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Jack.Hammer

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Histórico de Reputação

  1. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de kauanmocelin em Entrei Na Academia, E Agora?   
    Entrei na Academia, e Agora?
    Por Jack Hammer
    Texto inédito.

    Quando você pisa na academia pela primeira vez, vai ter que escolher qual caminho seguir. Ninguém vai te dizer isto, mas a escolha vai ser necessária.
    Quando comecei a escrever este artigo, pensei no monte de erros que cometi ao começar a treinar. Na verdade, não tenho muita esperança que você, caro leitor candidato a marombeiro, não cometa estes mesmos erros. O aprendizado é mais rápido errando do que acertando. O problema é que na prática de exercícios físicos, nem sempre o erro é percebido facilmente. Assim, leva muito tempo até admitir que fez cagada a coisa errada. Então, acho que este artigo vai servir mais para quem já cometeu esses erros e está pensando em levar seu treinamento a sério.
    Como eu disse, ao entrar na academia você pode escolher dois caminhos. Você pode se tornar um atleta iniciante, ou se tornar um eterno frango. A escolha é sua. Aliás, vou começar a falar sobre alguns termos que são comuns neste seu ambiente de treinamento. O termo frango, refere-se ao galo dominador do galinheiro quando ele era apenas uma pequena ave. O frango acha que já é galo e fica pensando que é dono do galinheiro, compete com outros frangos e provavelmente nunca será o galo alfa. Gosto também de outra definição de frango. O frango alimento, em especial o peito de frango, cozido e grelhado é uma das principais fontes de proteínas para os atletas que visam melhorar sua composição corporal. Assim, frango é o aluno que sustenta toda aquela estrutura da academia, financiando o treinamento de atletas avançados e de elite. Infelizmente, são os frangos que alimentam toda a indústria por traz do fisiculturismo. Se não existissem os frangos, quem você acha que compraria “Massa 10.000 bilhões”, Whey hidrolisado, BCAA e toda esses complementos que você provavelmente sequer saiba do que se trata? Se não existissem os frangos, quem você acha que pagaria 200 dilmas por mês para treinar em uma academia que sequer tem um rack para agachamento? Quem? Quem? Atletas de verdade, provavelmente não.
    Então você quer ser um frango ou atleta iniciante? FRANGO não porra !!!
    Vou ser um pouco chato e falar um pouco mais sobre alguns termos. Não gosto muito do termo “academia”, para começo de conversa. Academia é um lugar que remete a um local acadêmico. Um local para estudos. Este termo foi criado na Grécia Antiga para definir o local onde se aprendia e discutia filosofia, matemática, astronomia e tudo mais. Platão não pegava uma coluna grega de 500 kg e fazia agachamento 5X5 na sua academia. Não!!!! Fora do Brasil, o termo mais usado é “Ginásio”. Infelizmente, hoje é quase impossível mudar esta cultura e temos que conviver com este termo equivocado. Não vou mais falar sobre isto.
    Outro termo usado é “malhar”. Existe até uma novela para adolescente que usa este termo no nome “malhação”. Pois bem, malhar refere-se ao ato do ferreiro bater no aço, ou ferro para produzir um resultado esperado. Seja aumentar a dureza ou alterar a forma. Assim, malhar é treinar o ferro e não o corpo. O exercício deve focar o corpo. É um treino para se alcançar um objetivo. Então, “treino” é o termo mais apropriado. Caso você continue usando o termo malhar, tudo bem. FRANGO!

    Então Vamos Treinar?

    Quando você entrar na academia o professor da academia vai perguntar qual é o seu objetivo. Então você deve responder: Dar um tapa na bunda da sua mão seu FDP. Não tá vendo que eu quero aumentar meus músculos e perder essa pança!! Quero aumentar minha Força.
    Não faz sentido algum para um iniciante fazer uma série especifica para hipertrofia ou para perder gordura. Quando você começa a treinar seu corpo vai fazer as adaptações necessárias. Um treinamento de força vai proporcionar a um iniciante a queima de gordura e aumento do volume muscular. Simples assim, não tem segredo.
    Eu aconselho que você treine pelo menos 3 vezes na semana, menos que isto você não vai ter resultados satisfatórios.
    Sua primeira série vai ser para adaptação do corpo e para que você aprenda a executar corretamente os movimento. Não se preocupe com a carga, priorize a correta execução. Não tenha vergonha de perguntar ao professor. Atletas veteranos que tem alto desempenho perguntam para seus instrutores ou parceiros de treino se estão executando corretamente o exercício. Quem está vendo o exercício tem uma perspectiva melhor. Não existe demérito nenhum em perguntar ao instrutor da sua academia se está fazendo certo. Aproveite este período de pouca carga para aprender bem a técnica.
    Esta fase de adaptação deve durar no máximo um mês. Depois disso eu aconselho um treino de força utilizando exercícios compostos e progressão de carga. O SL5X5 é uma boa estratégia. Pergunte para o seu instrutor. Certamente ele não vai saber do que você está falando. Pesquise na internet, tem bastante material. Converse novamente com seu instrutor e insista que você quer fazer o SL5X5. Os treinos de força tem como efeito colateral ganhar volume muscular e perder gordura. Os músculos crescem mais devagar que em treinos de hipertrofia pura, mas os resultados são mais duradouros. Não uso o termo “permanente” porque o corpo é dinâmico, responde a estímulos. Mas os músculos que você ganha com treinos de força serão seus pelo resto da vida. Eles podem diminuir se você parar de treinar, mas basta um novo estimulo par eles retornarem ao nível anterior. Os treinos de hipertrofia dão mais volume, mais este vai embora facilmente, basta parar de treinar por 2 semanas e lá se vão os músculos. Quem construiu seus músculos com força pode ficar sem treinar um mês que não muda nada.
    Preocupe-se primeiro em ficar forte, depois em ficar grande, depois em secar.
    Uma boa estratégia é fazer 6 meses de treino de força, depois mais uns três meses de treino para hipertrofia pura e voltar para um treino de força sem progressão, controlando a dieta para secar até alcançar seu objetivo. Isto leva um ano de treino sério, ou mais. Vou começar a falar sobre nutrição e objetivos.
    Sobre nutrição, existem muitas vertentes, e cada um defende o seu ponto de vista. Eu defendo o meu e vou expor um pouco de conhecimento básico.
    Primeiro, aprenda a contar as calorias que você ingere no dia. Pesquise, leia artigos, faça o dever de casa.
    Tudo bem, aprendi a contar calorias e agora?
    Descubra qual é a quantidade de calorias que você tem que ingerir para manter seu peso corporal. Pesquise, leia artigos, faça o dever de casa.
    Tudo bem, já sei qual é quantidade de calorias e agora?
    Teste por duas semanas se a sua conta está certa. Tente manter o peso por duas semanas, faça os ajustes necessários.
    E agora o que comer?
    Existem basicamente 3 macronutrientes: Proteínas, Gorduras e Carboidratos. As proteínas tem 4 kcal/g, Gorduras 9kcal/g e Carboidratos 4kcal/g.
    Eu aconselho a ingerir de 1 a 2g de proteína por kg de peso corporal por dia, 1g de gordura/ kg e o resto das calorias em carboidratos. Isto é o básico. Pesquise. Atletas de elite chegam a consumir 4g/kg de proteína, não é o seu caso.

    Sobre Objetivos.

    Primeiramente, caro atleta iniciante, depois de ler muita besteira em fóruns da internet e achar uns artigos furados, quero dizer que não faz sentido você falar sobre cutting ou bulking.
    Bulking é uma estratégia para ganhar peso e cutting é uma estratégia para perder gordura. São conceitos que vão muito além da nutrição, envolvem estratégias elaboradas, treinos apropriados e muita disciplina.
    Para você o que basta é o conceito de superávit e déficit calórico.
    Caso você seja um sujeito gordo e queira baixar seu peso, você tem que fazer uma dieta com déficit calórico. Uma média de 200-300 kcal a menos por dia é um valor plausível e muito bom. Em um mês você perderia algo próximo de 1kg de gordura. Acha pouco? Em um ano são 12 kg a menos de gordura. Um sujeito de 80 kg com 20% de BF é meio gordinho. Se perder só gordura em um ano e não ganhar nada de músculos já iria ficar com um shape bem bacana. Não adianta nada diminuir 500 kcal por dia, você não consegue manter esta dieta por muito tempo.
    Se você é um sujeito magro, coma mais. Cuide para não aumentar muito o seu BF. Simples assim.
    Suplementos são bons, mas comer carne, feijão e arroz é melhor. Não gaste muita grana som suplementos, não são eles que vão mudar seus resultados.
    Disciplina é a coisa mais importante.
    O único suplemento que eu defendo é a creatina. Pesquise aí!!
    Aqui vão as ultimas dicas para não ser um frango e passar de atleta iniciante para intermediário:
    1 - Academia é um lugar para treinar, não é baladinha para você ficar conversando e fazendo amigos.
    2 - Atletas iniciantes e intermediários não tomam anabolizantes. Isto é coisa para atletas avançados que querem se tornar elite. Não faça cagada besteira e seja paciente. Os resultados vem com o tempo.
    3 - Você tem, obrigatoriamente, que faze agachamento, supino, levantamento terra e desenvolvimento militar. Não invente desculpa que força as articulações. Se o exercício for executado corretamente e com carga apropriada pode recuperar pessoas lesionadas. Se você fizer errado e não respeitar a progressão de carga, certamente vai se lesionar.
    4 - Não gaste dinheiro com suplemento sem ler muito antes se você precisa daquele suplemento naquele momento.
    5 - Evite beber até cair toda vez que for à balada. O seu desempenho como atleta é inversamente proporcional ao seu consumo de álcool. Nem por isto seja antissocial, as garotas gostam de caras que bebem pouco, mas se não beber nada você vira um cara chato.
    6 - Saiba conciliar seu tempo de treino a suas atividades. Treino é para toda a vida. Leve o treino à sério, mas não leve a vida muito à sério. Divirta-se.

    Abraços e bons treinos.
  2. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de Gogg em Entrei Na Academia, E Agora?   
    Entrei na Academia, e Agora?
    Por Jack Hammer
    Texto inédito.

    Quando você pisa na academia pela primeira vez, vai ter que escolher qual caminho seguir. Ninguém vai te dizer isto, mas a escolha vai ser necessária.
    Quando comecei a escrever este artigo, pensei no monte de erros que cometi ao começar a treinar. Na verdade, não tenho muita esperança que você, caro leitor candidato a marombeiro, não cometa estes mesmos erros. O aprendizado é mais rápido errando do que acertando. O problema é que na prática de exercícios físicos, nem sempre o erro é percebido facilmente. Assim, leva muito tempo até admitir que fez cagada a coisa errada. Então, acho que este artigo vai servir mais para quem já cometeu esses erros e está pensando em levar seu treinamento a sério.
    Como eu disse, ao entrar na academia você pode escolher dois caminhos. Você pode se tornar um atleta iniciante, ou se tornar um eterno frango. A escolha é sua. Aliás, vou começar a falar sobre alguns termos que são comuns neste seu ambiente de treinamento. O termo frango, refere-se ao galo dominador do galinheiro quando ele era apenas uma pequena ave. O frango acha que já é galo e fica pensando que é dono do galinheiro, compete com outros frangos e provavelmente nunca será o galo alfa. Gosto também de outra definição de frango. O frango alimento, em especial o peito de frango, cozido e grelhado é uma das principais fontes de proteínas para os atletas que visam melhorar sua composição corporal. Assim, frango é o aluno que sustenta toda aquela estrutura da academia, financiando o treinamento de atletas avançados e de elite. Infelizmente, são os frangos que alimentam toda a indústria por traz do fisiculturismo. Se não existissem os frangos, quem você acha que compraria “Massa 10.000 bilhões”, Whey hidrolisado, BCAA e toda esses complementos que você provavelmente sequer saiba do que se trata? Se não existissem os frangos, quem você acha que pagaria 200 dilmas por mês para treinar em uma academia que sequer tem um rack para agachamento? Quem? Quem? Atletas de verdade, provavelmente não.
    Então você quer ser um frango ou atleta iniciante? FRANGO não porra !!!
    Vou ser um pouco chato e falar um pouco mais sobre alguns termos. Não gosto muito do termo “academia”, para começo de conversa. Academia é um lugar que remete a um local acadêmico. Um local para estudos. Este termo foi criado na Grécia Antiga para definir o local onde se aprendia e discutia filosofia, matemática, astronomia e tudo mais. Platão não pegava uma coluna grega de 500 kg e fazia agachamento 5X5 na sua academia. Não!!!! Fora do Brasil, o termo mais usado é “Ginásio”. Infelizmente, hoje é quase impossível mudar esta cultura e temos que conviver com este termo equivocado. Não vou mais falar sobre isto.
    Outro termo usado é “malhar”. Existe até uma novela para adolescente que usa este termo no nome “malhação”. Pois bem, malhar refere-se ao ato do ferreiro bater no aço, ou ferro para produzir um resultado esperado. Seja aumentar a dureza ou alterar a forma. Assim, malhar é treinar o ferro e não o corpo. O exercício deve focar o corpo. É um treino para se alcançar um objetivo. Então, “treino” é o termo mais apropriado. Caso você continue usando o termo malhar, tudo bem. FRANGO!

    Então Vamos Treinar?

    Quando você entrar na academia o professor da academia vai perguntar qual é o seu objetivo. Então você deve responder: Dar um tapa na bunda da sua mão seu FDP. Não tá vendo que eu quero aumentar meus músculos e perder essa pança!! Quero aumentar minha Força.
    Não faz sentido algum para um iniciante fazer uma série especifica para hipertrofia ou para perder gordura. Quando você começa a treinar seu corpo vai fazer as adaptações necessárias. Um treinamento de força vai proporcionar a um iniciante a queima de gordura e aumento do volume muscular. Simples assim, não tem segredo.
    Eu aconselho que você treine pelo menos 3 vezes na semana, menos que isto você não vai ter resultados satisfatórios.
    Sua primeira série vai ser para adaptação do corpo e para que você aprenda a executar corretamente os movimento. Não se preocupe com a carga, priorize a correta execução. Não tenha vergonha de perguntar ao professor. Atletas veteranos que tem alto desempenho perguntam para seus instrutores ou parceiros de treino se estão executando corretamente o exercício. Quem está vendo o exercício tem uma perspectiva melhor. Não existe demérito nenhum em perguntar ao instrutor da sua academia se está fazendo certo. Aproveite este período de pouca carga para aprender bem a técnica.
    Esta fase de adaptação deve durar no máximo um mês. Depois disso eu aconselho um treino de força utilizando exercícios compostos e progressão de carga. O SL5X5 é uma boa estratégia. Pergunte para o seu instrutor. Certamente ele não vai saber do que você está falando. Pesquise na internet, tem bastante material. Converse novamente com seu instrutor e insista que você quer fazer o SL5X5. Os treinos de força tem como efeito colateral ganhar volume muscular e perder gordura. Os músculos crescem mais devagar que em treinos de hipertrofia pura, mas os resultados são mais duradouros. Não uso o termo “permanente” porque o corpo é dinâmico, responde a estímulos. Mas os músculos que você ganha com treinos de força serão seus pelo resto da vida. Eles podem diminuir se você parar de treinar, mas basta um novo estimulo par eles retornarem ao nível anterior. Os treinos de hipertrofia dão mais volume, mais este vai embora facilmente, basta parar de treinar por 2 semanas e lá se vão os músculos. Quem construiu seus músculos com força pode ficar sem treinar um mês que não muda nada.
    Preocupe-se primeiro em ficar forte, depois em ficar grande, depois em secar.
    Uma boa estratégia é fazer 6 meses de treino de força, depois mais uns três meses de treino para hipertrofia pura e voltar para um treino de força sem progressão, controlando a dieta para secar até alcançar seu objetivo. Isto leva um ano de treino sério, ou mais. Vou começar a falar sobre nutrição e objetivos.
    Sobre nutrição, existem muitas vertentes, e cada um defende o seu ponto de vista. Eu defendo o meu e vou expor um pouco de conhecimento básico.
    Primeiro, aprenda a contar as calorias que você ingere no dia. Pesquise, leia artigos, faça o dever de casa.
    Tudo bem, aprendi a contar calorias e agora?
    Descubra qual é a quantidade de calorias que você tem que ingerir para manter seu peso corporal. Pesquise, leia artigos, faça o dever de casa.
    Tudo bem, já sei qual é quantidade de calorias e agora?
    Teste por duas semanas se a sua conta está certa. Tente manter o peso por duas semanas, faça os ajustes necessários.
    E agora o que comer?
    Existem basicamente 3 macronutrientes: Proteínas, Gorduras e Carboidratos. As proteínas tem 4 kcal/g, Gorduras 9kcal/g e Carboidratos 4kcal/g.
    Eu aconselho a ingerir de 1 a 2g de proteína por kg de peso corporal por dia, 1g de gordura/ kg e o resto das calorias em carboidratos. Isto é o básico. Pesquise. Atletas de elite chegam a consumir 4g/kg de proteína, não é o seu caso.

    Sobre Objetivos.

    Primeiramente, caro atleta iniciante, depois de ler muita besteira em fóruns da internet e achar uns artigos furados, quero dizer que não faz sentido você falar sobre cutting ou bulking.
    Bulking é uma estratégia para ganhar peso e cutting é uma estratégia para perder gordura. São conceitos que vão muito além da nutrição, envolvem estratégias elaboradas, treinos apropriados e muita disciplina.
    Para você o que basta é o conceito de superávit e déficit calórico.
    Caso você seja um sujeito gordo e queira baixar seu peso, você tem que fazer uma dieta com déficit calórico. Uma média de 200-300 kcal a menos por dia é um valor plausível e muito bom. Em um mês você perderia algo próximo de 1kg de gordura. Acha pouco? Em um ano são 12 kg a menos de gordura. Um sujeito de 80 kg com 20% de BF é meio gordinho. Se perder só gordura em um ano e não ganhar nada de músculos já iria ficar com um shape bem bacana. Não adianta nada diminuir 500 kcal por dia, você não consegue manter esta dieta por muito tempo.
    Se você é um sujeito magro, coma mais. Cuide para não aumentar muito o seu BF. Simples assim.
    Suplementos são bons, mas comer carne, feijão e arroz é melhor. Não gaste muita grana som suplementos, não são eles que vão mudar seus resultados.
    Disciplina é a coisa mais importante.
    O único suplemento que eu defendo é a creatina. Pesquise aí!!
    Aqui vão as ultimas dicas para não ser um frango e passar de atleta iniciante para intermediário:
    1 - Academia é um lugar para treinar, não é baladinha para você ficar conversando e fazendo amigos.
    2 - Atletas iniciantes e intermediários não tomam anabolizantes. Isto é coisa para atletas avançados que querem se tornar elite. Não faça cagada besteira e seja paciente. Os resultados vem com o tempo.
    3 - Você tem, obrigatoriamente, que faze agachamento, supino, levantamento terra e desenvolvimento militar. Não invente desculpa que força as articulações. Se o exercício for executado corretamente e com carga apropriada pode recuperar pessoas lesionadas. Se você fizer errado e não respeitar a progressão de carga, certamente vai se lesionar.
    4 - Não gaste dinheiro com suplemento sem ler muito antes se você precisa daquele suplemento naquele momento.
    5 - Evite beber até cair toda vez que for à balada. O seu desempenho como atleta é inversamente proporcional ao seu consumo de álcool. Nem por isto seja antissocial, as garotas gostam de caras que bebem pouco, mas se não beber nada você vira um cara chato.
    6 - Saiba conciliar seu tempo de treino a suas atividades. Treino é para toda a vida. Leve o treino à sério, mas não leve a vida muito à sério. Divirta-se.

    Abraços e bons treinos.
  3. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a R.U.M. em [Diário] O Strongman Peso Pena - Powerbuilding, Calistenia, Crossfit, Old-School-Bad-Motherfucker   
    Excelente saída Jack, é a velha história: quer uma coisa bem feita, faça você mesmo. Boa sorte na construção, mande umas fotos depois!

    Hoje estou pesando 75 kg em média (tem dia que é 74, outros que bate 76...). É, puxo bem nas barras-fixas hehe.
    Grip é algo que cansa como qualquer outra parte do corpo né. Temos sempre de dedicar uns exercícios para as mãos e antebraços, pelo menos semanalmente. E cara, supinar com fat bar melhora a pegada! Hoje meus antebraços estão ficando mais densos, e consigo segurar halteres e barras com mais tranquilidade. Faz tempo que não tenho problemas com pegada no meu terra! E exercícios de "puxar" na barra grossa é que são o capeta. Roscas, remadas, serrote então fica quase impossível! Mas a melhoria vem em poucos dias.
    ---

    Vamos ao relato do dia!

    Academia bacaninha a que encontrei. Pago a mesma mensalidade, tenho mais espaço, anilhas de 25 kg que fizeram a diferença no terra hoje e barras razoáveis. Mas, tem um detalhe cruel que vai me atormentar por um mês: não tem suporte pra agachamento livre.
    Tentei hoje de tudo o que é jeito improvisar num suporte pro militar, mas não tem saída. Conversei com o cara da academia, tá comprado um suporte e coisa e tal, mas ainda tenho uns 30 e poucos dias de espera até a entrega. A partir dessa sexta, agachamento vai ser no smith, pelo menos pelo próximo ciclo todo. Ridículo e até perigoso, mas o show tem que continuar. Vou pesquisar assistências para melhorar os estabilizadores, lombar e quadris pra não haver grande defasagem.

    Pensei já em alguns exercícios para compensar as perdas no agachamento smith - power cleans 5x5, bear complex 3x10, squat cleans 5x5.

    Por favor mandem sugestões.

    Mas treinei como o demônio do mesmo jeito. Vamos às cargas:

    Supino
    1x5 42 kg
    1x4 52 kg
    2x3 60 kg
    2x3 70 kg
    2x2 74 kg

    Levantamento Terra
    1x4 72 kg
    1x4 86 kg
    2x3 100 kg
    2x3 116 kg
    3x2 122 kg

    Supino
    1x5 50 kg
    1x5 56 kg
    4x4 66 kg

    Remada unilateral com barra (experimento do dia) 4x10 24 kg
    Barra-fixa pegada aberta 7 reps + Barra-fixa comum 15 reps

    Eu faria uns avanços, mas fiquei procurando jeito e maneira de fazer o agacho livre por uma meia hora e ficou por isso mesmo.

    O terra pesado foi bonito! Sem cinto e com intensidade. E o supino subiu sossegado.

    É isso aí pessoal, em breve ciclo Sheiko #31, "diferenciado". Um abraço!
  4. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a R.U.M. em [Diário] O Strongman Peso Pena - Powerbuilding, Calistenia, Crossfit, Old-School-Bad-Motherfucker   
    É mano KiDD! É até mais viável - Zercher ou frontal. Baixo as cargas e busco progressão nesses lifts. Mas vou tentar o Steinborn para cargas bem baixas, pode agregar maior força aos estabilizadores e abdome.

    É por essas e outras que temos que ver as dificuldades da vida como meios de crescer. Não terei um power rack por um mês e vou ficar mais forte do que de costume ao tentar levantamentos monstruosos. Já me sinto motivado novamente, hehe.
  5. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de R.U.M. em [Diário] O Strongman Peso Pena - Powerbuilding, Calistenia, Crossfit, Old-School-Bad-Motherfucker   
    Depender da academia sempre é f*. Espero que você ache uma boa por aí.
    Estou montando uma Home Gym para mim. Comprei uma maquina de solda e uma esmirilhadeira. Aprendia a soldar bem fácil. Minha ideia é fazer um banco reto para supino e um Power Cage. Com umas 800 dilmas de anilhas, mais uns 700 de ferro monto tudo. Estou pensando em fazer a barra com 32 mm, vai ficar bem mais forte e é um meio termo entre barras padrão de 28mm e fat barr. Só não faço com 50 mm direto por causa das anilhas.

    Na minha academia está meio dificil treinar. As meninas monopolizam o rack de agacho e não tem com inverter meu treino.
    A minha academia é do estilo da modinha e as vezes dá um pouco de indignação e raiva em treinar lá. Não tem coisa pior do que ver iniciante hormonizado se admirando no espelho. Pior que os caras não treinam pernas e fazem execução errada de movimento. Uns anos atrás eu até dava umas dicas para quem se interessava, mas hoje não me manifesto mais. Sinceramente, já estou meio saturado deste ambiente. Queria achar uma academia voltada mais para basistas, mas não tem perto de casa. Acho que a saida vai ser minha Home Gym.

    Mais uma pergunta: Qual o seu BW? Agora que eu estava vendo, 5X10 no Chin com fat grip é bravo hein!! Quando eu treino, parece que tenho uma quantidade de força na pegada que eu não recupero mesmo com descanço. Fico imaginando que se eu treinar o bench com fat, não terei força na pegada para fazer 5X10 no Chin. Para você é normal isto?

    Abraço e bons treinos.
  6. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a Stratovarius em Me Ajudem Por Favor Eu Estou Com Medo Da Diabetes   
    Lendo o tópico eu desisti de te ajudar.
    Pois inúmeros vieram te mandar a real e vc nao quer ouvir.

    Vá ao medico, posto de saúde, SUS, tanto faz, aqui ninguém faz diagnostico de nada.
  7. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a R.U.M. em [Diário] O Strongman Peso Pena - Powerbuilding, Calistenia, Crossfit, Old-School-Bad-Motherfucker   
    Eu até tenho uma planilha montadinha pro Madcow, mas não me via agachando 3x semana e supinando tão pouco... pelo menos não agora.

    Tenho aqui uma "lista dos desejos" de protocolos de treino que pretendo seguir: esse ano provavelmente vou ficar bastante em Sheiko, mas talvez faça uns dois ciclos de 5/3/1, e/ou um de Smolov Jr. Para o futuro distante, Juggernaut Method 2.0, Smolov para Agachamento, a rotina de supino do Schwarzenegger para hipertrofia e força, e algo russo diferente (Korte 3x3 ou outros).
  8. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de Douglasmdn em Me Ajudem Por Favor Eu Estou Com Medo Da Diabetes   
    Eu achei que era brincadeira, mas parece que você está preocupado mesmo.
    Seguinte Guri: 98 de glicose em jejum é normal. Mesmo valores mais altos, até 120 podem ser resultados normais. Para a confirmação de diabetes, você tem que ir a um endocrinologista. Ele vai pedir novo exame de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica. Só com estes tres exames o medico pode diagnosticar o diabetes.
    Você pode MORRER tomando Glicamin por conta sem medir a glicose com aparelho em casa.
    Você falou:" se em jejum já deu 98, imagina eu me alimentando".
    Talvez seja menor ainda, quando você se alimenta o corpo libera NATURALMENTE insulina. Quando o corpo tem pouco açucar no sangue o pancreas libera NATURALMENTE Glucagon que inibe a ação da insulina e aumenta a concentração de glicose. São mecanismo naturais de autoregulação.
    Pare de tomar remédios por conta e vá ao médico.
    Aqui não é lugar para consultas.
  9. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a R.U.M. em [Diário] O Strongman Peso Pena - Powerbuilding, Calistenia, Crossfit, Old-School-Bad-Motherfucker   
    Jack, realmente mandar cutting com Sl 5x5 é osso! Eu montei um treino de superior/inferior que funcionou muito bem pra mim - 4x semana, segunda e quinta trabalhava inferior, terça e sexta superior, quarta e fds off, e todo dia caminhava em jejum. Até aumentei um pouco as cargas rs.
    Acho que o 5/3/1 dentre os protocolos de força é uma boa pra baixar peso, porque você tem pleno controle de quanto está levantando em cada ciclo, então eu acredito que ajuda a visualizar a manutenção da força, ou mesmo ter ganhos. Mas te dou uma dica - não tente Sheiko em cutting, é morte certa HAHAHA brincadeira, mas cara, mesmo em bulking é foda, o volume arranca tudo...

    Debew, é um prazer ajudar, quero ver esse diário movimentado mesmo! Bora lá!

    RELATO DO DIA

    Hoje foi o treino mais fácil do ciclo #37! Longo (1h45), mas foi sossegado. Ando merecendo mesmo, puta que pariu. Vamos às anilhas do dia:

    Supino (pause bench)
    1x5 42 kg
    1x4 52 kg
    2x3 60 kg
    5x3 70 kg

    Agachamento
    1x5 62 kg
    1x5 76 kg
    2x5 88 kg
    5x4 96 kg - subiu tudo leve, fiquei até surpreso

    Supino (pause bench)
    1x6 42 kg
    2x6 52 kg
    4x6 56 kg - tá, aqui eu tava só o resto, na última quase falhei com essa merreca rs.

    Crucifixo 5x10 18 kg/halter
    Bom dia 5x5 40 kg

    Acho que é isso por hoje pessoal, segunda tem mais.

    Grande abraço!
  10. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de Anderson Horsczaruk em Me Ajudem Por Favor Eu Estou Com Medo Da Diabetes   
    Eu achei que era brincadeira, mas parece que você está preocupado mesmo.
    Seguinte Guri: 98 de glicose em jejum é normal. Mesmo valores mais altos, até 120 podem ser resultados normais. Para a confirmação de diabetes, você tem que ir a um endocrinologista. Ele vai pedir novo exame de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica. Só com estes tres exames o medico pode diagnosticar o diabetes.
    Você pode MORRER tomando Glicamin por conta sem medir a glicose com aparelho em casa.
    Você falou:" se em jejum já deu 98, imagina eu me alimentando".
    Talvez seja menor ainda, quando você se alimenta o corpo libera NATURALMENTE insulina. Quando o corpo tem pouco açucar no sangue o pancreas libera NATURALMENTE Glucagon que inibe a ação da insulina e aumenta a concentração de glicose. São mecanismo naturais de autoregulação.
    Pare de tomar remédios por conta e vá ao médico.
    Aqui não é lugar para consultas.
  11. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de Oh Forasteiro em Me Ajudem Por Favor Eu Estou Com Medo Da Diabetes   
    Eu achei que era brincadeira, mas parece que você está preocupado mesmo.
    Seguinte Guri: 98 de glicose em jejum é normal. Mesmo valores mais altos, até 120 podem ser resultados normais. Para a confirmação de diabetes, você tem que ir a um endocrinologista. Ele vai pedir novo exame de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica. Só com estes tres exames o medico pode diagnosticar o diabetes.
    Você pode MORRER tomando Glicamin por conta sem medir a glicose com aparelho em casa.
    Você falou:" se em jejum já deu 98, imagina eu me alimentando".
    Talvez seja menor ainda, quando você se alimenta o corpo libera NATURALMENTE insulina. Quando o corpo tem pouco açucar no sangue o pancreas libera NATURALMENTE Glucagon que inibe a ação da insulina e aumenta a concentração de glicose. São mecanismo naturais de autoregulação.
    Pare de tomar remédios por conta e vá ao médico.
    Aqui não é lugar para consultas.
  12. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de Bruno Buesso em Me Ajudem Por Favor Eu Estou Com Medo Da Diabetes   
    Eu achei que era brincadeira, mas parece que você está preocupado mesmo.
    Seguinte Guri: 98 de glicose em jejum é normal. Mesmo valores mais altos, até 120 podem ser resultados normais. Para a confirmação de diabetes, você tem que ir a um endocrinologista. Ele vai pedir novo exame de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica. Só com estes tres exames o medico pode diagnosticar o diabetes.
    Você pode MORRER tomando Glicamin por conta sem medir a glicose com aparelho em casa.
    Você falou:" se em jejum já deu 98, imagina eu me alimentando".
    Talvez seja menor ainda, quando você se alimenta o corpo libera NATURALMENTE insulina. Quando o corpo tem pouco açucar no sangue o pancreas libera NATURALMENTE Glucagon que inibe a ação da insulina e aumenta a concentração de glicose. São mecanismo naturais de autoregulação.
    Pare de tomar remédios por conta e vá ao médico.
    Aqui não é lugar para consultas.
  13. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de renan. em Entrei Na Academia, E Agora?   
    Entrei na Academia, e Agora?
    Por Jack Hammer
    Texto inédito.

    Quando você pisa na academia pela primeira vez, vai ter que escolher qual caminho seguir. Ninguém vai te dizer isto, mas a escolha vai ser necessária.
    Quando comecei a escrever este artigo, pensei no monte de erros que cometi ao começar a treinar. Na verdade, não tenho muita esperança que você, caro leitor candidato a marombeiro, não cometa estes mesmos erros. O aprendizado é mais rápido errando do que acertando. O problema é que na prática de exercícios físicos, nem sempre o erro é percebido facilmente. Assim, leva muito tempo até admitir que fez cagada a coisa errada. Então, acho que este artigo vai servir mais para quem já cometeu esses erros e está pensando em levar seu treinamento a sério.
    Como eu disse, ao entrar na academia você pode escolher dois caminhos. Você pode se tornar um atleta iniciante, ou se tornar um eterno frango. A escolha é sua. Aliás, vou começar a falar sobre alguns termos que são comuns neste seu ambiente de treinamento. O termo frango, refere-se ao galo dominador do galinheiro quando ele era apenas uma pequena ave. O frango acha que já é galo e fica pensando que é dono do galinheiro, compete com outros frangos e provavelmente nunca será o galo alfa. Gosto também de outra definição de frango. O frango alimento, em especial o peito de frango, cozido e grelhado é uma das principais fontes de proteínas para os atletas que visam melhorar sua composição corporal. Assim, frango é o aluno que sustenta toda aquela estrutura da academia, financiando o treinamento de atletas avançados e de elite. Infelizmente, são os frangos que alimentam toda a indústria por traz do fisiculturismo. Se não existissem os frangos, quem você acha que compraria “Massa 10.000 bilhões”, Whey hidrolisado, BCAA e toda esses complementos que você provavelmente sequer saiba do que se trata? Se não existissem os frangos, quem você acha que pagaria 200 dilmas por mês para treinar em uma academia que sequer tem um rack para agachamento? Quem? Quem? Atletas de verdade, provavelmente não.
    Então você quer ser um frango ou atleta iniciante? FRANGO não porra !!!
    Vou ser um pouco chato e falar um pouco mais sobre alguns termos. Não gosto muito do termo “academia”, para começo de conversa. Academia é um lugar que remete a um local acadêmico. Um local para estudos. Este termo foi criado na Grécia Antiga para definir o local onde se aprendia e discutia filosofia, matemática, astronomia e tudo mais. Platão não pegava uma coluna grega de 500 kg e fazia agachamento 5X5 na sua academia. Não!!!! Fora do Brasil, o termo mais usado é “Ginásio”. Infelizmente, hoje é quase impossível mudar esta cultura e temos que conviver com este termo equivocado. Não vou mais falar sobre isto.
    Outro termo usado é “malhar”. Existe até uma novela para adolescente que usa este termo no nome “malhação”. Pois bem, malhar refere-se ao ato do ferreiro bater no aço, ou ferro para produzir um resultado esperado. Seja aumentar a dureza ou alterar a forma. Assim, malhar é treinar o ferro e não o corpo. O exercício deve focar o corpo. É um treino para se alcançar um objetivo. Então, “treino” é o termo mais apropriado. Caso você continue usando o termo malhar, tudo bem. FRANGO!

    Então Vamos Treinar?

    Quando você entrar na academia o professor da academia vai perguntar qual é o seu objetivo. Então você deve responder: Dar um tapa na bunda da sua mão seu FDP. Não tá vendo que eu quero aumentar meus músculos e perder essa pança!! Quero aumentar minha Força.
    Não faz sentido algum para um iniciante fazer uma série especifica para hipertrofia ou para perder gordura. Quando você começa a treinar seu corpo vai fazer as adaptações necessárias. Um treinamento de força vai proporcionar a um iniciante a queima de gordura e aumento do volume muscular. Simples assim, não tem segredo.
    Eu aconselho que você treine pelo menos 3 vezes na semana, menos que isto você não vai ter resultados satisfatórios.
    Sua primeira série vai ser para adaptação do corpo e para que você aprenda a executar corretamente os movimento. Não se preocupe com a carga, priorize a correta execução. Não tenha vergonha de perguntar ao professor. Atletas veteranos que tem alto desempenho perguntam para seus instrutores ou parceiros de treino se estão executando corretamente o exercício. Quem está vendo o exercício tem uma perspectiva melhor. Não existe demérito nenhum em perguntar ao instrutor da sua academia se está fazendo certo. Aproveite este período de pouca carga para aprender bem a técnica.
    Esta fase de adaptação deve durar no máximo um mês. Depois disso eu aconselho um treino de força utilizando exercícios compostos e progressão de carga. O SL5X5 é uma boa estratégia. Pergunte para o seu instrutor. Certamente ele não vai saber do que você está falando. Pesquise na internet, tem bastante material. Converse novamente com seu instrutor e insista que você quer fazer o SL5X5. Os treinos de força tem como efeito colateral ganhar volume muscular e perder gordura. Os músculos crescem mais devagar que em treinos de hipertrofia pura, mas os resultados são mais duradouros. Não uso o termo “permanente” porque o corpo é dinâmico, responde a estímulos. Mas os músculos que você ganha com treinos de força serão seus pelo resto da vida. Eles podem diminuir se você parar de treinar, mas basta um novo estimulo par eles retornarem ao nível anterior. Os treinos de hipertrofia dão mais volume, mais este vai embora facilmente, basta parar de treinar por 2 semanas e lá se vão os músculos. Quem construiu seus músculos com força pode ficar sem treinar um mês que não muda nada.
    Preocupe-se primeiro em ficar forte, depois em ficar grande, depois em secar.
    Uma boa estratégia é fazer 6 meses de treino de força, depois mais uns três meses de treino para hipertrofia pura e voltar para um treino de força sem progressão, controlando a dieta para secar até alcançar seu objetivo. Isto leva um ano de treino sério, ou mais. Vou começar a falar sobre nutrição e objetivos.
    Sobre nutrição, existem muitas vertentes, e cada um defende o seu ponto de vista. Eu defendo o meu e vou expor um pouco de conhecimento básico.
    Primeiro, aprenda a contar as calorias que você ingere no dia. Pesquise, leia artigos, faça o dever de casa.
    Tudo bem, aprendi a contar calorias e agora?
    Descubra qual é a quantidade de calorias que você tem que ingerir para manter seu peso corporal. Pesquise, leia artigos, faça o dever de casa.
    Tudo bem, já sei qual é quantidade de calorias e agora?
    Teste por duas semanas se a sua conta está certa. Tente manter o peso por duas semanas, faça os ajustes necessários.
    E agora o que comer?
    Existem basicamente 3 macronutrientes: Proteínas, Gorduras e Carboidratos. As proteínas tem 4 kcal/g, Gorduras 9kcal/g e Carboidratos 4kcal/g.
    Eu aconselho a ingerir de 1 a 2g de proteína por kg de peso corporal por dia, 1g de gordura/ kg e o resto das calorias em carboidratos. Isto é o básico. Pesquise. Atletas de elite chegam a consumir 4g/kg de proteína, não é o seu caso.

    Sobre Objetivos.

    Primeiramente, caro atleta iniciante, depois de ler muita besteira em fóruns da internet e achar uns artigos furados, quero dizer que não faz sentido você falar sobre cutting ou bulking.
    Bulking é uma estratégia para ganhar peso e cutting é uma estratégia para perder gordura. São conceitos que vão muito além da nutrição, envolvem estratégias elaboradas, treinos apropriados e muita disciplina.
    Para você o que basta é o conceito de superávit e déficit calórico.
    Caso você seja um sujeito gordo e queira baixar seu peso, você tem que fazer uma dieta com déficit calórico. Uma média de 200-300 kcal a menos por dia é um valor plausível e muito bom. Em um mês você perderia algo próximo de 1kg de gordura. Acha pouco? Em um ano são 12 kg a menos de gordura. Um sujeito de 80 kg com 20% de BF é meio gordinho. Se perder só gordura em um ano e não ganhar nada de músculos já iria ficar com um shape bem bacana. Não adianta nada diminuir 500 kcal por dia, você não consegue manter esta dieta por muito tempo.
    Se você é um sujeito magro, coma mais. Cuide para não aumentar muito o seu BF. Simples assim.
    Suplementos são bons, mas comer carne, feijão e arroz é melhor. Não gaste muita grana som suplementos, não são eles que vão mudar seus resultados.
    Disciplina é a coisa mais importante.
    O único suplemento que eu defendo é a creatina. Pesquise aí!!
    Aqui vão as ultimas dicas para não ser um frango e passar de atleta iniciante para intermediário:
    1 - Academia é um lugar para treinar, não é baladinha para você ficar conversando e fazendo amigos.
    2 - Atletas iniciantes e intermediários não tomam anabolizantes. Isto é coisa para atletas avançados que querem se tornar elite. Não faça cagada besteira e seja paciente. Os resultados vem com o tempo.
    3 - Você tem, obrigatoriamente, que faze agachamento, supino, levantamento terra e desenvolvimento militar. Não invente desculpa que força as articulações. Se o exercício for executado corretamente e com carga apropriada pode recuperar pessoas lesionadas. Se você fizer errado e não respeitar a progressão de carga, certamente vai se lesionar.
    4 - Não gaste dinheiro com suplemento sem ler muito antes se você precisa daquele suplemento naquele momento.
    5 - Evite beber até cair toda vez que for à balada. O seu desempenho como atleta é inversamente proporcional ao seu consumo de álcool. Nem por isto seja antissocial, as garotas gostam de caras que bebem pouco, mas se não beber nada você vira um cara chato.
    6 - Saiba conciliar seu tempo de treino a suas atividades. Treino é para toda a vida. Leve o treino à sério, mas não leve a vida muito à sério. Divirta-se.

    Abraços e bons treinos.
  14. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a Aless em Aulas Do Jubilut   
    E aí pessoal,

    Normalmente o pessoal reclama a falta de conteúdo em português. Por recomendação do Dones, talvez mais de 1 ano atrás, eu venho acompanhando o canal do Prof. Jubilut, e eu queria deixar alguns vídeo bem didáticos dele que ele explica de forma extremamente simples que qualquer um entende... normalmente tu nem precisa de pré-requisitos, ele explica tudo bem mastigado para qualquer um entender.


    Esse vídeo começa mesmo em 6:20
    https://www.youtube.com/watch?v=7oAu9TK4TH8

















    O canal dele: https://www.youtube.com/user/jubilut

    Eu garanto que, reservando 1h por dia, em 2 semanas você consegue ver todos os vídeos, e vai passar e entender muito melhor como funciona o corpo e aprender com mais facilidade o conteúdo no fórum.
  15. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a MonsterFreak em Entrei Na Academia, E Agora?   
    Sensacional , tbm achei que era copia quando li.
  16. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a alvesk em [Fora do Modelo] Algumas Duvidas Sobre Treino De Biceps.   
  17. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a Brunobyof em Entrei Na Academia, E Agora?   
    PArece um daquels livros sobre malhação e dieta resumindo ao extremo ehuheuehueh muito bom!
    Faltou um exercício primordial na lista dos obrigatórios aí man: as puxadas! Barra fixa se puder, senão aguenta, começa mais de leve, com puxada horizontal na barra na altura da cintura ou mesmo na parede (vertical). Puxadas demoram pra evoluir então não se deve deixar pra começar depois. [E um dos compostos mais importantes.
    E sobre a bebida, acho que devia trocar pra "não beba porra nenhuma se quiser ter o melhor resultado!" hauhauuahua Cada ml de álcool significa menos gramas de músculo
  18. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a alvesk em Entrei Na Academia, E Agora?   
    Pelo menos daqui não vai vir pedrada não. Muito bom o texto, parabéns.
  19. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a helb4o em Entrei Na Academia, E Agora?   
    Pior kkkk agora que vi, tinha pensado que seu nick fosse nome de um gringo .

    Sinal de que articula bem as palavras receba minhas desculpas e elogio pela organização do texto.
  20. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a Pedro_PL em Sugestão Para Aumentar Potencia Soco- Muay Thai   
    Ótima a explicação do Jack....mas o treino em si, exemplo do vôlei movimento de ataque (cortada): se treina muito com o uso de elástico, fazer exatamente o mesmo movimento do ataque só que com uma resistência.... Acredito que no caso do soco a mesma coisa, vc deve fazer o mesmo movimento usando todo o corpo como o Jack falo, e coloque uma resistência no movimento. Acredito que is halteres vão melhorar seus ombros por vc ter que sustetalos no ar, mas a potencia não vejo um Carry over muito grande
  21. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a abomaimarombainsano em Sugestão Para Aumentar Potencia Soco- Muay Thai   
    usa mais swing cara, gira bastante o quadril que aumenta a potencia.
    não é tanta força fisica
  22. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de dogwhisperer em 8 Perguntas E Respostas Sobre Treinamento De Força E Hipertrofia Por 3 Pesquisadores Renomados.   
    Extraído de:

    Brazilian Journal of Biomotricity, v. 3, n. 1,p. 02-11, 2009 (ISSN 1981-6324)

    1. De acordo com os conceitos atuais, qual seria a velocidade de
    execução ideal para promover a hipertrofia muscular?
    Valmor Tricoli - Não existe resposta definitiva para esta pergunta. Por um bom
    tempo a prática profissional acreditou que execução mais lenta do movimento era
    recomendada. Porém, a evidência científica não comprovou esta crença. Atualmente,
    existem indícios que a execução em alta velocidade, particularmente na fase excêntrica
    do movimento, parece ser mais eficiente para os ganhos de força e hipertrofia.
    Marcelo S. Aoki - O papel da velocidade de execução da ação muscular no
    treinamento de força não está totalmente estabelecido. Poucos estudos avaliaram o efeito
    da velocidade durante ações isoinerciais. Ratamess & Kraemer (2004) utilizam apenas
    um estudo (HOUSH et al., 1992) para afirmar que a velocidade de execução pode afetar a
    resposta hipertrófica. Porém, é importante ressaltar que neste estudo foi utilizado
    equipamento isocinético. Já Carpinelli et al. (2004), em sua análise crítica ao ACSM
    Position Stand on Resistance Training, atestam que não existem evidências suficientes
    sobre a superioridade de uma velocidade específica para o desenvolvimento da
    hipertrofia. Por exemplo, Young & Bilby (1993) não verificaram diferença significativa da
    velocidade de execução sobre o grau de hipertrofia.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - A velocidade de execução realizada no
    treinamento de força com objetivo de hipertrofia muscular induz a respostas neurais,
    hipertróficas e metabólicas. Entretanto, pouco se conhece a respeito da velocidade ideal
    para hipertrofia. Em um estudo realizado por Tesch et al. (1987) sugeriu que velocidades
    elevadas produzem menos estímulos hipertróficos quando comparados a velocidades
    mais baixas. Há ainda, considerações quanto ao nível de aptidão do praticante. De acordo
    com o American College of Sports Medicine (ACSM), a classificação para “treinado” ou
    “intermediário” refere-se aos indivíduos que tem aproximadamente seis meses ou mais de
    experiência com treinamento com pesos, os classificados como “avançados” referem-se
    aos indivíduos com anos de experiência e que apresentem significantes mudanças
    morfológicas e funcionais, já indivíduos classificados como “elite”, são atletas altamente
    treinados envolvidos em competições de alto nível.
    Parece que uma variação de estímulos com diferentes velocidades de contração
    induz a melhores respostas em indivíduos classificados como avançados.
    2. Qual a importância do alongamento na indução/inibição do processo
    hipertrófico?
    Valmor Tricoli - Não existe evidência científica contundente para esta relação em
    seres humanos e em condições fisiológicas normais. Sabe-se que em algumas espécies,
    o alongamento crônico e prolongado pode provocar a chamada hipertrofia longitudinal
    associada a um alto grau de hiperplasia.
    Marcelo S. Aoki - Este é um tópico bastante polêmico. Diversos estudos,
    conduzidos em modelo animal, investigaram o efeito do alongamento sobre o processo de
    hipertrofia muscular. Williams & Goldspink (1971, 1973) reportaram que a imobilização em
    alongamento crônico (1-3 semanas) aumentou o número de sarcômeros, principalmente
    nas extremidades. Este fenômeno foi descrito como hipertrofia longitudinal induzida por
    alongamento. Posteriormente, outros estudos demonstraram que o alongamento poderia
    ser utilizado com estratégia de reabilitação após o período de desuso. Coutinho et al.
    (2006), utilizando um modelo experimental (ratos), demonstraram que sessões de
    alongamento pós-desuso induzem o aumento da área de secção transversa do músculo
    (hipertrofia radial). Estas evidências sugerem que esta estratégia (alongamento) poderia
    auxiliar na recuperação da massa muscular.
    No entanto, não é possível extrapolar os resultados obtidos nestas circunstâncias
    (alongamento crônico ou sessões de alongamento pós-desuso) para o contexto de um
    indivíduo fisicamente/treinado, buscando hipertrofia. Em um estudo, também utilizando
    modelo experimental (ratos), realizado pelo nosso grupo de pesquisa, foi demonstrado
    que a resposta hipertrófica induzida pelo alongamento crônico (4 dias) é modulada
    (parcialmente) pela inibição da via da quinase mTOR (AOKI et al., 2006). Mais
    recentemente, nós também verificamos que a via da miostatina está reprimida durante
    este processo de crescimento longitudinal (AOKI et al., 2008). Até o presente momento,
    não tenho conhecimento de nenhum estudo que associou a estratégia do alongamento ao
    treinamento de força, a fim de maximizar a hipertrofia em seres humanos.
    Existe também uma grande preocupação do efeito do alongamento sobre o
    subseqüente desempenho no treino de força. Recentemente, o nosso grupo também
    avaliou esta questão. Nós verificamos que uma sessão de alongamento estático reduziu
    significativamente o desempenho no teste de 1-RM. No entanto, nós não verificamos
    interferência, quando foi utilizado o alongamento dinâmico (BACURAU et al., 2009).
    É importante ressaltar que o efeito do alongamento prévio sobre o treino de força
    tem sido avaliado, principalmente, sob o ponto de vista funcional (produção de força ou
    potência), e não estrutural (hipertrofia). Atualmente, não é possível afirmar que o
    alongamento exerce efeito positivo ou deletério sobre o processo de hipertrofia do
    músculo esquelético.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - As pesquisas relacionam mais o aumento ou
    diminuição de força quando aplicado o exercício de alongamento. Não há pesquisas que
    comprovem a importância do alongamento na aquisição de massa magra.
    3. De acordo com os conhecimentos atuais, ainda se aplicam as zonas de
    treinamento resistido para força (90%-100% 1-RM) hipertrofia (70-85% 1-RM) e
    resistência (40-65% 1-RM)?
    Valmor Tricoli - Pode ser afirmado que estes valores são universais. Porém, deve
    ser lembrado que a intensidade é somente uma das variáveis para obtenção destes
    objetivos (força, hipertrofia e RML).
    Marcelo S. Aoki - Sim, as recomendações atuais sobre a prescrição da
    intensidade no treinamento de força são baseadas no percentual do valor de 1-RM. No
    entanto, a determinação do valor de 1-RM é muitas vezes inviável, em academias de
    ginásticas, nos clubes, etc. Na prática, este fato dificulta a prescrição/controle da
    intensidade do treinamento de força. Também acredito que a sobrecarga fisiológica (nível
    de estresse) do treinamento de força não é determinada somente pela intensidade do
    treino (%1RM). Existe uma grande preocupação sobre o efeito da intensidade, porém, é
    imprescindível considerar a complexa organização de todas variáveis agudas do
    treinamento (intensidade, densidade, volume, duração, freqüência e tipo de ação).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - O ACSM faz essa recomendação, porém,
    sugere estímulos variados e atenção quanto à aptidão do praticante.
    4. A miostatina vem sendo descrita como um regulador negativo da
    hipertrofia muscular. Ela é realmente a chave da hipertrofia? Qual sua relação com
    o treinamento resistido?
    Valmor Tricoli - A miostatina é definitivamente um regulador negativo dos ganhos
    de massa muscular. Contudo, em condições fisiológicas, considerá-la chave da hipertrofia
    seria um tanto quanto ingênuo. Com o treinamento de força, é esperado uma atenuação
    da atividade e/ou expressão da atividade da miostatina.
    Marcelo S. Aoki - Na minha opinião, não há uma única “chave” para abrir a caixa
    preta do processo de hipertrofia. Nos últimos anos, este processo tem sido extremamente
    pesquisado. Através destas pesquisas, é possível afirmar que várias vias intracelulares
    estão envolvidas no crescimento do músculo esquelético (via da Akt-mTOR; via da
    Ubiquitina-proteassoma, via do NFkappaB, via da Miostatina, etc.) (GLASS, 2005; FROST
    & LANG, 2007; LEGER et al., 2007; LI et al., 2007; WACKERHAGE & RATKEVICIUS,
    2008; LEAL et al., 2008). A miostatina ganhou notoriedade, principalmente, por mutações
    ocorridas em mamíferos (camundongos, cães, bois e seres humanos). Sem dúvida, a
    miostatina é um importante regulador da hipertrofia. Porém, existem poucos estudos
    relacionando o treinamento de força e a via da miostatina. As evidências disponíveis
    reportam que o treinamento de força parece exercer down-regulation sobre a referida via,
    maximizando a hipertrofia (LEAL et. al., 2008).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - McPherron et al. (1997), detectaram a
    expressão gênica de proteínas reguladoras do crescimento chamadas TGFb e seus
    subtipos. Um desses subtipos, chamado Fator de Crescimento e Diferenciação (GDF) e
    especificamente o GDF-8, também chamado Miostatina, é associado a proteínas
    musculares que praticamente dobraram a musculatura esquelética de ratos e bois.
    Análises histológicas revelaram um aumento da massa muscular em ratos mutantes que
    resultaram em hiperplasia e hipertrofia. Ainda é prematuro relacionar com o treinamento
    de força. O que se fala por aí é mera especulação!
    5. Os marcadores hematológicos e bioquímicos, como a Creatina Kinase
    (CK), são meios adequados para o acompanhamento do treinamento para
    hipertrofia muscular?
    Valmor Tricoli - Infelizmente estes marcadores não podem ser considerados
    adequados para o acompanhamento do processo de hipertrofia muscular. A CK tem
    apresentado associação com o dano ao tecido muscular esquelético. O dano por sua vez
    é associado ao processo de hipertrofia. Contudo, a simples presença do marcador, e do
    dano, não são suficientes para acompanhar o processo hipertrófico. Além disso, a CK
    apresenta grande variabilidade interindividual e de acordo com o estado de treinamento
    do sujeito.
    Marcelo S. Aoki - A resposta dos marcadores bioquímicos ao estímulo do
    treinamento de força como, por exemplo, a atividade da CK, deve ser analisada com
    cautela. Acredito que a CK fornece informações sobre o processo adaptativo do músculo
    esquelético ao treinamento de força. Porém, a mesma não deve ser considerada como
    parâmetro para o monitoramento dos efeitos do treinamento, mais especificamente da
    hipertrofia. Esta variável apresenta uma grande variabilidade na população (NOSAKA &
    CLARKSON, 1996), provavelmente associada ao componente genético. Outro ponto
    importante, que precisa ser considerado é o fenômeno conhecido como “repeated bout
    effect” (efeito protetor da carga). Já é sabido que existe uma atenuação significativa do
    grau de lesão muscular e seus marcadores (ex. atividade de CK) em reposta a sessões
    consecutivas de treinamento de força. No entanto, independentemente, desta resposta de
    atenuação do grau de lesão, o processo de hipertrofia continua a ocorrer em médio e
    longo prazo. Provavelmente, outros mecanismos, além do processo lesão-inflamaçãoregeneração,
    como a mecano-transdução, também estão envolvidos na resposta
    hipertrófica.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - Entre os marcadores bioquímicos, os mais
    citados são a glutamina plasmática, a atividade da creatina quinase, uréia e o lactato
    sanguíneo. A avaliação da atividade da enzima creatina quinase tem sido muito utilizada,
    mas não como um marcador de overtraining (sobretreinamento) e sim como uma
    ferramenta para identificar um estágio recente de lesão muscular. Isso porque atletas bem
    treinados que realizam contrações musculares excêntricas não apresentam grandes
    aumentos na atividade da creatina quinase, mesmo que eles tenham dores musculares,
    talvez por ser resultado de uma lesão ou inflamação no tecido muscular conjuntivo. Por
    outro lado, o diagnóstico baseado na determinação da creatina quinase parece ser
    sensível e avalia um aumento do estresse muscular ou uma intolerância individual ao
    esforço muscular. Tem sido sugerido que a concentração de resíduos de nitrogênio no
    plasma sanguíneo (uréia e o ácido úrico) pode indicar uma diminuição das proteínas
    musculares, podendo assim ser um marcador de sobretreinamento (overtraining) por
    causa da sua associação com um estado catabólico. O maior problema é que o exercício
    agudo prolongado é associado com uma elevação temporária dos níveis de uréia e ácido
    úrico e ainda pode ser influenciado por uma dieta com ingestão de proteínas. Por esses
    motivos, a uréia, o ácido úrico e a cretina quinase não são parâmetros confiáveis para o
    diagnóstico definitivo do overtraining e nem de hipertrofia muscular.
    6. Qual o papel das citocinas pró-inflamatórias na hipertrofia muscular?
    Marcelo S. Aoki - O papel destas substâncias no processo de hipertrofia ainda
    precisa ser mais investigado. No entanto, alguns estudos disponíveis indicam que a
    administração de anti-inflamatórios pode atenuar a resposta de hipertrofia (TRAPPE et al.,
    2001). Reforçando a idéia de que as citocinas inflamatórias também exercem influência
    sobre a hipertrofia, algumas evidências sugerem o envolvimento destas substâncias em
    processos de regeneração muscular, ativação das células satélites e síntese de proteínas
    (VIERCK et al., 2000; FROST & LANG, 2007).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - O treinamento de força (TF) promove ajustes
    morfofuncionais específicos, sendo a hipertrofia o fenômeno mais marcante. Ainda se
    discute muito a respeito do processo inflamatório da musculatura, ou seja, se é um
    processo natural de ajuste à resposta hipertrófica, ou é uma resposta inflamatória
    acompanhada de necrose e perda de funcionalidade da fibra. O entendimento das
    respostas inflamatórias no músculo esquelético (ME) é bastante complexa envolvendo
    vários mediadores inflamatórios. As modulações imunológicas podem responder de
    maneiras distintas decorrente do tipo e intensidade do TF, causando diferentes alterações
    morfofuncionais no ME. Acreditamos que a hipertrofia muscular esteja amplamente
    relacionada com o processo inflamatório.
    7. A produção de testosterona em mulheres é menor quando comparado
    ao homem. O treinamento resistido visando hipertrofia para as mulheres deveria
    priorizar o treinamento com baixa pausa entre séries e alta intensidade para
    otimizar a secreção do GH e atuação do IGF-1?
    Valmor Tricoli - É verdadeiro afirmar que o treinamento de força com pausa
    reduzida entre séries e alta intensidade otimiza a secreção do GH e atuação do IGF-1.
    Contudo, deve ser lembrado que apesar de lógico, ainda temos pouca evidência da
    associação da secreção destes hormônios com o grau de hipertrofia causada pelo
    treinamento. Além disso, são mais importantes as alterações hormonais locais e não
    sistêmicas como normalmente são reportadas.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - Temos poucos dados na literatura para dar
    sustentação a essa pergunta. Porém, como afirmado acima, acreditamos que a
    intensidade (aumento das cargas, velocidade de execução, variação) e a densidade
    (diminuição dos intervalos entre as séries de exercícios) possam contribuir para os
    resultados.
    8. Em relação à pesquisa científica, para onde caminha o treinamento de
    força? Quais as perspectivas futuras?
    Valmor Tricoli - Da mesma maneira que grande parte das pesquisas em atividade
    física, o treinamento de força também tem voltado a sua atenção para os aspectos de
    biologia molecular. Mecanismos e vias envolvidos no processo de hipertrofia assim como
    a investigação dos diferentes fatores (mecanotransdução, hormonal, gasto energético)
    que os influenciam tem ocupado posição de destaque na produção científica de ponta.
    Marcelo S. Aoki - Na minha opinião, atualmente, existe um grande interesse sobre
    o efeito do treinamento de força na prevenção, no tratamento e na reabilitação de
    diversas patologias. Na mesma linha de raciocínio, outro ponto de extremo interesse é
    estabelecer recomendações seguras e eficientes de prescrição desta estratégia de
    treinamento para populações especiais.
    Mais especificamente, o nosso grupo de pesquisa pretende investigar o
    comportamento de genes que governam adaptações relacionadas à plasticidade do
    músculo esquelético em respostas às diferentes demandas fisiológicas (treinamento de
    força, alongamento crônico, imobilização, ablação).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - As investigações sobre as alterações funcionais
    e morfológicas decorrentes do treinamento de força caminham para investigações
    moleculares. As disciplinas Bioquímica do Exercício e Biologia Molecular são grandes
    ferramentas para elucidar a complexidade dos mecanismos intracelulares. As pesquisas
    estão sendo realizadas, aguardemos os resultados futuros.
  23. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a Aless em 8 Perguntas E Respostas Sobre Treinamento De Força E Hipertrofia Por 3 Pesquisadores Renomados.   
    Interessante. Pena que existe muita polêmica porque até mesmo pesquisadores não se atualizam cos últimos estudos. Os caras citando estudos de 1973 e 1987 pra basear as opiniões é complicado...

    Quem quiser alguém confiável, que trabalha na área e publica bastante material e continua respondendo as perguntas mais atuais, procurem por Brad Schoenfeld:

    https://bretcontreras.com/an-interview-with-brad-schoenfeld-the-hypertrophy-specialist/

    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22344059

    https://www.lookgreatnaked.com/articles/mechanisms_of_muscle_hypertrophy.pdf

    Pubmed: Schoenfeld BJ.

    Artigos dele (no site dele): https://www.lookgreatnaked.com/fitness_articles_by_brad_schoenfeld.php
  24. Gostei
    Jack.Hammer deu reputação a Broly75 em 8 Perguntas E Respostas Sobre Treinamento De Força E Hipertrofia Por 3 Pesquisadores Renomados.   
    Muito bom, Jack.
    --

    Os pesquisadores não relacionaram as respostas com estudos atualizados, mas essas perguntas até hoje não tem muita definição, mesmo assim as respostas foram satisfatórias.

    Aless, valeu por citar esses artigos .
  25. Gostei
    Jack.Hammer recebeu reputação de Broly75 em 8 Perguntas E Respostas Sobre Treinamento De Força E Hipertrofia Por 3 Pesquisadores Renomados.   
    Extraído de:

    Brazilian Journal of Biomotricity, v. 3, n. 1,p. 02-11, 2009 (ISSN 1981-6324)

    1. De acordo com os conceitos atuais, qual seria a velocidade de
    execução ideal para promover a hipertrofia muscular?
    Valmor Tricoli - Não existe resposta definitiva para esta pergunta. Por um bom
    tempo a prática profissional acreditou que execução mais lenta do movimento era
    recomendada. Porém, a evidência científica não comprovou esta crença. Atualmente,
    existem indícios que a execução em alta velocidade, particularmente na fase excêntrica
    do movimento, parece ser mais eficiente para os ganhos de força e hipertrofia.
    Marcelo S. Aoki - O papel da velocidade de execução da ação muscular no
    treinamento de força não está totalmente estabelecido. Poucos estudos avaliaram o efeito
    da velocidade durante ações isoinerciais. Ratamess & Kraemer (2004) utilizam apenas
    um estudo (HOUSH et al., 1992) para afirmar que a velocidade de execução pode afetar a
    resposta hipertrófica. Porém, é importante ressaltar que neste estudo foi utilizado
    equipamento isocinético. Já Carpinelli et al. (2004), em sua análise crítica ao ACSM
    Position Stand on Resistance Training, atestam que não existem evidências suficientes
    sobre a superioridade de uma velocidade específica para o desenvolvimento da
    hipertrofia. Por exemplo, Young & Bilby (1993) não verificaram diferença significativa da
    velocidade de execução sobre o grau de hipertrofia.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - A velocidade de execução realizada no
    treinamento de força com objetivo de hipertrofia muscular induz a respostas neurais,
    hipertróficas e metabólicas. Entretanto, pouco se conhece a respeito da velocidade ideal
    para hipertrofia. Em um estudo realizado por Tesch et al. (1987) sugeriu que velocidades
    elevadas produzem menos estímulos hipertróficos quando comparados a velocidades
    mais baixas. Há ainda, considerações quanto ao nível de aptidão do praticante. De acordo
    com o American College of Sports Medicine (ACSM), a classificação para “treinado” ou
    “intermediário” refere-se aos indivíduos que tem aproximadamente seis meses ou mais de
    experiência com treinamento com pesos, os classificados como “avançados” referem-se
    aos indivíduos com anos de experiência e que apresentem significantes mudanças
    morfológicas e funcionais, já indivíduos classificados como “elite”, são atletas altamente
    treinados envolvidos em competições de alto nível.
    Parece que uma variação de estímulos com diferentes velocidades de contração
    induz a melhores respostas em indivíduos classificados como avançados.
    2. Qual a importância do alongamento na indução/inibição do processo
    hipertrófico?
    Valmor Tricoli - Não existe evidência científica contundente para esta relação em
    seres humanos e em condições fisiológicas normais. Sabe-se que em algumas espécies,
    o alongamento crônico e prolongado pode provocar a chamada hipertrofia longitudinal
    associada a um alto grau de hiperplasia.
    Marcelo S. Aoki - Este é um tópico bastante polêmico. Diversos estudos,
    conduzidos em modelo animal, investigaram o efeito do alongamento sobre o processo de
    hipertrofia muscular. Williams & Goldspink (1971, 1973) reportaram que a imobilização em
    alongamento crônico (1-3 semanas) aumentou o número de sarcômeros, principalmente
    nas extremidades. Este fenômeno foi descrito como hipertrofia longitudinal induzida por
    alongamento. Posteriormente, outros estudos demonstraram que o alongamento poderia
    ser utilizado com estratégia de reabilitação após o período de desuso. Coutinho et al.
    (2006), utilizando um modelo experimental (ratos), demonstraram que sessões de
    alongamento pós-desuso induzem o aumento da área de secção transversa do músculo
    (hipertrofia radial). Estas evidências sugerem que esta estratégia (alongamento) poderia
    auxiliar na recuperação da massa muscular.
    No entanto, não é possível extrapolar os resultados obtidos nestas circunstâncias
    (alongamento crônico ou sessões de alongamento pós-desuso) para o contexto de um
    indivíduo fisicamente/treinado, buscando hipertrofia. Em um estudo, também utilizando
    modelo experimental (ratos), realizado pelo nosso grupo de pesquisa, foi demonstrado
    que a resposta hipertrófica induzida pelo alongamento crônico (4 dias) é modulada
    (parcialmente) pela inibição da via da quinase mTOR (AOKI et al., 2006). Mais
    recentemente, nós também verificamos que a via da miostatina está reprimida durante
    este processo de crescimento longitudinal (AOKI et al., 2008). Até o presente momento,
    não tenho conhecimento de nenhum estudo que associou a estratégia do alongamento ao
    treinamento de força, a fim de maximizar a hipertrofia em seres humanos.
    Existe também uma grande preocupação do efeito do alongamento sobre o
    subseqüente desempenho no treino de força. Recentemente, o nosso grupo também
    avaliou esta questão. Nós verificamos que uma sessão de alongamento estático reduziu
    significativamente o desempenho no teste de 1-RM. No entanto, nós não verificamos
    interferência, quando foi utilizado o alongamento dinâmico (BACURAU et al., 2009).
    É importante ressaltar que o efeito do alongamento prévio sobre o treino de força
    tem sido avaliado, principalmente, sob o ponto de vista funcional (produção de força ou
    potência), e não estrutural (hipertrofia). Atualmente, não é possível afirmar que o
    alongamento exerce efeito positivo ou deletério sobre o processo de hipertrofia do
    músculo esquelético.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - As pesquisas relacionam mais o aumento ou
    diminuição de força quando aplicado o exercício de alongamento. Não há pesquisas que
    comprovem a importância do alongamento na aquisição de massa magra.
    3. De acordo com os conhecimentos atuais, ainda se aplicam as zonas de
    treinamento resistido para força (90%-100% 1-RM) hipertrofia (70-85% 1-RM) e
    resistência (40-65% 1-RM)?
    Valmor Tricoli - Pode ser afirmado que estes valores são universais. Porém, deve
    ser lembrado que a intensidade é somente uma das variáveis para obtenção destes
    objetivos (força, hipertrofia e RML).
    Marcelo S. Aoki - Sim, as recomendações atuais sobre a prescrição da
    intensidade no treinamento de força são baseadas no percentual do valor de 1-RM. No
    entanto, a determinação do valor de 1-RM é muitas vezes inviável, em academias de
    ginásticas, nos clubes, etc. Na prática, este fato dificulta a prescrição/controle da
    intensidade do treinamento de força. Também acredito que a sobrecarga fisiológica (nível
    de estresse) do treinamento de força não é determinada somente pela intensidade do
    treino (%1RM). Existe uma grande preocupação sobre o efeito da intensidade, porém, é
    imprescindível considerar a complexa organização de todas variáveis agudas do
    treinamento (intensidade, densidade, volume, duração, freqüência e tipo de ação).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - O ACSM faz essa recomendação, porém,
    sugere estímulos variados e atenção quanto à aptidão do praticante.
    4. A miostatina vem sendo descrita como um regulador negativo da
    hipertrofia muscular. Ela é realmente a chave da hipertrofia? Qual sua relação com
    o treinamento resistido?
    Valmor Tricoli - A miostatina é definitivamente um regulador negativo dos ganhos
    de massa muscular. Contudo, em condições fisiológicas, considerá-la chave da hipertrofia
    seria um tanto quanto ingênuo. Com o treinamento de força, é esperado uma atenuação
    da atividade e/ou expressão da atividade da miostatina.
    Marcelo S. Aoki - Na minha opinião, não há uma única “chave” para abrir a caixa
    preta do processo de hipertrofia. Nos últimos anos, este processo tem sido extremamente
    pesquisado. Através destas pesquisas, é possível afirmar que várias vias intracelulares
    estão envolvidas no crescimento do músculo esquelético (via da Akt-mTOR; via da
    Ubiquitina-proteassoma, via do NFkappaB, via da Miostatina, etc.) (GLASS, 2005; FROST
    & LANG, 2007; LEGER et al., 2007; LI et al., 2007; WACKERHAGE & RATKEVICIUS,
    2008; LEAL et al., 2008). A miostatina ganhou notoriedade, principalmente, por mutações
    ocorridas em mamíferos (camundongos, cães, bois e seres humanos). Sem dúvida, a
    miostatina é um importante regulador da hipertrofia. Porém, existem poucos estudos
    relacionando o treinamento de força e a via da miostatina. As evidências disponíveis
    reportam que o treinamento de força parece exercer down-regulation sobre a referida via,
    maximizando a hipertrofia (LEAL et. al., 2008).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - McPherron et al. (1997), detectaram a
    expressão gênica de proteínas reguladoras do crescimento chamadas TGFb e seus
    subtipos. Um desses subtipos, chamado Fator de Crescimento e Diferenciação (GDF) e
    especificamente o GDF-8, também chamado Miostatina, é associado a proteínas
    musculares que praticamente dobraram a musculatura esquelética de ratos e bois.
    Análises histológicas revelaram um aumento da massa muscular em ratos mutantes que
    resultaram em hiperplasia e hipertrofia. Ainda é prematuro relacionar com o treinamento
    de força. O que se fala por aí é mera especulação!
    5. Os marcadores hematológicos e bioquímicos, como a Creatina Kinase
    (CK), são meios adequados para o acompanhamento do treinamento para
    hipertrofia muscular?
    Valmor Tricoli - Infelizmente estes marcadores não podem ser considerados
    adequados para o acompanhamento do processo de hipertrofia muscular. A CK tem
    apresentado associação com o dano ao tecido muscular esquelético. O dano por sua vez
    é associado ao processo de hipertrofia. Contudo, a simples presença do marcador, e do
    dano, não são suficientes para acompanhar o processo hipertrófico. Além disso, a CK
    apresenta grande variabilidade interindividual e de acordo com o estado de treinamento
    do sujeito.
    Marcelo S. Aoki - A resposta dos marcadores bioquímicos ao estímulo do
    treinamento de força como, por exemplo, a atividade da CK, deve ser analisada com
    cautela. Acredito que a CK fornece informações sobre o processo adaptativo do músculo
    esquelético ao treinamento de força. Porém, a mesma não deve ser considerada como
    parâmetro para o monitoramento dos efeitos do treinamento, mais especificamente da
    hipertrofia. Esta variável apresenta uma grande variabilidade na população (NOSAKA &
    CLARKSON, 1996), provavelmente associada ao componente genético. Outro ponto
    importante, que precisa ser considerado é o fenômeno conhecido como “repeated bout
    effect” (efeito protetor da carga). Já é sabido que existe uma atenuação significativa do
    grau de lesão muscular e seus marcadores (ex. atividade de CK) em reposta a sessões
    consecutivas de treinamento de força. No entanto, independentemente, desta resposta de
    atenuação do grau de lesão, o processo de hipertrofia continua a ocorrer em médio e
    longo prazo. Provavelmente, outros mecanismos, além do processo lesão-inflamaçãoregeneração,
    como a mecano-transdução, também estão envolvidos na resposta
    hipertrófica.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - Entre os marcadores bioquímicos, os mais
    citados são a glutamina plasmática, a atividade da creatina quinase, uréia e o lactato
    sanguíneo. A avaliação da atividade da enzima creatina quinase tem sido muito utilizada,
    mas não como um marcador de overtraining (sobretreinamento) e sim como uma
    ferramenta para identificar um estágio recente de lesão muscular. Isso porque atletas bem
    treinados que realizam contrações musculares excêntricas não apresentam grandes
    aumentos na atividade da creatina quinase, mesmo que eles tenham dores musculares,
    talvez por ser resultado de uma lesão ou inflamação no tecido muscular conjuntivo. Por
    outro lado, o diagnóstico baseado na determinação da creatina quinase parece ser
    sensível e avalia um aumento do estresse muscular ou uma intolerância individual ao
    esforço muscular. Tem sido sugerido que a concentração de resíduos de nitrogênio no
    plasma sanguíneo (uréia e o ácido úrico) pode indicar uma diminuição das proteínas
    musculares, podendo assim ser um marcador de sobretreinamento (overtraining) por
    causa da sua associação com um estado catabólico. O maior problema é que o exercício
    agudo prolongado é associado com uma elevação temporária dos níveis de uréia e ácido
    úrico e ainda pode ser influenciado por uma dieta com ingestão de proteínas. Por esses
    motivos, a uréia, o ácido úrico e a cretina quinase não são parâmetros confiáveis para o
    diagnóstico definitivo do overtraining e nem de hipertrofia muscular.
    6. Qual o papel das citocinas pró-inflamatórias na hipertrofia muscular?
    Marcelo S. Aoki - O papel destas substâncias no processo de hipertrofia ainda
    precisa ser mais investigado. No entanto, alguns estudos disponíveis indicam que a
    administração de anti-inflamatórios pode atenuar a resposta de hipertrofia (TRAPPE et al.,
    2001). Reforçando a idéia de que as citocinas inflamatórias também exercem influência
    sobre a hipertrofia, algumas evidências sugerem o envolvimento destas substâncias em
    processos de regeneração muscular, ativação das células satélites e síntese de proteínas
    (VIERCK et al., 2000; FROST & LANG, 2007).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - O treinamento de força (TF) promove ajustes
    morfofuncionais específicos, sendo a hipertrofia o fenômeno mais marcante. Ainda se
    discute muito a respeito do processo inflamatório da musculatura, ou seja, se é um
    processo natural de ajuste à resposta hipertrófica, ou é uma resposta inflamatória
    acompanhada de necrose e perda de funcionalidade da fibra. O entendimento das
    respostas inflamatórias no músculo esquelético (ME) é bastante complexa envolvendo
    vários mediadores inflamatórios. As modulações imunológicas podem responder de
    maneiras distintas decorrente do tipo e intensidade do TF, causando diferentes alterações
    morfofuncionais no ME. Acreditamos que a hipertrofia muscular esteja amplamente
    relacionada com o processo inflamatório.
    7. A produção de testosterona em mulheres é menor quando comparado
    ao homem. O treinamento resistido visando hipertrofia para as mulheres deveria
    priorizar o treinamento com baixa pausa entre séries e alta intensidade para
    otimizar a secreção do GH e atuação do IGF-1?
    Valmor Tricoli - É verdadeiro afirmar que o treinamento de força com pausa
    reduzida entre séries e alta intensidade otimiza a secreção do GH e atuação do IGF-1.
    Contudo, deve ser lembrado que apesar de lógico, ainda temos pouca evidência da
    associação da secreção destes hormônios com o grau de hipertrofia causada pelo
    treinamento. Além disso, são mais importantes as alterações hormonais locais e não
    sistêmicas como normalmente são reportadas.
    Tácito Pessoa de Souza Junior - Temos poucos dados na literatura para dar
    sustentação a essa pergunta. Porém, como afirmado acima, acreditamos que a
    intensidade (aumento das cargas, velocidade de execução, variação) e a densidade
    (diminuição dos intervalos entre as séries de exercícios) possam contribuir para os
    resultados.
    8. Em relação à pesquisa científica, para onde caminha o treinamento de
    força? Quais as perspectivas futuras?
    Valmor Tricoli - Da mesma maneira que grande parte das pesquisas em atividade
    física, o treinamento de força também tem voltado a sua atenção para os aspectos de
    biologia molecular. Mecanismos e vias envolvidos no processo de hipertrofia assim como
    a investigação dos diferentes fatores (mecanotransdução, hormonal, gasto energético)
    que os influenciam tem ocupado posição de destaque na produção científica de ponta.
    Marcelo S. Aoki - Na minha opinião, atualmente, existe um grande interesse sobre
    o efeito do treinamento de força na prevenção, no tratamento e na reabilitação de
    diversas patologias. Na mesma linha de raciocínio, outro ponto de extremo interesse é
    estabelecer recomendações seguras e eficientes de prescrição desta estratégia de
    treinamento para populações especiais.
    Mais especificamente, o nosso grupo de pesquisa pretende investigar o
    comportamento de genes que governam adaptações relacionadas à plasticidade do
    músculo esquelético em respostas às diferentes demandas fisiológicas (treinamento de
    força, alongamento crônico, imobilização, ablação).
    Tácito Pessoa de Souza Junior - As investigações sobre as alterações funcionais
    e morfológicas decorrentes do treinamento de força caminham para investigações
    moleculares. As disciplinas Bioquímica do Exercício e Biologia Molecular são grandes
    ferramentas para elucidar a complexidade dos mecanismos intracelulares. As pesquisas
    estão sendo realizadas, aguardemos os resultados futuros.
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