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  1. Olá, galera! Venho acompanhando esse tópico há alguns meses e após ver tanta gente compartilhando informações bacanas achei que seria uma boa hora para dividir com quem passa por esse problema a minha história. Tenho 29 anos, e assim como a grande maioria, percebi que o meu peito era pra dentro no início da adolescência, lá pelos 13, 14 anos. Só quem tem essa condição pra saber como isso atrapalha nossas vidas. De uma infância feliz e divertida eu passei a enfrentar uma adolescência frustrante e angustiante. Eu, que adorava piscina e praia, passei a evitar por vergonha dos olhares curiosos dos outros. Os comentários indelicados de parentes apontando para o seu próprio peito, como se você já não tivesse percebido o pequeno detalhe. A timidez em tirar a camiseta na aula de educação física. A insegurança em ficar de lado para uma pessoa e ela notar a depressão no peito. Enfim, poderia ficar citando dezenas de exemplos de como isso atrapalhou minha vida, mas vou resumir dizendo que o dano psicológico que esse defeito físico causa é equivalente a amarrar uma bola de ferro no pé de uma pessoa e pedir pra ela nadar no oceano. Não adianta dizer pra ela esquecer que tem 50kg de ferro puxando ela pra baixo e nadar como se estivesse livre. Pois bem, depois de muito pensar, acabei fazendo a cirurgia com 17 anos, em 2003. Não lembro o nome do procedimento que eu fiz, só sei que não era o de Nuss. O que o médico fez foi fazer um corte vertical no meio do peito (relativamente pequeno), serrar o osso do esterno e virar ele. Dessa forma, a parede interna do osso agora é externa, e vice versa. Logo após a cirurgia, a impressão é que teria dado certo, mas com o tempo, percebi que o buraco diminuiu apenas um pouco na região do esterno, enquanto a região das costelas continuava afundada. O que acontece é que meu pectus abrange uma região maior que sobe até a base do pescoço. Comecei a fazer musculação há 4 anos e, embora tenha melhorado meu visual com ombros e costas mais largos e braços mais fortes, o pectus ficou ainda mais evidente. Isso porque apenas as laterais do meu peito têm músculo, então quanto mais eu treino, mais o buraco se acentua. Por mais que hoje eu seja adulto, mais experiente, com noção de que outras coisas são mais importantes que a aparência, ainda me incomoda muito esse problema. E o fato de já ter feito a cirurgia e ter sofrido uma dolorosa recuperação para o resultado não ser satisfatório, me desanima ainda mais. Há 3 anos faço terapia e tento resolver sem sucesso uma série de outros problemas que envolvem questões de insegurança, medo, abandono e rejeição. E eu tenho certeza absoluta que o pectus tem grande responsabilidade nessa desordem psicológica. Eu torço para que os filhos que eu possa vir a ter não passem por isso ou algo parecido e que a ciência evolua a ponto de tratamentos não invasivos como o proposto no tópico surjam com mais eficácia. Aos amigos do fórum que têm o mesmo problema, desejo muita saúde mental para enfrentar esse mal. Um abraço!
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