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Tudo que AlvinhoRJ postou
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Dor E Possível Lesão No Músculo Tibial Anterior
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de Generick em Saúde e bem estar
Tudo é canelite né huehuehuehuehue É/era uma dor muscular bilateral como se vc tivesse andado rápido por 2 horas? Por acaso vc iniciou a rotina de treino aeróbico recentemente ou começou a usar creatina ou algum outro 'suplemento' recentemente? -
Discussão sobre estudos recentes sobre musculação
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de AlvinhoRJ em Musculação em geral
Tanto NAD+ quanto NADP+ dependem de glicose (ATP) para formar NADH e NADPH. Não adianta dar o precursor (niacina) de NAD+/NADP+ se justo o proposto problema central (falta de glicose/atp) limita a conversão para NADH/NADPH. -
Discussão sobre estudos recentes sobre musculação
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de AlvinhoRJ em Musculação em geral
Por mim, segue o tópíco =] Se quiser fazer uma limpa no tópico, fica a seu critério -
Discussão sobre estudos recentes sobre musculação
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de AlvinhoRJ em Musculação em geral
Obs: o estudo sobre recomendações para prep (jul/2014) foi feito com participação de nada menos que os nerds Eric Helms e Alan Aragon Alan também participou no estudo sobre timing e ingestão proteica (dez/2013) -
Interfere positivamente
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Discussão sobre estudos recentes sobre musculação
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de AlvinhoRJ em Musculação em geral
Não tenho =/ A palavra "provar" é muito forte quando se trata de estudos científicos. É muito importante olhar o desenho do estudo para não colocar no mesmo balaio os estudos do tipo "fazer X gera ativação 20% maior de proteína Y e aumenta hormônio Z" de estudos do tipo "fazer X gera ganhos 20% maior de força ou ganhos 10% maiores de massa muscular em condições Y". Entende? Importante lembrar que estudos são feitos a partir de coisas que aconteceram. Ou seja, colocaram os caras pra treinar lá e viram o que acontecia. Não deixa de ser prática. Não é a sua prática, mas tem sua validade. Vc pode ter um estudo da bioquímica da musculação que parece apontar para que conduta X seja mais eficaz devido a dados laboratoriais, porém noutro estudo que analisa a efetividade de tal conduta através de mensuração de dados mais palpáveis (força, ganho de massa muscular) isso não é observado, às vezes muito pelo contrário - é observado o oposto do esperado. Falhar em notar isso pode causar a falsa impressão de que em alguns casos há estudos mostrando resultados contrários quando na realidade não necessariamente. -
Estudos recentes (2013/2014) a respeito de treinamento e nutrição: não faz diferença pra perda de peso ser aeróbico em jejum ou não http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24714538 Tanto treino "de força" quanto treino "de hipertrofia" promovem ganhos semelhantes em massa muscular, porém o treino "de força" promove maior ganho de força máxima http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24714538 carga maior tende a promover mais hipertrofia http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25530577 Recomendações gerais para prep - aero em jejum pode ser contraprodutivo http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24998610 Nenhuma evidência aponta para melhores ganhos de hipertrofia com menor duração de descanso entre as séries http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25047853 Aquecimento (tanto aerobico quanto séries leves) não gera diferenças na performance http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25153744 Não há diferença entre horários de consumo de proteína em relação ao horário de treino. O que importa é o consumo total do dia http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24299050 Uso ocasional de antiinflamatórios não causa prejuízo em ganho muscular http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23013520 Pesquisador - Brad Schoenfeld Comentário http://youtu.be/Lpt7T-bkqgg
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Você Deveria Ter Medo Da Frutose?
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de Aless em Artigos sobre nutrição e suplementos
Tomografia computadorizada de corpo inteiro é o padrão ouro para mensurar percentual corporal de gordura. (Não estou dizendo que é o melhor método para ser usado no dia a dia, somente que é o mais preciso de todos os métodos que existem para medir BF) -
Tá certo mesmo. 400 UI = 10 mcg Falando nisso, atenção à manipulação de Vitamina D. Já ocorreu de trocarem "mcg" por "mg" tanto na hora de fazer o pedido para a farmácia quanto na hora de a farmácia manipular. Minha professora já atendeu duas pessoas com intoxicação por Vitamina D por conta disso. Por causa dessa troca de "mcg" por "mg", uma delas estava tomando 200.000UI por dia e a outra 400.000UI por dia. Mesmo quem faz cirurgia bariátrica e tem diversas hipovitaminoses acaba tendo que tomar apenas uma dose mensal de 50.000UI de Vitamina D para não ficar deficiente... Então imagina...
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Documentário Bbc - Jejum Intermitente (Inglês)
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de AlvinhoRJ em Artigos sobre nutrição e suplementos
Upei a legenda no site LEGENDAS.TV... E rola de baixar o filme no thepiretebay. É um esforço extra pra assistir, mas o trabalho não foi perdido =) -
Aeeeewwwwww!!!!!!
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- Welcome to my world
- to my joy factory
- (e 1 mais)
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Será Que Dietas Hiperproteicas São Tão Eficases?
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de Rhands em Dieta e suplementação
Artigo publicado dia 3 de outubro, por Eric Helms (foto) a respeito de quantidade de proteína em cutting e manutenção de massa muscular (ver o link abaixo). Tradução da conclusão: Requisitos protéicos para atletas de musculação com dieta restrita em calorias ficam entre 2,3 a 3,1g/kg de MASSA MAGRA, dependendo do percentual de gordura (quanto menor, mais proteína) e grau de restrição calórica (quanto maior, mais proteína). Obs: pesquisa feita com cutting http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24092765?dopt=Abstract -
?? E os atletas de nível olímpico que comem muito mais de 240g de proteína por dia? As calorias da dieta não estão desaparecendo...
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O Pico De Insulina No Pós-Treino É Realmente Necessário?
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de Hipertrofia.org em Artigos sobre nutrição e suplementos
Vc come só 30g de batata doce? Não né, geralmente come uns 100g + arroz, feijão, etc. Tudo isso estimula liberação de bastante insulina. Por mais que no gráfico de concentração de insulina no sangue essa liberação não apresente uma conformação clássica de "pico" quando vc come batata doce, os valores de concentração de insulina estarão muito mais elevados do que os atingidos através da ingestão de míseros 30g de malto. É engraçado ver que pessoas que evitam por exemplo pão branco/malto por medo de insulina se sentem super realizados após comer um prato "maromba" de arroz integral e batata doce. Mal sabem elas que poucos minutos depois o corpo está entupido de insulina, e que provavelmente o valor de insulinemia no pico de promovido por 30g de malto sequer chega perto da quantidade de insulina que fica horas no sangue desses puritanos da nutrição. Às vezes penso que essas pessoas nem deveriam saber que insulina existe. Isso as pouparia tempo e preocupação. Claro. O corpo não sabe de onde está vindo o carboidrato. SE o corpo estiver no ponto de catabolizar músculo para obter energia, qualquer carboidrato que entrar no sangue inibirá esse catabolismo (note que atingir um catabolismo relevante a esse ponto é muito difícil; anabolismo e catabolismo ocorrem ao mesmo tempo e de forma contínua no corpo e são muito bem regulados, não precisa ter medo). Enfatizo ainda que se vc encontrar um cara no deserto há 5 dias sem comer catabolizando horrores e tiver que escolher entre meio prato de batata doce e 30g de malto pra parar qualquer catabolismo muscular que estiver ocorrendo, sugiro fortemente vc dar o meio prato de batata doce pra ele porque 30g de malto não vão dar conta não. -
Pra quem não tem diploma mas deveria ter. Esse projeto é uma maneira de forçar estudantes de medicina que já deveriam ser formados (porque já passaram pelo mínimo de 7200 horas de curso e estão aptos a exercer a medicina) a trabalharem praticamente de graça onde o governo quiser, porque devido à falta de condições de trabalho, de salário digno, devido ao vínculo empregatício precário e à falta de perspectiva na profissão os médicos formados não querem trabalhar no interior.
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Ele está internado no hospital psiquiátrico. Uma vez por semana cada grupo de alunos atende um paciente, que tem que concordar em ser atendido. Mas em relação a ele estar curado, é bem mais difícil que parece. Uma coisa é fazer o cara passar pela crise de abstinencia - é só colocar o cara longe da droga. Outra coisa completamente diferente é o cara não buscara droga depois que ele sai. O professor disse que é muito comum uma pessoa sair e voltar 8 vezes.
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Caso 10 Nesta quinta-feira fria tivemos o prazer de atender no Hospital Psiquiátrico o Sr. Valdemar, de 48 anos, marceneiro, residente em Pedro Leopoldo, nascido em Ipatinga. Pai de 5 filhos (4 deles adultos) e avô. Perguntamos, então, como ele havia parado ali. Respondeu que havia parado ali devido ao crack, vício iniciado em seus 41 anos de idade. O crack é uma forma de alta biodisponibilidade de cocaína, sendo fumado em um cachimbo (se volatiliza com o calor, não é queimado), e sua fumaça chega ao sangue através do pulmão, passa pelo coração e é bombeado ao cérebro sem passar pelo metabolismo de primeira passagem pelo fígado. Esse processo leva entre 5 e 10 segundos, e a intensidade dos efeitos podem ultrapassar a forma injetável. Gera dependência com grande facilidade. Seu mecanismo se dá por aumento da atividade noradrenérgica, dopaminérgica e serotoninérgica no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores. Dessa forma, esses neurotransmissores ficam mais tempo atuando na fenda sináptica (ver a figura). Além disso, bloqueia canais de sódio, diminuindo a sinalização nervosa em neurônios sensitivos e tendo atividade anestésica. O pico de atividade da droga é atingido entre os 3 e 5 minutos, com duração entre 15 e 20 minutos, o que faz com que usuários pesados usem a droga várias vezes ao longo de uma hora. Entre as possíveis consequências do uso estão isquemia cerebral/intestinal/renal, hemorragia, dissecção de aorta, aborto, ansiedade, pânico, agitação, agressividade, alucinações, delírios paranóides, tremores, aumento de pressão e frequência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias, hipertermia, coagulopatias, insuficiência renal, fibrose do miocárdio, distúrbios de memória, etc. Sintomas da abstinência geralmente são caracterizados por sonolência, dificuldade de concentração, apetite aumentado e depressão. O questionamos sobre a razão de ele ter começado a usar essa droga. Ele respondeu que nos seus 41 anos sua vida financeira estava boa, porém sua mulher o havia traído, mulher que ele ainda ama. Nessa época, teve o contato com o crack pela primeira vez, o que deu início aos seus 7 anos de vício. Sua mulher, por outro lado, seguiu um caminho ligeiramente diferente: a cocaína. Sr. Valdemar chegou a vender bastante crack e cocaína, ganhando 8 mil reais por semana. Chegou a comprar casa e apartamento, porém no fim todo o dinheiro foi consumido no uso da droga. Disse que enquanto se é usuário, o indivíduo passa a amar a droga e dedicar sua vida a ela. Em um certo ponto, sua mulher o deixou. Relatou que quando usava crack, sua libido aumentava muito, o que o levava a procurar por sexo o mais rápido possível, porém prontamente negou qualquer tentativa de estupro. Durante esses 7 anos, sentiu que o crack que comprava não dava tanto prazer, e através de alguns contatos aprendeu a fazer crack puro sozinho a partir da matéria prima. Sr. Valdemar relatou que, enquanto era usuário de crack, ouvia vozes que vinham de dentro de sua própria cabeça dizendo "vá para o inferno" várias vezes, e tinha a sensação que sua irmã e seus filhos estavam vigiando seus passos, e que um de seus filhos (segundo ele, perito em computação), havia instalado câmeras escondidas por toda casa e em todos os pontos que ele constumava ir para fumar crack. Isso o deixou muito irritado, chegando a quebrar a porta de casa e ameaçar seus familiares. Disse que sua vizinha o denunciou para a polícia por um crime que ele não havia cometido - estupro. A polícia o cercou, ele correu, foi capturado e apanhou - muito - dentro da viatura. Enquanto estava preso, observou que a polícia participava e lucrava com tráfico de drogas dentro da prisão. Após ser solto, foi para o Centro de Assistência Psicossocial e conseguiu, por mandato judicial, ser internado no Hospital Psiquiátrico para se tratar. E está no hospital desde então - há 25 dias, e relata não ouvir vozes, conviver bem com os outros pacientes e fazer exercícios físicos. Apesar disso, Sr. Valdemar relatou não se sentir completamente recuperado. Disse que são necessários 5 anos para alguém se recuperar do crack. E, segundo Sr. Valdemar, a única maneira de fazer isso é se apegando a Deus e querer muito parar de se drogar. Sr. Valdemar apresentava lesões na boca e dentes em péssimo estado (os que restaram), muito comum em usuários de crack. Não apresentava alucinações nem delírios no momento, porém certas situações relatadas por ele se enquadram como pseudoalucinações e delírios persecutórios. Alucinação é definida por percepção de um objeto (imagem, ruído, cheiro) sem que ele esteja presente (sem o estímulo sensorial). Essa alucinação pode ter todas as características de um objeto real (nitidez, constância, projeção no espaço externo, corporeidade, etc). Caso não tenham, são chamadas de pseudoalucinações. A pseudoalucinação é a percepção involuntária de um objeto, sem que ele tenha as características de vividez de um objeto externo. Geralmente, quando se trata de uma voz (é o caso), o sujeito percebe que a voz vem de dentro da própria cabeça, não de algum lugar externo. Delírio é uma alteração patológica do juízo da realidade, caracterizado por convicção extraordinária, impossibilidade de modificação por provas ou argumentos lógicos, construído de forma absurda e de caráter associal (outras pessoas não partilham do mesmo delírio). Entre vários tipos de delírios, há o delírio persecutório. No delírio persecutório o indivíduo acredita que está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas com intenção de vigiá-lo, matá-lo, prendê-lo, prejudicá-lo, desmoralizá-lo ou mesmo enlouquecê-lo. É o tipo mais frequente de delírio. Após a consulta, foi possível conferir outras informações com funcionários do local: -Sr. Valdemar chegou a usar 200 reais de crack por dia -Foi internado de forma compulsória a pedido da irmã -Chegou a abusar sexualmente do filho de 10 anos -Era bastante agressivo em casa -Passava várias noites em claro nas ruas -Se masturbava e praticava outros atos sexuais na frente dos familiares -Alternava entre momentos de delírio e lucidez -Está sendo tratado com um antidepressivo, um anticonvulsivante e um ansiolítico A ideia do tratamento é que as lesões se tornem inativas de forma que haja regressão com o passar dos meses. Ele poderá ter melhor qualidade de vida na medida em que haja regressão das lesões. Mas é difícil mesmo.
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UFMG a partir deste ano não tem mais segunda fase... É só SiSU
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Fiz um ano e meio de cursinho. A faculdade de medicina da UFMG é a maior escola de medicina do brasil (em número de médicos formados por ano), e é uma faculdade centenária. Portanto tem basicamente as mesmas condições de estrutura das outras grandes escolas (USP, Unicamp, UFRGS, etc). Tem a rede de hospitais do Hospital das Clínicas-MG como hospital escola. Curso tradicional. Custo de vida médio em BH (não tão alto quanto São Paulo ou Rio de Janeiro, mas não tão baixo quanto cidades do interior. Comprar casa em BH é caro desde 2003, aluguel tem preço médio.
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Compreendendo A Farmacologia !
AlvinhoRJ respondeu ao tópico de Johnn em Artigos sobre nutrição e suplementos
Esse é o Rang & Dale. Bom livro. Dá pra estudar com ele tranquilamente. -
Ele vai fazer sim, tratamento com doses imunosupressoras de corticoides... E será acompanhado frequentemente pelos residentes em dermato. A ideia é a inativação das lesões com o passar dos meses e posterior remissão.
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Pessoal ficou bastante abalado. Comentamos o caso o dia todo, até o dia seguinte. Praticamente todo mundo ficou impressionado. Uns acham que ele vai morrer, outros têm mais esperanças.
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Pode perguntar! O que estiver ao meu alcance e conhecimento, respondo.
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Caso 9 Terça-feira na Dermatologia, estávamos eu e meus colegas apreensivos dentro do consultório aguardando a chegada de um paciente que, todos nós sabíamos, se encontrava num estado gravíssimo. Sabíamos porque, antes de entrar no consultório, reparamos lá longe no fim do corredor que havia algo muito errado com um dos pacientes, e que ele não estava nada bem. O que poderia ser tão grave assim na Dermato? Ao abrir a porta, primeiro chegou a mãe, e logo em seguida o filho, Daniel. Daniel tem 12 anos, mora em Ouro Branco - MG. Entrou vagarosamente, descalço, na ponta dos pés, joelhos levemente fletidos, com os braços juntos ao corpo, postura curvada, cabisbaixo, tremendo. Com a chegada de Daniel sentimos um cheiro forte de secreções e sangue. O que já era um silêncio se transformou num silêncio angustiante. Daniel se encontrava extremamente debilitado. Seu estado geral era péssimo. Apresentava lesões por TODO o corpo, do calcanhar até a pálpebra dos olhos, sem NENHUMA área de pele saudável (com exceção da palma das mãos e planta dos pés). Enfim, mais de 90% de seu corpo estava com lesões vermelhas (eritematosas), descamadas, com secreções e sangrentas. Daniel usava uma camisa branca, molhada e com manchas amarelas e vermelhas nas áreas em contato com a pele devido às secreções e sangue. É difícil achar uma foto no Google que retrate a gravidade do estado da pele de Daniel. Creio que esta foto seja a mais precisa: Visualmente, Daniel aparentava ser um Grande Queimado. Porém, como veremos a seguir, não é o caso. Daniel, durante toda a consulta, não se moveu e não falou uma palavra. As lesões são extremamente dolorosas. Ele está assim há 4 meses (antes disso não apresentava nenhuma lesão). As lesões começaram no tronco, e se espalharam pelos braços, pescoço, pernas e rosto. No início, eram lesões pequenas, e coçavam intensamente. Com o tempo, as lesões passaram a se ulcerar e dar a sensação de queimação. Daniel nem sempre toma banho. Contato com a água é muito doloroso. Sabão então, arde demais. A sensação que Daniel tem é que ele está sendo queimado. Por esses motivos, Daniel não sai de casa e obviamente não voltou às aulas. Daniel não se acidentou, não sofreu maus tratos, nem tem deficiências nutricionais. Daniel é vítima de uma doença autoimune de componente genético, desencadeada pela picada de um tipo de mosquito infectado por um tipo de vírus. Com o aspecto das lesões, clínca e laudo imuno-histoquímico, o diagnóstico foi dado: Pênfigo Foliáceo. É uma doença sem cura, com tratamento demorado a base de corticóides. Pênfigo Foliáceo Endêmico, também conhecido como Fogo Selvagem (ou Pênfigo Foliáceo Brasileiro), é uma doença de pele autoimune caracterizada pela perda de adesão entre queratinócitos (células da pele) da camada superior da epiderme, resultando na formação de bolhas superficiais. Quando o sistema imune desses pacientes reconhece um antígeno específico de um vírus específico (uma das hipóteses aceitas), ocorre no sistema imune uma reação cruzada de produção de anticorpos entre o antígeno viral e uma proteína de adesão celular chamada desmogleína-1, o que culmina na produção de anticorpos contra essas proteínas do corpo, que são expressas principalmente na camada granulosa da epiderme (ver imagem). Essa proteína está presente em organelas denominadas desmossomos, essenciais para a coesão intercelular. Com essa perda de adesão ocorre um processo chamado acantólise, quando a camada córnea e subcórnea da pele se descama, deixando expostas células da camada granulosa e gerando lesões bolhosas por toda a pele, que se transformam em erosões (exceto palma das mãos, planta dos pés e mucosas, que não expressam essa proteína). Essas lesões podem persistir por anos. Veja na lâmina a camada superior da pele se descolando das mais inferiores: Os grandes perigos para portadores dessa doença são os mesmos que de pacientes queimados: desidratação e infecções, porque com a perda dessas camadas externas da pele, perde-se uma barreira imunológica inespecífica muito importante, assim como facilita-se a saída de água devido à perda da camada impermeável de queratina. Além disso, perde-se também a capacidade da pele de isolante térmico. Dessa forma, esses pacientes sentem muito frio, razão pela qual Daniel tremia o tempo todo. Daniel não usava sapatos nem chinelos, pois contato com o dorso do pé era muito doloroso (só a planta do pé estava normal). Ele anda com joelhos e braços levemente fletidos e com postura curvada pois esticar a pele dói. Evita se mover porque dói, assim como dói para falar. O tratamento indicado foi corticoides em doses imunosupressoras, tratamento complicado que tem muitos efeitos colaterais (acúmulo de gordura, perda de massa muscular, imunidade baixa, resistência à insulina e indução de Diabetes Mellitus tipo 2, etc). O objetivo era a interrupção da atividade das lesões com o passar do tempo, com posterior remissão das lesões. Daniel será acompanhado semanalmente pela equipe de dermatologia, e naquele mesmo dia teria outra consulta com um médico residente em dermatologia. Um detalhe: Daniel conseguiu encaminhamento relativamente rápido, pois um estudante de medicina de sua cidade, comovido, o levou a um pediatra conhecido, que por sua vez tinha contato com um dos médicos da área de dermatologia. Se Daniel dependesse apenas do Sistema de Saúde, seu sofrimento provavelmente demoraria muito mais tempo. Após a consulta desse mesmo dia, Daniel retornou à sua cidade de ambulância (a mesma que o havia trasportado até a capital). Opa, valeu! Faço na UFMG. Tá postado!
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Se preparem para o caso mais tenso hoje a noite... Estou com dificuldades de achar na internet fotos num estágio tão grave quanto o que o paciente se encontrava.