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craw69

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  1. Gostei
    craw69 recebeu reputação de EmilioTenório em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    SonoANB,

    SL5x5 é um FBx3. Aplicando a regra do "faça o que entende", se você está com dúvida entre SL5x5 ou outro FullBody, provavelmente ainda deve ficar no primeiro.

    Bruno,

    A dor tardia passa e é o menor dos seus problemas, fique tranquilo. Quanto ao Terra do vídeo, para um CrossFitter, não está ruim. Claro que ser for parar para criticar os detalhes, dá pra ficar até amanhã... cervical, quadril/lombar, joelhos... enfim, longe de ser uma execução exemplar.

    MatheusBueno,

    Há maior exigência de praticamente toda a cadeia posterior, já que o RDL utiliza de um maior "alongamento" da mesma e tende a ser realizado com uma execução mais controlada. Para fins de hipertrofia, no geral, vale a pena substituir, tanto pensando nos isquios quanto nas costas.

    MateusFF,

    Basta encaixar um isolador a cada treino (um dia panturrilha, outro dia bíceps...), após os compostos. Quanto ao dia do lixo, não acho necessário faze-lo intencionalmente, mas em festas e afins, coma que nem um porco, tudo o que te der vontade e até não aguentar mais (supondo que estas festas não sejam semanalmente, é claro). A vida está ai pra ser curtida e foda-se a dieta de vez em nunca; quando você estiver agonizando em uma cama de hospital, quase morrendo, vai se lembrar disto e pensar "ainda que bem eu fiz aqueles dias do lixo e enchi a cara", pode ter certeza.

    Abraços
  2. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Gabriel,

    Há inúmeras formas de estruturar um AB, mas como base (até você pegar o jeito e modificar conforme necessário), gosto de recomendar o Generic Bulking Routine, do Lyle McDonald. Dá pra treiná-lo em questão de 40 minutos se você reduzir os intervalos, e também seria legal reduzir os exercícios base de cada músculo para 4 a 6 repetições.

    Mateus,

    A ideia é que as fases de iniciante e intermediária (SL, 5x5, Texas e afins) não leve muito tempo, já que servem especificamente para criar uma base, tanto na técnica, quanto nas cargas, ou ainda quanto ao novo estilo de treino. Como gosto de dizer, a ideia destes treinos não é ter ganhos estéticos, então a pessoa tem que realizá-los com isso na cabeça: o objetivo é outro. Pra quem não quer deixar a estética (possivelmente - e digo possivelmente porque tem como ter ganhos, ou ao menos manter) de lado, dá pra fazer pequenas alterações, incluindo isoladores específicos... mas tem que tomar MUITO cuidado para não desvirtuar a ideia base.
    Após passada essa fase, a pessoa entra com treinos mais avançados e ai os isoladores podem ser encaixados de uma forma organizada/planejada, resolvendo o problema.

    Marcelo,

    Depende do objetivo. Para bulks "sujos", não vale a pena; para bulks "limpos" (que eu, particularmente, acho muito mais vantajoso para naturais), é sim interessante reduzir as calorias em dias off - como regra básica, excedente de 20% em dias de treino, ingerir a TMB/manutenção no dia de descanso.

    Bruno,

    Tirando o treino e mobilidade, não tem muito o que fazer. Eventuais técnicas são mais úteis para atletas mais avançados; no seu caso, é ter paciência e ir evoluindo aos poucos. Caso comece a estagnar, ai sim vale a pena dar uma olhada no que está acontecendo, mas se estiver evoluindo em uma boa taxa (+ 2kgs/lado a cada 1 ou 2 treinos, por exemplo, já que o seu peso não está alto), é só esperar mesmo.

    Abraços
  3. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Faabs,

    Pull OK
    Press - comece com pernas, e para peito/ombro faça a ordem supino ou militar > paralelas.

    FullBody - no A2 talvez seja interessante trocar algum dos isoladores por paralelas, aumentando o estímulo para peitoral para 2x/semana.

    SaBiih,

    Esqueci de responder mesmo, na correria eu pulo uma ou outra coisa

    Pode fazer o condicionamento no dia OFF sem problemas, apenas tome um pouco de cuidado com a "intensidade"/duração para não interferir na recuperação do dia anterior e/ou seguinte. HIIT e alguns treinos com KettleBell/Halter (tipo Viking Warrior Conditioning [sim, eu gosto dele]) costumam ser melhores opções.

    felipe,

    O A2 basta copiar algum dos exemplos do primeiro post e/ou este exemplo de A1 e adaptar um ou outro exercício. A diferença entre um dia e outro não precisa ser gritante, apenas encaixe alguns exercícios diferentes que você goste de realizar e que não altere muito a base do dia.

    Abraços!
  4. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    marcelo,

    Basta adaptar o treino para incluir um isolador no segundo bloco de jump-sets ou então encaixar paralelas em um (ou ambos os) treino(s) para aumentar o volume para peitoral, ficando: supino + costas > paralelas + isolador para outro ponto fraco, por exemplo. Caso dois exercícios por dia (variação de supino + paralelas/isolador) e a alta frequência não esteja trazendo bons resultados para peitoral, talvez seja interessante fazer um treino de especialização:

    Dia 1 - Treino somente de Peito
    Dia 2 - Treino A2 do modelo que você comentou
    Dia 3 - Peito
    Dia 4 - Treino A2

    Aces,

    Não é obrigado alternar, mas se quiser, basta copiar a base para estruturar, por exemplo, um AB - Upper/Lower. Exemplo de Upper:

    Push Press - 3RM
    Supino Inclinado - 3x5
    Paralelas - 3 séries até "semi"-falha
    Barra Fixa + Face Pull - 5x
    Farmer's Walk

    Ou algo do tipo.

    Mateus,

    Pode reduzir a carga e fazer o treino de forma independente. Uma opção seria trocar as duas últimas séries por back-off sets: faz 3x5 com o peso que está acostumado e mantem a progressão de carga + 2 últimas séries high reps (12-15+ repetições) com metade da carga utilizada, por exemplo.

    Pkreischer,

    Respondi perguntas bem parecidas sobre a questão do estímulo para peitoral, acho que dá pra tirar a dúvida com este post (se precisar, leia o que os dois perguntaram para entender melhor minha resposta): http://www.hipertrofia.org/forum/topic/122589-estruturando-um-fullbody-a-la-craw/?p=1909591

    Abraços
  5. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Aces,

    1) É perfeitamente possível realizar o FB + artes marciais, desde que você mantenha dieta em dia (especialmente ingestão proteica e de micronutrientes, bem como eu não recomendaria esta estrutura aliada de déficit calórico) e recuperação adequada (uma boa noite de sono, por exemplo [e aqui 300-600mg de algum magnésio quelato pode ajudar]). Certamente o FB terá que ser um pouco mais "leve", mas não há qualquer problema.

    2) Sugiro que encontre algum finisher que beneficie os seus treinos de muay thai. Não sou especialista em artes marciais, então não vou arriscar dizer muita coisa; mas em qualquer caso, Viking Warrior Conditioning ou séries de Dumbell/Kettlebell Swings (ambos podem ser encontrados no google/youtube, caso não conheça) são excelentes finishers e bem equilibrados para quaisquer fins.

    Abraços!
  6. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Luís Gabriel Rosa em Alimentar Se De Três Em Três Horas   
    Respondendo por ele, se nao me engano Gaspar faz Warrior Diet eu sigo algo bem parecido, mas faco 2-3 refeicoes por dia

    E sem problemas
  7. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Luís Gabriel Rosa em Alimentar Se De Três Em Três Horas   
    Respondi algumas citacoes suas acima.

    Se eu ver que o pessoal está interessado no assunto, ai eu comeco a postar com mais calma, colocando umas pesquisas/livros etc

    Abracos
  8. Gostei
    craw69 recebeu reputação de albanibr em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Douglas,

    A - Não é um erro em si começar com o Supino, mas veja como vai ficar a performance no Agachamento. Como é a sua prioridade, em princípio, tudo OK.

    B - Alteraria o Front Squat: ou reduz repetições e aumenta volume, ou o substitui por Walking Lunges/RFESS (3x12-20), já que, ao meu ver, as duas opções são superiores em relação a uma única série de 20 reps no FS. Pode incluir RDL/SLDL sem problemas.

    C - Colocaria a Rosca Direta como último exercício, antes do Finisher, e com 6+ reps.

    Na teoria, a base está OK brother. Eventuais alterações seriam por questão de gosto; experimente aplicar na prática e ai você realiza alguma outra modificação que perceber necessária.

    Albanibr,

    Apenas agradecendo (mais um) relato positivo ajustando a dieta certamente os resultados serão ainda mais expressivos.

    Abraços!
  9. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Oenomaus em Treino, Quais Melhores Repetições Para Hipertrofia   
    Cadencia nao era bem lenta, era controlada apenas; amplitude maxima sim. Era um treino BEM focado em powerbuilding, isso é, pra nós (powerbuilders) os ganhos de hipertrofia partem de treinos com muito peso, maior frequencia e sem atingir falha muscular (assim podemos treinar mais vezes o mesmo musculo). Só pra exemplificar: essa coisa de fazer triceps coice com drop-set + fst-7 sobre a bosu ball pra trabalhar o angulo perpendicular a cabeca medial do triceps durante o momento auge do pico de contracao da unidade motora, com 15 segundos de descanso pra atingir pump violento e alongar a fascia... é frescura, pra NÓS (powerbuilders ); triceps grande = mergulho nas paralelas com 40kgs+ presos na cintura, acabou. Um supino com pegada fechada lotado de peso funciona tambem.

    Atualmente (de 1 mes pra cá) diminui ainda mais as reps (faco entre 2-3) e mudei ainda mais o estilo de treino... subi a frequencia pra 5x/semana, chego a treinar o mesmo musculo 3x diretamente (essa semana fiz costas domingo, terca e quinta por exemplo) devido a nao atingir falha...

    Enfim, MUITA coisa diferente e que eu iria ter que monopolizar novamente um topico pra explicar tudo nao quero isso HAHA, já está virando abuso eu REALMENTE preciso ter paciencia pra abrir um diario de treino e parar de tirar do foco varios topicos ai, até porque preciso colocar umas fotos minhas pra mostrar que nao sou tao frango e que minhas tecnicas perdidas tem sentido (pra alguns)

    Abracos
  10. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Naturale em Bcaa: Você Está Usando Errado [2014]   
    Atualização Julho/2014 (v. 3.0)

    - Texto inteiramente revisado, atualizado e ampliado;
    - Acréscimo inicial de algumas pesquisas relevantes;
    - Acréscimo de algumas conclusões retiradas ao longo do tópico;
    - Acréscimo da opinião do site Examine.com sobre os BCAAs;
    - Correção de erros gramaticais para facilitar a leitura.



    Inegavelmente, os BCAAs - Branch Chain Amino Acids, ou aminoácidos de cadeia ramificada - sempre foram, e ainda são, um dos principais suplementos utilizados por atletas amadores e profissionais que buscam uma melhora na composição física (aumento de massa muscular e redução de gordura) e recuperação muscular.

    A base científica que legitima o uso destes aminoácidos, entretanto, não é tão sólida quanto alguns podem afirmar. Este breve texto procura apontar algumas questões referentes ao uso deste místico suplemento, trazendo algumas informações que nem sempre são facilmente encontradas na internet ou nos círculos de conversa.


    I - Da dosagem e as influências do mercado de suplementos nesse quesito


    O principal problema em relação ao uso dos BCAAs encontra-se na dosagem recomendada para o uso do mesmo: não é raro (alias, é o mais comum) ver recomendações de rótulos citando: "dosagem recomendada: 2 cápsulas antes e 2 cápsulas depois do treino" e muito menos (raro) ver pessoas citando que usam este tipo de dosagem, supostamente com excelentes benefícios. Mas qual o problema com ela? Explico: ela é completamente inútil. Ok, não expliquei nada; mas vamos lá. Nesta primeira parte, irei apoiar minha argumentação na relação existente entre o preço e quantidade de BCAAs presentes nos principais suplementos vendidos no mercado nacional.

    Primeiramente, cabe citar a necessidade do mercado de suplementação desenvolver suplementos apelativos não apenas na parte dos resultados, mas também no quesito financeiro. Vamos supor que uma empresa desenvolvesse um BCAA que dure 5 dias de uso com um custo de R$100,00. Alguem compraria? Não, fim de papo. Portanto a primeira coisa que a indústria deve fazer é: criar um suplemento que dure algo entre 21-30 dias, pelo menos, para que o custo x benefício torne-se minimamente aceitável.

    O segundo ponto é: eles precisam mexer com o psicológico da pessoa; mais especificamente, eles não podem fazer um pó que não dure nada. Qual a saída? Cápsulas. Cápsulas são muito mais efetivas em mexer com o psicológico do cliente do que suplementos em pó. A maioria dos BCAAs possuem cápsulas de 750mg a 1.000mg, o que significa que para atingir 5g de BCAA são necessárias algo entre 5 a 7 cápsulas, aproximadamente. Veja: é a mesma coisa dizer que você toma 7 cápsulas ou 5g de BCAA. Porém, o uso de 5g de BCAA antes e depois do treino resultaria no término do produto em um tempo extremamente curto; e as pessoas não iriam se sentir "assustadas" por estarem tomando 10g de um suplemento. Transforme esta quantia em cápsulas e as pessoas se apavoram: imagine que alguém vai tomar 14 caps por treino? Isso é um absurdo! MEU DEUS, VAMOS TODOS MORRER! Percebem? É mais fácil enfiar na cabeça do cliente que ela deve tomar 10g de um suplemento ou 14 cápsulas do mesmo? Obviamente, 10 gramas; o que não é bom para a empresa já que o pote acabaria rápido demais. Você usa 30g de whey, qual o problema em usar 10g de BCAA? Agora, cápsulas... cápsulas lembram remédios, remédios lembram problemas que devem ser evitados, logo cápsulas devem ser evitadas... imagine sua mãe chegando em casa e te ver tomando 14 capsulas de uma vez? Ela vai te matar, com certeza. Por outro lado, imagine sua mãe te ver tomando uma ou duas colherzinhas de chá: provavelmente ela irá mandar você tomar mais para ver se faz algum efeito e você deixa de parecer esse frango raquítico que é atualmente.

    Na prática:

    (1) basta analisar o custo de qualquer BCAA vendido atualmente no mercado e comparar a quantidade de suplemento presente no pote em relação a outros suplementos proteicos, como o Whey: utilizando a (excelente) marca da Growth Supplements, por exemplo, temos que o pote de BCAA custa R$25,00. Cada pote contém cerca de 77,5g de BCAA (30 x 4 cápsulas que possuem 2,58g de BCAA); por outro lado, o Whey da mesma marca custa R$64,00, porém possui 1.000g por embalagem. Isto significa que, com R$65,00 é possível comprar aproximadamente 200g de BCAA, enquanto o mesmo valor permite a compra de 1kg de Whey. O que isto significa é que, naturalmente, o suplemento BCAA tem um custo muito superior ao de outras fontes proteicas completas, como o Whey ou Albumina, o que torna necessário realizar a recomendação de uma quantia inferior sob pena de cair no problema mencionado anteriormente: recomende 10g por dia de BCAA e o pote de BCAA, que inicialmente custaria R$25,00 por mês, passa para aproximadamente R$100,00 por mês.

    (2) A somatória dos pontos até aqui mencionados conduzem para uma conclusão: com a recomendação padrão de 2 a 4 cápsulas por dia de BCAA, temos um suplemento que dura o tempo padrão (30 dias), sendo que a baixa dosagem é responsável por compensar o alto preço do produto, e ainda sem ninguém questionar os efeitos principalmente pelo psicológico, já que o marketing pesa, a fé no produto é grande, a quantia de 2-4 cápsulas é uma quantia razoável para a maioria dos clientes... e sim, se o efeito placebo atinge até mesmo competidores de alto nível[1] [2], obviamente para você, mero mortal, ele será ainda mais influente.


    II - Das dosagens necessárias para atingir seus respectivo efeitos


    Resumidamente, existem três principais motivos para o uso dos BCAAs:

    (1) modulação da síntese proteica[3][4], já que esta é uma das principais funções das proteínas e, por consequência, dos aminoácidos (especialmente da leucina) - o aumento da síntese proteica, de uma forma didática, significa a construção de novas celulas, ou, de certa forma, o aumento do próprio músculo ("pronto corpo, aqui estão os tijolos que você precisa para construir a minha muralha chamada bíceps");

    (2) minimizar o efeito do catabolismo[5][6] - novamente, de forma didática, ao invés do organismo tentar utilizar os próprios músculos como fonte de energia, a ingestão dos aminoácidos faria tanto a função de já recuperar este eventual uso quanto de fornecer outra fonte de energia que não seja os próprios aminoácidos já sintetizados pelo corpo ("pronto corpo, use esses aminoácidos que eu engoli, mas não meu músculo");

    (3) auxiliar a recuperação muscular [7], assim como eventualmente obter propriedades anabólicas[8] (possível aumento de força, maior facilidade no aumento da massa muscular etc).

    A questao é: o quanto é efetivo para atingir cada objetivo?

    Quanto ao aumento de síntese proteica, a vasta maioria dos estudos demonstram que algo entre 2 a 3g de leucina é o suficiente para estimular o MPS (muscle protein synthesis) até o seu "limite" - ingerir mais leucina do que isto, na ocasião dos estudos realizados, não costuma resultar em aumentos signficativos da síntese proteica, embora geralmente os estudos não utilizem atletas como base. Como a maioria dos BCAAs possuem uma formulação 2:1:1 (duas gramas de leucina para cada grama de isoleucina e valina), ingerir algo entre 4 a 6 gramas de BCAA seria o suficiente para iniciar o aumento de síntese proteica; entretanto, como afirmarei depois, esta dosagem pode ser obtida de forma mais barata com o uso separado de leucina e, de qualquer forma, o aumento na síntese proteica ainda é um assunto extremamente controverso.

    A quebra do catabolismo é tranquilamente realizada por qualquer ingestão calórica: a gluconeogênese[9] (didaticamente: transformar músculo ou proteínas em energia) ocorre essencialmente em dois casos: primeiro, durante jejuns excessivamente prolongados, (embora não exista consenso, menos do que 24 horas geralmente não é considerado um perigo) nos quais o músculo precisa de energia e não a obtém de alimentos; segundo, quando há uma ingestão massiva de alguma fonte proteica que não será sintetizada (tentar tomar 1kg de Whey em 15 minutos, por exemplo). Assim, o catabolismo é um mecanismo muito menos perigoso do que alguns pregram - basta ingerir uma quantidade equilibrada de carboidratos e/ou proteínas antes e/ou depois do treino para que qualquer risco seja eliminado, igualmente assegurando que ao término do dia exista uma ingestão adequada de proteína total (média de 2g/kg, embora seja uma quantia controversa) e não exista um déficit calórico notável (não ingerir muito menos calorias do que a taxa metabólica basal do indivíduo);

    Os efeitos anabólicos é o ponto onde reside o maior problema. Os raros estudos realizados em indivíduos que treinam com pesos e utilizam BCAA dificilmente seguem metodologias rígidas. As falhas metodológicas presentes nos estudos de BCAA são o maior impasse para assumir uma posição otimista sobre o uso dos mesmos: embora inúmeros estudos apresentem resultados positivos sobre uso de BCAAs, eles, em geral, (1) não estão estudando o BCAA em uma situação de equivalência calórica (por exemplo, comparam a ingestão de Xg de BCAA contra apenas água, o que interfere nos resultados já que o adequado seria comparar Xg de BCAA contra Xg de carboidrato ou Xg de Whey, por exemplo); (2) não estão estudando o BCAA em uma situação de ingestão proteica adequada (a vasta maioria dos estudos em BCAA utilizam pessoas que raramente chegam perto de ingerir, diariamente, 1.5g/kg de proteína; considerando que os BodyBuilders geralmente ingerem no mínimo 2g/kg, os efeitos são drasticamente outros). De qualquer forma, os poucos estudos que mostram resultados promissores com os BCAAs utilizam dosagens excessivamente altas[10], como 300mg/kg de BCAA (para uma pessoa de 75kgs, isso significaria ingerir 22.5g de BCAA por dia - lembra do BCAA que possui 77,5g por R$25,00? Pois é, ele agora não aguenta nem quatro dias).


    III - Da quantidade de BCAA em outros suplementos/alimentos


    Abrindo um rápido parênteses, vale mencionar que os BCAAs estão presentes em quaisquer proteínas que possuam um perfil completo dos aminoácidos essenciais. Simplesmente porque os Wheys costumam citar quantas gramas possuem de BCAA, alguns acreditam que Whey é a única fonte de BCAA do mundo. Chega a ser engraçado ver afirmações como "meu whey já tem 5.5g de BCAA então já tenho bastante e não preciso suplementar!".

    A maioria das carnes possuem algo entre 15-20% de suas proteínas compostas por BCAA. Isso significa que a cada 20g de proteína de carne, há algo entre 3-4g de BCAA (um bife de 100g de carne geralmente possui algo entre 25 a 35g de proteína; ou seja, algo entre 3.75g e 7g de BCAA, o equivalente a 7 a 10 cápsulas de BCAAs). Dois ovos bem cozidos (com a gema bem sólida) tem 2.5g BCAA. Até amendoim tem estes aminoácidos; e por que ninguém fica dizendo "minha carne ja tem bastante BCAA então não preciso usar suplementos"?

    Isso reflete em duas coisas: custo x benefício e BCAAs não são nada de especial. Supondo que você compre um BCAA e use 2 a 4 cápsulas (3 ou 4g de BCAA por treino), o custo será alto, sendo possível substituí-lo por um simples scoop de Whey que possui a mesma quantidade (o único problema seria o pequeno aumento calórico: 4 cápsulas de BCAA possuem algo entre 15 a 20 calorias, enquanto o scoop pode variar entre 90 a 150kcals). Da mesma forma, embora muita gente pense "ah se eu pudesse usar BCAA...", elas simplesmente estão ignorando que qualquer proteína decente (Whey, Caseína, Leite, Ovos, Carnes, Peixes algumas fontes vegetais como Quinoa...) terá uma quantia consideravelmente alta de BCAA.


    IV - Vale a pena usar BCAA?


    Em uma simples resposta: não.

    Em uma resposta levemente mais demorada...

    (1) O aumento de síntese proteica através do uso de BCAA (e, especialmente, leucina) é comprovado. Nisto não há divergências; a síntese proteica aumenta e ponto. A questão é: essa síntese proteica resulta em alguma melhoria prática? Ou ainda: faz qualquer diferença? Ela aumenta o necessário, e pelo tempo necessário? Para fins de ganhos de massa muscular, uma simples elevação da síntese proteica não é garantia de maiores ganhos de músculos. O aumento da massa muscular depende de uma série de fatores, como quadro hormonal, ingestão calórica, treinos e recuperação adequados... logo, estabelecer uma relação entre síntese proteica + aumento de massa muscular não é algo tão simples.

    Imagine o seguinte exemplo (extremo, porém elucidativo): se ingerir um pouco de BCAA/Leucina é o suficiente para aumentar síntese proteica e, por consequência, aumentar o músculo, isso significa que posso ingerir apenas 3 ou 4g de BCAA/Leucina a cada 3 horas para me transformar em um monstro? Parece-me óbvio que a maioria das pessoas entenderiam que não. "Ah, mas e se eu ingerir tudo certinho e ainda acrescentar o BCAA/Leucina?" - boa pergunta meu caro, porque não existem estudos sólidos sobre isso a ponto de garantir nada. De um lado, temos os que defendem a hipótese de que haveria um aumento por conta do estímulo a síntese proteica; de outro, temos a ideia (que é a minha posição, e por isso darei destaque sem qualquer tipo de imparcialidade), de que o adicionar pequenas quantidades de BCAA no dia é o mesmo que adicionar algumas gotas de água em uma piscina: a adição de algumas gramas de aminoácidos (BCAA/Leucina) na dieta de alguém que já consome altas quantias de proteína (2g/kg+) não representaria qualquer benefício direto e prático.

    Alguns estudos já vem apontando nesta direção: este[11], por exemplo, analisou o aumento de síntese proteica entre a ingestão de 25g de Whey x 6.25g Whey + leucina até atingir o total de leucina presente em 25g de Whey x 6.25g de Whey + EAAs, exceto leucina, até atingir o total de EAAs presentes em 25g de Whey. Se a teoria que o aumento de BCAA/Leucina resulta em síntese proteica fosse verdadeira, obviamente estudos nestas condições observariam que ingerir 25g de Whey ou 6.25g de Whey + leucina trariam os mesmos resultados, ou algo próximo disso. Não é o caso: somente o grupo que ingeriu 25g de Whey teve um aumento de síntese proteica significativo após 3 a 5 horas (184% contra apenas 55% no grupo Whey + Leucina).

    (2) Para prevenção do catabolismo, basta seguir as recomendações anteriores: ingira uma quantidade adequada de proteínas ao longo do dia + não entre em déficits calóricos exagerados + realize treinos com um mínimo de bom senso. Aqui, entretanto, fica a eventual exceção para os BCAAs: treinos em jejum. Para aqueles que treinam com pesos logo após acordar (sem café da manhã) ou seguem alguma rotina de Jejum Intermitente, a ingestão de 10g de BCAA antes e/ou durante do treino pode ser útil para evitar o catabolismo. Note que: não estamos falando de exercícios aeróbicos em jejum, os quais costumam ser realizados em baixa intensidade e não precisam de aminoácidos para este fim; como não existem estudos suficientes na área, não há como afirmar que 10g seja, de fato, a melhor dosagem; da mesma forma, caso a pessoa ingira proteínas imediatamente após o treino (Whey, por exemplo), possivelmente o uso de BCAAs antes/durante os exercícios com peso em jejum torna-se desnecessário.

    (3) Quanto aos efeitos anabólicos, é a parte mais difícil de falar sobre. A base científica, como dita, sofre de sérios problemas em analisar esta parte como deveria. São raríssimos os estudos realizados a médio/longo prazo (4 ou mais semanas), que estudam indivíduos treinados e que já ingerem altas quantias de proteína (2g/kg+) tendo resultados significativos. Por isso, do ponto de vista da (melhor) ciência, adicionar pequenas quantias de BCAA não garante melhores resultados.

    Há, entretanto, outra possível exceção: a mega dosagem. Embora não seja um método validado cientificamente, entre os BodyBuilders existe uma prática que possui ampla aceitação - o uso de altas dosagens de BCAAs ao longo do treino. Por altas dosagens entenda pelo menos 20g/treino, divididos, geralmente em 25-50% antes do treino (5 a 10g, por ex) seguidos por 50-75% (10 a 15g, por ex) durante o mesmo. Algumas pessoas elevam essa dosagem para até 30-40g, quando não mais, e costumam obter bons resultados. Entretanto, separar o que é efeito placebo do que é efeito real sempre será um problema.


    V - Conclusão


    Em síntese:

    - Não existem motivos (científicos ou práticos) aparentes para utilizar uma baixa dosagem de BCAA (como menos que 5 ou 10 cápsulas por dia), eis que, como dito, trata-se de apenas uma gota dentro de uma piscina (supondo um indivíduo de 75kgs que ingira 150g de proteína por dia, acrescentar 2 cápsulas antes e 2 cápsulas depois do treino de BCAA representaria, no máximo, um aumento de 4g de proteína, ou menos de 3%);

    - Não há vantagem econômica, pois, como citado, pode-se atingir a mesma quantidade de BCAA com outras fontes muito mais baratas;

    - Como exceções, cabe mencionar tanto a hipótese de quem treina com pesos e em jejum, que poderia utilizar 10g/treino por cautela; e a mega dosagem, que embora não possua uma base científica sólida, é bem vista na prática.

    Vale adicionar a opinião do (agora popular) Examine.com, site independente responsável por analisar os estudos científicos de inúmeros suplementos: na página sobre BCAAs, a qual contém referências a quase 140 estudos sobre o suplemento, menciona-se como dose padrão de Leucina algo entre 2 a 10g; como combinação total, 20g de BCAA; uso da leucina para aumento do MPS e isoleucina para retenção de glucose (não há estudos sobre a dosagem ou eficácia da valina); expressa menção sobre os BCAAs não serem necessários caso já sejam adequadamente ingeridos pela dieta (em outras palavras, para uma dieta rica em proteínas, não há motivos para o uso destes aminoácidos).

    No Examine Stack Guide para Ganho Muscular e Performance nos Exercícios, os BCAAs estão listados como uma opção não comprovada, que "possuem uma pequena participação na melhora da performance física, mas que o marketing fez sua eficácia explodir fora de proporção"; que "BCAAs participam no aumento do músculo, já que sempre que você consumir proteína, estará consumindo BCAAs"; que "as evidências sugerem que BCAA tem um efeito muito limitado na performance dos exercícios", apontando, por exemplo, os benefícios para reduzir a sensação de fadiga em aeróbicos de longa duração (2 horas ou mais); que "BCAAs não aumentam força, reduzem fadiga ou aumentam a resistência muscular. Consumo de proteínas na dieta possui os mesmos efeitos da suplementação dos BCAAs, exceto que a ingestão de proteínas durante o treino são mais suscetíveis de causar náuseas ou câimbras".

    Abraços
  11. Gostei
    craw69 recebeu reputação de BoyBLima em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Kassiu,

    Aplique a rotina destinada especialmente para iniciantes, que está no primeiro post desse tópico, iniciando 3x/semana. Se após 4-8 semanas você estiver se sentindo bem, pode experimentar 4x/semana (tipo A1-A2-OFF-A1-A2-OFF-OFF), mas sugeririra iniciar com apenas três treinos semanais.

    BoyBLima,

    Sete horas de sono não é uma quantia preocupante, mas tão importante quanto é ter certeza da qualidade do seu descanso - por exemplo, é melhor dormir sete horas ininterruptas e com boa qualidade do que 9 horas acordando direto, sem se sentir recuperado... tente dormir sempre 7 horas/noite e não se preocupe com essa hora perdida, mas respeite o seu corpo: veja como fica o cansaço no dia seguinte, como está o rendimento no treino...

    Pelos mesmos motivos, também durmo apenas sete horas por noite. Não é o fim do mundo, desde que, repetindo, você descanse com qualidade.

    Cjlc,

    Na minha opinião, o treino poderia estar melhor. Uma estrutura que é próxima do que você faz atualmente é o modelo para iniciantes; eu recomendaria iniciar com ele e, após algumas semanas, alterar para algum outro treino do primeiro post (como alguma das primeiras estruturas) ou, se quiser sair um pouco do FullBody, experimentar um AB como o Generic Bulking Routine do Lyle McDonald.

    Abraços!
  12. Gostei
    craw69 recebeu reputação de gbf0x em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    - Atualizado 22.07.2014: adição da estrutura modificada para iniciantes em FullBody
     
    Como prometido, aqui estou para repassar a base do treino full body que gosto de usar.
    Aproveitando para já esclarecer duas coisas: (1) não é minha intenção criar um método novo, dar algum tipo de nome, inventar um protocolo ou coisa do tipo; pretendo tão somente mostrar o estilo de FB que costumo aplicar na prática e (2) também não é minha intenção afirmar que este FB é melhor do que todos os outros ou coisa do tipo; é apenas uma opção dentre as várias que existem.
    I - Teoria
    A estrutura visa o denominado objetivo aesthetic athletic (estética atlética), ou seja, a ideia de obter um shape estético mas igualmente funcional.
    Toda a base do treino é focada em atingir, principalmente, três objetivos:
    a. Força: embora não seja um treino Power propriamente dito, há o frequente uso de low reps e exercícios auxiliares focando a progressão de carga, eis que força é a base dos demais objetivos. A força almejada aqui é mais próxima de um contexto de fadiga, ou seja, a ideia não é simplesmente levantar altíssimas cargas, mas sim levantar altas cargas em um ambiente de fadiga cardio e mental.
    b. Condicionamento: como citado, a estrutura também é organizada de forma com que o ritmo de treino seja taxativo para a parte pseudo-aeróbica, com a finalidade de ensinar a pessoa a sair da zona de conforto e melhorar o condicionamento físico, especialmente através da limitação temporal de cada parte do treino (o que obriga os curtos intervalos de descanso) e da inclusão de um finisher.
    c. Hipertrofia: a alta frequência aliada do volume e intensidade moderados, com variação na faixa de repetições utilizadas bem como o uso tanto de compostos quanto de isoladores resultam em um treino igualmente eficaz para criar um shape esteticamente bem desenvolvido.
    O foco é, portanto, atingir um corpo equilibrado. Certamente não é uma estrutura que permita uma progressão de cargas absurda, ou uma estrutura que permita um condicionamento top, e nem que vá levar o indivíduo ao título de Mr. O... mas é um treino focado em atingir todas estas vertentes de uma maneira equilibrada. É, de certa forma, semelhante ao o que o CrossFit visa, mas estruturado de uma forma mais lógica e que, por consequência, permite uma progressão mais racional.
    Para aqueles que pretendem algo mais PowerLifter, simplesmente sigam um treino focado nesse objetivo; para aqueles que querem correr uma maratona, idem; para aqueles que pretendem virar o próximo Mr O./ser um monstro/ficar gigante, sem qualquer tipo de demagogia, pare de perder seu tempo pesquisando sobre treino e dieta, siga uma alimentação padrãozona com o ABCDE do mês da revista Flex e vá pesquisar sobre EAs.
    II - Prática Teórica
    A estrutura do treino é divida em seis blocos. Exercícios os quais não forem populares/conhecidos, basta jogar o nome no YouTube/Google. Ao final da estrutura vou deixar exemplo de alguns treinos prontos para facilitar.
    Cada bloco tem uma duração específica, por dois motivos: primeiro, para manter o tempo total de treino entre 60 a 70 minutos; segundo, para obrigar a pessoa a treinar com pequenos intervalos de descanso, forçando um ritmo acelerado de treino que contribuirá para obter melhor condicionamento físico.
    Bloco (1) - Aquecimento
    Duração do bloco: 7 a 12 minutos
    O warm-up deve ser realizado obrigatoriamente. Não, você não pode pular. Não, caminhar cinco minutos na esteira e puxar o elástico pro lado pra "aquecer o manguito" não é aquecimento, é perda de tempo. O warm-up bem realizado é uma arte capaz não só de prevenir lesões, mas principalmente de melhorar a performance do treino e ampliar o potencial de hipertrofia.
    Um indivíduo flexível e aquecido não só corre menos riscos de se estourar, como executa o treino com maior perfeição e inclusive, segundo entendimento de alguns autores, tem maior potencial de crescimento (o raciocínio é mais ou menos o seguinte: quanto maior o pré-estiramento muscular, mais unidades motoras são requisitadas e portanto maior o número de fibras micro lesionadas e aptas a hipertrofiarem; um músculo encurtado recruta menos fibras e portanto tem menos amplitude para hipertrofiar - o inverso é verdadeiro: um músculo mais flexível/alongado tem maior amplitude, o que permite maior hipertrofia).
    O warm-up é realizado da seguinte forma:
    a. Foam Rolling/Release - Opcional - nada muito concentrado, apenas focar de leve em músculos mais tensionados;
    b. Alongamento padrão - Obrigatório - mais focado apenas em criar a sensação de mobilidade, alongando por curto período (10-20 segundos) e nada extremamente forçado;
    c. Alongamento dinâmico - Obrigatório - igualmente focado em possibilitar maior mobilidade;
    d. Band Work - Opcional - trabalho focado em ativação muscular
    e. Pre Move - Obrigatório - executar, com o peso corporal e sem qualquer tipo de fadiga, alguns movimentos rápidos e simples copiando o que irá ser executado no treino.
    Pode parecer complexo para aqueles que nunca foram atrás do assunto, e de certa forma é... até pegar a prática. Para aqueles que estão no começo do aprendizado, a área de Mobilidade do fórum é um bom início. Para quem quer algo pronto até aprender mais corretamente, o Agile 8 (metade da página) do DeFranco é um bom início; este e este são dois artigos com algumas ideias de warm-up. O MobilityWOD do Kelly também é bem visto como fonte segura de informações sobre mobilidade e alongamentos.
    Bloco (2) - Lower Body ou Olympic
    Duração do bloco: a partir do warm-up até completar 30 mins de treino
    Repetições: 1 a 5 (~85%+ 1RM)
    Volume: 10 a 30 repetições totais (3x3, 5x3, 10x3, 3x5, 5x5, 5/3/1...)
    Intervalo: 45 a 150 segundos
    Feito o warm-up, três são as opções:
    Opção a. - Agachamento e variações
    Opção b. - Terra e variações
    Opção c. - Snatch ou Clean & Jerk
    O primeiro exercício do treino é obrigatoriamente focado em lower body ou um levantamento olímpico, simplesmente porque estes são os exercícios mais desgastantes/exigem maior integridade física para executar.
    Embora seja realizado com low reps, o intervalo também é curto (topo de 2mins30s) justamente para focar no objetivo de manter o ritmo de treino acelerado e a pessoa desenvolver força em um ambiente de fadiga, e não tão somente desenvolver força pura. Quanto menor o intervalo, maior o volume possível dentro do bloco; logo, há uma boa dose de flexibilidade: para aqueles que pretendem mais condicionamento, diminua o intervalo e realize mais séries; para força, mais intervalo e menos séries.
    Bloco (3) - Auxiliar Lower Body
    Duração do bloco: 10 minutos
    Repetições: 3 a 8 (~70 a 85% 1RM)
    Volume: 15 a 30 (3x5, 3x8, 4x6, 5x3, 5x5...)
    Intervalo: 45 a 90 segundos
    O terceiro bloco também permite três opções:
    Opção a. - Auxiliar do Agacho: Front Squat I Box Squat I Walking Lunges I Split Squat ...
    Opção b. - Auxiliar do Terra: Good Morning I Rack Pull I Stiff I Glute Ham Raise ...
    Opção c. - Auxiliar do Olympic: Clean Pull I OverHead Squat I Snatch Balance
    Pode-se utilizar este bloco tanto com um foco maior em força (ex: utilizar um auxiliar do exercício base do segundo bloco) quanto foco em hipertrofia (utilizar um exercício alternado com o base). No caso da terceira opção, em geral o foco deve ser exercícios para lower body ou focados em algum tipo de pull - em geral, não cabe o uso de auxiliares focados no Jerk, já que são focados em upper body.
    Bloco (4) - Jump-Set de Upper Body
    Duração do bloco: 10 a 15 minutos
    Repetições: 3 a 8 (~70 a 85% 1RM)
    Volume: 15 a 30 (3x5, 3x8, 4x6, 5x3, 5x5...)
    Intervalo: 30 a 60 segundos
    Jump-Set é a técnica na qual executa-se dois exercícios alternadamente, dando 30 a 60 segundos entre cada um - exemplo: 5 repetições de supino > 30 segundos de descanso > 5 repetições de remada > 30 segundos de descanso > 5 de supino ... até completar todas repetições do bloco.
    Opção a. - Push + Pull Horizontal: Supino Reto + Pendlay Row I Supino Inclinado + Yates Row I Supino com Halteres + Serrote ...
    Opção b. - Push + Pull Vertical: Desenvolvimento + Barra Fixa Pronada I Push Press + Barra Supinada ...
    É o bloco base de hipertrofia e força para Upper Body.
    Bloco (5) - Jump-Set de isoladores para músculos fracos
    Duração do bloco: 5 minutos
    Repetições: 5 a 15 (~60 a 70% 1RM)
    Volume: 10 a 30 (2x5, 2x10, 1x20...)
    Intervalo: 15 a 45 segundos
    O jump-set é realizado da mesma forma que retro explicado.
    As opções aqui são quase infinitas. A ideia é selecionar dois músculos fracos para treina-los com 1 a 3 séries de mais repetições e com exercícios isoladores.
    Exemplos: Rosca Direta + Francês I Encolhimento + Crucifixo Inverso I Panturrilha + Rosca Inversa I Elevação Lateral + Face Pull I Extensora + Flexora ...
    Caso a escolha seja por dois isoladores para lower body, deve-se inverter este bloco com o bloco anterior, ficando: lower body base > lower body assistência > lower body isoladores > upper body.
    Bloco (6) - Finisher
    Duração do bloco: 5 a 10 minutos
    Finisher é o nome dado ao período final do treino, no qual o bloco é focado em "terminar" o treino com exercícios focados em condicionamento físico/desgaste aeróbico.
    A ideia é utilizar exercício(s) de alto desgaste para a parte cardiovascular, realizado(s) de maneira "agressiva"/rápida (e não passiva/lenta, como caminhar a 3km/h na esteira).
    Alguns exemplos: Farmer's Walk I Banded Sprints I HIIT I Bear Complex I Viking Warrior Conditioning I Barra + Flexão até exaustão ...
    III - Prática Aplicada
    Para encerrar, vou deixar alguns treinos prontos para facilitar a visualização do método.
    01.
    O primeiro treino é uma estrutura equilibrada. Pode ser realizada 3x/semana, sendo A1-A2-A1 e semana seguinte A2-A1-A2 OU repetir sempre dois treinos e variar um deles (toda semana A1-A2-A1; ou toda semana A2-A1-A2); ou executar 4x/semana, dois dias cada:
    02.
    O segundo exemplo é uma estrutura para ser realizada 4x/semana, também equilibrada, porém com maior diversidade nos exercícios.
    03.
    O terceiro exemplo é uma estrutura 4x/semana focada em pernas e ombros/trapézios.
    04. Estrutura Modificada - DoggCrapp + FullBody
    O quarto exemplo é uma versão modificada do treino, para ser realizada 4x/semana, sendo dois dias AB (Upper/Lower - variação do DoggCrapp) e dois dias FullBody. Há maior foco na parte de hipertrofia e, de certa forma, em força; por outro lado, perde-se em condicionamento físico.
    05. Estrutura Modificada - Versão Minimalista
    Como o próprio nome indica, a quinta versão é uma estrutura com reduzido número de blocos, sendo:
    Bloco 1 - Warm-Up
    Bloco 2 - exercício base
    Bloco 3 - jump-set de dois auxiliares
    Bloco 4 (opcional) - finisher
    A grande diferença desta estrutura para as demais é que o exercício base será sempre rotacionado: um dia press (supino ou desenvolvimento); outro dia squat (agacho frontal, agacho olímpico...); e outro dia pull (terra, clean pull...). Os auxiliares, por sua vez, serão sempre um jump-set dos dois exercícios não utilizados como base (ver exemplos).
    Pode-se utilizá-la com três principais objetivos: (1) realizar um treino mais rápido (máximo de 45 minutos, se excluído o finisher), para dias em que a pessoa não está com tempo livre; (2) utilizar como treino base em uma fase de cutting, já que há estímulo o suficiente para manter massa magra, mas ao mesmo tempo não ser um treino desgastante o suficiente para ferrar com o planejamento de perda de gordura (neste caso, pode-se aproveitar do menor número de blocos para aumentar a duração do finisher em até 20 ou 25 minutos, garantindo maior gasto calórico); (3) ao contrário da versão modificada anterior, realizar um treino com menor foco em força e hipertrofia, mas com maior foco em condicionamento (novamente, abusando da duração do finisher).
    Exemplos:
    06. Estrutura Modificada - Versão Somente com Compostos
    A estrutura realizada somente com exercícios compostos é outra alternativa, seja para aqueles que, por mera questão de preferência, ou por desejarem maior número de estímulos para os músculos grandes do que pequenos, optam por seguir um treino sem isoladores.
    Para balancear o volume de treino, há a possibilidade de alternar um dia deste modelo com um dia do protocolo "padrão", ou seja, com isoladores.
    07. Estrutura Modificada - Versão para Iniciantes (em FullBody)
    Como alternativa aos FullBodys focados em iniciantes (não necessariamente novatos nos treinos em si, mas sim no uso de estruturas para o corpo todo) "clássicos" como Starting Strength, StrongLifts e outros afins, gosto de recomendar a seguinte estrutura que, embora seja fortemente inspirada nos treinos mais famosos, possui algumas diferenças:
    O treino A1 possui dois exercícios bases: Agachamento + Supino. Em complemento, adiciona-se um exercício para costas no plano horizontal e dois isoladores, a escolha do indivíduo. Opcionalmente, pode-se incluir 10 a 15 minutos de HIIT para condicionamento físico.
    O treino A2 também possui dois bases: Terra + Desenvolvimento. Em complemento, acrescenta-se o Agachamento Frontal e os dois principais calistênicos (= bodyweight) - Barra Fixa e Paralelas. Opcionalmente, pode-se incluir Farmer's Walk.
    Desta forma, todos os músculos são treinados diariamente, inclusive havendo espaço para alguns isoladores específicos bem como condicionamento físico. Embora o foco esteja nas baixas repetições, há exercícios que possibilitam as high reps, como isoladores, barra, paralelas e os opcionais. A grande diferença, portanto, desta estrutura e das demais é que, no geral, há um pouco mais de diversidade, tanto no número de exercícios quanto na faixa de repetições/condicionamento físico.
    Em regra, o treino deve ser seguido 3x/semana, geralmente A1-A2-A1. Há a opção de realizá-lo de forma cíclica (A1-A2-A1 > A2-A1-A2 na semana seguinte, e por ai vai), ou 4x/semana, mas neste último caso deve-se tomar maior cuidado com a recuperação muscular, já que os 4 estímulos diretos para o corpo todo, sem ter um dia de descanso completo entre eles, pode não ser a melhor opção para iniciantes no método.
    Com estes sete exemplos, acredito que seja o suficiente para passar a ideia do treino. Com o tempo vou melhorando o post inicial, se for preciso.
    Espero que contribua de alguma forma para aqueles que curtem a ideia do shape estético + funcional, bem como treinos FullBody.
    Abraços
  13. Gostei
    craw69 deu reputação a Poeta em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Hum vo da uma pesquisada sim craw pode deixa vlw pelas dicas ae agora é por em pratica
  14. Gostei
    craw69 deu reputação a vitorloyolaprest em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Valeu Craw. Muito esclarecedor!

    Mais uma vez, obrigado pela paciência!!

    Abraço
  15. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Rodrigz,

    Para os fins que você pretende (ombro e costas) e se tratando de um FBx2, não teria muito o que mudar. Apenas está (bem) fraco para Lower Body, o que seria interessante dar uma arrumada... mas claro, se sua genética é favorável e/ou se você está consciente quanto a está questão e a falta de exercícios para pernas não te incomoda de alguma forma, poderia seguir o que montou. Vale a pena montar um A1 e A2, na minha opinião, alterando um pouco alguns exercícios.

    Lada,

    No seu caso, eu faria o A1 nas 2ª e 5ªs e o A2 nas 3ª e 6ª, deixando 4ª e, eventualmente, finais de semana para algum condicionamento (ir somente para fazer um HIIT mais demorado; ou Viking Warrior Conditioning; ou Hill Sprints)... fazer o FB 4x/semana e deixar 1 ou 2 dias para condicionamento-only fica mais organizado do que o treino que você estruturou. Da mesma forma, poderia fazer algumas alterações pontuais em cada FB para variar alguns exercícios, como encaixar Paralelas ou Barra no último jump-set de cada dia, ficando Barra + isolador e no dia seguinte Mergulho + isolador.

    Também vale a pena variar o exercício lower - um de quadríceps + um de posterior, ao invés de repetir dois para o mesmo músculo no treino.

    Aces,

    O bloco A pode sim ser finalizado (bem) antes dos 30 minutos de treino; entretanto, tome cuidado para não estar correndo demais. O objetivo dos primeiros exercícios é focar em força, então mais vale descansar 90 segundos, por exemplo, para executar com mais carga (e segurança) o agachamento do que acelerar demais os descansos e executar com menos peso do que poderia. Também leve em consideração que as séries e repetições mencionadas não incluem as séries de aquecimento; então considerando um 3x3 com 3-5 séries de aquecimento, teoricamente não é pra terminar o bloco A em 5 minutos

    Quanto ao DB Swing, é mais tranquilo do que parece. Utilize uma carga que permita altas repetições e estude bem a técnica (já que há algumas peculiariedades que a maioria dos instrutores não sabem, como um bom movimento de hip hing e a contração dos glúteos) que não haverá problema algum. Para iniciantes, vale priorizar um pouco mais a progressão de carga e, obviamente, a execução mais perfeita possível. Progressão de volume e/ou repetições tendem a se encaixar melhor para os atletas mais avançados.

    Sadecks,

    Pode seguir o esquema A/B/FB sem problemas. Apenas troque a ordem dos exercícios:

    Pull = Terra > Stiff > Barra > Krok > Bíceps
    Press = Agachamento > Supino ou Militar > Supino ou Militar > Paralela > Panturrilha

    No dia de Press, pode ser interessante adicionar algum outro exercício para quadríceps (Front Squat, Walking Lunges, Bulgarian Squat...) e comece com Militar ou Supino a depender do seu objetivo.

    Abraços!
  16. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    BrunoPCruz,

    Infelizmente a maioria ignora essa parte de mobilidade/flexibilidade, o que eu piamente acredito que não apenas interfere diretamente em pontos "secundários" (como lesões e bem estar no dia a dia) como também interfere, ainda que indiretamente, nos ganhos musculares: como explicado no primeiro post do tópico, um músculo encurtado e/ou desbalanceado significa um músculo que não será ativado corretamente, seja porque não vai ser recrutado como deveria, seja porque outro músculo tangencial irá roubar a função.

    Matheus Bueno,

    Como eu disse, Bulgarian Squat é realmente frustrante a progressão com step up que o Caio citou pode te ajudar, já que geralmente o problema é a estabilidade da perna que está a frente (o step up, no caso, tem um movimento mais simples mas que também exige de estabilidade; aliás, é um exercício bem interessante para dar uma desenhada no vasto medial).

    E sim, embora eu não goste de ficar dando alfinetadas, ainda há muita gente que se esconde atrás dos esteróides, abusando de coisas parecidas com o argumento da autoridade (eu sou grande, você não, eu sei o que estou fazendo - como se eu, o frango, não soubesse que caso ele, o grande, ficasse limpo, boa parte do tamanho [e do suposto conhecimento] iria embora junto). É muito complicado batalhar contra esse tipo de coisa justamente porque o debate sempre acaba morrendo em benefício do cara que é maior; e na maioria das vezes, o leigo acaba seguindo aquele que tem mais resultados (independente de como foram obtidos). É, ao meu ver, um dos principais fatores responsáveis por perpetuar uma série de mitos que ainda estão por ai.

    Mas, acrescentando um pouco de pensamento liberal (e egoístico) na equação: até fico triste por aqueles que ainda são enganados, mas na prática... eu já escapei e é o que importa, e os outros... paciência

    Abraços
  17. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Pedrolsen,

    Não apliquei o Cube na prática, mas já vi bons relatos. Li o livro por cima e a ideia, no geral, pareceu interessante... mas confesso que não dei a devida atenção ao método. Prefiro ficar quieto do que dar uma opinião muito equivocada. De qualquer forma, para fins de treinos "intermediários", poucos são os que ganham do 5/3/1, especialmente pela sua flexibilidade (dá pra alterar bastante os auxiliares) e por alguns métodos de progressão novos que estão no Beyond 5/3/1.

    ThiagoCWB,

    Esta teoria (da insulina) realmente existe, mas vale citar que não há sólida comprovação científica para fundamentar a mesma e ainda há o grupo que considera bullshit (como os IIFYMers mais radicais). É um raciocínio que faz muito sentido, mas infelizmente não tem como afirmar com toda certeza do mundo que ela vá funcionar.

    TheRobs,

    Quanto ao treino que você realizou, apenas alteraria o Terra ou o Stiff para algum exercício focado em quadríceps (Agacho ou Agacho Frontal, por exemplo).

    Sim, pode seguir 4x/semana sem problemas, desde que você saiba dosar a "intensidade" e volume do treino; quanto ao exemplo de 4x/semana que postei, mas em que só há três treinos, pode-se seguí-lo como uma estrutura cíclica: A1/A2 - OFF - A3/A1 - OFF - OFF > nova semana iniciando com A2... e por ai vai.

    Galegonatal,

    É algo que vai variar de indivíduo para indivíduo, pois o foco no condicionamento (jump-sets, curtos intervalos, algumas séries com repetições mais altas e o finisher) podem pesar para um treino em jejum: neste caso, 25-50g de carbo líquido (seja malto, seja algo mais fresco como GlycoFuse, Carbonx...) resolvem perfeitamente o problema. A dieta hipocalórica não impede de seguir o treino, embora a performance certamente não será a mesma. Em resumo, pode seguir sem problemas, apenas prepare-se para não progredir decentemente nos pesos e para ter alguns treinos bem lazarentos de cansativos.

    O treino C, ao meu ver, está bem fraco. Vale mais a pena excluí-lo da semana e seguir apenas A1/A2, eventualmente encaixando alguns dos exercícios (como Krok Rows) ao longo da semana.

    BrunoPCruz,
    Sabendo encaixar os condicionamentos certos nos dias "off" de pesos, realmente dá pra ignorar algumas coisas, como treino pesado para posterior. Apenas tome cuidado com eventuais desbalanços musculares para não terminar com alguma lesão (não é raro acontecer, por exemplo, da pessoa abandonar o treino de isquiotibiais por considerar que apenas o futebol já é o suficiente, e depois termina com uma lesão).

    Abraços!
  18. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Darkaum,

    De cara, agradeço a mensagem. Acredito piamente que, de alguma forma, cada um pode ajudar o próximo. Como dizem alguns autores por ai, conhecimento preservado não serve de nada: por isso que, todas as vezes que sinto que encontrei algum material bacana, sinto a obrigação de passar para as pessoas. Infelizmente não ando com tanto tempo para o fórum, mas certamente já tive muitos retornos, ainda que indiretos (como melhorar minhas técnicas de importação e economizar dinheiro ) ou não lucrativos (como as várias amizades que faço).

    Ao meu ver, entretanto, o que você disse é o meu objetivo final com todos que procuro ajudar: passar um pouco de curiosidade; ensinar a ver o outro lado da moeda e não ter medo de quebrar paradigmas; sair do vício dos leitores e ouvintes passivos (aqueles que não questionam as informações recebidas); e estimular um pouco da característica auto didata que existe em cada um. Vivemos em uma época maravilhosa onde qualquer um pode, em questão de segundos, receber conhecimento de pessoas do mundo todo (algo que até 2 ou 3 décadas atrás não funcionava assim)... por isso acho realmente um desperdício entrar em um fórum e ficar com a primeira informação que recebe; ou sair de uma sala de aula acreditando que aquele é o ponto final do assunto.

    Dito isto, agradeço ao envio do livro (não o tinha no computador) e quanto a pergunta: manter a TMB no dia OFF é justamente para evitar ganhos excessivos de gordura, mas também é, certamente, apenas uma linha inicial. Muita gente se dá bem com este estilo para clean bulk, mas há aqueles que jogam excedente também no dia off (como você) ou que entre com um déficit pequeno (10%) para focar ainda mais nos ganhos limpos. É apenas uma margem inicial.

    Frango13,

    Não vejo referências para algumas coisas que ele menciona e, particularmente, já vi ele se complicando em alguns debates sobre dor (por exemplo: http://www.exercisebiology.com/index.php/site/articles/becoming_a_supple_leopard_by_kelly_starrett_book_review/) ou recomendações como "não vire o pé para fora no agachamento, caso contrário você perderá torque", que são questionáveis.

    Não sou fã de nenhum autor em específico, embora o Michael Ranfone tenha bastante coisa legal.

    Abraços!
  19. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Matheus,

    Em geral, está bem adequado. Poderia fazer algumas pequenas alterações, como trocar o Front Squat no dia "D" por Walking Lunges; ou eventualmente inverter dias C e D a depender dos dias que você treina na semana. O OHP no dia C também pode ser alterado por um Behind the Neck Push Press, caso você tenha mobilidade e saiba executá-lo. Mas tirando estes detalhes (que não são erros, diga-se de passagem), está tudo OK.

    Darkaum,

    O treino está bem interessante. No A2, poderia trocar o isolador de tríceps por supino fechado ou mergulho nas paralelas para garantir ativação de peitoral também neste dia. Quanto a treinos que sejam mais para peitoral, acho interessante experimentar o FB para ver como o seu peito responde a alta frequência; se após 8-12 semanas ainda estiver com dificuldades, os ABs divididos em A = Peito/Ombro/Tríceps e B = Pernas/Costas/Bíceps permitem um maior volume e intensidade para ombro e peitoral, mantendo uma frequência razoável. É uma opção.

    Abraços!
  20. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Park4,

    Embora não esteja errado fazer os dois exercícios para um "mesmo músculo" (agacho + front, por exemplo), como a ideia é treinar o corpo todo a cada treino, costuma-se variar (agacho + stiff e terra + front) para que tanto a parte anterior quanto posterior sejam diretamente ativadas.

    Lucas,

    Tudo correto. Se o chin + flexão no treino A é focado em condicionamento, pode ser interessante substituí-lo por burpees to chin up.

    Matheus,

    Nesse caso, prefiro o Bulgarian Squat - embora seja, na minha opinião, um puta exercício (que treina muita coisa que a maioria ignora), não é tão simples de executá-lo (seja com barra, seja com halter) e muitos acabam desistindo por conta disso. Se você conseguir passar pela fase de aprendizagem, vale utilizá-lo no lugar do avanço.

    Novamente, agradeço de coração os elogios e peço desculpas pelas respostas (excessivamente) objetivas.

    Abraços!
  21. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Lucas,

    Infelizmente não estou com tempo para assistir o vídeo todo, mas o Agile 8 do DeFranco (mencionado no primeiro post) é interessante para iniciantes neste tipo de coisa. Recomendo que comece com o mesmo e, paralelamente, vá lendo a seção de Mobilidade do fórum e os vídeos do Kelly Starrett (do MobilityWOD e Supple Leopard - embora eu não goste muito dele, o material, em regra, é bom), que também são fáceis de encontrar e já vão te auxiliando nesta caminhada.

    Thiago,

    Na verdade eu intercalo ao longo de semanas e meses, e não no sentido de que faço um treino e, no treino seguinte, volto para o outro método. Geralmente sigo 8-20 semanas com um FullBody/AB focado em athletic aesthetic e depois 4-8 semanas de DoggCrapp, mas não há uma periodização muito restrita.

    É possível utilizar a base do DC para um ABx2, mas neste caso é recomendável não executar todos rest-pauses até a falha: em geral, utilizar uma carga que permita realizar as duas primeiras "mini-séries" sem falhar e apenas atingir o limite na última mini-série do exercício (ao invés de falhar em todas) é um bom parâmetro para permitir maior frequência. Como FullBody, não recomendaria (embora seja possível seguir uma adaptação de FB com rest-pauses também mais "leves"). Se quiser misturar um Upper/Lower (ABx2), há a variação do 5/3/1 + DoggCrapp, que talvez encaixe legal no seu caso.

    Quanto a dieta, não é obrigatório segui-la. Uma forma, entretanto, seria treinar 4x/semana e, nestes dias, jogar o excedente calórico; e nos dias OFF, jogar carbo o suficiente apenas para atingir a sua TMB (não entrar nem no déficit nem no excedente).

    Matheus,

    Certamente, com a barra livre faz muita diferença. Uma grande vantagem (ou melhor, dificuldade) do bulgarian é justamente ter que estabilizar o peso, e utilizar a barra guiada retira esse fator do jogo. Experimente com a barra livre e verá que a diferença é maior do que parece (quando estiver bom, vale a pena executar também o bulgarian com barra livre e utilizando a pegada do clean/front squat).

    Abraços!
  22. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Évertino Lino em Bcaa: Você Está Usando Errado [2014]   
    Atualização Julho/2014 (v. 3.0)

    - Texto inteiramente revisado, atualizado e ampliado;
    - Acréscimo inicial de algumas pesquisas relevantes;
    - Acréscimo de algumas conclusões retiradas ao longo do tópico;
    - Acréscimo da opinião do site Examine.com sobre os BCAAs;
    - Correção de erros gramaticais para facilitar a leitura.



    Inegavelmente, os BCAAs - Branch Chain Amino Acids, ou aminoácidos de cadeia ramificada - sempre foram, e ainda são, um dos principais suplementos utilizados por atletas amadores e profissionais que buscam uma melhora na composição física (aumento de massa muscular e redução de gordura) e recuperação muscular.

    A base científica que legitima o uso destes aminoácidos, entretanto, não é tão sólida quanto alguns podem afirmar. Este breve texto procura apontar algumas questões referentes ao uso deste místico suplemento, trazendo algumas informações que nem sempre são facilmente encontradas na internet ou nos círculos de conversa.


    I - Da dosagem e as influências do mercado de suplementos nesse quesito


    O principal problema em relação ao uso dos BCAAs encontra-se na dosagem recomendada para o uso do mesmo: não é raro (alias, é o mais comum) ver recomendações de rótulos citando: "dosagem recomendada: 2 cápsulas antes e 2 cápsulas depois do treino" e muito menos (raro) ver pessoas citando que usam este tipo de dosagem, supostamente com excelentes benefícios. Mas qual o problema com ela? Explico: ela é completamente inútil. Ok, não expliquei nada; mas vamos lá. Nesta primeira parte, irei apoiar minha argumentação na relação existente entre o preço e quantidade de BCAAs presentes nos principais suplementos vendidos no mercado nacional.

    Primeiramente, cabe citar a necessidade do mercado de suplementação desenvolver suplementos apelativos não apenas na parte dos resultados, mas também no quesito financeiro. Vamos supor que uma empresa desenvolvesse um BCAA que dure 5 dias de uso com um custo de R$100,00. Alguem compraria? Não, fim de papo. Portanto a primeira coisa que a indústria deve fazer é: criar um suplemento que dure algo entre 21-30 dias, pelo menos, para que o custo x benefício torne-se minimamente aceitável.

    O segundo ponto é: eles precisam mexer com o psicológico da pessoa; mais especificamente, eles não podem fazer um pó que não dure nada. Qual a saída? Cápsulas. Cápsulas são muito mais efetivas em mexer com o psicológico do cliente do que suplementos em pó. A maioria dos BCAAs possuem cápsulas de 750mg a 1.000mg, o que significa que para atingir 5g de BCAA são necessárias algo entre 5 a 7 cápsulas, aproximadamente. Veja: é a mesma coisa dizer que você toma 7 cápsulas ou 5g de BCAA. Porém, o uso de 5g de BCAA antes e depois do treino resultaria no término do produto em um tempo extremamente curto; e as pessoas não iriam se sentir "assustadas" por estarem tomando 10g de um suplemento. Transforme esta quantia em cápsulas e as pessoas se apavoram: imagine que alguém vai tomar 14 caps por treino? Isso é um absurdo! MEU DEUS, VAMOS TODOS MORRER! Percebem? É mais fácil enfiar na cabeça do cliente que ela deve tomar 10g de um suplemento ou 14 cápsulas do mesmo? Obviamente, 10 gramas; o que não é bom para a empresa já que o pote acabaria rápido demais. Você usa 30g de whey, qual o problema em usar 10g de BCAA? Agora, cápsulas... cápsulas lembram remédios, remédios lembram problemas que devem ser evitados, logo cápsulas devem ser evitadas... imagine sua mãe chegando em casa e te ver tomando 14 capsulas de uma vez? Ela vai te matar, com certeza. Por outro lado, imagine sua mãe te ver tomando uma ou duas colherzinhas de chá: provavelmente ela irá mandar você tomar mais para ver se faz algum efeito e você deixa de parecer esse frango raquítico que é atualmente.

    Na prática:

    (1) basta analisar o custo de qualquer BCAA vendido atualmente no mercado e comparar a quantidade de suplemento presente no pote em relação a outros suplementos proteicos, como o Whey: utilizando a (excelente) marca da Growth Supplements, por exemplo, temos que o pote de BCAA custa R$25,00. Cada pote contém cerca de 77,5g de BCAA (30 x 4 cápsulas que possuem 2,58g de BCAA); por outro lado, o Whey da mesma marca custa R$64,00, porém possui 1.000g por embalagem. Isto significa que, com R$65,00 é possível comprar aproximadamente 200g de BCAA, enquanto o mesmo valor permite a compra de 1kg de Whey. O que isto significa é que, naturalmente, o suplemento BCAA tem um custo muito superior ao de outras fontes proteicas completas, como o Whey ou Albumina, o que torna necessário realizar a recomendação de uma quantia inferior sob pena de cair no problema mencionado anteriormente: recomende 10g por dia de BCAA e o pote de BCAA, que inicialmente custaria R$25,00 por mês, passa para aproximadamente R$100,00 por mês.

    (2) A somatória dos pontos até aqui mencionados conduzem para uma conclusão: com a recomendação padrão de 2 a 4 cápsulas por dia de BCAA, temos um suplemento que dura o tempo padrão (30 dias), sendo que a baixa dosagem é responsável por compensar o alto preço do produto, e ainda sem ninguém questionar os efeitos principalmente pelo psicológico, já que o marketing pesa, a fé no produto é grande, a quantia de 2-4 cápsulas é uma quantia razoável para a maioria dos clientes... e sim, se o efeito placebo atinge até mesmo competidores de alto nível[1] [2], obviamente para você, mero mortal, ele será ainda mais influente.


    II - Das dosagens necessárias para atingir seus respectivo efeitos


    Resumidamente, existem três principais motivos para o uso dos BCAAs:

    (1) modulação da síntese proteica[3][4], já que esta é uma das principais funções das proteínas e, por consequência, dos aminoácidos (especialmente da leucina) - o aumento da síntese proteica, de uma forma didática, significa a construção de novas celulas, ou, de certa forma, o aumento do próprio músculo ("pronto corpo, aqui estão os tijolos que você precisa para construir a minha muralha chamada bíceps");

    (2) minimizar o efeito do catabolismo[5][6] - novamente, de forma didática, ao invés do organismo tentar utilizar os próprios músculos como fonte de energia, a ingestão dos aminoácidos faria tanto a função de já recuperar este eventual uso quanto de fornecer outra fonte de energia que não seja os próprios aminoácidos já sintetizados pelo corpo ("pronto corpo, use esses aminoácidos que eu engoli, mas não meu músculo");

    (3) auxiliar a recuperação muscular [7], assim como eventualmente obter propriedades anabólicas[8] (possível aumento de força, maior facilidade no aumento da massa muscular etc).

    A questao é: o quanto é efetivo para atingir cada objetivo?

    Quanto ao aumento de síntese proteica, a vasta maioria dos estudos demonstram que algo entre 2 a 3g de leucina é o suficiente para estimular o MPS (muscle protein synthesis) até o seu "limite" - ingerir mais leucina do que isto, na ocasião dos estudos realizados, não costuma resultar em aumentos signficativos da síntese proteica, embora geralmente os estudos não utilizem atletas como base. Como a maioria dos BCAAs possuem uma formulação 2:1:1 (duas gramas de leucina para cada grama de isoleucina e valina), ingerir algo entre 4 a 6 gramas de BCAA seria o suficiente para iniciar o aumento de síntese proteica; entretanto, como afirmarei depois, esta dosagem pode ser obtida de forma mais barata com o uso separado de leucina e, de qualquer forma, o aumento na síntese proteica ainda é um assunto extremamente controverso.

    A quebra do catabolismo é tranquilamente realizada por qualquer ingestão calórica: a gluconeogênese[9] (didaticamente: transformar músculo ou proteínas em energia) ocorre essencialmente em dois casos: primeiro, durante jejuns excessivamente prolongados, (embora não exista consenso, menos do que 24 horas geralmente não é considerado um perigo) nos quais o músculo precisa de energia e não a obtém de alimentos; segundo, quando há uma ingestão massiva de alguma fonte proteica que não será sintetizada (tentar tomar 1kg de Whey em 15 minutos, por exemplo). Assim, o catabolismo é um mecanismo muito menos perigoso do que alguns pregram - basta ingerir uma quantidade equilibrada de carboidratos e/ou proteínas antes e/ou depois do treino para que qualquer risco seja eliminado, igualmente assegurando que ao término do dia exista uma ingestão adequada de proteína total (média de 2g/kg, embora seja uma quantia controversa) e não exista um déficit calórico notável (não ingerir muito menos calorias do que a taxa metabólica basal do indivíduo);

    Os efeitos anabólicos é o ponto onde reside o maior problema. Os raros estudos realizados em indivíduos que treinam com pesos e utilizam BCAA dificilmente seguem metodologias rígidas. As falhas metodológicas presentes nos estudos de BCAA são o maior impasse para assumir uma posição otimista sobre o uso dos mesmos: embora inúmeros estudos apresentem resultados positivos sobre uso de BCAAs, eles, em geral, (1) não estão estudando o BCAA em uma situação de equivalência calórica (por exemplo, comparam a ingestão de Xg de BCAA contra apenas água, o que interfere nos resultados já que o adequado seria comparar Xg de BCAA contra Xg de carboidrato ou Xg de Whey, por exemplo); (2) não estão estudando o BCAA em uma situação de ingestão proteica adequada (a vasta maioria dos estudos em BCAA utilizam pessoas que raramente chegam perto de ingerir, diariamente, 1.5g/kg de proteína; considerando que os BodyBuilders geralmente ingerem no mínimo 2g/kg, os efeitos são drasticamente outros). De qualquer forma, os poucos estudos que mostram resultados promissores com os BCAAs utilizam dosagens excessivamente altas[10], como 300mg/kg de BCAA (para uma pessoa de 75kgs, isso significaria ingerir 22.5g de BCAA por dia - lembra do BCAA que possui 77,5g por R$25,00? Pois é, ele agora não aguenta nem quatro dias).


    III - Da quantidade de BCAA em outros suplementos/alimentos


    Abrindo um rápido parênteses, vale mencionar que os BCAAs estão presentes em quaisquer proteínas que possuam um perfil completo dos aminoácidos essenciais. Simplesmente porque os Wheys costumam citar quantas gramas possuem de BCAA, alguns acreditam que Whey é a única fonte de BCAA do mundo. Chega a ser engraçado ver afirmações como "meu whey já tem 5.5g de BCAA então já tenho bastante e não preciso suplementar!".

    A maioria das carnes possuem algo entre 15-20% de suas proteínas compostas por BCAA. Isso significa que a cada 20g de proteína de carne, há algo entre 3-4g de BCAA (um bife de 100g de carne geralmente possui algo entre 25 a 35g de proteína; ou seja, algo entre 3.75g e 7g de BCAA, o equivalente a 7 a 10 cápsulas de BCAAs). Dois ovos bem cozidos (com a gema bem sólida) tem 2.5g BCAA. Até amendoim tem estes aminoácidos; e por que ninguém fica dizendo "minha carne ja tem bastante BCAA então não preciso usar suplementos"?

    Isso reflete em duas coisas: custo x benefício e BCAAs não são nada de especial. Supondo que você compre um BCAA e use 2 a 4 cápsulas (3 ou 4g de BCAA por treino), o custo será alto, sendo possível substituí-lo por um simples scoop de Whey que possui a mesma quantidade (o único problema seria o pequeno aumento calórico: 4 cápsulas de BCAA possuem algo entre 15 a 20 calorias, enquanto o scoop pode variar entre 90 a 150kcals). Da mesma forma, embora muita gente pense "ah se eu pudesse usar BCAA...", elas simplesmente estão ignorando que qualquer proteína decente (Whey, Caseína, Leite, Ovos, Carnes, Peixes algumas fontes vegetais como Quinoa...) terá uma quantia consideravelmente alta de BCAA.


    IV - Vale a pena usar BCAA?


    Em uma simples resposta: não.

    Em uma resposta levemente mais demorada...

    (1) O aumento de síntese proteica através do uso de BCAA (e, especialmente, leucina) é comprovado. Nisto não há divergências; a síntese proteica aumenta e ponto. A questão é: essa síntese proteica resulta em alguma melhoria prática? Ou ainda: faz qualquer diferença? Ela aumenta o necessário, e pelo tempo necessário? Para fins de ganhos de massa muscular, uma simples elevação da síntese proteica não é garantia de maiores ganhos de músculos. O aumento da massa muscular depende de uma série de fatores, como quadro hormonal, ingestão calórica, treinos e recuperação adequados... logo, estabelecer uma relação entre síntese proteica + aumento de massa muscular não é algo tão simples.

    Imagine o seguinte exemplo (extremo, porém elucidativo): se ingerir um pouco de BCAA/Leucina é o suficiente para aumentar síntese proteica e, por consequência, aumentar o músculo, isso significa que posso ingerir apenas 3 ou 4g de BCAA/Leucina a cada 3 horas para me transformar em um monstro? Parece-me óbvio que a maioria das pessoas entenderiam que não. "Ah, mas e se eu ingerir tudo certinho e ainda acrescentar o BCAA/Leucina?" - boa pergunta meu caro, porque não existem estudos sólidos sobre isso a ponto de garantir nada. De um lado, temos os que defendem a hipótese de que haveria um aumento por conta do estímulo a síntese proteica; de outro, temos a ideia (que é a minha posição, e por isso darei destaque sem qualquer tipo de imparcialidade), de que o adicionar pequenas quantidades de BCAA no dia é o mesmo que adicionar algumas gotas de água em uma piscina: a adição de algumas gramas de aminoácidos (BCAA/Leucina) na dieta de alguém que já consome altas quantias de proteína (2g/kg+) não representaria qualquer benefício direto e prático.

    Alguns estudos já vem apontando nesta direção: este[11], por exemplo, analisou o aumento de síntese proteica entre a ingestão de 25g de Whey x 6.25g Whey + leucina até atingir o total de leucina presente em 25g de Whey x 6.25g de Whey + EAAs, exceto leucina, até atingir o total de EAAs presentes em 25g de Whey. Se a teoria que o aumento de BCAA/Leucina resulta em síntese proteica fosse verdadeira, obviamente estudos nestas condições observariam que ingerir 25g de Whey ou 6.25g de Whey + leucina trariam os mesmos resultados, ou algo próximo disso. Não é o caso: somente o grupo que ingeriu 25g de Whey teve um aumento de síntese proteica significativo após 3 a 5 horas (184% contra apenas 55% no grupo Whey + Leucina).

    (2) Para prevenção do catabolismo, basta seguir as recomendações anteriores: ingira uma quantidade adequada de proteínas ao longo do dia + não entre em déficits calóricos exagerados + realize treinos com um mínimo de bom senso. Aqui, entretanto, fica a eventual exceção para os BCAAs: treinos em jejum. Para aqueles que treinam com pesos logo após acordar (sem café da manhã) ou seguem alguma rotina de Jejum Intermitente, a ingestão de 10g de BCAA antes e/ou durante do treino pode ser útil para evitar o catabolismo. Note que: não estamos falando de exercícios aeróbicos em jejum, os quais costumam ser realizados em baixa intensidade e não precisam de aminoácidos para este fim; como não existem estudos suficientes na área, não há como afirmar que 10g seja, de fato, a melhor dosagem; da mesma forma, caso a pessoa ingira proteínas imediatamente após o treino (Whey, por exemplo), possivelmente o uso de BCAAs antes/durante os exercícios com peso em jejum torna-se desnecessário.

    (3) Quanto aos efeitos anabólicos, é a parte mais difícil de falar sobre. A base científica, como dita, sofre de sérios problemas em analisar esta parte como deveria. São raríssimos os estudos realizados a médio/longo prazo (4 ou mais semanas), que estudam indivíduos treinados e que já ingerem altas quantias de proteína (2g/kg+) tendo resultados significativos. Por isso, do ponto de vista da (melhor) ciência, adicionar pequenas quantias de BCAA não garante melhores resultados.

    Há, entretanto, outra possível exceção: a mega dosagem. Embora não seja um método validado cientificamente, entre os BodyBuilders existe uma prática que possui ampla aceitação - o uso de altas dosagens de BCAAs ao longo do treino. Por altas dosagens entenda pelo menos 20g/treino, divididos, geralmente em 25-50% antes do treino (5 a 10g, por ex) seguidos por 50-75% (10 a 15g, por ex) durante o mesmo. Algumas pessoas elevam essa dosagem para até 30-40g, quando não mais, e costumam obter bons resultados. Entretanto, separar o que é efeito placebo do que é efeito real sempre será um problema.


    V - Conclusão


    Em síntese:

    - Não existem motivos (científicos ou práticos) aparentes para utilizar uma baixa dosagem de BCAA (como menos que 5 ou 10 cápsulas por dia), eis que, como dito, trata-se de apenas uma gota dentro de uma piscina (supondo um indivíduo de 75kgs que ingira 150g de proteína por dia, acrescentar 2 cápsulas antes e 2 cápsulas depois do treino de BCAA representaria, no máximo, um aumento de 4g de proteína, ou menos de 3%);

    - Não há vantagem econômica, pois, como citado, pode-se atingir a mesma quantidade de BCAA com outras fontes muito mais baratas;

    - Como exceções, cabe mencionar tanto a hipótese de quem treina com pesos e em jejum, que poderia utilizar 10g/treino por cautela; e a mega dosagem, que embora não possua uma base científica sólida, é bem vista na prática.

    Vale adicionar a opinião do (agora popular) Examine.com, site independente responsável por analisar os estudos científicos de inúmeros suplementos: na página sobre BCAAs, a qual contém referências a quase 140 estudos sobre o suplemento, menciona-se como dose padrão de Leucina algo entre 2 a 10g; como combinação total, 20g de BCAA; uso da leucina para aumento do MPS e isoleucina para retenção de glucose (não há estudos sobre a dosagem ou eficácia da valina); expressa menção sobre os BCAAs não serem necessários caso já sejam adequadamente ingeridos pela dieta (em outras palavras, para uma dieta rica em proteínas, não há motivos para o uso destes aminoácidos).

    No Examine Stack Guide para Ganho Muscular e Performance nos Exercícios, os BCAAs estão listados como uma opção não comprovada, que "possuem uma pequena participação na melhora da performance física, mas que o marketing fez sua eficácia explodir fora de proporção"; que "BCAAs participam no aumento do músculo, já que sempre que você consumir proteína, estará consumindo BCAAs"; que "as evidências sugerem que BCAA tem um efeito muito limitado na performance dos exercícios", apontando, por exemplo, os benefícios para reduzir a sensação de fadiga em aeróbicos de longa duração (2 horas ou mais); que "BCAAs não aumentam força, reduzem fadiga ou aumentam a resistência muscular. Consumo de proteínas na dieta possui os mesmos efeitos da suplementação dos BCAAs, exceto que a ingestão de proteínas durante o treino são mais suscetíveis de causar náuseas ou câimbras".

    Abraços
  23. Gostei
    craw69 recebeu reputação de sass em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Gaspar,

    Não poderia ter dito melhor. Merecia mais do que um like, até porque o vídeo da sua assinatura é bom demais

    Stockton,

    Por mais criticável que o CF seja (os CrossFitters então, com a mania de elitismo deles ["eu treino tudo, sou melhor do que você muahahaha"], nem se fala...), está sim propagando o treino pesado como instrumento de resultados, ao contrário daquela típica palhaçada do AbToner ou afins.

    Thiago,

    Não vou confirmar com toda certeza, mas pelo o que me lembro de cabeça, a progressão de carga seria sim programada para as últimas semanas. Não se encaixa como um treino PowerLifter pois, como comentei umas páginas atrás, treino PL é aquele que estrutura métodos de progressão de carga, o que não acontece com o HST - este apenas sabe da influência da progressão de carga na hipertrofia, e portanto recomenda que os pesos sejam aumentados... mas não é PowerLifting pois o aumento de peso em si não é o foco primário do treino e nem vai ocorrer de uma forma ótima.

    Mateus,

    Apenas reiterando: a sua preocupação deve ficar na ingestão protéica e calórica. Mantendo uma boa ingestão de proteínas e não exagerando no déficit calórico, 95% do que você pode fazer (naturalmente) já estará preenchido. Para mudar para clean bulk, basta ingerir mais calorias e/ou gastar menos.

    Quanto as medidas, não sei se foram exageradas, mas se você estava retido, provavelmente foi água indo embora, o que é perfeitamente normal.

    Matheus Bueno,

    Não fico com 100% esticadas, mas a flexão de joelho é mínima, dando atenção para jogar o quadril bem pra trás.

    Proxy e cclm,

    Infelizmente eu nasci 5 anos atrasados. Se eu tivesse um pouco mais de dinheiro hoje, investiria em uma "box" de CF sem pensar duas vezes: tenho amigo ganhando uma boa grana com essa brincadeirinha. O baixo custo da estrutura com a alta mensalidade torna o CF uma excelente opção financeira, sem dúvidas.

    Abraços
  24. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Pablo79 em Antiinflamatórios Pra Quem Malha?   
    O processo inflamatório é sim um "requisito" para a hipertrofia (basta ver, por exemplo, o uso de ácido araquidônico [que é inflamatório] como tentativa de acelerar os ganhos musculares), e por isso geralmente o uso de anti-inflamatórios não é visto como benéfico; mas óbvio que o seu amigo exagerou.

    Embora não seja cabalmente comprovado, o uso por longos períodos e em dosagens consideráveis provavelmente é prejudicial, mas a curto prazo não terá interferência alguma. Quem deve se preocupar, por exemplo, são pessoas que possuem algum tipo de condição médica que exige o uso por longos meses/anos de anti-inflamatórios; considerando o uso convencional, tipo alguns dias ou até mesmo poucas semanas, não há problema algum.

    Um bom review sobre: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23013520

    Abraços
  25. Gostei
    craw69 recebeu reputação de Littmann em Estruturando Um Fullbody À Lá Craw   
    Caiolordin,

    É uma dentre as várias opções possíveis. Só não acho uma excelente ideia cortar totalmente as low e high reps (1 a 5 e 12-15 pra cima) se você está acostumado a faze-las; os prejuízos de focar essencialmente em uma reduzida faixa de repetições são maiores do que os benefícios.

    Quanto ao supino declinado, é sim uma excelente variação, mas tenho um pé atrás com estudos de EMG. Como o carryover dele, em princípio, não é tão significativo para outros presses, eu sinceramente não uso, até porque sou apaixonado por paralelas. Pode encaixar na sua estrutura com certeza, mas não acho que seja tão tesudo quanto alguns falam.

    Poeta,

    Geralmente, 4x/semana. As vezes três, as vezes cinco... mas em geral é um FBx4. Não, não é obrigatório fazer Agacho + RDL todos os dias, embora seja argumentável que os dias em que somente há RDL não seria "FullBody" pelo baixo recrutamento de quadríceps: na prática, depende do contexto. Pra quem faz "mini-cuttings" como eu, o período é tão baixo que não faz diferença; mas pra quem quer ficar 6, 8 ou mais semanas nesse esquema, eu recomendaria sim fazer sempre um agacho a cada treino ou pelo menos encaixar um finisher lower body nos dias em que só tem RDL. De qualquer forma, para quem encaixa aeróbicos nos dias OFF, também resolve o problema do quadríceps.

    Tira Remada Curvada do treino B e acrescenta Paralelas no mesmo; considere a possibilidade de aumentar volume para quadríceps nos dias OFF ou acrescentar um agacho também no B. A base, de resto, está adequada para um FB padrão.

    Gui321,

    Agradeço o reconhecimento irmão. Infelizmente os estudos, facul e aquelas porra toda tão me deixando louco, mas estou tentando tirar uns 30 minutinhos diários para tentar voltar a ativa. Até gostaria de voltar com um Diário do Craw 2.0, mas por enquanto é só sonho mesmo.

    Abraços
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