mas o ponto é que, simplesmente garantir uma ingestão suficiente de ALA (ex. de óleo de linhaça ou outro óleo vegetal) não garante que haverá um aumento significativo no EPA ou DHA, que parecem ser as gorduras chave em termos de melhorar a saúde; na realidade é quase certo que isso não irá aumentar EPA/DHA suficientemente para ser benéfico. Na minha opinião, a única forma de garantir a ingestão adequada de EPA/DHA é garantindo uma ingestão diária deles a partir de fontes pré-estabelecidas. Para pessoas que consomem gordura de peixe (ou talvez uma variedade grande de carnes) como parte de uma dieta regular, essa parece ser uma fonte adequada. Para todos os outros, suplementar tanto com pílulas ou de forma líquida geralmente é necessário para garantir uma ingestão diária adequada. E, como eu disse antes na revisão linkada acima, apesar de fontes de w-3 estarem se tornando cada vez mais disponíveis através da comida enriquecida com w-3, eu acho que elas ainda não são economicamente efetivas; ao invés de comprar ovos enriquecidos com ômega-3 por exemplo, eu preferiria comprar ovos normais e um suplemento de ômega-3 por exemplo. Eu não vou entrar nos méritos de dosagens aqui, já que isso vai além do que o que eu queria falar nesse artigo; Eu falarei disso em outra vez. Um absoluto mínimo seria a ingestão combinada de 500mg por dia de EPA/DHA. Uma cápsula padrão de óleo de peixe contém tipicamente 180mg de EPA e 120mg de DHA (300mg de óleo de peixe no total) tal que apenas 2 pílulas ou cápsulas dessas por dia já seria o suficiente. Existe evidências de que mais pode ser benéfico para uma variedade de coisas mas, de novo, eu vou deixar isso para outro artigo. Resumindo Então o que começou como um geralzão sobre as gorduras se tornou um pouco maior do que o que eu queria. Esperançosamente você agora entende a diferença entre colesterol e triglicérides e também quais são os tipos diferentes de triglicérides e qual o papel que eles podem ou não exercer no corpo. Eu também tentei falar um pouco sobre a atual confusão e controvérsias acerca dos diferentes tipos de gordura. Eu também imagino que eu não falei muito sobre recomendações práticas. Francamente, assumindo que as pessoas estejam fazendo uma dieta moderada em gorduras (talvez 20-25% de sua ingestão calórica total), além de garantir uma ingestão suficiente de EPA/DHA na dieta e principalmente evitar as gorduras trans, eu não sei se vale a pena se preocupar com algo além disso. A maioria das comidas ricas em gordura contém um mix de gorduras saturadas e mono-insaturadas e garantindo uma ingestão suficiente de w-6 é raramente um problema a menos que a ingestão de gorduras seja mantida extremamente baixa por longos períodos de tempo ou quando a dieta é preparada muito artificialmente. Normalmente são os ácidos graxos w-3 que estão faltando na maioria das dietas e garantir a ingestão dele na maioria dos casos só vai fazer bem na minha opinião. Como dito acima, se um atleta precisasse adicionar mais calorias provenientes de gorduras (por exemplo um atleta de endurance que não consegue atingir sua meta calórica), uma ingestão de gorduras monoinsaturadas seria a primeira escolha. Eu também imagino que eu não falei extensivamente sobre óleo de girassol ou óleos especiais como os triglicérides de média cadeia (MCT's). Isso vai ter que esperar por um outro artigo.
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Treino A: Agachamento 4X6-8 Cadeira Flexora 4X6-8 Leg Press 3X10-12/ Mesa Flexora 3X10-12 Panturrilha em pé 4X6-8 Panturrilha sentado 4x6-8 Elevação de perna em paralelas Treino B: Supino 3-4X6-8 Remada Curvada 3-4X6-8 Supino Inclinado/Militar 3X10-12 Puxada vertical pronada 3X10-12 Elevação Lateral 2X12-15 Pulley tríceps 2X12-15 Rosca direta/rosca Hammer2X12-15 Hiit depois de todos os treinos, 30 seg de corrida em alta intensidade, 60 seg em baixa intensidade, com 10 "tiros". Aej 5x na semana. Treino a uns 4 meses, porem com aqueles treinos genéricos passado pelo instrutor da academia, então procurando por conta própria achei esse treino montado pelo Lyle Mcdonald, gostaria de saber se o treino combinado com o cárdio ira cair bem em um cutting.
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Dietas cetogênicas: o que são e como fazer
Lucas, o Schrödinger postou um tópico em Dieta e suplementação
O que é cetose? Cetose é o resultado da alteração na proporção dos hormônios insulina/glucagon e indica a mudança generalizada de um metabolismo baseado em glicose para um baseado em gorduras. A cetose ocorre em alguns estados fisiológicos, incluindo jejum (cetose de jejum), a partir de um consumo elevado de gorduras (cetose dietética) e imediatamente após exercícios (cetose pós-exercício). Todos os estados cetogênicos ocorrem basicamente pelas mesmas razões. A primeira é a redução dos níveis hormonais de insulina e aumento do glucagon – ambos dependentes da depleção do glicogênio hepático. A segunda é um aumento na disponibilidade de gorduras (ácidos graxos livres) na corrente sanguínea, seja por meio de gorduras a partir da dieta ou provenientes dos estoques de gordura do corpo. Fontes de energia do organismo As principais fontes de energia são: glicose, proteínas, gorduras e cetonas. O principal determinante do combustível utilizado pelo organismo é a disponibilidade de carboidratos. Portanto, a ingestão de carboidratos é importante pra determinar qual será o combustível utilizado primariamente. Glicose é o combustível preferido pela maioria dos tecidos. O coração é a principal exceção, pois usa uma mistura de glicose, gorduras e cetonas. A maioria dos tecidos pode usar gorduras (ácidos graxos livres), se estas estiverem disponíveis. Estão incluídos músculo esquelético, coração e a maioria dos órgãos. Entretanto, existem outros tecidos como o cérebro, medula espinhal e fibras musculares do tipo II, que não podem usar gorduras. Apesar do cérebro usar preferencialmente glicose como fonte de energia, caso haja disponibilidade, é possível a utilização de cetonas. Na verdade, após um período de adaptação, até 75% da energia do cérebro pode vir de corpos cetônicos. Assim como gordura e glicose, a utilização de cetonas é relacionada a sua disponibilidade. Em condições normais, cetonas tem uma concentração tão baixa que a sua utilização como energia é desprezível. Entretanto, caso a concentração de corpos cetônicos aumente, a maioria dos tecidos passará a utilizá-los para suprir parte de sua demanda energética. A partir do terceiro dia de cetose, todo o combustível não proteico advirá de cetonas e gorduras. A partir da terceira semana, a maioria dos tecidos que pode usar corpos cetônicos como combustível deixarão de fazê-lo. Nesse momento, a energia destes tecidos será obtida a partir da quebra de ácidos graxos livres. Acredita-se que esta adaptação serve para garantir níveis adequados de cetonas para o cérebro. Quebra e transporte de triglicerídeos Quando os triglicerídeos são quebrados, são formadas uma cadeia de glicerol e três de ácidos graxos livres. Os ácidos graxos livres viajam pela corrente sanguínea presos a uma proteína chamada de albumina. Uma vez que os ácidos graxos livres estejam na corrente sanguínea, podem ser utilizados como fonte de energia pela maioria dos tecidos, com exceção do cérebro e alguns outros. Os ácidos graxos que não forem utilizados pelos outros tecidos chegarão ao fígado, onde serão oxidados (queimados). Se existirem ácidos graxos suficientes e o fígado estiver preparado para a produção de cetonas, as mesmas serão produzidas. As células adiposas são um regulador importante da formação de cetonas, já que a ausência de uma quantidade adequada de ácidos graxos livres vai impedir a produção de corpos cetônicos pelo fígado. Ou seja, mesmo que o fígado esteja em modo cetogênico, a falta de ácidos graxos livres vai impedir o desenvolvimento da cetose. Glicogênio hepático A quantidade de glicogênio hepático é que vai determinar se o fígado vai produzir cetonas. Após aproximadamente 12-16 horas sem ingestão de carboidratos – a depender da atividade -, as reservas de glicogênio hepático estarão praticamente esgotadas. Nesse momento a cetogênese aumenta rapidamente. Na verdade, após a depleção do glicogênio hepático, o fator determinante para a produção de corpos cetônicos será a disponibilidade de ácidos graxos livres na corrente sanguínea. Além da produção de corpos cetônicos, o fígado (os rins também desempenham essa função) produzem glicogênio, na ausência de carboidratos, a partir de glicerol, lactato/pirovirato e dos aminoácidos glutamina e alanina - num processo conhecido como gliconeogênese. Adaptações da cetose As principais adaptações são na utilização de glicose e proteína. As fontes primárias de energia passam a ser cetonas e gorduras. Além disso, o cérebro tem uma mudança grande nesse processo de adaptação, quando sua necessidade de glicose sai de cerca de 100 gramas por dia para aproximadamente 40 gramas – sendo 18g vindas do glicerol e cerca de 25g de proteínas -, após 3 semanas. Com isso, a quebra de proteínas musculares para produção de glicose reduz significativamente - os aminoácidos principais nesse processo são glutamina e alanina, que são utilizados pelo fígado e pelos rins para produção de glicose. Desta forma, a cetose traz consigo um efeito protetor de massa muscular. Macronutrientes e cetose Para entrar em cetose é importante praticar uma ingestão adequada de macronutrientes. Carboidratos são 100% anti-cetogênicos, gorduras são 90% cetogênicas (10% podem ser utilizados para produção de glicose, a partir de glicerol) e proteínas são 46% anti-cetogênicas e 58% cetogênicas. Assim, fica claro que é importante limitar a ingestão de carboidratos e, em menor escala, de proteínas, ao mesmo tempo em que se aumenta o consumo de gorduras. Uma boa forma de saber se uma refeição é ou não cetogênica é utilizar a equação/razão cetogênica. Razão cetogênica Para uma refeição ser cetogênica, esta deve ter o coeficiente K/AK > 1,5. Uma boa forma de garantir que o coeficiente vai ser maior que 1,5 é manter uma proporção (em gramas) de gorduras/proteínas/carboidratos em algo parecido com 5:3:1 (ou até mesmo 4:3:1). Outra forma de se pensar em relação a essa razão é manter proporção de calorias de gorduras/proteínas/carboidratos em 70/25/5 – é possível chegar até ~10% de carboidratos, mantendo a cetose, ou até mais dependendo de outros fatores. Manutenção de massa muscular (prevenção de perda de nitrogênio) Nas semanas iniciais o cérebro precisa de 100g de glicose. Deste valor, 18g serão produzidos a partir de glicerol - este valor representa 10% do valor de gordura catabolizado em um dia por um indivíduo médio. Os 82g restantes devem ser obtidos a partir de proteínas e/ou carboidratos. Levando-se em consideração que 58% de toda a proteína ingerida vai aparecer na corrente sanguínea como glicose, há a necessidade de uma ingestão de ~150g de proteínas para evitar a utilização de proteína dos músculos. Caso se ingira carboidratos, esta ingestão pode ser menor. A partir da terceira semana, quando a demanda de glicose pelo cérebro cai para cerca de 40g, a necessidade de proteínas para a manutenção de massa muscular também reduz pra aproximadamente 40 gramas – 58% de 40 gramas equivalem a 23g, que somados aos 18g obtidos do glicerol resultam nos pouco mais de 40g de glicose necessária para o cérebro. Portanto, uma ingestão de ao menos 150g de proteínas deve garantir a manutenção de massa muscular, mas deve ser acompanhada de uma maior ingestão de gorduras e menor de carboidratos, para se manter uma proporção adequada – e a razão cetogênica acima de 1,5. Uma menor ingestão de proteínas pode preservar massa muscular, mas nesse caso é necessário consumir mais carboidratos, que são 100% anti-cetogênicos (o que pode aumentar a necessidade de gorduras para se atingir a cetose). Refeeds estruturados Periodicamente pode ser interessante realizar refeeds estruturados, que são recargas das reservas de glicogênio a partir da ingestão de carboidratos. Estas recargas retirarão o corpo temporariamente da cetose, mas não são suficientes para reverter completamente as adaptações metabólicas. Os refeeds de carboidratos tem alguns objetivos: (1) repletar glicogênio muscular; (2) normalizar hormônios como grelina, leptina, insulina...; (3) "resetar" a TMB; (4) reverter a condição catabólica do corpo; (5) dar uma folga mental pra dieta. Importante notar que um aumento na ingestão de proteínas e gorduras não tem o mesmo efeito que os carboidratos em relação aos itens 1 e 2. Além disso, há algumas discussões acerca da eficácia de refeeds curtos - um dia ou menos - quanto aos itens 2 e 3. Segue tabela associando as quantidades de carboidratos e a duração dos refeeds: Duração do Refeed Quantidade de Carboidratos 5 horas 3-6 g/kg de massa magra 1 dia 8-12 g/kg de massa magra 2 dias 4-6 g/kg de massa magra OBS1: Vale ressaltar que durante o refeed a ingestão de gordura deve ficar abaixo de 50g por dia (ou ~15% da ingestão calórica). Isso faz muita diferença visualmente, visto que um refeed com pouca gordura e frutose tende a deixar o físico mais definido e com os músculos mais preenchidos e maiores. OBS2: As fibras não entram na contagem dos carboidratos pra efeito de cetose, nem tampouco pra reposição de glicogênio.portanto usem apenas os net carbs (carbos totais menos fibras) nas contas para esses fins. O tópico Vamos conversar sobre carboidratos tem alguns números que podem ajudar a ter uma ideia de quanto se precisa de glicogênio para as atividades físicas, sobretudo aquelas de alta intensidade, o que pode ajudar a determinar o tamanho do refeed. Uma coisa interessante sobre o refeed, é que esta é uma das poucas situações onde é possível queimar gordura em um superávit calórico. Isso acontece, pois os carboidratos (que devem representar o grosso da ingestão calórica nesse processo) são direcionados pra repor os estoques de glicogênio. Entretanto, para que isso ocorra, é importante limitar a ingestão de gorduras (em 50g ou 15% das calorias), pois estas continuam sendo a forma de energia preferida. Assim, durante as primeiras 24h (ou até que os estoques de glicogênio atinjam seus níveis normais), o corpo continua queimando gordura, mesmo que se esteja em um superávit calórico. Pra quem duvida, sugiro a leitura desse post. Qual a vantagem desse tipo de abordagem quanto à composição corporal? A resposta curta é: nenhuma. Um estudo recente de Kevin Hall em câmara metabólica mostrou - como diversos outros estudos anteriores - que não houve diferença na composição corporal. Entretanto, esse estudo trouxe algo interessante: houve aumento no gasto calórico em repouso, em cerca de 100kcal, nos primeiros 7-10 dias. O estudo é esse. Portanto, é possível esperar um aumento inicial no curto prazo no gasto calórico, mas esse aumento se dissipa em pouco mais de uma semana - em todo caso, resulta em cerca de 1000 calorias a mais no gasto, sem grande esforço adicional. Das vantagens, me parece que a saciedade é o aspecto mais relevante, além da perda inicial de peso, por conta da perda de líquido. Além disso, há uma menor retenção com esse tipo de dieta, o que tende a ser bastante positivo psicologicamente. No final das contas é uma questão de preferência pessoal. Conclusão Os corpos cetônicos são sempre produzidos pelo organismo. O estado de cetose também é bastante comum e pode acontecer a partir de um jejum mais prolongado, por exemplo, não dependendo de abordagens dietéticas mais complexas. Por outro lado, para se obter um estado de adaptação pleno à cetose são necessárias ao menos 3 semanas, praticando uma ingestão alta de gorduras e limitada em termos de proteínas e sobretudo carboidratos. Nesse estado cetogênico, a necessidade de glicose do organismo será inferior a 50g, que poderão advir de gorduras e proteínas, e a maioria dos órgãos utilizará apenas cetonas e sobretudo gorduras como combustível. Links e referências A principal referência é o livro The Ketogenic Diet, do Lyle McDonald. Sugiro a leitura do tópico Vamos conversar sobre carboidratos, para melhor entendimento da função dos carboidratos e dos estoques de glicogênio e sua relação com a performance, bem como as quantidades necessárias. Além disso, pra entender mais sobre refeeds, refeições do lixo e fulldiet breaks, vale a leitura do tópico Protocolo Rapid Fat Loss. Pra finalizar, recomendo demais a leitura do guia do Ricardo, que ensina a calcular o gasto calórico (coisa que a maioria não sabe fazer), no tópico [Guia] Estimando seu GCD, Turma 101 - é importante deixar claro que a abordagem cetogênica não traz nenhum resultado mágico, portanto a perda de peso ainda vai ser o resultado das calorias gastas menos as consumidas, por isso a importância de saber estimar o GCD corretamente. Abraços, Lucas