Acho que em situações comum não tem porque legalizar o aborto. Vivemos num mundo moderno o suficiente para que as pessoas sejam conscientes e tenham noção da existência e necessidade do uso da camisinha e da pilula. O aborto apenas dá aval para irresponsáveis passarem a prejudicar terceiros de uma maneira ainda mais grave, ferindo o direito à vida.
Agora, em relação ao estupro, acho que é pra se pensar. Dialogar. Primeiramente, é fato que são raros os casos de bebês provenientes de estupro. Fugindo das teorias e palavras bonitas: o cara pode gozar fora, pode não gozar, a mulher pode praticar sexo e alegar estupro por algum tipo de briga, o esperma pode morrer, ela pode tomar pilula no dia seguinte, e por aí vai. De 100%, penso que a probabilidade de acontecer um estupro -> gravidez é menos de 1%. Mas existe. Eai, o que pensar? Será que dá pra ser tão frio e falar pra uma mulher assim "olha, você foi fortemente violentada. Sabemos do seu trauma, temos consciência de que você passou por uma situação de terror. Mesmo assim, você está fadada a carregar por 9 meses um ser humano que você não queria e lembrar todo santo dia que esse neném na sua barriga foi fruto de uma violação".
Difícil dizer isso, né? Tudo bem, cientificamente, a mãe é só o hospedeiro. Mas quem tem esposa ou irmã e irmão e já acompanhou uma gravidez de perto sabe que na prática é um processo que afeta a mulher e muito. Desejo, cólica, dor, inchaço... a comida de um serve pros dois. São 36 semanas que dão razão de viver, mas podem significar o fim da razão pra se viver. É bem complicado pessoal.