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Tudo que vizerdrix postou
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A verdade é que nosso STF é uma vergonha nacional, os ministros sempre atribuiram para si poderes revisionais que Cortes de outros países não possuiríam nem em sonho. Essa revisão da Lei da Anistia é so mais um dos inúmeros exemplos de incoerências e abusos de poder perpretados pelos ditos "guardiões da Constituição Federal", que se julgam no direito de mandar e desmandar a seu bel prazer sem nunca levar em consideração características fundamentais do Poder Judiciário como o self-restraint: "Cabendo a cada órgão constitucional interpretar a Constituição e pautar sua atuação com base nela, ainda que, em caso de divergência, seja a palavra final do Judiciário, essa primazia não significa, porém, que toda e qualquer matéria só possa ser decidida pela jurisdição constitucional: ou porque não terá o Judiciário capacidade institucional para solucionar adequadamente determinadas questões que envolvam aspectos técnicos ou científicos de grande complexidade que não têm no juiz o decisor mais qualificado ou porque ao Judiciário não é recomendável assumir o risco de efeitos sistêmicos imprevisíveis e indesejáveis de sua decisão, pois, se de um lado, o juiz está preparado para realizar a justiça do caso concreto, a microjustiça, não tem ele condições, muitas vezes, de avaliar o impacto de suas decisões sobre um segmento econômico ou sobre a prestação de um serviço público [41][42]. Devem, portanto, os juízes, ao exercerem o controle substantivo da Constituição, moderarem-se e respeitarem as decisões políticas produzidas pelo legislador nessas condições, pois, no campo da constante colisão entre direitos fundamentais e a responsabilidade legislativa para a adequada conformação político-jurídica de tais direitos, havendo um caso concreto de colisão entre direitos fundamentais em que inexista um estado de arte (elementos fáticos, científicos, sociais, econômicos, tecnológicos, dentre outros) suficiente a gerar um grau de certeza e correção quanto a uma única decisão judicial para o referido caso, é recomendável que seja o mesmo estipulado como um hard case em que seja adotada uma postura de judicial self-restraint" Leia mais: http://jus.com.br/artigos/21755/democracia-e-direitos-fundamentais#ixzz3Li2Dcgym Não conheço um único jurista sério que apoie esse ativismo judicial do STF, qualquer calouro de Direito sabe muito bem das consequências perversas de juízes que se metem em assuntos que não lhe dizem respeito, no mais, concordo em parte com a opnião do Olavo de Carvalho, essa Comissão Nacional não está buscando averiguar fatos e relatos de maneira imparcial, até porque se fosse essa sua intenção haveriam historiadores ou quando menos pesquisadores ligados a essa área, e não juízes, advogados e juristas de um modo geral, que nada entendem do assunto.
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Pra mim a culpa é do pai mesmo ora, as mães solteiras são maioria, é raríssimo vc ver um pai querendo tomar a guarda de um filho para si, na maioria esmagadora dos casos é a mãe que quer cuidar da criança. No mais, o que vejo atualmente é um distanciamento enorme entre os filhos homens e a figura paterna, a qual está sempre achando desculpas esfarrapadas para não admitir sua incompetência em educar o filho, como: "Não posso trocar uma ideia com meu filho, trabalho demais", ou "Estou sempre ocupado, melhor deixar pro psicologo e a escola ajudarem meu filho, eles são profissionais, têm mais qualificação do que eu" Ora porra, como se fosse necessário ser um doutor mestre em psicologia ou passar horas a fio conversando com o filho para poder ajudá-lo. As vezes um simples conselho, uma simples observação já é o suficiente para mudar a vida do garoto. Mas, pasmem, tem cara por aí que é incapaz de fazer algo tão simples quanto perguntar como foi o dia do filho. O resultado é isso ai que vemos, adolescentes ultra-sensíveis, resmungões, irresponsáveis, preguiçosos e hipócritas, que não conseguem resolver problemas práticos comuns da vida cotidiana que envolvam amizades, relacionamentos, auto conhecimento, etc, só entendem decorebas tolas marxistas que vão cobrar no vestibular/Enem, nada além disso.
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EAA pqp KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Esse bicho fala de um jeito engraçado demais, apesar de ser verdade. O que vocês acham de namoro à distância? Hoje em dia isso tem se tornado comum, ainda mais com essas bolsas pro exterior tipo Ciência sem Fronteiras. Vira e mexe tem amigo meu terminando namoro pq ta indo para fora do país ou pq a namorada é quem vai, aliás eu quase terminei meu namoro pq a minha namorada quase conseguiu uma vaga para os EUA kkkk
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Uma parada que eu vivia fazendo em antigos namoros era testar a namorada fazendo fakes no orkut, adicionando ela e xavecando, isso SEMPRE deu certo, quando a mina era fiel dava uma cortada em menos de 5 minutos de conversa. Uma coisa é certa, se vcs querem descobrir se uma pessoa é honesta ou não basta ver o que ela é capaz de fazer quando pensa que não está sendo observada, ou seja, quando está na intimidade. Hoje em dia, me arrependo do que fiz, vejo que não precisava ter ido tão longe, mas a real é que é totalmente impossível avaliar o caráter de alguem, especialmente uma mulher, conversando com ela, ainda que vcs tenham anos de convivência.
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Fiquei meio desconfiado dessa revogação da Lei de Segurança Nacional, não sei se isso vai dar bons frutos, mas a desmilitarização da polícia militar estadual e a extinção da justiça militar estadual são reformas extremamente necessárias, já era para terem feito isso a muito tempo atrás, chega de PM abordando neguinho na rua para fazer bacu e pedindo para olhar os documentos, PM não é pai e mãe de ninguem para se sentir no direito de transgredir o espaço e a intimidade do cidadão de bem.
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Sempre tive dificuldade para entender a filosofia heideggeriana, aliás para falar a verdade acho que nunca entendi de fato o que ele quis dizer em suas obras. Depois de ler algumas coisas fico com a sensação de que ele realmente não fez mais do que criar um novo dialeto recheado de uma misturebe de palavras que ele tirou sabe-se lá daonde kkkkk
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Acho que o Bolsonaro se excedeu com esses comentários à Maria do Rosario, não gosto dela, mas tudo tem limite, não dá pra admitir que um deputado se comporte dessa maneira, decoro é algo essencial em qualquer ambiente público. Por outro lado, foi muito exagerada a reação das pessoas, especialmente da esquerda, querendo afasta-lo do cargo e proibir sua candidatura. Ora, se o Bolsonaro ofendeu a Maria do Rosario com insinuações machistas, que deixem que a própria Maria do Rosário provoque o judiciário e pleiteie em nome próprio uma Ação de Indenização por Danos Morais contra o ex-militar, e não querer bater no peito pedindo cassação do congressista, se auto-intitulando representante das mulheres brasileiras e achando que as ofensas foram para todas as mulheres do país.
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Meu Deus o cara fez um imbróglio confundindo fatos com valores, moral com ética, justiça com moral, pqp... Concordo que a discussão sobre aborto vai sempre terminar com considerações subjetivas de cada um sobre o fenômeno da vida humana, mas não seja simplista de achar que tudo se resume à "moral de cada um" ou "cada um luta pela moral que bem entender", pq não tem nada haver com o assunto. Tem coisas que podem ser discutidas em sede de moral, como o adultério, por exemplo: tem gente que trai e tem gente que não trai, o Governo nada pode fazer com aqueles que traem, tampouco deve "premiar" aqueles que não traem, no máximo pode permitir que o traído dissolva o casamento e se separe, e só. Questão muito, mas MUITO diferente é a relativa à legalização do aborto, pois se trata de um fenômeno com perspectivas políticas, sociais, jurídicas tão complexas que demandam uma intervenção do Governo, seja no sentido de proibi-la, seja no sentido de expressamente permiti-la, não se trata de um mero problema moral, mas de um problema que repercute em níveis muito mais amplos do que a moral.
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Antidepressivos podem causar danos para a memória? Estou usando escitalopran a mais ou menos 2 meses e venho sentindo uma dificuldade monstruosa para lembrar de coisas que li e estudei, as vezes tenho que reler o mesmo texto 3, 4 vezes para não esquecer depois, e para o meu curso (Direito), não ter uma boa memória é a morte. Vocês que são mais entendidos do assunto, conhecem algum recurso para aprimorar a memorização?
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Eu não entendo essa galera que é a favor de aborto em caso de estupro, mas é contra para a normalidade das gestações. Vocês não percebem o quão contraditória é a opnião de vocês? Decidam-se de uma vez, ou o feto é um ser humano e, portanto, goza dos direitos à vida como nós, ou ele não é exatamente um ser humano propriamente dito (seria um saco de células, por assim dizer) e não merece a tutela absoluta dos direitos à vida. Entendam, a proteção jurídica à vida é inviolável, indeclinável e absoluta, não está sujeita à mensurações de conveniência ou oportunidade. O direito à vida só poderia ser mitigado para proteger um bem jurídico de igual valor, ou seja, o próprio direito à vida de terceiros. O aborto em caso de estupro representa a morte de um ser humano para a proteção de um bem jurídico menor (liberdade da mulher sobre o próprio corpo, por exemplo). Se para você aborto é assassinato porque o feto é um ser humano completo, então você tem que ser contra qualquer forma de aborto, até mesmo em caso de estupro, a não se pensar dessa forma estaríamos abrindo espaço para raciocinar da seguinte forma: " Se a vida do feto, fruto de estupro, pode ser relativizada por causa das circunstâncias que a deram causa (sexo forçado), então mesmo após o nascimento o bebê poderia ser morto pela mãe, pois mesmo no seu ventre ele já era considerado como ser humano. Daí segue que a mãe teria o direito de matar o próprio filho, mesmo anos após a gestação, pois o seu direito à vida restaria relativizado para todo o sempre." Percebem o nítido paradoxo no raciocínio de vocês? Não há espaços para meio termos nesse assunto, ou vocês são contra toda forma de aborto ou serão a favor da liberalização total.
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É praticamente impossível comprovar a origem da mente humana com meios científicos convencionais, o máximo que já conseguimos determinar é que o cérebro afeta alguns comportamentos, e não que os origina. Ninguém sabe se o cérebro é o "criador" dos nossos sentimentos, pensamentos, emoções e idéias; Ademais, a mente humana é um conceito metafísico que pode sim ser discutido sem ser uma questão religiosa.
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Concordo. É muita hipocrisia exigir o "direito ao próprio corpo" depois de abusar deste e, de forma irresponsável, engravidar. Feministas são muito eloquentes na hora de exigir a autonomia sobre si próprias, mas só quando lhes é conveniente. Na hora de assumir compromissos, de aceitar os ônus e encargos do cotidiano, aí elas pulam fora e depois criticam todos que discordarem de suas ideias. Depois ainda vem com argumentos rasos e non-sense do tipo: "Ah mas você, homem, só é contra a legalização do aborto porque não é mulher, não serão vocês que teram de parir e criar a criança.".
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Excelente assunto, porém, como eu sempre digo para meus amigos, qualquer discussão sobre legalização do aborto começa e termina do mesmo jeito: Aqueles que são contra continuaram contra, e os que apoiam, continuaram apoiando. Isso acontece por uma razão muito simples: a legalização do aborto demanda um debate prévio sobre qual é a natureza da vida humana, e qualquer debate isso vai acabar caindo em perspectivas pessoas e subjetivas. Aqueles que defendem o aborto o fazem porque não sentem que um feto seja um ser humano vivo, como nós, ao passo que aqueles que o condenam (como eu), adotam a visão contrária, enxergam o feto como um ser dotado de todas os atributos definidores de um ser humano vivo, ainda que em estado de potencialidade latente. E é só isso. No final das contas, o debate acaba sendo indo para uma exposição propagandista de argumentações emocionais, principalmente por parte das feministas, com frases do tipo "Muitas mulheres estão morrendo em virtude de abortos ilegais!Parem com essa chacina!", etc.
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Acho melhor não debatermos sobre esses assuntos no tópico para não bagunçar, mas ia ser interessante se criassem um tópico lá na área de política para discutir essa questão das Polícias Brasileiras, e até mesmo tratar de temas pertinentes como a desmilitarização da PM, existência ou não de abuso nas ações da PM, etc...
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Boa espertão, então vamos jogar toda a legislação penal em vigor no nosso país e deixar que a arbitrariedade e o "bom senso" da polícia julguem e punam da forma como acharem bem melhor. Pare de defender a atitude da polícia como se um erro justificasse o outro, esse marginal que subiu na viatura bebado teria que ser punido de acordo com a lei, seja ela "boa" ou "ruim", e não é a polícia que decide sobre a condenação e a pena, mas sim a lei.
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Provavelmente fizeram um acordo para não prender esse sujeito por flagrante-delito e deixar solto. Não espere coerência nas ações da polícia, ela é uma das instituições que mais desrespeita as normas nesse país.
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1º Por essa sua definição, uma entidade composta por uma mãe solteira e filhos, por exemplo, não seria merecedora da tutela do Estado, posto que não seria família, mas apenas uma sociedade de fato. Uma empresa não é formada com finalidade de formar família, mas com a finalidade de obter lucro através da circulação de bens e/ou serviços, não tem nada haver com o caso. Pessoas que amam seus animais não formam vinculos familiares com seus bichinhos pq estes não são exatamente sujeitos de direito, sendo mais correto entende-los como coisas, seria muito mais uma relação de proprietário/propriedade. Bem diferente da relação que pode-se estabelecer entre um casal de lésbicas, ou entre um casal de gays e um filho adotado, ou entre um casal de gays e um filho legítimo, etc.. 2º Casamento não é um direito qualquer, ainda é necessário atender a inúmeras exigências legais, e não pense você que é fácil ver seus direitos matrimonias reconhecidos, ademais, o fato de antigamente ter imperado exclusivamente a tutela à família nuclear, não significa que o ordenamento jurídico não possa mudar com os novos tempos e se adaptar às novas necessidades da sociedade. Existem inúmeros fundamentos jurídicos para te impedir de se casar com um pote de whey ou com um animal de estimação, eu expus um no item 1. 3º Isso é verdade, pois o antigo paradigma de família entendia que cabia ao homem a função de provedor no núcleo famíliar. Era seu papel arcar com as despesas dos filhos e da mulher, provendo-lhes sustento e assistência financeira. Atualmente, isso já foi atenuado em virtude da inserção da mulher no mercado de trabalho, mas ainda é comum que o homem tenha que pagar prestações alimentícias após o divórcio, não só para que a ex-mulher sobreviva mas até mesmo para que ela permaneça em uma condição social próxima da da época de casada. Apesar de sexista, era necessário (e ainda é), pois deve-se levar em consideração o economicamente mais fraco no casamento e evitar que a divórcio acarrete a miséria deste, mesmo no caso de um divórcio de um casal gay isso seria ponderado pelo juíz.
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1º O Estado reconhece como família qualquer entidade estabelecida por indivíduos que vivam em convivência pública e ostensiva, com estabilidade, afetividade mútua e com intenção de formar família. A família matrimonial, que é a oriunda do casamento, é apenas uma dentre varias modalidades de família reconhecidas pelo Direito, como a família monoparental, família recomposta, etc, não é a única. Essa sua concepção reacionária da família e do casamento já ta superada desde 1988. 2º Você está correto com relação aos ônus e deveres derivados do casamento, e que o status de casado não deve ser concedido a qualquer um que o requeira, porém, como já foi exposto acima, homossexuais são totalmente capazes de cumprir com tais deveres, dentro e fora do casamento, não havendo qualquer fundamento jurídico para negar-lhes o direito ao vínculo matrimonial 3º A partilha dos bens ia levar em consideração o regime de bens adotado e a situação econômica dos ex-cônjuges após o divórcio, devendo o juiz determinar, no caso concreto, se deveria haver alguma compensação para não desamparar o economicamente mais fraco, aliás poderia ser o caso de prestação alimentícia, analogamente ao que ocorre com casais héteros.
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Os caras reclamam que as cotas raciais são ineficientes pq, dentre vários motivos, não haveriam critérios objetivos e bem definidos para determinar se o candidato é, de fato, negro ou branco, e aí confiam quase cegamente em "estatísticas" que buscam mensurar o número de negros numa região. Se o argumento da indefinição de elementos classificatórios para identificar um indivíduo como afrodescendente for levado a cabo então é inevitável que qualquer censo demográfico como estes fica, no mínimo, questionável. De qualquer forma, é importante ressaltar que o racismo não é prática exclusiva de brancos. Negros também podem ser racistas, ainda que inconscientemente.
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Não falei nenhum absurdo histórico nessa frase, apenas estava me referindo ao processo de imposição de trabalhos forçados contra população negra aqui no Brasil. Sempre soube que os próprios africanos traficavam outros africanos e que a história das tribos africanas é marcada pelos conflitos internos em que uma tribo vencida era, geralmente, vendida como escravos para traficantes europeus. De qualquer forma, o branco foi o culpado por obrigar o negro a trabalhar nas plantações de cana aqui no Brasil, ou estou enganado?
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Errado. O grupo "a" não problematiza o racismo, eles problematizam a implantação das cotas e das ações afirmativas, pois consideram que o racismo sequer existe, de modo que as cotas seriam injustas, umas vez que seu principal fundamento (existência de discriminações em função de cor) não se verificam no plano dos fatos. Sua analogia com essa historinha das frutas igualmente está descabida e nada tem haver com o assunto tratado nesse tópico, senão vejamos: A divisão racial não começou com esquerdistas, comunistas, ou com os próprios negros, mas sim com os brancos colonizadores que impuseram a escravidão a uma determinada camada da sociedade de acordo com a cor da pele. Quando os defensores das cotas alegam a existência de políticas afirmativas que levem em consideração a cor da pele, o fazem com motivações completamente distintas das adotadas pelos brancos colonizadores. No primeiro caso, ocorre coisificação do negro em virtude de sua cor, ao passo que no segundo busca-se exatamente o contrário, então nem venha querer distorcer as coisas, nós não criamos a divisão na sociedade em função da cor, ela já existia a muito tempo. A analogia com a historinha das frutas foi tao descabida que nem sei se merecia algum comentário a respeito, mas de qualquer forma vou só dizer que a divisão feita pelo vendedor das frutas, foi totalmente arbitrária e motivada por questões econômicas, exclusivamente, nada tendo haver com a implantação de cotas raciais que remetem a questões culturais, históricas e sociais. E de novo, eu repito que não tenho qualquer associação com grupos esquerdistas, comunistas, marxistas, etc, não sei porque insiste em fazer essas presunções sobre qualquer pessoa nesse tópico que defendeu as cotas. Só pq repetimos alguns argumentos que podem vir a ser usados por esquerdistas isso não é dá margem a entender que somos simpatizantes de qualquer um desses grupos.
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Bom, fazendo uma análise acerca dos argumentos que foram tecidos nesse tópico pelos anticotistas, fica claro que a maioria pode ser resumida em dois grupos principais: (a) Argumentos contrários às cotas por entenderem que o racismo não existe, ou existe, porém não em quantidade suficiente para legitimar uma intervenção estatal como as ações afirmativas (b)Argumentos contrários às cotas por entenderem que o racismo existe em quantidades consideráveis, porém não será combatido com cotas, mas sim com outras medidas realizáveis em um período de médio/longo prazo Ao meu ver, com relação ao grupo "a", não há nada a se discutir, pois os defensores sequer problematizam o racismo, geralmente dando presunção de veracidade absoluta para "estudos", estatísticas, e censos que só Deus sabe aonde arrumaram, de modo que qualquer discussão sobre o tema será inútil. Sobre o grupo "b", em geral a discussão gira em torno da ilegitimidade das cotas em virtude de sua origem política (esquerda), ou da sua ineficácia, pois elas contribuiriam ainda mais para a propagação do ódio ao negro ao criar uma divisão entre alunos mediante a cor de sua pele. Do que foi trazido aqui eu vi pouco que efetivamente demonstrasse como as cotas causam mais racismo. Tudo que vi foram afirmações genéricas de "estudiosos" sobre o assunto, mas nenhuma explanação verossímil do efeito de causa-consequência entre cotas raciais e racismo. Se as cotas permitem que indivíduos negros tenham maior acesso às universidades e, consequentemente, melhores chances de vencer no mercado de trabalho, modificando a velha imagem que nossa sociedade tem de que o negro só pode ser pedreiro, cobrador de ônibus, faxineiro, etc, como diabos ela poderia fomentar a discriminação racial? Se os brancos vão ficar com raiva ou ódio do negro isso estaria acontecendo pq o negro está ocupando espaços que antes só eram ocupados por brancos? Tem universidades que reservam meros 5% de vagas para negros, e as notas para admissão nem são tao diferentes das notas dos candidatos normais. É sério mesmo que isso incomoda tanto vcs?? Não vejo a mesma preocupação com os salários dos professores que, pasmem, ganham aproximadamente o mesmo que um PM, ou com as péssimas condições das universidades no nosso país. O centro dos debates é sempre o mesmo: o quão prejudicial e absurda são as cotas para negros, e como os cotistas são os responsáveis pelo baixo nível das universidades. Por fim, não me considero de esquerda, nunca nem sequer apoiei qualquer movimento, partido ou grupo comunista, porém isso não é motivo para não reconhecer o valor das cotas raciais e o papel positivo que elas podem representar. Discordo de muitos dos argumentos que são levantados pelos esquerdistas para defende-las, como o da dívida histórica, mas concordo com outros que se alinham ao meu modo de ver o mundo e ao que estudei sobre o assunto. A consistência dos argumentos deveria ser a pedra de toque para aceitar ou rejeitar qualquer argumento em um debate, e não a autoridade que os pronuncia, e muito do que foi compartilhado pelos anticotistas nesse tópico é mais do mesmo "Cotas são ruins pq vieram dos comunistas, e comunistas são ruins", "Vc defende cotas?entao vc é comunistas, e vc ta errado", "não se alinhe a propostas de comunistas como as cotas raciais, pois isso vai facilitar o plano gramsciano/marxistas de implantar o comunismo", etc. Nem todos os posts do anticotistas foram assim, mas a maioria foi, e só mostra a velha postura contraditória dos da "direita": criticam os esquerdistas por estes se autojulgarem defensores do bem comum e da sociedade como um todo, mas não percebem que em muitas situações repetem discursos muito semelhantes aos do lado oposto.
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Bom, o teor dos posts nesse tópico só atesta algo que percebi logo quando comecei a estudar sobre políticas afirmativas: é impossível discutir sobre cotas com alguém que não percebe o racismo como uma discriminação real, ampla, concreta e institucionalizada na nossa sociedade. Esse sempre foi um dos problemas de debates dessa natureza, pois cada um tem uma visão diferenciada do que venha a ser racismo e é com base nessa visão que cada um vai ter uma posição a favor ou contra o estabelecimento das cotas. Na minha perspectiva, o racismo é algo tão frequente que não podemos ignora-lo. Não vejo como um governo possa deixar esse assunto relegado aos avanços lentos do desenvolvimento econômico e social, é preciso que se faça algo agora. Essa é minha opnião, baseado no que vejo ao meu redor e nos relatos que escuto de pessoas afrodescendentes. Provavelmente a visão que vcs tem se deve ao fato de que no meio em que convivem, atos de racismo são menos frequentes (ou menos visíveis), mas isso não quer dizer que eles não existam, ou que algo não deva ser feito. Concordo que a forma com que as cotas estão sendo aplicadas no Brasil está errada e que é geradora de injustiças em muitos casos, (como naquele caso dos irmãos gemêos que tentaram entrar na UNB, mas só um deles conseguiu), porém discordo que a solução seja acabar com elas, mas sim mudar a forma com que elas são aplicadas. Bom com relação esse seu comentário, tem uma série de argumentos que seriam cabíveis, mas por enquanto vou me ater a um bem simples: o gordo e o cara que injeta ADE podem emagrecer ou simplesmente retirar o óleo do corpo, o negro será negro hoje, amanhã, até o dia em que morrer, de modo que ser negro ou não, não é uma escolha (ao contrário dos outros dois indivíduos). Mas concordo com vc que eles tbm sofrem, o mesmo poderia ser dito de outras pessoas como o nerd que sofre bullyng no colégio, porém não confunda a discriminação deste com a discriminação contra o negro. A questão do racismo não está no número de pessoas que o disseminam, não importa se metade, ou apenas 20% da população brasileira é racista. O problema, efetivamente, está no fato de que essa disseminação, independentemente do número de racistas ser alto ou baixo, é geradora de uma exclusão social real. Se a cultura afro é pior ou melhor que outras culturas eu não sei dizer. Já acho dificil, nos dias de hoje, determinar aonde exatamente começam os elementos de uma cultura e aonde começam os elementos de outra, apesar da existência de elementos centrais que as identifiquem, num mundo globalizado as coisas se misturam muito, dificultando dizer até que ponto ocorre uma influência concreta da cultura X, no comportamento Y. Porém, seja atrasada ou não, a cultura afro não pode servir de motivo para ignorarmos a situação dos negros na nossa sociedade, pois se assim o fizermos, não estaríamos demonstrando nenhum grau de desenvolvimento cultural. E daí que elegeram um presidente negro nos EUA? Desde quando isso é um atestado da completa superação do racismo no mundo contemporâneo? De que adianta umas poucas exceções como essa, se o número de negros em cursos de alta concorrência dificilmente chega a 10% (inclusive nas universidades americanas)?
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Sim e não. Nós precisamos das cotas sociais tanto quanto precisamos das cotas raciais, pois o fato é que o pobre, independentemente de sua cor, sofre pelas faltas de oportunidades, mas o negro pobre sofre MUITO mais do que o branco pobre. Veja que a cor negra, por si só, já torna o indivíduo passível de sofrer discriminações, inclusive se ele não for pobre. A política de cotas sociais é implementada para amenizar a profunda desigualdade social em nosso país, a política de cotas raciais é, prioritariamente, instaurada para criar ambientes mais plurais, ou seja, fomentar a diversidade. Sobre a ascensão social através de outras formações que não envolvam a graduação, você tem razão quando diz que é possível se dar bem na vida utilizando outros meios, como o empreendedorismo que vc citou, mas discordo que isso seria uma alternativa viável para possibilitar o empoderamento do negro na sociedade, pois é preciso que ele passe a ocupar espaços que são prioritariamente ocupados pela dita "maioria" branca( não gosto muito desse termo, mas é dificil achar um melhor). Por isso enfatizei a importância de criar condições para que a sociedade comece a enxergar mais negros médicos, negros advogados, negros empresários, negros engenheiros, etc, enfim, negros ocupando cargos de destaque na sociedade, com mais frequência. E essas carreiras, em geral, requerem diploma universitário, infelizmente.
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Continuo achando que as palavras do prof foram inadequadas, apesar de que seria necessário analisar o contexto em que ele disse isso, para quem ele disse, com qual intenção, etc. De qualquer forma, só queria que vcs parassem para pensar numa coisa: se um negro/pobre não entrar numa universidade federal por cotas para um curso de medicina, por exemplo, ele simplesmente não vai ser médico. Quer vcs queiram ou não. Já viram o preço de uma mensalidade de um curso de medicina numa particular? Chega a quase 5 mil reais, um valor totalmente distante das possibilidade econômicas da maior parte da população brasileira. "Ah, mas o negro pode trabalhar para pagar a mensalidade da facul", aham, vai nessa..como se desse para conciliar um curso cuja carga de estudo é absurda (se não me engano, medicina tem a maior média de créditos por semestre nas federais) com o trabalho, e ainda conseguir ter uma formação de qualidade. Se o cara conseguir tal façanha é realmente um herói nacional. Quem já passou nas salas de uma federal sabe muito bem da dificuldade de se encontrar estudantes negros nos cursos de medicina e direito. Só o que vemos são estudantes bracos, classe social média/alta e sustentados pelos pais. Se vcs não enxergam uma contradição nessa situação então só nos resta acreditar que negros não gostam de medicina e de direito e só gostam de trabalhar como faxineiros, cobradores de ônibus, pedreiros, etc.