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danilorf

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Tudo que danilorf postou

  1. danilorf

    Religião.

    Eu explicaria isso com um exemplo que me foi dado no COF do Olavo: - Pense no universo como o sistema fechado estudado pela física. - Existem várias leis físicas observáveis e que são um tanto quanto "permanentes" na natureza. "Permanentes" pois, se a lei da termodinâmica estiver certa, a circulação de energia no universo, tal como estudado pela física, está decaindo, logo, as outras leis naturais, por mais permanentes que sejam, também não são eternas. Isso Aristóteles já dizia, segundo o Olavo, e é também uma linha bem parecida com a da física quântica. Mas tem o seguinte: se a termodinâmica é verdadeira, o universo está entrando em colapso, correto? Dentro do conjunto da possibilidade universal dada num primeiro momento, no momento da criação do universo, isso seria inescapável. Mas o universo na verdade está se expandindo. Isso significa que há alguma outra coisa que está por cima e além do universo e que injeta continuamente novas possibilidades - e que não contradizem o que já estava dado previamente - e que permite que ele continue se expandindo. Dentro do contexto do cristianismo, essa coisa que está por cima e além do universo, e que precedeu a existência dele, o "Logos", ele não só atua de maneira impessoal como o que eu disse aí em cima, mas ele encarna em uma virgem, e esteve presente na Terra operando milagres - o milagre é um fato que não estava dado previamente no conjunto da possibilidade universal, e que não contradiz o que já estava dado previamente. Você veja nas outras religiões isso não acontece. No cristianismo você tem o Logos universal encarnada na terra, você tem ele explicando o porquê das coisas, você tem ele operando milagres desde o nascimento e até hoje depois da morte dele. Mas algum agnóstico imbecil pode dizer que esse negócio de milagres é balela, e que é só um fato que a ciência não explica. Mas como os antigos, que não possuíam ciência, sabiam distinguir um fato que não estava dado previamente no conjunto da possibilidade universal (ou milagre) de um fato comum? Na época de Jesus havia milhares de pregadores religiosos iguais a ele. Por que ele conseguiu arrastar multidões e incomodar o império mais poderoso da Terra? Isso é a atuação divina no universo. - Quanto a questão do livre-arbítrio e do determinismo você pode analisar a questão tanto do ponto de vista teológico quanto do psicológico. Do ponto de vista teológico, nós não somos nem 100% determinados e não temos também 100% de livre-arbítrio. Eu não sei explicar muito bem, e creio que St. Tomas de Aquino deve ter explicado isso com muito mais profundidade, mas o que acontece é que, se você fosse 100% livre, você conseguiria determinar o resto do universo, e só Deus pode fazer isso. Mas nós também não somos 100% determinados por fatores externos a nós, porque se não isso ia gerar uma cadeia infinita de causas retroativas que nunca ia explicar o porque de tomarmos certas decisões, a não ser que você diga que essa causa última fosse Deus. Porém Deus disse que não faria isso, e disse que temos livre-arbítrio, logo, o que nós temos é um poder de escolha limitado pelo ambiente em que vivemos. Mas muitas dessas escolhas que nós fazemos alteram o ambiente em torno (muitas vezes de maneira que não esperamos), e essas alterações nos colocam em situações diferentes em que tomamos outras escolhas, que geram outras situações e assim indefinidamente. Do ponto de vista psicológico, a escolha só se explica por ela mesma, pois a psique é individual. Mas mesmo a psique sendo individual, desde o momento em que nascemos nós recebemos a língua pronta da humanidade, nós recebemos carinho da mãe, etc., e vamos formando a nossa psique a partir desses elementos externos a nós, que são elementos estruturantes da nossa personalidade, do nosso ego, e que se misturam com àquilo que já veio conosco, e que, com o passar do tempo, também pode ser alterado por nós mesmos - isso nada mais é do que a psiquiatria, recontar a história do eu. Mas naquele momento decisivo em que você deve escolher entre duas situações, não há nenhuma causa retroativa que te force a fazer a escolha. Você pode dizer que ela é uma força que influencia. Por exemplo, você está com fome e tem uma maçã na sua frente. Você tem a opção de roubá-la ou não. A fome não é uma força irresistível que te impele a roubar a maça e que te tolhe a liberdade de escolha. Tanto é assim que muita gente faz jejuns de semanas, e tem gente que escolhe até morrer de fome. Isso poderíamos aplicar a todos os condicionantes da escola behaviorista também. Enfim, a questão determinismo x livre-arbítrio está posta de maneira errada, e isso em grande parte a muitos teólogos protestantes que só causam confusão nessas questões. A liberdade de escolha existe, mas há sempre uma tensão entre o ambiente que você está, as escolhas que você toma, como isso altera o ambiente, e como essa alteração vai te colocar em outras situações em que você terá que tomar novas decisões. Deu pra entender?
  2. danilorf

    Religião.

  3. Leia o livro do link.
  4. danilorf

    Religião.

    "No livro “Filosofias da afirmação e da negação”, o Mário Ferreira dos Santos passa em revista algumas importantes correntes filosóficas, como o ceticismo, o relativismo, o idealismo, a fenomenologia, os pensamentos de Platão e Aristóteles, o de Kant, buscando sempre destacar o que há de positivo e o que há de negativo nelas, pois não há nenhuma linha de pensamento que não tenha algo de positivo para apresentar, uma vez que mesmo as filosofias mais negativistas se apoiam na positividade para argumentar e para existir, uma vez que, se elas existem, alguma coisa há e não um nada absoluto. A obra do Mário se chama “Filosofias da afirmação e da negação” porque há filosofias que se firmam na positividade da afirmação, enquanto outras, como o ceticismo e o relativismo, se fundam sobre a negatividade e tendem à negação total. Entretanto, essas filosofias negativistas, que buscam o nada, essas filosofias niilistas, se contradizem fatalmente, pois dependem sempre de algo positivo, afirmativo, porque a afirmação precede à negação, o ser precede ao nada. A negação nega uma afirmação; não houvesse, portanto, afirmações, positividades, não haveria negações. Para o Mário, as filosofias afirmativas precisam ser preferidas, enquanto as negativistas devem ser rejeitadas, posto que seus frutos maus já são mais do que conhecidos e só levarão a mais barbárie e a uma degeneração ainda maior. O niilismo “profetizado” por Nietzsche avassalou o mundo no século XX, até onde o Mário pôde ver, e prometia mais destruições ainda, que nós estamos vendo hoje. Os corações se obscureceram e somente um retorno ao que é firme e positivo no pensamento humano poderia resolver o problema. Por isso, seria importante uma filosofia que absorvesse todos os pontos positivos de todas as filosofias durante a História, rejeitando o que elas possam ter de negativista. Em sua obra, composta na forma de diálogos, o Mário Ferreira dos Santos refuta o ficcionalismo, que afirma que todas as convicções humanas e toda a realidade que conhecemos são ficções criadas por nós mesmos. Ele mostra que, embora as imagens da imaginação e os esquemas mentais humanos possam, de certo modo, ser encarados como uma ficção, essa ficção tem algo em comum com uma outra suposta ficção, que é o mundo exterior, de modo que nós podemos dizer que conhecemos esse mundo pelo menos em parte. O Mário está argumentando em hipótese, ele não está admitindo de fato que o mundo exterior seja uma ficção, salvo se o pusermos perante a Realidade Suprema, isto é, o Ser Supremo, que é o único que tem toda a Realidade em si. O Mário está apenas tomando o argumento de um ficcionalista e o passando por uma crítica implacável. O ficcionalismo não subsiste, tanto mais que ele não se encara como uma simples ficção, mas pretende que a sua afirmação de que tudo seja uma ficção corresponda à verdade, sendo o seu propugnador um homem que conhece o mundo real. Mas mesmo no ficcionalismo poderíamos encontrar algo de positivo e útil, como a dedução de que os nossos conteúdos mentais e mesmo o mundo exterior não têm sua razão em si mesmos, mas radicam no Ser Supremo, de modo que aqueles seriam de certo modo ficções, enquanto este é a Realidade. O Mário faz o mesmo com o ceticismo e o relativismo, que, apesar de terem aspectos positivos, também não se sustentam. O relativismo, por exemplo, está certo ao afirmar que o conhecimento humano é relativo ao ser humano, ou seja, é proporcionado ao que o ser humano é capaz de conhecer, não sendo possível, portanto, que conheçamos aquelas coisas que não são proporcionadas ao nosso aparelho cognoscente. Por exemplo, há certas ondas sonoras que podemos ouvir, mas há outras, que estão acima ou abaixo de certa frequência, fora do nosso campo de captação, que não podemos captar, não nos sendo possível conhecê-las através da experiência auditiva, embora existam. Do mesmo modo com certos elementos visuais, que escapem às vibrações que nossos olhos podem perceber. Isso está certo. O erro é imaginar que nosso conhecimento jamais será seguro apenas porque não conhecemos tudo, pois o que conhecemos, conhecemos, e é objetivamente verdadeiro. O idealismo não escapa da crítica do gigante brasileiro, assim como a fenomenologia, que é um modo pré-teorético de pensar. É excelente para descrever os fenômenos, mas, por um lado, numa de suas correntes, peca por dizer que não conhecemos os objetos em si, mas apenas as suas aparências fenomênicas, e, por outro, noutra vertente, erra ao desprezar a razão e afirmar que captamos imediatamente, pelos sentidos, a essência dos objetos, dispensando assim o trabalho da razão, a investigação, a análise, a abstração, sob a ideia de que a razão só cria falsidades. Para o Mário, nós captamos a aparência fenomênica dos objetos, mas somos capazes de penetrar em seu ser através do pensamento. A fenomenologia erra, de um lado, por negar o conhecimento real dos objetos e, de outro, por negar a validade da razão. O Mário também aborda a diferença gnosiológica do pensamento de Platão e de Aristóteles, harmonizando-os. Aristóteles ensinava que o conhecimento se dá a partir dos sentidos, numa atividade em que o sujeito cognoscente apreende as imagens, os fantasmas, dos objetos e, através de abstrações de primeiro, segundo e terceiro graus, elabora conceitos e chega ao conhecimento de fato. Platão, por seu turno, falava das ideias que pré-existem ao ato de conhecer, ideias que estão fundadas no Ser e que são “anteriores” ao mundo material. Essas ideias, formas ou esquemas estão também esquecidas na mente humana, de modo que todo o ato de conhecer é um lembrar-se, um recordar; são ideias que, na linguagem poética de Platão, estão dormindo na mente humana. Se não fosse assim, não seria possível chegar ao conhecimento de nada, uma vez que para haver o conhecimento é necessário que haja uma semelhança entre o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível. Se eles fossem absolutamente diferentes não haveria nenhum contato e não poderia haver assimilação, nenhuma conformação interior, não material, do sujeito com o objeto. Assim, existem, na mente humana, esquemas “a priori”, anteriores ao conhecimento. Se a cera, no pensamento aristotélico, é aquela que recebe as impressões de objetos exteriores, é preciso que essa cera já tenha a capacidade de receber essas impressões e ser modelada por elas; precisa, em suma, de ter uma estrutura capaz. É verdade que Platão não usa o termo “a priori”, pois quem o utilizou foi Kant, mas eu o utilizei acima como um sinônimo de esquemas mentais pré-existentes necessários ao ato de conhecimento, sem os quais este seria impossível. Usar esse termo não quer dizer que estou endossando o pensamento de que as ideias, as formas, os esquemas estão só na nossa mente e não no mundo real nem no Ser Supremo, pois elas estão na mente, na realidade e no Ser. Desse modo, o Mário faz a união dos pensamentos de Platão e de Aristóteles, que deram espaço para abstrações indevidas, em que uns poderiam negar a existência das ideias “a priori” e outros o conhecimento a partir dos sentidos. Os dois lados estão certos, pois os dados dos sentidos despertam as ideias pré-existentes, fazendo-nos lembrar do que estava esquecido em nós. Um ponto importante, porém, é que o Mário não diz que ele foi o elaborador dessa união de pensamentos, nem que qualquer um de nós deveria criar uma filosofia que o fizesse, pois, antes mesmo de Platão e Aristóteles, Pitágoras já possuía um pensamento no qual essas duas realidades apareciam harmonizadas. Basta, portanto, retornarmos a esse pensamento. Escrevi este texto para explicar um pouco melhor o que disse no post anterior." Original: Um trecho sensacional da introdução do livro: "A diácrise em que vivemos, a crise instaurada, que cria abismos entre os elementos constituintes, não pode ser solucionada por síncrises, como as que tentamos realizar. A coesão pode ser adquirida pela força, mas será caduca. Só um poder une os opostos: é a transcendência. Querer forçar a unidade mecânica da nossa sociedade através do aumento do poder do Estado, da polícia e do exército e do organismo burocrático ou partidário, é uma forma brutal de coesão, e fadada ao molôgro. Cairá fatalmente. Porque só a síntese transcendental consegue a coesão intrínseca. Parece haver uma contradicção aqui, mas esta é meramente aparente. Quando as partes de um todo estão unidas pela coesão dada por uma força exterior, essa coesão é apenas transeunte e falha. Não nos unimos por estarmos mais próximos uns aos outros, por convivermos ao lado uns dos outros, por nossos corpos se aproximarem mais e se esfregarem mais. O que une os homens não é o físico, mas o espiritual. O homem não é apenas um animal, mas um animal que tem racionalidade, entendimento e uma inteligência especulativa e também apofântica, porque também capta o que não se exterioriza, o que se oculta. A lei não nos une porque decreta a nossa união. O Estado moderno é uma abstracção dentro da sociedade, e não é um organismo. E' apenas uma máquina. Falta-lhe a vida. Se fosse a sociedade organizada, seria ela mesma. Só então o Estado seria a sociedade. Por mais que alguns -queiram, a polícia não é um substituto de Deus, nem a lei decretada pelos poderes constituídos a lei que brota dos corações e da inteligência. Tudo isso é uma mentira que custará muito caro aos homens, como já vem custando. O Estado moderno conseguiu realizar mais uma brutalidade, e nada mais. E' preciso que surja espontaneamente o que une, como surge o amor de mãe ao filho, a amizade entre os indivíduos humanos. Não se decretam simpatias. Eis o que queremos chamar de imanência. Enquanto o humano não unir os humanos, estes não transcenderão a si mesmos. A transcendência sintética de que falo é aquela que tem raízes na imanência humana. E quem pode negar que o homem moderno trai a si mesmo"? Não se afasta cada vez mais de si mesmo? Não nega cada vez mais a si mesmo? Não busca fugir de si mesmo em busca da sua negação? Tudo na sociedade moderna separa. Não são apenas as coletividades que se separam, as classes que se separam, os grupos que se separam; são os indivíduos que se separam, e estes dentro de si mesmos. Quantos são estranhos a si mesmos! Quantos permanecem atónitos quando se debruçam no exame de sua própria personalidade! Sim, cada vez mais nos desconhecemos, quando pensamos que nos aproximamos de nós mesmos. Quão poucos resistem à contemplação de sua própria pessoa! E quantos conflitos na impossibilidade de admitirem a si mesmos e de admitirem os outros!" É o que eu digo, é impossível pra alguém ser um ateu sincero. É impossível pra nossa mente pensar o nada absoluto, porque alguma coisa precisa haver antes de ser negada ou afirmada. Essa "coisa" é o que chamam Deus. Leiam o Mário Ferreira dos Santos, o maior filósofo brasileiro e um dos maiores do mundo de todos os tempos.
  5. O que eu disse? E o que o Olavo vem dizendo desde que começaram com a idéia da marcha pra Brasília? Se liguem na diferença entre os tais "líderes" dos movimentos de 2015 e de 2016 com um verdadeiro líder revolucionário: "[...] Em nome da ala esquerda do Partido Socialista Revolucionário, Koltchinski expôs, resumidamente, a história da questão agrária, através das várias fases da revolução: - O Primeiro Congresso dos Sovietes Camponeses - disse ele - aprovou a imediata divisão das terras entre os camponeses, mediante a sua entrega aos comitês agrários. Mas os dirigentes da revolução e os burgueses no governo impediram que a questão fosse definitivamente resolvida antes da convocação da Assembléia Constituinte. No segundo período da revolução, no "período dos compromissos", o fato mais importante foi a entrada de Tchernov para o governo. Os camponeses, nesse momento, julgaram que a questão agrária ia ser, afinal, resolvida praticamente. Mas, não obstante o Primeiro Congresso declarar, categoricamente, que a terra deveria ser entregue aos comitês agrários, os elementos reacionários e "conciliadores" do Comitê Executivo impediram a realização prática dessa decisão. Em consequência da demora, os camponeses, cansados de esperar, vendo que suas aspirações não eram satisfeitas, começaram a manifestar impaciência por meio de uma série de atos violentos. Compreendendo o verdadeiro significado da revolução, resolveram transformar as promessas, as palavras, em realidade. Os acontecimento destes últimos tempo - continuou o orador - não são uma simples aventura bolchevique, um pequeno motim, mas um verdadeiro levante popular, que conta com o apoio e a simpatia de toda a Rússia... A posição dos bolcheviques em relação ao problema da terra é, em suas linhas gerais, justa. É mesmo a única posição possível. Mas os bolcheviques erraram profundamente quando disseram que os camponeses deviam tomar a terra por iniciativa própria. Os bolcheviques há muito tempo vêm dizendo que os camponeses devem tomar as terras por meio de uma ação revolucionária das massas. Ora, isto é preconizar a anarquia. A entrega da terra aos comitês agrários pode ser realizada pacífica e ordenadamente. Os bolcheviques preocupam-se, unicamente, em resolver as coisas o mais depressa possível. Não procuram averiguar qual a melhor maneira de resolver os problemas. O decreto sobre a terra, promulgado pelo Congresso dos Sovietes, e as decisões do Primeiro Congresso Camponês são, em última análise, perfeitamente iguais. Por que motivo o novo governo não adotou as diretrizes táticas desse congresso? Pela razão seguinte: o Conselho dos Comissários do Povo queria resolver a questão da terra antes da convocação da Assembléia Constituinte. O governo, naturalmente, compreendeu que era preciso fazer alguma coisa, na prática. Mas não refletiu quando aceitou as regras estabelecidas pelos comitês agrários. Em virtude disso é que surgiu a seguinte situação contraditória: enquanto o decreto do Conselho dos Comissários do Povo estabelece a abolição da propriedade privada, o regulamento criado pelos comitês agrários está baseado, justamente, na propriedade privada... De qualquer forma, nada se perdeu, porque os comitês agrários não dão a menor importância às decisões do governo soviético e só levam à prática o que resolvem por si mesmos. E o que os comitês resolvem é a expressão da vontade da imensa maioria dos camponeses! Os comitês agrários não procuram resolver as coisas dentro de determinadas normas legislativas. Essas normas serão estabelecidas pela Assembléia Constituinte. Poderá ela, porém, atender às reivindicações camponesas? O futuro dirá. Estamos convictos de que a decisão revolucionária obrigará a Assembléia Constituinte a resolver a questão da terra em harmonia com os desejos dos camponeses. A Assembléia Constituinte não terá coragem de passar por cima da vontade popular... Lênin pediu a palavra, sendo ouvido, desta vez, com a maior atenção: - Neste momento, está em jogo não só a questão da terra, mas o problema da revolução social. E esse problema não se limita à Rússia: é um problema de importância mundial. A questão da terra não pode ser separada das demais questões da revolução social. Para confiscarmos a terra, teremos de vencer não só a resistência dos proprietários russos, como a resistência do capital estrangeiro, porque os proprietários estão ligados a ele, através dos bancos. O regimes da propriedade territorial na Rússia, baseava-se na mais terrível exploração dos camponeses. Confiscando as terras dos grandes proprietários feudais, os camponeses realizaram o mais importante ato da nossa revolução. Para provarmos isto basta examinar as etapas percorridas pela revolução. Na primeira etapa, a autocracia, o poder da indústria capitalista e dos grandes proprietários, cujos interesses estão intimamente ligados, foi derrubada. Na segunda, os sovietes consolidam-se. É nesta etapa que se firma um compromisso político com a burguesia. Os socialistas revolucionários da esquerda erraram porque não se opuseram a esse acordo. E, para justificar sua atitude, disseram que, nesse momento, a consciência revolucionária das massas era ainda muito débil... Ora, se fôssemos esperar que todos os homens atingissem o mesmo grau de consciência para só depois disso lutar pelo socialismo, teríamos de esperar uns quinhentos anos para começar a luta!... O partido político do proletariado é a vanguarda da classe operária e, como vanguarda das massas, deve, ao contrário, lutar para arrastar essas massas atrás de si. Para tanto, os sovietes devem ser utilizados como instrumentos de iniciativa revolucionária. Mas, para dirigir os vacilantes, para arrastá-los, é preciso que os socialistas revolucionários da esquerda deixem de vacilar. De julho para cá, as massas populares começaram a romper com os "conciliadores". Apesar disso, a esquerda revolucionária ainda estende a mão a Avksentiev... Conservar os compromissos é matar a revolução. Firmar acordos com a burguesia é trair a revolução. Não precisamos de entendimentos ou de compromissos com a burguesia. Precisamos, sim, esmagar completamente o poder burguês! O Partido Bolchevique não repudiou seu programa quando aceitou os regulamentos elaborados pelos comitês agrários, porque esses regulamentos não implicam a conservação da propriedade privada. Queremos encarnar, na prática, a vontade popular. Queremos ser os executores da vontade do povo, porque, de outro modo, não poderemos fundir, num só bloco, todos os elementos da revolução social. Já convidamos os socialistas revolucionários a ingressar no novo governo. Novamente lhes fazemos o mesmo convite. Só estabelecemos uma condição. Exigimos que os socialistas revolucionários da esquerda rompam, definitivamente, com os elementos vacilantes do seu partido. Os socialistas revolucionários precisam romper com seu passado e olhar para a frente... O orados que me precedeu disse que as decisões da Assembléia Constituinte serão determinadas pela pressão revolucionária das massas. Concordamos. Mas achamos que é preciso apresentar a questão da seguinte maneira: "Camponeses! Confiem na pressão revolucionária, mas não esqueçamm nunca que em suas mãos há um fuzil!" Outra: [...] A um jornalista estrangeiro, que solicitava uma declaração, Trótski disse: - A única declaração possível, neste momento, é a que fazemos pela boca dos nossos canhões!" Fonte: Os dez dias que abalaram o mundo - John Reed. Entenderam agora como funcionou a manobra do MBL e VPR? Vou colar de novo a citação do Lênin aqui embaixo: "- Não se pode esperar! Não se pode perder!... A história não perdoa as demoras de revolucionários que poderão vencer hoje (e que vencerão certamente hoje), mas que se arriscam a perder muito amanhã, a perder tudo. Tomando o poder hoje, nós não o tomamos contra os sovietes, mas para eles... Seria um desastre mostrar-se formal e esperar o escrutínio aleatório de 7 de novembro; o povo tem o direito e o dever de resolver tal questão, não pelas eleições, mas pela força; nos momentos críticos da revolução, o povo tem o direito e o dever de dirigir seus representantes..., não de esperá-los." (Lênin, Obras, volume XXVI) Vocês acham mesmo que a turma da alta cúpula do PSDB e do PMDB não sabia disso? Apenas olhem para os áudios que vazaram hoje, até eles sabiam disso: " Antipetismo, mesmo quando genuíno, não é atestado de idoneidade." " A Nova República sempre foi um simulacro de normalidade construído para camuflar a dominação hegemônica. Os que exaltam as "nossas instituições democráticas" são vendedores de entorpecentes políticos." " Não tenho um pingo de má-vontade para com o presidente Temer, mas sei que, se ele cumprir sua promessa ao Lula, de que no seu governo não haverá caça às bruxas, as bruxas é que vão nos caçar." " Os melhores líderes do movimento pró-impeachment sabiam disso desde o começo. O ingresso de Bicudos e Reales na área só serviu para fortalecer a hegemonia em troca da remoção da Dilma, uma migalha jogada aos cãezinhos. O episódio do Ministério da Cultura mostrou, acima de qualquer possibilidade de dúvida, QUEM MANDA NESTE PAÍS." Sobre os áudios vazados: " Eis aqui a prova de que o impeachment, amputado de todo combate anticomunista, foi criado para defender a classe política apenas. Não o Brasil. Kims Katakokinhos e Janaínas Paschoais jamais compreenderão a quem serviram. Mas o Reinaldo Azevedo compreende -- e gosta, (link)" " Como convencer os fetichistas de que o problema não é a Dilma e sim a hegemonia" " Separado do desmantelamento das organizações comunistas, o impeachment se reduz a um fetiche, a uma fantasia de punheteiro." Citações de OdeC.
  6. De que lugar vc tirou essa idéia?
  7. Viram a nova do bolsonaro machista? Estou chocado de ver como ele pode ser tão machista: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=633891050093218&substory_index=0&id=211857482296579
  8. O Bolsonaro e a ascensão de uma oposição política verdadeira ao poder não é, e nem será, causa nessa mudança que você falou. Ele é apenas uma consequência de uma revolução cultural - se é que podemos chamar assim, como se fosse uma revolução gramsciana, mas ao contrário - que só começou a acontecer por causa do Olavo. " A sentença de Hugo von Hofmannsthal já citada nesta coluna – "Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura" – é tão verdadeira e profunda, que pode ser aplicada à análise das situações políticas desde vários ângulos diferentes, sempre rendendo algum conhecimento. " http://www.olavodecarvalho.org/semana/060911dc.html " O texto abaixo é grande, mas peço que leiam até o final, pois é de extrema importância. A cenoura do impeachment Há um erro grotesco circulando por aí que precisa ser corrigido, pelo bem dos contemporâneos e dos pósteros. É um erro sobre cenouras. Qual é a causa das cenouras? As cenouras aparecem para nós como um produto no supermercado, mas serão os supermercados a causa das cenouras? Não. Para produzir cenouras, é necessário primeiro selecionar solos drenados, com boa capacidade de absorção de nutrientes e p.H. entre 6.0 e 6.5. Depois é preciso selecionar boas sementes e, uma semana antes de plantá-las, preparar e fertilizar o solo. A seguir é necessário plantar as sementes, hidratá-las diariamente com cuidado para que não haja água em excesso nem com pressão demais, cobrir sempre com terra as cenouras germinantes para que não azedem, podá-las constantemente e, depois de cerca de três meses, colhê-las. Por último é preciso transportá-las para uma ceasa, de onde serão levadas para um supermercado, local onde finalmente adquirem existência física para nós. Mas teriam os supermercados criado as cenouras? Há pessoas que estão convencidas de que sim. São aquelas que veem um pedaço de gelo no mar e acreditam tratar-se antes de uma pedrinha flutuante que da pontinha de um iceberg de dez metros; aquela para as quais a Revolução Russa poderia ter existido sem que antes tivesse existido Karl Marx ou a Revolução Francesa poderia ter existido sem que, antes, tivesse existido Jean-Jacques Rousseau. São pessoas, enfim, que enxergam a parte mais exterior de um fenômeno e acreditam tratar-se de todo o fenômeno. São as pessoas que acreditam que a principal, ou até a única, causa do impeachment de Dilma Rousseff foi a atividade do Movimento Brasil Livre, as manifestações ou, santo Deus!, o deputado Eduardo Cunha. Considere: quando Kim Kataguiri começou a convocar pessoas para manifestações anti-PT, essa convocação, pelas graças do carisma e do talento retórico de Kim, produziu na população o sentimento antipetista? Deu ciência aos brasileiros dos planos totalitários e revolucionários do PT? Ensinou ao povo que o PT era corrupto? Instruiu o cidadão ignaro quanto às ligações entre os petistas e as ditaduras de Cuba e da Venezuela? A atividade do MBL foi a face mais exterior e visível de uma cadeia causal que tem pelo menos 20 anos. Foi o transporte da cenoura ao supermercado. É uma ação importante, sem dúvida, imprescindível para a conclusão do processo, mas está muito longe de ser a principal, muito menos a única, causa da cenoura. A causa do impeachment de Dilma Rousseff remonta ao ano de 1994. Sim, 1994. Foi quando foi publicado no Brasil o livro "A nova era e a revolução cultural", o primeiro a denunciar os planos totalitários do PT, seus métodos corruptos e a revolução gramsciana em curso. Nessa época, Diogo Mainardi era um romancista, Mário Sabino era um repórter desconhecido, Reinaldo Azevedo escrevia ensaios sobre Graciliano Ramos e Kim Kataguiri, bem... Kim Kataguiri não havia nascido. No livro se lê, por exemplo, o seguinte: "Pela sucessão de acontecimentos desde a campanha do impeachment [de Collor], o PT mostrou sua vocação, para mim surpreendente, de partido manipulador e golpista, capaz de conduzir o país às vias fraudulentas da "revolução passiva" gramsciana, usando para isso dos meios mais covardes e ilícitos - a espionagem política, a chantagem psicológica, a prostituição da cultura, o boicote a medidas saneadoras, a agitação histérica que apela aos sentimentos mais baixos da população -, e de adornar esse pacote de sujidades com um discurso moralista que recende a sacristia. O partido que, para sabotar um candidato, promove no lançamento da nova moeda algo como uma 'greve preventiva' sob a espantosa alegação de uma possibilidade teórica de danos salariais futuros, sabendo que essa greve resultará em aumento do preço dos combustíveis e em retomada do ciclo inflacionário, dando facticiamente confirmação retroativa aos danos anunciados, é que, francamente, decidiu imitar o capeta: produz o mal para no ventre dele gerar o ódio, e no ventre do ódio o discurso de acusação." Em 1995 e 1996 seriam publicados, respectivamente, "O jardim das aflições" e "O imbecil coletivo", mais duas monstruosas cacetadas no PT em particular e na esquerda em geral. Desde então, Olavo de Carvalho expõe essas ideias, de maneira muito mais aprofundada, em cursos particulares para milhares de alunos, que depois as expõem a outros. Ainda em 1996, ele explicou o que o PT viria a se tornar em uma entrevista a Pedro Bial (está disponível no YouTube). Tudo isso, naturalmente, foi considerado delirante, paranoico e conspiracionista, como de costume. Apenas "O imbecil coletivo", o menos substancial dos três livros, fez barulho, mas não exerceu influência maior, tanto que Lula foi eleito em 2002. Ora, quem tem um pouquinho de conhecimento histórico sabe como as ideias filosóficas chegam a exercer influência na cultura. Quando aparecem, elas são conhecidas por dez, que as ensinam a 100, que as ensinam a 1000 e assim por diante, sempre na moita, sempre longe dos olhos do público em geral. Quando elas chegam a ter alguma influência em escala cultural, estão tão diluídas que muitas vezes ninguém sabe de onde vieram. Por volta de 2007, Reinaldo Azevedo publicou um artigo na revista "Veja" sobre a revolução gramsciana que levara o PT ao poder. De onde você acha que veio aquilo? Você acha que um jornalista sem maior formação filosófica foi capaz de formulá-lo? Anos depois, Merval Pereira publicou em "O Globo" uma coluna sobre o Foro de Sao Paulo. De onde você acha que veio aquilo? Acha que Merval foi lá olhar os documentos do Foro? Essas coisas foram acontecendo e se espalhando, lentamente, até chegar a um ponto em que muitas pessoas expunham as ideias do maluco, do paranoico, do conspiracionista sem ter a menor ideia de onde elas haviam vindo. Quando surgiu o Orkut e depois o Facebook, começou o Curso Online de Filosofia (2009) e foi publicado "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota" (2013), o homem se tornou um fenômeno de massas, mas as ideais dele, sem ninguém saber de onde elas vinham, já estavam em circulação há algum tempo. Além de seu conteúdo, elas exerciam influência, pela atividade do próprio Olavo de Carvalho e de centenas de seus alunos, ao criar aos poucos na opinião público o espaço, até então exíguo, para a crítica ao PT. Sem a criação desse espaço, pessoas que hoje ridicularizam o homem jamais teriam aberto a boca. Houve também, sem dúvida, muitos desenvolvimentos paralelos menores, como a crítica não ideológica ao PT de jornalistas como Diogo Mainardi, a própria revelação dos fatos: mensalão, conexão PT-Farc etc., além da atividade de movimentos e personalidades liberais. Nada disso, no entanto, se equiparava em unidade e amplitude às ideias do filósofo. Entre o meio de 2014 e o de 2015, a sucessão de eventos se avolumou: houve a coleção de iniquidades da campanha eleitoral, o ultraje da Copa do Mundo e o avanço da Operação Lava Jato, revelando o grau de perfídia do PT e enfurecendo o povo. Surgiu O Antagonista, denunciando os crimes do partido implacavelmente de minuto a minuto, pressionando políticos e imprensa, ridicularizando e dessecralizando o poder; avolumou-se a crise, os escândalos tornaram-se diários, foram reveladas as pedaladas fiscais e, enfim, Eduardo Cunha foi para a oposição. Só por essa época é que começaram as manifestações e apareceu o Movimento Brasil Livre, cuja atividade seria impensável sem tudo o que veio antes. Os movimentos foram a cereja do bolo, a maisena que se acrescenta ao molho já pronto para dar consistência. Quando explodiu o ódio ao PT catalisado pela crise econômica, pela deterioração do ambiente político, pelos escândalos de corrupção diários e pelo clima de guerra instaurado pela atividade tanto de site como O Antagonista quanto de movimentos como, sim, o MBL, o discurso antipetista estava pronto. Sem esse discurso, nenhuma unidade de propósitos e ação seria possível; aconteceria antes um ódio difuso. E a fonte principal e última desse discurso é, sim, a atividade jornalística e filosófica de Olavo de Carvalho. Não é, pois, nenhum absurdo o filósofo dizer, como disse recentemente, para a gargalhada das hordas obtusas, que criou toda esta confusão que está acontecendo no Brasil. Certamente não criou sozinho, mas não é possível duvidar que foi um dos principais criadores. Você pode rir e crê-lo um louco delirante, por que não? Riram até de Sócrates, afinal, antes de o matar. Mas fazê-lo é apenas ignorar onde estão as raízes da sua própria ação, é apenas tomar sua própria ignorância como padrão do mundo, é apenas, enfim, crer que os supermercados são a causa das cenouras. "
  9. Revolução em que sentido?
  10. Isso é uma coisa que praticamente ninguém que apoia o Bolsonaro pensa. O governo dele, caso aconteça, vai ser muito difícil. A máquina pública está aparelhada, os ministérios estão aparelhados, os governos estaduais e municipais idem. E mesmo no congresso, é difícil você ver candidatos mais à direita como ele. O Bolsonaro é um símbolo, mas ele sozinho não iria conseguir governar de fato. Talvez, com esse germe de oposição ideológica efetiva que está surgindo, comecem a entrar novos políticos com uma linha parecida à dele, assim como pessoas entrando na máquina estatal com posições políticas diferentes e que dêem apoio a ele em uma eventual eleição.
  11. A justificativa de qualquer movimento ideológico de massas é a melhora das condições da vida da humanidade, qualquer retardado percebe isso (caso você não percebeu, isso te coloca num nível abaixo de um retardado mental, mas eu duvido que esse seja seu caso, pois você é um garoto muito inteligente). O fascismo de fato salvou muitas civilizações que estavam a beira de um colapso, vide Itália e Alemanha, tanto do ponto de vista da integração nacional como do ponto de vista econômico - ao menos no curto prazo. Isso é um fato e não opinião. Dizer que o Mises era a favor do fascismo só por ele ter descrito um acontecimento já mostra que a pessoa não consegue distinguir as 3 funções da linguagem. O mises critica duramente ideologias coletivistas como o fascismo e o comunismo - tanto do ponto de vista moral quanto econômico -, qualquer um que leu a obra dele sabe disso. Isso se refere à que fato histórico? Você pelo menos sabe? Ou pegou do grupo ATEA do facebook e sai coloando por aí como prova da imbecilidade dos seus membros (e de novo, eu duvido que você faça parte desse grupo, pois você é um menino muito inteligente)? O olavo já disse várias vezes que a Teoria da Relatividade é válida. Mas como talvez a pessoa que pinçou esse trecho seja muito burra, o que, mais uma vez, não é o seu caso, pois você é um garoto muito inteligente, o que há hoje em termos da comunidade científica é apenas um sacerdócio sacrossanto, em que os cientistas, financiados por uma elite, acabam distorcendo fatos e tirando conclusões absurdas para impor determinadas agendas por meio da suposta autoridade intelectual que eles possuem e que não pode ser contestada. Mas a ciência só é ciência porque há confrontação de hipóteses e ela está em constante mudança e desenvolvimento. E se a grande maioria das suas descobertas são invalidadas após um tempo, por que ela deveria ser autoridade pra ditar normais de conduta pro restante da população? E o pior, é praticamente proibido qualquer pessoa levantar qualquer objeção contra uma descoberta da moda que será invalidada daqui a 10 anos. 'Eu vou ler três linhas de um livro majestoso, Radical Enlightenment, de Jonathan Israel, o primeiro volume de uma série, cada um com mil páginas, que em matéria de coleção de fatos dificilmente se encontrará algo melhor — embora nem sempre possamos concordar com as avaliações dele. Ele diz o seguinte: “Após 1650, um processo geral de racionalização e secularização instalou-se, o qual rapidamente derrubou a velha hegemonia da teologia no mundo dos estudos e lentamente, mas com segurança, erradicou a magia e a crença no sobrenatural da cultura intelectual européia”. Isso é um entendimento geral do que houve no período geralmente chamado O Iluminismo. Quer dizer, a crença na magia foi afastada, junto com a hegemonia da teologia, e se instalou um processo de racionalização e secularização. Como isso se deu em termos de guerra cultural? Havia representantes de uma cultura tradicional que se incorporava na Igreja e nas universidades, e surge aí uma nova classe de autores e pensadores que rapidamente se sobrepõe aos anteriores e conquistam a hegemonia. Conquistam a hegemonia a tal ponto que hoje a interpretação corrente que se dá ao que aconteceu naquela época é precisamente a que os próprios novos autores e filósofos davam de si mesmos. Ou seja, a auto-imagem que eles transmitiam foi a que se impregnou nas gerações seguintes. Nós averiguamos até que ponto essa auto-imagem pode ser falsa quando baixamos dessas grandes generalizações históricas para a análise dos fatos concretos, uma espécie de micro história, e descobrimos, por exemplo, que a apologia da liberdade civil e política veio junto com uma nova concepção do homem que o explicava como uma máquina, sujeita a determinismos que tornava a sua liberdade praticamente inexistente. Não é uma coisa estranha? Provam que o homem é um bichinho, ou pior ainda, uma máquina, que toda a conduta dele está pré-determinada por leis mecânicas, e em seguida reivindicam para esta criatura, assim descrita, liberdade civil e política. Você pode reivindicar a liberdade para a sua bicicleta, por exemplo? Para o seu computador? “O meu computador tem liberdade civil e política, direito de ter opinião e dizê-la, de tomar decisões, de casar e de exercer profissão, tudo conforme bem entenda.” Não faz sentido! Se você demonstrou que o homem é uma máquina inteiramente determinada por leis mecânicas, a idéia da liberdade civil e política não faz o menor sentido. Ao escavar um pouco mais nós descobrimos que alguns dos filósofos dessa época tinham perfeita consciência disso e diziam, como Voltaire: “é preciso mentir como um diabo e não só em momentos particulares, mas sistematicamente e sempre”. Ora, não houve autor que influenciasse mais esse período do iluminismo do que Voltaire. Ele é como Maquiavel, que disse: “eu nunca escrevo a verdade e quando descubro alguma eu trato de escondê-la o melhor que posso” — claro que ele não disse isso em público, mas em sua correspondência privada. Declarações do mesmo teor são muito freqüentes entre autores do mesmo período, como Diderot, d’Holbach e outros. Foi essa gente que removeu a cultura antiga “baseada na crença na magia etc.” e inaugurou a nova era baseada na racionalidade. Tudo isso está muito esquisito. Nós podemos nos perguntar: se esses camaradas eram assim, como Voltaire e outros, como foi que eles levaram vantagem tão facilmente na disputa com os seus adversários? Nós sabemos, por exemplo, que existe uma imagem pública da ordem jesuítica que foi consagrada por praticamente todos os historiadores até os anos 50. Tal imagem dizia que a ordem jesuítica foi um fator de atraso no progresso da ciência, porque enquanto já se tinham as idéias de ciência experimental, racionalidade etc., eles estavam com a velha teologia, oprimindo todo mundo e não deixando ninguém pesquisar coisíssima nenhuma. Foi somente nos últimos trinta anos que alguém se lembrou de perguntar se tinha sido assim mesmo. Quando você vai ver, descobre que as contribuições dos jesuítas no desenvolvimento das ciências durante os séculos XVII e XVIII foram maiores de que a de qualquer outro, e não consta um único caso em que alguma pesquisa científica tenha sido inibida pela ordem jesuítica. Ou seja, uma mentira histórica se impregnou, se tornou de domínio público e agora todos acreditam nela piamente. Isso é repetido por historiadores profissionais, autores de livros didáticos que vão parar na escola, jornalistas; isso vai parar até no cinema. A imagem do jesuíta empedrado nas suas crenças obscurantistas e impedindo o progresso da ciência é uma coisa de domínio público. Isso significa que um dos lados se tornou hegemônico na disputa. Mas o que aconteceu? Se havia tantos homens de ciências e filósofos na Igreja, sobretudo na ordem jesuítica, como é que os outros acabaram por se sobrepor? Sobretudo uma coisa que me chama a atenção é que quando estudamos os escolásticos (S. Tomás de Aquino, Duns Scott e outros) e depois os comparamos com os primeiros filósofos da modernidade (como Descartes, Bacon etc.), estes últimos se mostram de uma inabilidade filosófica verdadeiramente pueril. Schelling observou que a entrada da modernidade reduziu a filosofia a um nível pueril. Como é possível que pessoas tão filosoficamente desarmadas acabassem por sobrepujar pessoas que tinham uma formação muito mais aprimorada que a deles? E que, ademais, dominavam as mesmas ciências que a eles dominavam. Observando aquele período nós vemos que o combate que os representantes da ordem antiga moveram aos novos filósofos consistiu em duas coisas: [01:00] (a) primeiro consistiu denunciá-los como ateístas ou pró-ateístas — às vezes o sujeito não era formalmente ateu, como Descartes não era, mas a sua filosofia favorecia o ateísmo a longo prazo; então, descobrir as raízes do ateísmo nas obras desses camaradas e denunciá-los por isso foi uma das principais ocupações dos polemistas antiiluministas e antimodernistas entre os séculos XVII e XVIII. O segundo modo de combatê-los foi (b) discutir certos pontos específicos das suas doutrinas. Quando você compra um exemplar das Meditações de Filosofia Primeira de Descartes, geralmente vêm as meditações e depois as objeções e respostas (um monte de objeções). Essas raízes do ateísmo foram logo denunciadas na filosofia de Galileu, Newton, Descartes, Francis Bacon e, sobretudo, Spinoza. A mesma reação que os cristãos tiveram diante de Descartes os judeus tiveram diante de Spinoza — eles olharam e viram que aquilo poderia desmoraliazar a sua religião.' 'Na discussão entre São Roberto Belarmino e Galileu, o primeiro estava léguas acima do segundo. Ele entendeu Galileu muito melhor do que Galileu entendeu a si mesmo. Galileu afirmava que o sol era o centro do universo, enquanto São Roberto Belarmino usava argumentos einsteinianos para explicar isso: “No universo, tudo depende das posições. Não se pode demarcar um centro. É impossível demarcar um centro absoluto.” Mas quem hoje lê as objeções de São Roberto Belarmino? Só historiadores profissionais e um ou outro estudioso como eu. Eu o li e percebi que o homem estava montado na razão. A idéia einsteiniana da relatividade das posições já estava dada ali; era uma realização científica fora do comum, muito maior do que a de Galileu. Por que Galileu entrou para a História como o pioneiro e até como vítima e mártir, quando não foi nem uma coisa nem a outra? O processo de Galileu, como diríamos hoje, acabou em pizza, pois ele era afilhado do papa e ninguém lhe faria mal algum. Disseram-lhe: “Faça uma declaração pró-forma, depois pode voltar para a universidade e ensinar a mesma coisa sem aperreio.” Foi exatamente o que aconteceu. A opressão de Galileu foi menor do que a do Lula, que ficou trinta dias na cadeia (muito bem tratado, jamais apanhou...). Galileu não ficou nem um dia; foi tudo combinado. “Seu tio mandou fazer isso aqui para apagar o vexame. Depois você pode continuar a ensinar a mesma coisa.” De fato ele continuou. Esses novos filósofos não tinham a mais mínima [1:10] condição de entrar num debate filosófico técnico com os escolásticos; eles não dominavam a técnica filosófica. A sua maneira de colocar os problemas, comparada com a finura da técnica escolástica, era realmente pueril; Schelling tinha razão. Por exemplo, n’As Meditações sobre Filosofia Primeira, de Descartes — que eu já examinei num texto que se chama “René Descartes e a Psicologia da Dúvida” —, tudo aquilo que ele apresenta como sendo um experimento intelectual efetivamente realizado é impossível de se realizar. Aquilo é uma ficção, uma obra de ficção. Só que dela ele tira conclusões que pretende que sejam adequadas à descrição da realidade. Há quem diga que Bacon “criou um novo método para a Ciência.” O Novum Organum se divide em duas partes: (a) a parte em que ele copia o método de Aristóteles e (b) a parte em que cria tantos novos preceitos e complica tanto a guerra que o método se torna inaplicável. Ninguém jamais usou o método de Bacon, nem o próprio Bacon; não dá. E o que era o seu novo método científico? Confrontação experimental de hipótese: isso é a Dialética de Aristóteles. Não há diferença nenhuma. O que inventaram de novo? Nada. O único ponto que introduziram foi a observação matematizada, que, no tempo de Aristóteles, não fazia sentido, pois a matemática não estava suficientemente desenvolvida para tal. Já quando entram em cena Newton, Galileu etc. já havia novos instrumentos matemáticos que permitiam matematizar uma parte das ciências naturais. As filosofias de todos esses filósofos que apareceram (Newton, Descartes, Spinoza etc.), como conjuntos, são desastres totais. Tornaram-se importantes na História por certas contribuições específicas à Filosofia ou à Ciência; mas são monstrengos dos quais se aproveita uma parte. No caso de Descartes, por exemplo, se aproveitam a Geometria Analítica e mais algumas coisinhas. Sabemos hoje que a totalidade do estudo feito pelo autor da obra mais majestosa da época, a Física de Newton, sobre a gravitação universal, era um capítulo de um imenso sistema metafísico que ele estava construindo, um sistema metafísico e teológico que visava instaurar uma espécie de monoteísmo absoluto de tipo islâmico, em que se abolia a Santíssima Trindade. O conceito que ele tem de Deus é exatamente o islâmico: Allah, a unidade absoluta. Isso quer dizer que toda aquela parte dos estudos teológicos e alquímicos de Newton não são coisas separadas a que ele se dedicou por extravagância. Não. Isso ocupou a maior parte da sua vida. Está muito claro que sua gravitação era apenas uma peça do sistema. Quando tentamos ver o sistema em sua totalidade, percebemos que não faz o menor sentido. E o que é exatamente a Física de Newton? É a descrição de um conjunto de aparências matematicamente medido de tal modo que uma repetição, uma regularidade, uma constância de um certo fenômeno da natureza é captada. O que é aquilo tudo? A descrição de um conjunto de fenômenos (isto é, aparências) feita de tal modo a captar a regularidade dos fenômenos e sua repetitividade. É isso que se chama de lei física. Porém, na hora em que se descobriu que a matéria atrai matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias, descobriu-se apenas um fato da ordem física. Qual é a inteligibilidade disso? O que significa? Dentro da tradição anterior, uma coisa era tida como conhecida quando suas implicações filosóficas também eram conhecidas; ou seja, o mero conhecimento do fato não significava nada, as implicações filosóficas e teológicas tinham de ser consideradas. Aquilo tinha de ser encaixado dentro de uma cosmovisão inteira, senão não havia o entendimento. Tudo que é isolado e fragmentado não faz sentido. A ciência antiga buscava a inteligibilidade e o sentido de tudo; claro que errava em muitas coisas, mas o esquema geral de inteligibilidade permanecia. Newton descobriu apenas um fenômeno — de importância extraordinária, é claro —, mas se perguntarmos: o que ele significa? Quais suas conseqüências filosóficas e teológicas? Não se pode deduzir nada daquilo. Nada. A lei da gravitação universal é compatível com qualquer conseqüência filosófica que se queira tirar dela; é apenas um fato. Na verdade, Newton tentou integrá-la dentro de um conjunto inteligível, que é o seu sistema metafísico. Mas esse sistema estava totalmente errado e era maluco, misturado com tantas crendices inaceitáveis de tal modo que toda a metafísica newtoniana foi jogada no lixo, sobrando apenas aquele pedaço. O que aconteceu em seguida? Tentou-se fazer com que aquele pedaço (que era um mero fato) se tornasse um fundamento filosófico, e daí surgem todas as filosofias mecanicistas. É claro que isso não faz o menor sentido. A Mecânica de Newton é tanto um fundamento de nada que ele teve de criar toda uma metafísica para fundamentá-la. No entanto, pessoas que não eram capazes de entender a complexidade do pensamento de Newton apegaram-se à lei da gravitação e fizeram dela um novo fundamento. Criaram a filosofia mecanicista, à qual provavelmente o próprio Newton jamais teria aderido. Isso foi chamado — por um autor cujo nome esqueci — de o casamento espúrio de Newton com John Locke. É claro que a filosofia mecanicista é cem por cento falsa e o próprio Newton sabia disso. Reduzir-se tudo a uma máquina é uma mera figura de linguagem. Reduzir certos conjuntos de fenômenos a uma relação mecanicista é um expediente usado para se fazerem certas medições. É um expediente a tal ponto que, para construir sua gravitação, Newton teve de postular duas premissas absurdas: (a) o que chamava de espaço absoluto e (b) o tempo absoluto. [1:20] O que é o espaço absoluto? O espaço sem nada dentro. Ora, mas o que é o espaço? A possibilidade da compresença das coisas. Essa possibilidade considerada em si mesmo e sem as coisas é apenas um conceito teórico e não uma coisa existente. Do mesmo modo, o que é o tempo? A ordem da sucessão do que acontece; se nada acontece, não há sentido falar em tempo. Newton teve de postular esses dois conceitos inteiramente absurdos porque queria criar um instrumento de medição para descrever o comportamento dos corpos macroscópicos no espaço. Isso é perfeitamente legítimo. Instrumentos de medição são inventados arbitrariamente, como fizeram na Inglaterra, onde usaram o braço, o pé e o polegar do rei. O polegar do homem era o dobro do nosso; o seu pé era enorme. Poderia ter sido um cara baixinho; se o rei fosse baixinho, as medidas seriam outras. Quando inventaram o metro, foi a mesma coisa; supuseram o diâmetro da Terra e dividiram por não sei quanto. Por que por não sei quanto? Porque quiseram. Toda unidade de medida é arbitrária. Medir é comparar uma coisa com outra. Newton, ao postular o espaço e o tempo absolutos, estava fisicamente certo, porque criava um instrumento de medição de que precisava para fazer o que queria fazer. Mas havia o seguinte: ele acreditava naquilo. Por isso, a física newtoniana é um pedacinho racional de um imenso conjunto irracional. Esse pedacinho, por sua vez, não tinha por si mesmo significado filosófico algum; era apenas uma descrição. “Nós medimos as coisas e vemos que se passam assim e se passam sempre assim.” É claro que aquilo abriu a possibilidade de se fazerem milhões de outras medições e se descreverem milhões de outros fatos, mas a coisa não tem significado filosófico em si; é apenas um dado empírico, muito bem medido, muito bem escrito e constante até certo ponto. Se Newton fora um filósofo de segunda categoria, embora fosse um grande matemático, os seus sucessores foram de terceira, quarta e quinta categoria; transformaram a mecânica de Newton na base de uma nova filosofia, onde tudo tem de funcionar mecanicamente. É uma coisa tão estúpida que o próprio Newton jamais pensou nela. A analogia mecânica é a analogia com a máquina, criada pelo ser humano; você inventa um negócio e depois o usa para explicar tudo que existia antes. Isso é uma figura de linguagem. Por que as máquinas? Por que não se fez uma analogia com, por exemplo, o mercado, as leis da economia? Por que não se fez uma analogia com as línguas, como mais tarde se fez? Por que não se fez uma analogia com o vestuário? Poder-se-ia fazer uma analogia com qualquer coisa, mas eles gostaram das maquininhas, sobretudo dos relógios, que eram uma novidade. Quando pararam de usar relógio de areia e começaram a construir relógio mecânico eles pensaram: “Que maravilha! Então o universo deve ser assim.” É a mesma coisa que se faz hoje em dia com os computadores. Inventamos o computador e dissemos: “Ah, e se o universo funcionar assim?” É claro que ele funciona assim, porque qualquer analogia sempre funciona de algum modo. Se uma analogia for cem por cento falsa, não é uma analogia e se for cem por cento verdadeira, não é uma analogia e sim uma identidade.' 'Ora, vejamos o livro de Mordechai Feingold, intitulado Jesuit Science and the Republic of Letters. É uma coletânea de estudos sobre a contribuição jesuítica à ciência. E você chega a conclusão de que, de todas as pessoas que ele está falando, ninguém ajudou tanto o progresso da ciência quanto os jesuítas. Por outro lado, essas descobertas científicas feitas por Newtow, por Galileu, pelo próprio Descartes, não estão vinculadas à nova filosofia mecanicista. Elas podem se encaixar em qualquer filosofia. Por isso, a ilusão de que a nova filosofia fomentou o progresso da ciência contra a anterior é absolutamente falsa. O que aconteceu foi simplesmente que o lado que estava montado na razão não compreendeu exatamente do que se tratava, não pegou o truque; sobretudo porque acreditou nos novos filósofos nos termos que eles colocaram à discussão, quando era preciso ver algo que estava por atrás do que eles diziam. Por exemplo, vejamos o que diz Jonathan Israel: “Quando se eliminou a noção do crime de feitiçaria — a bruxaria deixou de ser crime, isto foi comemorado na Holanda em 1690 — cunharam-se moedas comemorativas da derrota de satanás.” Veja que coisa: porque pararam de perseguir as bruxas satanás foi derrotado. Isso é operação mágica. Os caras que fizeram isso eram cristãos. A partir da hora que dizem que a bruxaria não funciona mais, a bruxaria nunca funcionou, que não acreditam em bruxaria, na mesma hora acreditam que satanás foi derrotado. Em outras palavras: “agora que legalizamos a bruxaria, satanás não age mais sobre nós”. Isso é o raciocínio mágico mais louco que já vi na minha vida. [1:40] E, no entanto, na época isso pareceu perfeitamente racional. Nós sabemos hoje que os fundadores da Royal Society, que é o templo da ciência moderna, eram todos alquimistas, astrólogos e macumbeiros de modo geral, sabemos que há um submundo da ciência moderna que não se conta. O que é o mecanicismo senão uma operação mágica, pela qual se impregna na mente das pessoas uma imagem de que elas funcionam mecanicamente e, instantaneamente, elas cessam de perceber tudo aquilo que nelas não possa ser explicado mecanicamente. Isso é pura magia. Isso quer dizer que a modernidade foi uma vasta operação de magia que enganou até os seus opositores mais radicais. Uma tremenda ilusão sustentada por algumas descobertas científicas que eram absolutamente independentes desta filosofia e que se arrogando a autoridade destas descobertas, faz delas o pseudofundamento de uma nova filosofia, que justamente abdica da investigação do sentido. No mundo mecanicista não faz mais sentido perguntar o sentido do que quer seja. Na fase anterior, qualquer fato científico descoberto só era considerado compreendido quando se conseguia captar o seu sentido dentro de uma cosmovisão inteira. Agora não há mais isso, há apenas investigação mecanicista, a qual se substitui à investigação do sentido. Você agora não procura mais o sentido, mas o “como funciona”. A ciência virou “manual do usuário”. Essa porcaria é chamada de ciência até hoje, quando isso evidentemente não é a ciência, é um pedaço da ciência. Hoje em dia, começamos a sair desse pesadelo. Gradativamente os historiadores vão descobrindo toda a mistificação que ficou escondida. O coeficiente de irracionalidade nesse “iluminismo” começa a aparecer, tal como o coeficiente de mentira, de ocultação proposital, de propaganda, de guerra cultural. Mas é claro que junto com isso nós percebemos a limitação da cultura tradicional antiga. Todos esses defensores da ordem tradicional cristã não entenderam o que estava acontecendo.' 'É difícil encontrar algum autor que minta tão sistematicamente quanto Voltaire — nem o próprio Maquiavel, que também confessava ser um mentiroso, chega aos pés de Voltaire. Esta apologia que ele faz em público de direitos da humanidade, dignidade humana etc., na correspondência pessoal ele mostra que fez exatamente o contrário: total desprezo pela humanidade, considerando todos um bando de animais. O próprio estilo de Voltaire é uma coisa totalmente artificial, uma conversa de salão, não é um ser humano de verdade. Ele está sempre representando um papel o tempo todo. Isso aí já é uma etapa depois da Paralaxe Cognitiva, quando a paralaxe se consolida em falsificação estrutural. Eu já lhes contei a história de Diderot, da monja que ele inventou pedaço por pedaço. Ele conseguiu convencer a Europa inteira de que isto estava acontecendo: a monja estava presa no convento e queria abandoná-lo, mas os superiores não a deixavam. Era exatamente o contrário! Os superiores estavam sempre convidando as pessoas a ir embora. Essa monja tanto não poderia estar presa no convento porque ela era porteira do lugar, ela que tinha as chaves. Se ela quisesse ir embora, a coisa mais fácil era abrir a porta e se mandar. E ainda ela permaneceu no convento. Ela foi uma das vítimas da Revolução Francesa, enfrentou bravamente os seus executores e foi para guilhotina. Diderot estava mentindo o tempo todo, sabia disso, e falava daquilo às gargalhadas. Todo pessoal do Iluminismo francês é vigarista, do primeiro ao último. São pessoas que não deveriam merecer atenção, exceto como fenômenos de psicopatologia social. Se você voltar um pouco antes, os pensadores do Renascimento não eram assim, mas eram sérias vítimas de Paralaxe Cognitiva. Galileu dizia que não inventava hipóteses, mas não parava de inventá-las uma atrás da outra. Ele inventou um plano inclinado sem atrito. Onde ele viu um plano inclinado sem atrito? Foi ele que inventou, então era uma suposição, uma hipótese. Ali ainda é paralaxe cognitiva. Mas quando chega no século XVIII com o Iluminismo, não é mais paralaxe cognitiva; já é a falsificação estrutural. Mais tarde, tem a mentira industrializada, com o movimento comunista e marxista. Aí é a mentira em grande escala, planejada como um bom produto industrial.' 'Inúmeros manuais de história da cultura, história das idéias, história da filosofia demarcam esse período do início da modernidade como um período onde o pensamento teológico e mágico — eles já juntam as duas coisas — foi substituído pelo pensamento científico racional. E todo mundo repete isso sem cerimônia. Quando você vai ver a coisa substantivamente, você vê que todos ou quase todos os próceres da modernidade, os próceres da nova ciência — Newton, Francis Bacon e outros — não só continuaram apegados a certas práticas de pensamento mágico, supostamente ligados a um período anterior, como eles deram a estas modalidades de pensamento uma importância e um valor infinitamente maior do que tinham durante a Idade Média. A Astrologia é um exemplo. Qual era o posto da Astrologia dentro do pensamento Escolástico medieval? Não só Escolástico mas desde a Patrística. Se você pegar de Sto. Agostinho até Sto. Tomas de Aquino, passando por Sto. Boaventura, Duns Scot; o que eles pensavam de Astrologia? Eles pensavam duas coisas: primeiro, a influência dos astros sobre o ambiente terrestre é um fato, todos eles acreditavam nisso. Não sabiam que tipo de influência era essa, havia várias hipóteses e discussões; mas acreditavam na existência disso. Porém a técnica astrológica, a técnica que os astrólogos usam para astrologia preditiva em geral são charlatenescas, então é melhor afastar-se delas. Praticamente durante todo este período que vai desde a antiguidade até o início da modernidade — a Renascença e o Iluminismo —, praticamente todas as críticas que foram feitas à Astrologia foram feitas por pessoas que acreditavam nos fundamentos dela; praticamente não tem um que negasse isso completamente. No entanto, como não havia muitos meios de esclarecer que tipo de influência era aquela, que tipo de relação existia afinal de contas, então os escolásticos deixavam isso de lado como um problema que ia sendo ―empurrado com a barriga‖. A última e mais brilhante teoria enunciada foi a de Sto. Tomás de Aquino na Summa Contra os Gentios. Eu já dei vários cursos sobre isso e pretendo voltar; vou encaixar isso dentro deste curso pois esse é um elemento muito importante para nós. O raciocínio de Sto. Tomás de Aquino é muito simples. Ele diz: Deus move os corpos inferiores pelos corpos superiores, e os corpos superiores são superiores em volume e tamanho. Porém eles são corpos, eles não são pessoas, eles não são anjos, nem demônios; eles são corpos. Então, naturalmente, eles só podem agir por alguma via corporal. Isso quer dizer que se a posição dos astros no céu mexem alguma coisa com o ser humano, só pode mexer nele através do corpo, não é uma influência anímica, na alma, na psique. Sto. Tomás de Aquino voltava a subscrever a tese que era do próprio Sto. Agostinho, oito séculos antes. Sto. Agostinho abominava os astrólogos, mas ele dizia que muito provavelmente os astros, através da influência que exercem na formação embrionária humana, tem algo a ver com a forma do corpo humano e esta forma do corpo determina certas limitações à atividade psíquica — por exemplo através dos vários temperamentos ou caracteres herdados. Ele estava sub-entendendo alguma ligação dos astros com a genética, sugerindo que este problema só seria esclarecido quando eles tivessem uma idéia certa da ligação de uma coisa com a outra — ―não temos uma idéia, então fica aí um ponto de interrogação‖. E Sto. Tomas de Aquino também deixou um ponto de interrogação. Outro exemplo é a Reforma Protestante. Hoje em dia, se falamos de astrologia com qualquer protestante aí no Brasil e sobre tudo aqui nos Estados Unidos, eles falam "vá de retro, Satanás!", "isso é coisa do demônio." Eles abominam, condenam tudo e não querem nem que investigue. Porém quem foi que colocou a Astrologia em moda, na modernidade? Foram os Protestantes, o pessoal da Reforma. Lutero pessoalmente não gostava muito da coisa e não falou nada a respeito; mas o seu braço direito, chamado Melâncton, escreveu muita coisa a respeito de astrologia e criou a moda que se disseminou entre quase todos os pensadores reformistas, de tentarem interpretar as profecias bíblicas usando elementos de astrologia, sobretudo a cronologia a que a Astrologia dava base. Então a leitura astrológica dos profetas — da profecia de Daniel, Ezequiel etc. — virou moda entre os protestantes. Por que acontecia isso? Porque eles não aceitavam os cânones tradicionais de interpretação bíblica da igreja Católica, então eles tentaram inventar outra e a tiraram do lixo. Os protestantes que estão me ouvindo me desculpem, mas foi tirado do lixo. A maior parte daquele manancial de idéias astrológicas que circularam durante a Idade Média era lixo mesmo. Tinha alguns camaradas que estavam tentando descobrir seriamente o que era, mas o astrólogo não fazia isso, ele enunciava profecias com a maior facilidade e ganhava uma grana com isso. Os escolásticos os condenavam não porque não acreditavam na influência dos astros, mas porque achavam que aquilo ainda não dava base para uma técnica analítica preditiva. Então eles diziam: ―essa técnica foi toda inventada, é tudo maluquice, são resíduos de mitos pagãos; é claro que de vez em quando o sujeito pode acertar alguma coisa, mas nós não temos um critério ainda‖. A prova de que eles estavam conscientes de que não tinha um critério são os cinco capítulos importantíssimos da Summa Contra os Gentios nos quais Sto. Tomas de Aquino — depois de correr toda esta água entre Sto. Agostinho e ele — ainda estava tentando equacionar o problema, e vendo por onde ele deveria ser investigado. Enquanto Sto. Tomás de Aquino ainda estava tentando criar a clave classificatória para poder investigar o fenômeno, os astrólogos já estavam usando de uma ciência inexistente, de uma ciência do futuro, para fazer previsões etc. O pessoal da Reforma começou a usar esses critérios astrológicos para interpretar profecias e fazer profecias. Eles achavam que confluindo a profecia bíblica e os trânsitos planetários, juntando essas duas coisas, obtém-se a certeza absoluta. À luz dessas convergências, desses dois fatores, eles interpretavam até as suas próprias ações — a Reforma Protestante se auto-interpretou assim. Do ponto de vista do teólogo católico aquilo era de um puerilismo absurdo; eles estavam fazendo das tripas coração para ver se entendiam o sentido do texto e se, por outro lado, eles esclareciam que raio de coisa era a tal da influência dos astros. De repente os reformistas protestantes pegam uma ciência que não existe ainda, uma ciência que é meramente hipotética, e a aplicam à interpretação das profecias bíblicas para que concluir que eles eram os enviados. Eles são os precursores, os inauguradores da Nova Era. Se não fosse a Reforma Protestante não teria havido a moda de Astrologia na Renascença — claro que não são eles os únicos culpados. Os Humanistas também contribuiram para isso. Na Idade Média, o estudo das letras, dos textos, se dividiam em Letras Divinas e Letras Humanas. [2:20] Humanista era o sujeito que se interessava mais pelas Letras Humanas — os poetas, os historiadores etc. — da antiguidade. Então, dentro do seu culto da antiguidade greco-romana eles revalorizaram a astrologia greco-romana, e também espalharam uma onda de astrologia pelo mundo. Terceiro: a maioria dos grandes cientistas que começaram a Modernidade estava profundamente inspirada pelas idéias protestantes e queria criar uma nova teologia, que intregraria exatamente aqueles mesmos elementos que os teólogos protestantes estavam tentando integrar. Se você estudar a obra de Isaac Newton você verá que o propósito integral dele era isto: criar uma ciência universal baseada na profecia bíblica e em elementos astrológicos. Toda a teoria da gravitação universal era pra ele um capítulo da teologia, era um estudo, conforme ele entendia, do que seria o aparato sensório de Deus; o espaço-tempo era o aparato sensório de Deus. Então esse seria um dos fundamentos da teologia dele, a qual não tem pé nem cabeça. O único pedaço que tem pé e cabeça é a teoria da Gravitação Universal. Porém, tal como eu lhes expliquei, numa época anterior a teoria da Gravitação Universal não seria aceita como ciência, porque era apenas um mecanismo descritivo sem inteligibilidade intrínseca — não se sabe de fato o que quer dizer aquilo, sabe-se apenas que tem um fenômeno que acontece assim. Quando aquela mania astrológica e profética começou ―a fazer água‖, retroativamente os camaradas decidiram apagar a pista do que eles mesmos tinham feito e separaram da obra de Newton só aquele pedacinho que era matematicamente defensável e disseram: a nossa ciência é isto. Eles produziram esta imensa falsificação histórica que acaba jogando para a Idade Média a onda mágico-astrológica que os próprios próceres da modernidade criaram, e da qual a Igreja Católica não tem culpa nenhuma — ela foi contra tudo isso. Notem como um debate durante séculos pode não somente ser totalmente falseado em relação aquilo que está realmente acontecendo, falseado pela paralaxe cognitiva — o sujeito está fazendo uma coisa, mas está falando de outra completamente diferente —, mas uma falsidade pode, historicamente, se consolidar durante séculos e ser retransmitida no ensino à todas as criancinhas do mundo. Quando vejo hoje em dia um evangélico condenando a Astrologia, eu logo penso ―mas foram vocês que trouxeram isso, meu Deus do Céu! Você não lembra mais, mas foi seu bisavô, seu tetravô ideológico que inventou essa porcaria; não fomos nós, nós não temos nada a ver com isso‖. E, naturalmente, no meu caso específico, a coisa fica muito cômica porque eu tenho a certeza do que estou falando. Eu li praticamente tudo que havia para ler de Astrologia até os anos oitenta, quando eu trabalhei investigando essa área, depois eu parei por pura exaustão; eu acompanhei todo o debate astrológico do século XX e lhes garanto que não houve nenhuma tentativa séria de equacionar aquilo cientificamente. Houve tentativas de provar que a Astrologia é científica — o que é uma besteira fora do comum — e houve tentativas de provar que a Astrologia é uma pseudo-ciência. Se estiverem referindo à técnica astrológica que os astrólogos usam, isso é pseudo-ciência mesmo. Porém, o fenômeno das influências, das correlações astrais em si mesmo, não é pseudo-ciência, mas um problema científico a ser elucidado.' "O primeiro é o modo de lidar com a matemática, o elemento matemático do conhecimento. Na ciência moderna, a matemática é apenas um instrumento de medição destinado a comparar um fato com outro, de acordo com as mesmas medições, ou a obter certas constantes matemáticas através do acúmulo de fatos. Ora, acontece que, no entendimento antigo, todo número, além de representar uma quantidade, representava uma forma lógica. Portanto, se você falava de “um”, não estava falando só do “um” quantitativo, mas da ideia mesma de unidade. Se você falava do “dois”, não estava falando só de “1+1”; estava falando da forma da dualidade: uma estrutura que pode ser descrita logicamente e reconhecida onde quer que haja um conflito. Por exemplo, quando você tem dois aspectos aparentemente incompatíveis de uma mesma coisa, e você sabe que ela se compõe de uma dualidade. Do mesmo modo, o número “3” não simbolizava só “1+1+1”, mas a forma do ternário, e assim por diante, ternário, quaternário etc, etc, etc. A exposição extensiva dos números entendidos como formas lógicas — e, portanto, como indicadores ontológicos — está dada, por exemplo, no livro do Mário Ferreira, A Sabedoria das Leis Eternas, onde ele não só expõe o sentido originário dos números de um a dez, mas prossegue contando — 11, 12, 13, até mil e não sei quanto. Ele diz que esses números são não apenas formas lógicas, mas leis estruturantes da própria realidade. Ora, quando o sentido simbólico dos números se perdeu, sobra somente o número quantitativo e a ciência moderna só admite lidar com o número quantitativo, ela não tem como ir além disso. Isso quer dizer que os entes já não podem ser considerados como formas lógicas significativas, mas apenas como dados quantitativos. É claro que isso é um empobrecimento intelectual monstruoso. Schelling foi até bondoso quando disse que houve uma descida a um nível pueril. Isso não é descer a um nível pueril, é descer ao nível do mentecapto. O sujeito que sabe contar até dois, mas não sabe distinguir unidade de dualidade; não sabe, por exemplo, que todo problema tem a forma de uma dualidade e que, se ele contou até dois, não está falando só do elemento materialmente matemático, mas de uma fórmula lógico-matemática que se expressa onde quer que apareça uma dualidade. Hoje em dia, para as pessoas compreenderem uma dualidade já é um problema. Quando elas chegam a raciocinar como Hegel, que chega até o ternário — tese, antítese, síntese — são consideradas gênios. Quando você vê que, numa fase anterior, todo esse universo dos números era transparente: para um Sto. Tomás de Aquino, para um Sto. Isidoro de Sevilha, para Sto. Alberto Magno. Quer dizer que, se o sujeito estava lidando com um problema, ele conseguia lidar com aquilo como unidade, dualidade, ternário, quaternário, milhares de formas diferentes. No século XX, o nosso Mário Ferreira dos Santos vai restaurar, com base nisso, o que ele chama “decadialética”: enfocar um tema, um ente, um problema, sob dez formas lógicas sucessivas. Encará-lo como unidade; como dualidade ou oposição; como ternário ou estrutura silogístico-dialética; como quaternário, isto é, como proporção; e assim por diante. Quando você vê tudo isso recuperado pelas mãos do Mário Ferreira e você vê que isso já estava nos escolásticos, você entende que a redução das matemáticas a um instrumento de medição foi um crime monstruoso contra a inteligência humana." http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/349587/noticia.htm?sequence=1 - Eu nem vou continuar, o Faaps, como garoto muito inteligente que é, não deve ter postado isso. Alguma outra pessoa muito burra e que ainda não levou tanta surra de minha pessoa deve ter logado na conta dele e feito esse post. O resto das acusações que já foram rebatidas mil vezes no próprio fórum, eu deixo pra outras pessoas rebaterem. Enquanto isso, apenas observem mais isso: Curriculum Vitæ de Olavo de Carvalho 22 DE JANEIRO DE 2016 ~ ACORDAILHA Curriculum Vitæ Organizado por Roxane Andrade de Souza e Érika Pinheiro Curitiba 2005 INTRODUÇÃO OLAVO DE CARVALHO, nascido em 1947, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros. Homens de orientações intelectuais tão diferentes quanto Jorge Amado, Roberto Campos, J. O. de Meira Penna, Bruno Tolentino, Herberto Sales, Josué Montello e o ex-presidente da República José Sarney já expressaram sua admiração pela sua pessoa e pelo seu trabalho. A tônica de sua obra é a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia “científica”. Para Olavo de Carvalho, existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual, vínculo este que se perde de vista quando o critério de validade do saber é reduzido a um formulário impessoal e uniforme para uso da classe acadêmica. Acreditando que o mais sólido abrigo da consciência individual contra a alienação e a coisificação se encontra nas antigas tradições espirituais ~ taoísmo, judaísmo, cristianismo, islamismo ~, Olavo de Carvalho procura dar uma nova interpretação aos símbolos e ritos dessas tradições, fazendo deles as matrizes de uma estratégia filosófica e científica para a resolução de problemas da cultura atual. Um exemplo dessa estratégia é seu breve ensaio Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos, onde se utiliza do simbolismo dos tempos verbais nas línguas sacras (árabe, hebraico, sânscrito e grego) para refundamentar as distinções entre os gêneros literários. Outro exemplo é sua reinterpretação dos escritos lógicos de Aristóteles, onde descobre, entre a Poética, a Retórica, a Dialética e a Lógica, princípios comuns que subentendem uma ciência unificada do discurso na qual se encontram respostas a muitas questões atualíssimas de interdisciplinaridade (Aristóteles em Nova Perspectiva ~ Introdução à Teoria dos Quatro Discursos). Na mesma linha está o ensaio Símbolos e Mitos no Filme “O Silêncio dos Inocentes” (“análise fascinante e ~ ouso dizer ~ definitiva”, segundo afirma no prefácio o prof. José Carlos Monteiro, da Escola de Cinema da Universidade Federal do Rio de Janeiro) que aplica a uma disciplina tão moderna como a crítica de cinema os critérios da antiga hermenêutica simbólica. Sua obra publicada até o momento culmina em O Jardim das Aflições (1985), onde alguns símbolos primordiais como o Leviatã e o Beemoth bíblicos, a cruz, o khien e o khouen da tradição chinesa, etc., servem de moldes estruturais para uma filosofia da História, que, partindo de um evento aparentemente menor e tomando-o como ocasião para mostrar os elos entre o pequeno e o grande, vai se alargando em giros concêntricos até abarcar o horizonte inteiro da cultura Ocidental. A sutileza da construção faz de O Jardim das Aflições também uma obra de arte. É grande a dificuldade de transpor para outra língua os textos de Olavo de Carvalho, onde a profundidade dos temas, a lógica implacável das demonstrações e a amplitude das referências culturais se aliam a um estilo dos mais singulares, que introduz na ensaística erudita o uso da linguagem popular ~ incluindo muitos jogos de palavras do dia-a-dia brasileiro, de grande comicidade, praticamente intraduzíveis, bem como súbitas mudanças de tom onde as expressões do sermo vulgaris, entremeadas à linguagem filosófica mais técnica e rigorosa, adquirem conotações imprevistas e de uma profundidade surpreendente. A obra de Olavo de Carvalho tem ainda uma vertente polêmica, onde, com eloqüência contundente e temível senso de humor, ele põe a nu os falsos prestígios acadêmicos e as falácias do discurso intelectual vigente. Seu livroO Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras (1996) granjeou para ele bom número de desafetos nos meios letrados, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Contrastando com a imagem de rancoroso ferrabrás que seus adversários quiseram sobrepor à sua figura autêntica, Olavo de Carvalho é reconhecido, entre quem desfruta de seu convívio, como homem de temperamento equilibrado e calmo mesmo nas situações mais difíceis, e como alma generosa capaz de levar às últimas conseqüências, mesmo em prejuízo próprio, o dom de amar, socorrer e perdoar. Algo da personalidade de Olavo de Carvalho transparece nestes depoimentos de seus alunos sobre o Seminário de Filosofia que ele dirige na Faculdade da Cidade, Rio de Janeiro: “Uma escola de vida.” EDNA TIKERPE, psicóloga “É tudo o que eu havia sonhado em matéria de educação desde a minha adolescência.” AHMED YOUSSIF EL-TASSA, médico “O Seminário de Olavo de Carvalho vem, no quadro atual da educação brasileira, não apenas preenchendo uma simples lacuna, mas ocupando o espaço mesmo destinado às funções de toda educação que se pretenda superior.” GUILHERME MOTTA, bacharel em Filosofia pelo IFICS. “Aprender a pensar e desenvolver o raciocínio crítico. Estes eram os objetivos do curso universitário de filosofia que freqüentei. Mas esses objetivos ali não se cumprem. Para mim, a grande diferença entre o meu curso universitário e o Seminário reside nisso. No Seminário de Olavo de Carvalho é que comecei a juntar as peças, a compreender o que é pensar. Quando se descobre isto, o que é o pensar que busca a verdade, isto se torna a nossa vida, é algo que aplicamos a qualquer assunto de estudo. Isto é educação, isto é a filosofia mesma. Isto é humanizar-se. E isto o Seminário nos dá de uma maneira que não vi em nenhum outro curso.” DENISE HERCULANO, formada em Filosofia pela PUC do Rio DADOS PESSOAIS Nome Completo: Olavo Luiz Pimentel de Carvalho. Filósofo, escritor, jornalista e conferencista, nascido em Campinas, SP, a 29 de abril de 1947, segundo filho do Dr. Luiz Gonzaga de Carvalho, advogado, e de D. Nicéa Pimentel de Carvalho. Casado com D. Roxane Andrade de Souza, é pai de oito filhos. Reside em Curitiba, PR e-mail: [email protected]. homepage: http://olavodecarvalho.org CARREIRA JORNALÍSTICA Começou a trabalhar na imprensa quando não tinha ainda 18 anos completos, na Empresa Folha da Manhã S/A, onde, nos vários jornais que a compõem, foi sucessivamente repórter, redator copy desk, setorista credenciado no Palácio do Governo. Trabalhou em seguida nos seguintes lugares e funções: jornal A Gazeta, da Fundação Cásper Líbero (subeditor de reportagem local); revista Atualidades Médicas (editor de texto); semanário Aqui, São Paulo, de Samuel Wainer (subeditor e secretário gráfico); Jornal da Semana (secretário de redação); Jornal da Tarde (O Estado de S. Paulo) (redator, na Editoria de Política e Economia). Escreveu, ainda, como colaborador, para vários outros jornais e revistas, sobre assuntos culturais. Dentre as publicações com as quais colaborou destacam-se: Nova,Contexto, Brasil-Israel, Escola, Planeta, Sala de Aula, Quatro Rodas,Imprensa, Livro Aberto, todas de São Paulo, Tribuna da Imprensa, O Globo eJornal do Brasil, do Rio. Atualmente, é colunista dos jornais O Globo (Rio de Janeiro), Zero Hora (Porto Alegre), Folha de S. Paulo (São Paulo) e das revistas Primeira Leitura e Bravo!e editor do jornal eletrônico www.midiasemmascara.org. III. ESTUDOS Desde muito jovem iniciou seus estudos de filosofia, psicologia e religiões comparadas. Não tendo encontrado, na época, cursos universitários de boa qualidade sobre os tópicos que eram de seu interesse ~ e tendo recebido o Registro de Jornalista Profissional por tempo de serviço, de acordo com a legislação que então entrou em vigor ~, abdicou temporariamente dos estudos universitários formais e buscou professores particulares e conselheiros qualificados que o orientassem. Entre eles destacam-se os seguintes, merecedores de sua mais profunda gratidão, por lhe haverem dado acesso a uma formação que jamais poderia adquirir numa universidade brasileira: Juan Alfredo César Müller, psicólogo clínico diplomado pelo Instituto de Psicologia de Zurique e ex-aluno de Jung, L. Szondi e Marie-Louise von Franz; sob a orientação do Dr. Müller, estudou psicologia durante mais de dez anos; Marcel van Cutsem, filólogo e erudito belga, residente em São Paulo, sob cuja orientação estudou línguas e literatura; Lívio Vinardi, físico e esoterista argentino, sob cuja orientação estudou bioenergética, parapsicologia e assuntos afins. Marco Pallis, religioso e erudito budista, residente em Londres, autor de A Buddhist Spectrum, Peaks and Lamas e The Way and the Mountain, livros clássicos na área das Religiões Comparadas. José Khoury, erudito e filólogo libanês, de quem aprendeu princípios de língua árabe e história da civilização islâmica. Martin Lings, diretor da Seção de Manuscritos Orientais do Museu Britânico, de quem recebeu orientação pessoal para o estudo de religiões comparadas. Estudou Filosofia no Conjunto de Pesquisa Filosófica (Conpefil) da PUC do Rio de Janeiro. Embora já tendo apresentado dois trabalhos de conclusão do curso ~Estrutura e Sentido da Enciclopédia das Ciências Filosóficas de Mário Ferreira dos Santos e Leitura Analítica da “Crise da Filosofia Ocidental” de Vladimir Soloviev ~, não chegou a graduar-se por causa da misteriosa extinção da entidade logo após o falecimento de seu fundador e diretor, Pe. Stanislavs Ladusãns, s. j. . Estudou Desenho Artístico na Escola Panamericana de Arte (São Paulo). Freqüentou e concluiu o curso de Produção e Direção Cinematográfica da Comissão Estadual de Cinema de São Paulo (1970). A partir de 1975, concentrou seus esforços no estudo das Artes Liberais ~ as sete disciplinas básicas para a formação dos letrados na Europa Medieval (Lógica, Retórica e Gramática; Aritmética, Música, Geometria e Astrologia) ~, adquirindo, neste domínio, uma formação sólida que o transformou numa reconhecida autoridade, constantemente convidado, que é, a fazer palestras e cursos sobre o assunto em instituições científicas e universitárias (v. mais adiante). É perfeito dominador do idioma português; lê e escreve com correção em três línguas estrangeiras (inglês, francês e espanhol), lê correntemente em italiano, embora não escreva nessa língua com segurança, e tem ainda conhecimentos de alemão, árabe (clássico), grego (clássico) e latim. CURSOS E CONFERÊNCIAS A partir de 1977, a convite de várias entidades culturais, começou a dar conferências e, logo em seguida, cursos sobre os vários assuntos que vinha estudando, e sobre os quais já tinha, então, publicado alguns artigos na imprensa paulista. Dada a impossibilidade de fazer um levantamento completo desses cursos e conferências, destacamos aqui os seguintes: “Introdução ao Estudo das Medicinas Tradicionais”, palestra pronunciada no Seminário sobre Sistemas Culturais de Saúde, do Ministério da Previdência e Assistência Social e Secretaria de Estado da Saúde (SP), em 21 de agosto de 1986. “Saúde e Cultura”, palestra no Ciclo de Debates Medicina e Cura, na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), durante o XVIII Ecem (Encontro Científico dos Estudantes de Medicina), em 26 de julho de 1987. “Introdução ao Estudo das Ciências Tradicionais”, palestra no Instituto de Biociências da USP, em 25 de maio de 1981. “Felicidade e Infortúnio”, palestra no I Simpósio de Casamento e Divórcio, da Sociedade Brasileira de Szondi, São Paulo, 26 de abril de 1980. “Possibilidades e limites da pesquisa científica em astrologia”, palestra pronunciada no ciclo Cosmo: Realidade e Ficção, promovido pelo SESC (Serviço Social do Comércio), São Paulo, 16 de outubro de 1989. “Introdução às Artes Liberais”, série de cinco palestras proferidas na Escola Dante Alighieri (Salvador, BA), novembro de 1988. “Ortega y Gasset”, palestra proferida na Associação Pallas Athena, São Paulo, 13 de julho de 1984. “Introdução ao pensamento filosófico de Mário Ferreira dos Santos”, palestra na União Brasileira de Escritores, São Paulo, 7 de março de 1989. “Simbolismo Maçônico n’A Flauta Mágica de Mozart”, conferência pronunciada no Teatro Municipal de São Paulo para a Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo, em 8 de setembro de 1983. “Ler e escrever: Introdução ao Trivium“, curso privado lecionado de junho a dezembro de 1984. “Introdução à Vida Intelectual”, curso proferido de março de 1987 a março de 1989 no Instituto Sto. André, Rio de Janeiro. Sob o nome de “Seminário Permanente de Filosofia e Humanidades”, prossegue até hoje em São Paulo. “O fim do ciclo nacionalista”, Palestra no Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Rio de Janeiro), abril de 1992. “A Violência como Metáfora: O Silêncio dos Inocentes“, palestra no cicloViolência contra a Infância, comemorativo da Semana da Criança de 1993, no Ins tituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. “História Essencial da Filosofia”, curso em doze aulas, proferido de julho a setembro de 1993 na Casa de Cultura Laura Alvim (Rio de Janeiro), e repetido de outubro a dezembro no mesmo local. “Pensamento e Atualidade de Aristóteles”, curso em vinte aulas, na Casa de Cultura Laura Alvim, março-julho de 1994. “Análise simbólica do filme Coração Satânico“, conferência no cicloLeituras e Linguagens ~ Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos RJ, 4 de abril de 1995. “Aristóteles em nova perspectiva”, curso em doze aulas na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Católica de Salvador, BA, 8 a 19 de maio de 1995. “Filosofia e ensino da filosofia no Brasil”, conferência no Encontro Estadual de Estudantes de Filosofia, Universidade Católica do Salvador, BA, 10 de junho de 1995. “A estrutura do Organon e a unidade das Ciências do discurso em Aristóteles”, comunicação lida no V Congresso Brasileiro de Filosofia, seção de Lógica e Filosofia da Ciência, na Faculdade de Direito da USP em 5 de setembro de 1995. “A Arte de Estudar”, série de quatro conferências no Instituto Cultural Brasil-Alemanha (Salvador-BA) novembro de 1995. “Aristóteles em Nova Perspectiva”, série de três palestras no Depto. de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, 10-12 de janeiro de 1997. “Situação presente da cultura brasileira”, conferência no lançamento do livro O Imbecil Coletivo, Teatro da Faculdade da Cidade, Rio de Janeiro, 22 de agosto de 1996. “Empresariado e cultura”, conferência na Associação Gaúcha dos Advogados de Direito Imobiliário Empresarial, 10 de maio de 1997. “O Futuro do Pensamento Brasileiro”, conferência no Instituto de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco, 13 de maio de 1997. “Os mais excluídos dos excluídos” (Les plus exclus des exclus), conferência proferida na UNESCO em Paris, em 23 de maio de 1997. “Introdução à lógica e à metodologia científica”, curso em cinco aulas na Escola Superior de Administração Fazendária (Esaf) da Delegacia da Receita Federal, Rio de Janeiro, 13-17 abril 1998. “Reparando uma injustiça pessoal”, conferência no Clube Militar do Rio de Janeiro, 31 de março de 1999. “Filósofos brasileiros do século XX”, conferência na Casa de América Latina, Bucareste, Romênia, 8 de setembro de 1999. “Christianisme et globalisation”, conferência no congresso Latinité et Nouvel Ordre Mondial, Cluj-Napocca, Romênia, julho 1998. “Ser e poder: o problema fundamental da filosofia política”, conferência no congresso United Nations Intellectual Leaders Striving for the Stable Development of Mankind, ONU Conference Room I, New York, 5 de janeiro de 2001. “Censura e desinformação”, conferência no Clube Naval do Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2001. “Sobre a defesa nacional”, conferência no I Simpósio sobre Estratégia da Resistência e Mobilização da Vontade Nacional, promovido pelo Comando Militar da Amazônia em 7 de dezembro de 2001. “Sistemas políticos contemporâneos”, conferência na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, 2 de maio de 2002. “Argumento e prova em Direito e Ciência Política”, curso no Instituto Brasiliense de Direito Público, Brasília, DF, 27.fev / 2 mar. 2002. “Educação Liberal”, curso no Instituto Paraná Desenvolvimento, março-maio 2002. “Totalitarismo Islâmico: herdeiro do comunismo e do nazismo”, palestra realizada no clube paulistano A Hebraica, 24 mai. 2004. “O Brasil perante os conflitos da nova ordem mundial: oportunidades e desafios”, palestra na OAB-SP, 6 ago. 2004. “Seminário de Filosofia”, curso em Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. “História Essencial da Filosofia”, curso em Curitiba e São Paulo. Pronunciou ainda vários outros cursos e conferências nas seguintes entidades: Associação Paulista de Medicina, SP, Universidade Estadual de Campinas, SP, Centro Educacional da Lagoa, RJ, Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos, RJ, Espaço Verdi, UERJ, Instituto Liberal, Instituto de História e Geografia Militar do Brasil, Clube Militar (Rio de Janeiro), Universidade Mackenzie (São Paulo), Casa de Cultura Laura Alvim, RJ, Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Associação Comercial do Rio de Janeiro, UNESCO (Paris), ONU (Nova York). PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS [seleção] V Congresso Brasileiro de Filosofia, Faculdade de Direito USP, 5 de setembro de 1995. Colóquio do Instituto de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE, 13 de maio de 1997 (sessão especial de debates sobre a obra de Olavo de Carvalho). Forms and Dynamics of Exclusion, congresso da Maison des Sciences de l’Homme, Unesco, Paris, 22-25 de maio de 1997. Liberalismo no Brasil, colóquio do Liberty Fund, Gramado, RS, 2 de fevereiro de 1997. Liberdade, democracia, progresso e História no pensamento de José Guilherme Merquior, Colóquio do Liberty Fund, Teresópolis, 3 a 6 de setembro de 1997. Reforma do Estado, Colóquio do Instituto Liberal, Brasília, 8 e 9 de maio de 1998. Latinité et Nouvel Ordre Mondial, Cluj-Napocca, Romênia, julho 1998. United Nations Intellectual Leaders Striving for the Stable Development of Mankind, ONU Conference Room I, New York, 5 de janeiro de 2001. Planetary Articulation:The Life, Thought, and Influence of Eugen Rosenstock-Huessy, Allerton Park Conference Center, Monticello, Illinois, USA, 2002. Seminario Internacional “Forjando Liderazgo”, Universidad del Salvador, Red Interamericana para la Prevención del Uso de Drogas e Drug Free America Foundation, Buenos Aires, 2003. OUTRAS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS E CULTURAIS Fundou e dirigiu, com Luiz Pellegrini, a Livraria Zipak, em São Paulo. Foi membro-fundador da Sociedade Brasileira de Szondi, sociedade científica destinada a estudar e difundir a obra do psiquiatra húngaro L. Szondi (1893-1988) É consultor da Enciclopédia Barsa e do Almanaque Abril para assuntos de Filosofia, Simbolismo e Religiões Comparadas. Fundou e dirigiu, com Ênio Squeff e Olga Kanashiro, o Cineclube do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Organizou e dirigiu o estande da Faculdade da Cidade Editora e da Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda. na Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 1997. Dirigiu a Faculdade da Cidade Editora, Rio de Janeiro, onde promoveu a edção de obras importantes como O Espírito das Revoluções, de J. O de Meira Penna, A Filosofia de Maurice Blondel, de João de Scantimburgo,Teatro Oficina: Onde a Arte não Dormia, de Ítala Nandi, e Senso Incomum, de Alan Cromer. Dirigiu o Seminário de Filosofia da Faculdade da Cidade, Rio de Janeiro. Dirige a coleção Biblioteca de Filosofia da Editora Record S/A. ESCRITOS Livros publicados Questões de Simbolismo Astrológico (São Paulo, Speculum, 1983). Universalidade e Abstração (São Paulo, Speculum, 1983). O Crime da Madre Agnes, ou: A Confusão entre Espiritualidade e Psiquismo (São Paulo, Speculum, 1983). Astros e Símbolos (São Paulo, Nova Stella, 1985). Fronteiras da Tradição (São Paulo, Nova Stella, 1987). Símbolos e Mitos no Filme “O Silêncio dos Inocentes” (Rio de Janeiro, Instituto de Artes Liberais/Stella Caymmi Editora, 1992). Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos (Rio de Janeiro, Instituto de Artes Liberais/Stella Caymmi Editora, 1992). O Caráter como Forma Pura da Personalidade (Rio de Janeiro, Astroscientia Editora/Instituto de Artes Liberais, 1993). A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci(Rio de Janeiro, Instituto de Artes Liberais/Stella Caymmi Editora, 1994: 1ª edição, fevereiro; 2ª, agosto). Uma Filosofia Aristotélica da Cultura (Rio de Janeiro, Instituto de Artes Liberais/Stella Caymmi Editora, 1994). O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César ~ Ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil (Rio, Diadorim, 1995). O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras (Rio, Faculdade da Cidade Editora e Academia Brasileira de Filosofia, 1996; 6a. edição, maio de 1998). Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos(Rio, Topbooks, 1996). Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão. A “Dialética Erística” de Arthur Schopenhauer ~ Texto e Comentários (Rio, Topbooks, 1997). O Futuro do Pensamento Brasileiro: Estudos sobre o Nosso Lugar no Mundo (Rio, Faculdade da Cidade Editora, 1997) A Longa Marcha da Vaca Para o Brejo & Os Filhos da PUC. O Imbecil Coletivo II (Rio, Topbooks, 1998). Apostilas de cursos (distribuição interna no Inst ituto de Artes Liberais) Seminário Permanente de Filosofia e Humanidades. 42 fascículos. Pensamento e Atualidade de Aristóteles. 7 fascículos. Traduções e serviços editoriais A Glândula Tireóide: Suas Funções e Disfunções, pelo Dr. José Carlos da Rosa, Org., (preparação do texto), São Paulo, ESPE, 1976. Tabu, por Allan Watts (tradução), São Paulo, Editora Três, 1978. Comentários à “Metafísica Oriental” de René Guénon, de Michel Veber (edição e organização), São Paulo, 1983. As Seis Doenças do Espírito Humano, de Constantin Noica, Rio, Record, 1999 (Biblioteca de Filosofia vol 1) – preparação e edição. Aristóteles, de Émile Boutroux, Rio, Record, 2001 (Biblioteca de Filosofia vol. 2) – preparação e edição. A Origem da Linguagem, de Eugen Rosenstock-Huessy, Rio, Record, 2002 (Biblioteca de Filosofia vol. 3) – preparação e edição. Estética como Ciência da Expressão e Lingüística Geral, de Benedetto Croce (tradução) – próximo volume da Biblioteca de Filosofia Record. Do Hábito, de Félix Ravaisson (tradução inédita). Foi editor de texto da obra em três volumes, O Exército na História do Brasil (Biblioteca do Exército em convênio com a Fundação Emílio Odebrecht, 1998). Teatro Oficina: Onde a Arte não Dormia, por Ítala Nandi: edição e prefácio (2a. ed., Rio, Faculdade da Cidade Editora, 1997). O Espírito das Revoluções, de J. O. de Meira Penna: edição (Rio, Faculdade da Cidade Editora, 1997). Atualmente, trabalha na preparação dos inéditos de Mário Ferreira dos Santos, por designação da família do grande filósofo paulista. Planejou e dirige atualmente a edição dos Ensaios Reunidos de Otto Maria Carpeaux, em 3 vols., para a Faculdade da Cidade Editora em associação com a Topbooks. Promoveu, para o Instituto Liberal do Rio de Janeiro, a tradução e edição brasileira de A Sociedade de Confiança, de Alain Peyrefitte (Rio, Topbooks, 2000). Colaborações regulares em jornais e revistas É colaborador das seguintes publicações: Folha de S. Paulo (São Paulo) Zero Hora (Porto Alegre) O Globo (Rio de Janeiro) Primeira Leitura (São Paulo) Bravo! (São Paulo) Leader (Porto Alegre) Entrevistas no rádio e na TV [seleção] “Jornal da Globo” ~ out. 97. CNT Juca Kfouri ~ mai. 98. GNT Pedro Bial ~ fev. 97. TV E (programa “Sem Censura”, com Lêda Nagle) ~ 4 out. 96. GNT (programa “N de Notícia”, com Carlos Tramontina ~ dez. 97. TV Bandeirantes de Porto Alegre (entrevista a Gilberto Pires) ~ Nov 97. CNB/AM ~ 21 ago. 96. Manchete/AM ~ Programa J. Abud ~ 25 ago. 96. Programa “Passando a Limpo” (Boris Casoy), TV Record. “Deus acredita em você?”, Rádio Europa Livre (Bucareste, Romênia), 21 out. 98 (repórter Cristina Poienaru). Rádio National (Bucareste, Romênia), 12 nov. 98 (repórter Diana Nedelcu). “Petismo e revolução armada”, Rádio Gaúcha, 21 ago. 00 “Interview to Donna McLachlan”, ABC Radio National, Austrália, 22 set. 04. Entrevistas em jornais e revistas [seleção] “Filósofo parte para o ataque”, O Globo ~ 19 mai. 96 “Vocação para polêmica”, Isto É ~ 28 ago. 96 “Chega de poleiros universitários”, Tribuna da Imprensa, 19 dez. 96 “Entrevista com Olavo de Carvalho”, Minerva (Universidade Federal de Pernambuco), mai. 97 “A inteligência esquerdista e a nova ordem neoliberal”, Diário de Pernambuco, 8 mar. 97 “Abaixo o Imbecil Coletivo! Todo poder ao indivíduo!”, entrevista a Wagner Carelli,República, jul. 97. “O Imbecil Coletivo e o espelho tenebroso”, ABC Domingo ~ 7 dez. 97 “Entrevista de Olavo de Carvalho ao Embaixador Caius Traian Dragomir,Viatsa Romaneasca ~ nov. 98. “Educação e Consciência”, entrevista a Luis Mauro Martino, Educação ~ jul. 99. “Filósofo acidental”, O Globo ~ 25 mai. 00. “A filosofia não é para os tímidos”, Jornal de Letras, da Academia Brasileira ~ jul. 00. “Um acerto de contas com a astrologia”, Porto do Céu ~ jun. 00. “Que é que você quer com a filosofia?”, Vidaqui ~ 31 ago. 00 “O Brasil tem filósofo”, Gramática On-line ~ 2001. “Entrevista de Olavo de Carvalho”, Revista Digital ~ 22 mar. 01. “Entrevista de Olavo de Carvalho a Régis Gonçalves”, O Tempo ~ 15 ago. 01. “Entrevista de Olavo de Carvalho”, Revista do Clube Militar ~ ago.-set. 01. “Um filósofo na mídia é um jesuíta entre antropófagos”, site Anedota Búlgara ~ 3 jan.01. “Projeto de História Oral do Exército Brasileiro na Revolução de 1964” ~ 20 mar. 02. “Na base do doa a quem doer”, Gazeta do Povo ~ 20 jun. 04. VII. PRÊMIOS, DISTINÇÕES E CONDECORAÇÕES Medalha do Pacificador, conferida pelo Comando do Exército Brasileiro em 25 de agosto de 1999. Medalha Mérito Santos Dumont, conferida pelo Comando da Aeronáutica em 20 de julho de 2001. Comendador da Ordem Nacional do Mérito da Romênia, conferida em 5 de dezembro de 2000 por decreto do presidente romeno Emil Constantinescu. Seu ensaio “O Pensamento de Ortega y Gasset” recebeu o Primeiro Prêmio em concurso instituído pela Embaixada do Reino da Espanha para celebrar o centenário de nascimento do filósofo José Ortega y Gasset (1983). Seu livro O Profeta da Paz. Estudos sobre a Interpretação Simbólica da Vida do Profeta Mohammed (Maomé), recebeu o Primeiro Prêmio num concurso de ensaios sobre história islâmica, instituído pela Embaixada do Reino da Arábia Saudita (1986). VIII. OPINIÕES DA CRÍTICA Sobre Olavo de Carvalho “Autor de valiosas reflexões filosóficas.” Carlos Alberto Montaner, O Estado de S. Paulo, 19 jan, 1999. “De reconhecida competência na área da filosofia, tem obtido grande sucesso tanto em suas pesquisas como no trato com seus alunos.” Jorge Amado “Já deu prova cabal da seriedade de seus propósitos e de sua extensa cultura filosófica. Qualquer esforço que venha dele é digno de apoio e só pode acrescentar prestígio a quem o proporcionar.” Romano Galeffi, catedrático de Estética, Universidade Federal da Bahia (relatório sobre o projeto de Uma Filosofia Aristotélica da Cultura). “Indiferente às elites universitárias e ao mundo do show business cultural, Olavo de Carvalho escolheu a vida intelectual plena como ambição e exercício de seus dias.” José Enrique Barreiro, TV Educativa, Salvador BA “Intelectual independente, não filiado a qualquer grupo político ou filosófico; dono de vasta cultura, alicerçada no conhecimento da filosofia.” Carlos Cordeiro, Diário de Pernambuco, Recife, 26 ago. 1989 “Tem o brilho e a coragem dos Inconfidentes.” an> Aristóteles Drummond. “Admiro Olavo de Carvalho não apenas pelo alto valor de sua obra intelectual, que inclui livros importantes sobre a filosofia aristotélica, sobre o relacionamento entre Epicuro e Marx e sobre a ‘revolução cultural’ provocada por Gramsci, mas também pelo vigor polêmico com que está enfrentando o que ele mesmo classifica como as ‘atualidades inculturais brasileiras’.” O. de Meira Penna, Jornal da Tarde, São Paulo, 10 out. 1996. “Filósofo de grande erudição.” Roberto Campos, Folha de S. Paulo, 22 set. 1996. “Filósofo, e não apenas professor de filosofia.” Nelson Saldanha, mensagem de saudação a O. de C. No Instituto de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE, 13 de maio de 1997. “Estupendo. Sua obra tem como que o sopro de uma epopéia da palavra, a palavra destemidamente lúcida e generosamente insurgente, rebelde e justa, brava e exata.” Herberto Sales, da Academia Brasileira “O mais brilhante e controverso filósofo brasileiro.” Monica Grigorescu, Rompress ~ Romanian National News Agency, 3 jul. 1997. “Coragem intelectual.” Jarbas Passarinho, O Estado de S. Paulo, 19 jun. 1988. Sobre A Nova Era e a Revolução Cultural “Louvo a coragem e lucidez das suas idéias e a maneira admirável com que as expõe.” Herberto Sales, da Academia Brasileira. “O ensaio, além de excelente, chega na hora certa.” Josué Montello, da Academia Brasileira. “Um ser vivo. Magnífico. Iluminador. Tem a vibração da coragem ética. Certamente um dos documentos mais importantes já produzidos no Brasil.” Jacob Klintowitz, crítico de arte. Sobre Símbolos e Mitos no Filme “O Silêncio dos Inocentes” “Análise fascinante e ~ ouso dizer ~ definitiva.” José Carlos Monteiro, Escola de Cinema da UFRJ. Sobre Aristóteles em Nova Perspectiva “Olavo de Carvalho vai aos filósofos que fizeram a tradição ocidental de pensamento, dando ao leitor jovem a oportunidade de atravessar esses clássicos.” Paulo Francis, O Globo, 5 jan. 97. “Nas suas obras como nos cursos que profere, predominam o equilíbrio e a coerência.” Luís Carlos Lisboa, Jornal da Tarde, São Paulo, 7 jan. 1995. “Desde Giambattista Vico que não surgia uma interpretação tão luminosa para acabar com a mistificação das ” duas culturas”, e esta perpassada de um diálogo enriquecedor com comentadores de Aristóteles como Octave Hamelin, Werner Jaeger, Eric Weil, e autores convergentes nesta encruzilhada decisiva da história intelectual do Ocidente como Mary Louise Pratt, Chaim Perelman, Thomas Kuhn e Erwin Panofkski.” Mendo Castro Henriques, Universidade Católica de Lisboa. Sobre O Jardim das Aflições “Poucos livros tenho lido com o interesse e o proveito com que li O Jardim das Aflições.” Josué Montello, da Academia Brasileira. “Inexaurível erudição e incontornável honestidade intelectual… O clarim de uma adiada e temida ressurreição da independência crítico-filosófica da nação.” Bruno Tolentino, prefácio a O Jardim das Aflições. “Um livro maravilhoso, um clarão nas trevas.” Leopoldo Serran, Jornal do Brasil, 6 set. 1996. “Se a obra de Olavo de Carvalho se distingue da prosa empolada e vazia dosphilosophes de plantão, é sobretudo por seu texto vivo e bem humorado, por sua erudição generosa e pela busca permanente de clareza e honestidade intelectual.” Antônio Fernando Borges, Jornal do Brasil, 6 jan. 1996. “Olavo de Carvalho chega a ser um iconoclasta, de uma iconoclastia tornada necessária… Ele vai até adiante da coragem, dispõe de larga e profunda erudição, como se vê nos seus textos filosóficos de grande base helênica, Os Gêneros Literários e Uma Filosofia Aristotélica da Cultura, breves, concisos, rigorosos conceitualmente, de apurado método lógico, por trás do calor polêmico que assim não o prejudica.” Vamireh Chacon, Jornal de Brasília, 22 jan. 1996. Sobre O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras “Livro imperdível. Exijam dos livreiros.” Paulo Francis, O Globo e O Estado de S. Paulo, 28 jul. 1996. “Lúcido e eloqüente como Irving Kristol.” Alan Neil Ditchfield “Como Jackson de Figueiredo, como Gustavo Corção, O. de C. vê a imbecilidade como erro moral, tem uma visão filosófica e universal desse problema.” José Arthur Rios “Uma inteligência como poucas entre nós.” Paulo Bentancur, Jornal do Comércio (Porto Alegre), 22 nov. 1996. “Temível inteligência e imbatível domínio filosófico.” Ângelo Monteiro, Diário de Pernambuco, 23 nov. 1996. “Olavo de Carvalho restabelece uma tradição que estava declinando assustadoramente: a tradição da crítica severa e corajosa, que desmitifica falsos valores, higienizando a vida intelectual.” Edson Nery da Fonseca, Diário de Pernambuco, 17 de maio de 1997. Sobre a conferência “Les plus exclus des exclus” (Unesco, Paris, 29 jun. 1997) “Fascinating.” Amy Colin, Pittsburg University. Sobre a conferência “A Gerência Geral do Espírito”, na Casa de América Latina em Bucareste (10 jul. 1997) “Conheço praticamente todos os pensadores europeus dos últimos trinta anos e nunca ouvi de nenhum deles algo de tão interessante.” Gabriel Liiceanu, reitor do New European College da Romênia. Sobre a introdução aos Ensaios Reunidos de Otto Maria Carpeaux “Longa, profunda e bela introdução. Sem o ter conhecido pessoalmente, penetrou fundo no drama de Carpeaux.” Edson Nery da Fonseca “No substancioso prefácio à reedição dos principais livros de Carpeaux, assinado por Olavo de Carvalho, temos um painel crítico desse importante momento da vida cultural brasileira… Curiosamente, Carpeaux e Olavo não se conheceram. Um dos desencontros que eu considero mais cruéis do destino, uma vez que os dois, guardadas as posições radicalmente pessoais de cada um, tinham um approachidêntico da condição humana. Até mesmo na capacidade da exaltação e da polêmica.” Carlos Heitor Cony, orelhas dos Ensaios Reunidos de Otto Maria Carpeaux, vol. I. (Rio, Topbooks, 1999). Janeiro de 2005
  12. Ideologia é o que menos importa? vídeo completo: O único motivo de vc achar que a ideologia não está em jogo é pelo fato de que, desde a redemocratização do Brasil, após o regime militar, o país vive uma situação em que praticamente todos os partidos políticos compartilham da mesma [ideologia]. Isso que é a hegemonia política pura e simples do Gramsci. Não há debates ideológicos - pelo menos até recentemente, com o surgimento de políticos como o Bolsonaro - pelo simples fato de que se a ideologia é a mesma, não discute-se ela; discute-se apenas questões administrativas como sempre foi o caso entre PT-PSDB-PMDB. É simples. É que nem um peixe dentro do mar: ele está tão imerso nas águas oceânicas que não sabe que existe o ar, a água doce, etc; a água salgada, pra ele, é um pressuposto fundamental da própria existência - que nem o ar que a gente respira e o chão que a gente pisa - e aquilo é tão constante e o abarca de maneira tão absoluta que ele nunca perceberia que "opa, isso aqui que me rodeia é água salgada, mas esse é apenas um ambiente possível dentro do planeta terra", a não ser que tivesse inteligência como nós e prestasse atenção nisso.
  13. Engraçado, se eu pegar o currículo das três maiores privadas de SP do curso de Direito, assim como a bibliografia básica da grade de cada disciplina de cada semestre, você vai ver que a doutrinação é a mesma em ambas as universidades.
  14. Bichão, eu conheço muito bem todo o ambiente universitário paulista. Já vi aulas na sua faculdade e tenho amigos de lá de dentro que me contam as experiências que eles tem com doutrinação - assim como nas outras grandes de SP, inclusive na minha. Prestem atenção no que o coitadinho diz depois: Como se as pessoas a favor do Bolsonaro não estudassem. - Deixa de ser ridículo, ao invés de ficar pagando de gostosão, debate os argumentos de uma vez pra mostrar a qualidade intelectual do pessoal da "melhor universidade brasileira".
  15. Frango, adivinha de qual faculdade esse cara é... Só o discursinho empolado e pedante já mostra a origem do rapaz. "Faço parte da melhor universidade pública brasileira." "Pela minha vivência no meio acadêmico, posso afirmar que estudar política já é um pré-requisito pra não apoiar esse cara." Daí nós vamos ver os maiores expoentes pensadores da "melhor universidade do Brasil", e quem nós vemos? Marilena Chauí, Emir Sader, Vladimir Safatle e etc... Já é de dar pena essa molecada que se apóia num nome que eles não ajudaram a construir, e que ficam utilizando desse sentimento coletivista pra afirmar "EU SOU DE TAL INSTITUIÇÃO"! Mas é de dar mais pena ainda quando um sujeito usa de um nome que ele não ajudou a construir, e que, na verdade, só atesta a decadência cultural do meio acadêmico brasileiro. É o cúmulo do culto à burrice e da incultura brasileira, o ápice do bacharelismo e da cultura do diploma predominantes no Brasil. Deixo a palavra ao mestre: "Uma vez compreendido o que é a intelligentzia9, a expressão que nomeia este livro adquire plena clareza como designação de uma das atividades principais dessa categoria de seres. O imbecil coletivo não é, de fato, a mera soma de um certo número de imbecis individuais. É, ao contrário, uma coletividade de pessoas de inteligência normal ou mesmo superior que se reúnem movidas pelo desejo comum de imbecilizar-se umas às outras. Se é desejo consciente ou inconsciente não vem ao caso: o que importa é que o objetivo geralmente é alcançado. Como? O processo tem três fases. Primeiro, cada membro da coletividade compromete-se a nada perceber que não esteja também sendo percebido simultaneamente por todos os outros. Segundo, todos juram crer que o recorte minimizador assim obtido é o único verdadeiro mundo. Terceiro, todos professam que o mínimo divisor comum mental que opera esse recorte é infinitamente mais inteligente do que qualquer indivíduo humano de dentro ou de fora do grupo, já que, segundo uma autorizada porta-voz dessa entidade coletiva, "a psicanálise, com o conceito de inconsciente, e o marxismo, com o de ideologia, estabeleceram limites intransponíveis para a crença no poderio total da consciência autônoma, enfatizando seus limites" (sic)10. Assim, se um dos membros da coletividade é mordido por um cachorro, deve imediatamente telefonar para os demais e perguntar-lhes se foi de fato mordido por um cachorro. Se lhe responderem que se trata de mera impressão subjetiva (o que se dará na maioria dos casos, já que é altamente improvável que os cachorros entrem num acordo de só morder as pessoas na presença de uma parcela significativa da comunidade letrada), ele deve incontinenti renunciar a considerar esse episódio um fato objetivo, podendo porém continuar a falar dele em público, se o quiser, a título de expressão pessoal criativa ou de crença religiosa. Para o imbecil coletivo, tudo o que não possa ser confirmado pelo testemunho unânime daintelligentzia simplesmente não existe. Compreende-se assim por que o mundo descrito pelos intelectuais é tão diferente daquele onde vivem as demais pessoas, sobretudo aquelas que, imersas na ilusão do poderio total da consciência autônoma, acreditam no que vêem em vez de acreditar no que lêem nos livros dos professores da USP. O presente livro, portanto, trata daquilo que não existe: daquilo que está fora do mundo tal como o concebe a intelligentzia, mas que está limítrofe à sua circunferência e pode ser enxergado com perfeita nitidez por quem quer que consinta em deixar de ser um intelectual por uns minutos e dê uma espiada fora, fazendo uso, mesmo discreto, dos poderes limitadíssimos da sua consciência individual. Muitos verão neste livro um requisitório, uma diatribe furibunda e peçonhenta contra os intelectuais brasileiros. Pessoas nas quais os hormônios da emoção são mais ativos do que as luzes da inteligência11 são incapazes de compreender que às vezes temos de dizer coisas horríveis não porque elas brotem do nosso estômago, mas porque entram pelos nossos olhos; que não dizemos o que queremos, mas o que vemos — e que o fazemos sem nenhum prazer, muito menos o prazer hipócrita de um moralista de palanque, que se imagina bom quando consegue provar que alguém é ruim. Acusadoras compulsivas, pertinazes atribuidoras de suas próprias intenções a outrem, são ineptas para conceber que aquele que diz palavras amargas pode não ser movido pelo intuito de denunciar, de acusar, mas de descrever e advertir; e que se o discurso vem num tom de franqueza brutal, é porque o estado de coisas descrito ultrapassou os limites do tolerável e a advertência já vem tarde. Não tenho a menor dúvida de que este livro terá, numa boa fatia dos ambientes letrados, a recepção-padrão dada a outros tantos livros brasileiros, alguns até bem melhores, que tinham por objetivo fazer pensar: o completo silêncio quanto ao conteúdo, uma floração majestosa de fofocas e calúnias quanto à pessoa do autor12. É característico da nossa baixeza intelectual que, quanto menos alguém compreende o simples enunciado de uma idéia, mais se julga capacitado a diagnosticar os motivos psicológicos profundos e até mesmo inconscientes que teriam levado o autor a produzi-la. Isso tem a indiscutível vantagem de desviar a discussão dos terrenos áridos da filosofia, da ciência, etc., para as férteis planícies da psicanálise-de-botequim, onde todo brasileiro se sente um expert tanto quanto em técnica de futebol, economia política e mecânica de automóveis. Os motivos diagnosticados são invariavelmente mórbidos ou sinistros — ódio à humanidade, complexo de Édipo, homossexualismo enrustido, machismo porco-chauvinista, egolatria demencial, inveja recalcada, ressentimento neurótico, desejo furioso de autopromoção etc. etc. —, de modo a encobrir a pessoa do autor com uma máscara suficientemente antipática para dissuadir qualquer leitor de fazer um esforço para compreendê-lo. Homens verdadeiramente grandes — um Mário Ferreira dos Santos, um Gilberto Freyre, um Otto Maria Carpeaux, um Oliveira Vianna — foram abundantemente submetidos a esse tipo de maquiagem caricaturante, de modo que, vendo-os reduzidos a estereótipos de fácil apreensão, cada leitor potencial crê já conhecê-los o bastante para poder dispensar-se de examinar de perto o que escreveram. Por que haveria eu de escapar a semelhante destino? A intriga e a calúnia — às vezes nada espontâneas, mas dirigidas com precisão e espírito de sistema desde os centros interessados — têm sido no Brasil a forma mais usual de crítica literária13. Parece que ninguém se dá conta de quanto o país todo — caluniadores inclusos — perde com isso. Pois a rede de temores vãos, desconfianças, preconceitos e prevenções supersticiosas que esse hábito lança sobre a nossa vida cultural aprisiona a inteligência brasileira num complexo neurótico e incapacitante, frustra o intercâmbio das inspirações, estanca o fluxo das idéias, sufoca as forças criadoras e nos condena à perpétua anemia espiritual14. Mas há sempre muitos leitores bons, desejosos de compreender mesmo aquilo que à primeira vista os desagrade. Esses não me levarão a mal a priori, imaginando que atribuir intenções seja o mesmo que compreender; e notarão desde logo um fato que contradiz, na base, qualquer diagnóstico de hidrofobia literária que algum desafeto mais ousado pretenda me passar com a autoridade científica que lhe é conferida pelo décimo copo de cachaça: o fato de que, no país do corporativismo, onde cada qual só discursa pro domo sua, este que lhes fala é um raro e não despiciendo exemplo de brasileiro capaz de fazer graves censuras ao seu próprio grêmio, punindo, como recomenda a sabedoria milenar do I Ching, sua cidade natal antes de fustigar a alheia. Pois, tendo vivido trinta anos e picos de meu trabalho de jornalista, escritor, professor e conferencista, que raio de outra coisa sou senão um membro do clã dos letrados? O discurso anticorporativo está na moda, tem buena prensa, e um público ingênuo não se dá conta de que falar contra o corporativismo alheio é com freqüência apenas um jeito elegante de fortalecer o próprio. Invertendo essa fórmula maliciosa, critico aqui os meus. E, pela tiragem modesta deste livro que não será decerto lido pelas multidões incultas, ninguém dirá sem grave injustiça que lavei nossa roupa suja fora de casa. É claro que estabeleço uma distinção entre os homens letrados em geral e, como foi dito acima, aintelligentzia em especial, atribuindo exclusivamente a esta última a jurisdição do imbecil coletivo. Mas a intelligentzia está para a classe culta como a parte para o todo, como um ramo da família está para a família, e sua pretensão mesma de falar em nome da família inteira justifica que eu me dirija a ela como a gente do mesmo sangue — de igual para igual, no tom irritado de quem não fala de cima, julgando e condenando com neutra autoridade, mas se sente contaminado e envergonhado pelas culpas dos seus. Quanto ao subtítulo, insere francamente este trabalho no gênero literário inaugurado por Osman Lins: estudos de problemas inculturais. Um gênero a que o ambiente nacional, a julgar pelos sinais dos tempos, não sonegará tão cedo nem temas nem motivos15. Sonegará apenas oportunidades de publicação. O lugar certo para trabalhos deste gênero é, manifestamente, a imprensa diária ou semanal, já que eles acompanham jornalisticamente o desenrolar dos fatos e se distinguem do puro noticiário apenas ao procurar, na retaguarda mais ampla da História cultural, a ligação entre o curso dos dias e o rolar dos séculos, tal como aparece aos olhos de uma consciência autônoma. Mas não creio que exista, na imprensa brasileira, uma atmosfera propícia à discussão dos temas aqui presentes, pela simples razão de que o jornalismo é o templo mesmo da intelligentzia e de que as pautas de redação constituem o traslado fiel do recorte minimizador acima referido, isto caso não constituam o seu molde. E se não há nas páginas de jornais um lugar para estes temas, muito menos há para a linguagem muito pessoal e direta, às vezes abertamente desaforada, em que me sinto mais à vontade para falar deles — não porque seja um sujeito explosivo ou ranheta por natureza, mas porque há décadas não escuto neste país senão a voz do imbecil coletivo e porque, tenham ou não sido confirmados pela psicanálise e pelo marxismo, existem limites intransponíveis para a extensibilidade do saco humano. Até umas décadas atrás, o jornalismo brasileiro ainda não adquirira consciência do seu poder supremo e consentia em ecoar o pensamento vindo de fora, muitas vezes pessoal e direto no conteúdo e no tom. Depois, a padronização da técnica jornalística trouxe o império do pensamento mediano e da linguagem morna, escorado em toda uma tecnologia da precaução, em toda uma engenharia da dubiedade16. Bilinguis maledictus. Ao mesmo tempo, o jornalismo — junto com seu irmão siamês, o marketing — erguia-se de sua posição de servidor da cultura para se tornar seu modelo e senhor, rebaixando a produção cultural a um eco passivo do noticiário do dia. Um outro obstáculo à publicação destes textos em jornal é o seu tamanho. As modificações "técnicas" introduzidas no nosso jornalismo a partir da década de 60 timbram em cortar tudo pelo molde da crônica, do suelto ou do "pirolito", e um articulista de idéias é hoje um sujeito que dispara meia dúzia de frases de efeito sobre um leitor desatento e vai para casa todo envaidecido de sua habilidade de resumir a Bíblia em um parágrafo, quando Deus precisou de nada menos que dez. Afirmar é fácil, provar é difícil. O enunciado de um teorema espreme-se em uma linha; a demonstração pode requerer várias páginas. A norma jornalística vigente implica nada menos que uma proibição de provar, uma obrigação estrita de ater-se à afirmação peremptória, se possível proferida naquele tom de autoridade que, dissuadindo os possíveis objetores, abrevia razoavelmente a conversa. A preguiça de ler vem em auxílio da norma, condenando como "prolixo" tudo o que vá além da asserção pura e simples. Isto acaba por fazer do jornalismo aquilo que dizia Conrad: uma coisa escrita por idiotas para ser lida por imbecis. Por isto estes artigos, escritos no estilo de um tipo de publicação que não existe mais, acabaram virando livro — um jornalismo sem jornal. Dos trabalhos aqui presentes, só uns poucos saíram na imprensa: um no mais modesto — ainda que não o menos valoroso — jornal carioca, a Tribuna da Imprensa, outro no Jornal do Brasil, outros dois num recém-fundado caderno literário de O Globo, e um numa revista para jornalistas, um ambiente de família onde estes profissionais se permitem o luxo da franqueza, que reprimem no exercício público de seu ofício com uma austeridade de santos ascetas. Bons amigos recomendam-me que não fale assim, que modere o tom, que selecione os alvos e ataque um por vez de modo a não voltar todos contra mim de um só golpe. Inúteis precauções. A maledicência não é racional na escolha de suas vítimas. Posso cair em suas garras por uma frase infeliz, como posso escapar delas malgrado uma farta distribuição de verdades amargas. A fortuna é mais sábia do que a astúcia — e astúcia, ademais, não é o meu forte, notória que é entre meus conhecidos a minha demora em perceber quando alguém me faz de trouxa17. Por fim, digo que só teria sentido contornar as suscetibilidades de grupos e facções caso meu livro se dirigisse a grupos e facções. Ora, ele dirige-se exclusivamente ao leitor individual, na solidão da sua consciência, naquele seu fundo insubornávelde que falava Ortega y Gasset, que todo homem tem e onde ele é capaz de admitir, entre quatro paredes, verdades que renega em público. Dirijo-me ao que há de melhor no íntimo do meu leitor, não àquela sua casca temerosa e servil que diz amém à opinião grupal por medo da solidão. Fazer o contrário seria um desrespeito. Portanto, iracundo leitor, não me censure em público antes de certificar-se de que não me dará razão na intimidade, quando, no coração da noite, as palavras que lhe brotarem de dentro não encontrarem outro interlocutor senão o silêncio imenso. Maio de 1996" Aproveitem e leiam o livro: http://www.olavodecarvalho.org/livros/imbecil.htm
  16. Não se iluda com o PMDB também, jovem: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/17816?locale=pt_BR "A presente dissertação tem como objetivo fundamental o estudo da relação do PCB e do PCdoB com o MDB-PMDB no processo de distensão política da ditadura militar. Entre as questões estudadas destacam-se o processo de aproximação das agremiações comunistas ao MDB, enfatizando que este processo era reflexo dos limites impostos pelo regime autoritário, dando origem à dupla militância, por parte dos comunistas: legal (MDB-PMDB) e ilegal (PCB e PCdoB). Examinam-se as eleições no RS desde a instauração do bipartidarismo, com especial ênfase às eleições de 1982, que foi a última eleição em que essas três agremiações funcionaram como uma "unidade" partidária. Para tanto, analisa-se a linha tático-estratégica dos comunistas em consonância com o PMDB e as suas aspirações com respeito ao fim do regime, assim como o próprio cotidiano da vida partidária e os reflexos advindos desta dupla militância na dinâmica infrapartidária. Trata-se de um trabalho de reconstituição histórica em que, além das fontes bibliográficas e dos resultados eleitorais, faz-se uso da documentação partidária do período e de entrevistas com militantes partidários sobre as eleições de 1982." A real é que a Dilma e o PT estava dando muito prejuízo pra galera dos globalistas ocidentais, apesar deles terem avançado bastante na agenda cultural e social. O Temer tá lá pra botar alguma ordem na economia, sem mexer muito no aspecto da agenda cultural em comum que a galera do Diálogo Interamericano tem com o Foro de SP.
  17. Tem a ver pelo fato dele ter se batizado no Rio Jordão (seja por motivos de propaganda ou não) e levantarem a questão da laicidade do Estado e da suposta interferência negativa da Igreja na produção de conhecimento e perseguições com cunho político.
  18. Só pra complementar: http://www.amazon.com/Jesuit-Science-Republic-Letters-Transformations/dp/0262062348 Founded in 1540, the Society of Jesus was viewed for centuries as an impediment to the development of modern science. The Jesuit educational system was deemed conservative and antithetical to creative thought, while the Order and its members were blamed by Galileo, Descartes, and their disciples for virtually every proceeding against the new science. No wonder a consensus emerged that little reason existed for historians to take Jesuit science seriously.Only during the past two decades have scholars begun to question this received view of the Jesuit role in the Scientific Revolution, and this book contributes significantly to that reassessment. Focusing on the institutional setting of Jesuit science, the contributors take a new and broader look at the overall intellectual environment of the Collegio Romano and other Jesuit colleges to see how Jesuit scholars taught and worked, to examine the context of the Jesuit response to the new philosophies, and to chart the Jesuits' scientific contributions. Their conclusions indicate that Jesuit practitioners were indeed instrumental in elevating the status of mathematics and in stressing the importance of experimental science; yet, at the same time, the Jesuits were members of a religious order with a clearly defined apostolic mission. Understanding both the contributions of Jesuit practitioners and the constraints under which they worked helps us to gain a clearer and more complete perspective on the emergence of the scientific worldview.
  19. Nêgo realmente não sabe nem o que significa o Estado ser laico, hueheuheuhe.
  20. O cunha praticamente barrou o avanço dos projetos do Foro de São Paulo na Câmara. E esse papo que é o Congresso que trabalha pelo impedimento? Desde 2015 o congresso vem trabalhando CONTRA o impedimento, atrasando ele o máximo possível. A coisa só começou a andar mesmo quando perceberam que o cu de todo mundo estava na reta, e alguma coisa, por mínima que fosse, deveria ser feita. A presidente com maior rejeição popular na história do país conseguiu levar a maior quantidade de pessoas para as ruas para protestar contra ela, e, ainda assim, demorou quase 2 ano pra filha da puta cair. Você sabe que em 2015 e em março de 2016 nós tínhamos, de fato, uma situação revolucionária, não sabe? Você sabe como funcionam as revoluções? Deixa eu te explicar com as palavras do próprio Lênin: "Não se pode esperar! Não se pode perder!... A história não perdoa as demoras de revolucionários que poderão vencer hoje (e que vencerão certamente hoje), mas que se arriscam a perder muito amanhã, a perder tudo. Tomando o poder hoje, nós não o tomamos contra os sovietes, mas para eles... Seria um desastre mostrar-se formal e esperar o escrutínio aleatório de 7 de novembro; o povo tem o direito e o dever de resolver tal questão, não pelas eleições, mas pela força; nos momentos críticos da revolução, o povo tem o direito e o dever de dirigir seus representantes..., não de esperá-los." (Lênin, Obras, volume XXVI) Qualquer idiota consegue perceber como funcionou a manobra feita em 2015 pelos "líderes" dos movimentos de rua: com a tal marcha até brasília e com a entrega simbólica do pedido de impítima, foi entregue o protagonismo da revolução nas mãos da classe política, classe essa que a totalidade da população brasileira rejeitava e rejeita. Isso tudo foi feito segundo as formalidades dos que batem punheta pras instituições brasileiras tanto defendem. A Dilma é só um sacrifício simbólico pros antigos esquemas de poder continuarem - vide a falsa oposição ideológica entre PT x PSDB, e o PMDB funcionando como se fosse o poder moderador do império. Essa manobra foi feita justamente pra salvar TODA a classe política e TODAS as instituições que foram criadas a partir de 88, e que se mostraram ineficientes, desde então, a sustentar uma democracia de fato. O povo brasileiro já perdeu representatividade política faz muito tempo. Desde o FHC não existe debate ideológico no congresso, apenas discussões de questões administrativas menores. O brasileiro queria derrubar, literalmente, todo o sistema. Conseguiu um prêmio de consolação bem meia boca, e ainda vem nêgo que quer tirar isso dele falando que o processo de impítima não é legítimo? Só pode ser brincadeira de uma mente doentia e que tem um raciocínio bem tosco. Mesmo pensando no plano puramente jurídico, não há falha nenhuma no processo. O crime de responsabilidade foi assim declarado pelo TCU, que é o órgão constitucionalmente responsável pra apurar isso. Depois o rito foi definido no STF, com a maioria dos ministros indicados por gestões do PT. Após isso, houve a votação na câmara em que 367 deputados - e não só o Cunha - votaram a favor do impítima. Por fim, a maioria do senado decidiu pelo afastamento da presidente. É impossível alguém em sã consciência achar que o impítima aconteceu por vingancinha. O Cunha podia querer se vingar o quanto fosse, mas se a situação política no país não fosse o que é, se a população não rejeitasse a presidente como rejeita e não tivesse saído às ruas como saiu, isso nunca teria acontecido. Talvez se os líderes que organizaram esse marcha até Brasília fossem mais espertos, eles teriam criado algo semelhante aos Sovietes russos de 1905 e 1917, daí essa corja toda já tinha sido tirada do poder faz tempo.
  21. BOLSONAZI!!!!!!!!!!!!!!!!!! ONDE JÁ SE VIU?! SE BATIZAR EM ISRAEL?! HÁ COISA MAIS NAZISTA DO QUE ISSO?
  22. BOLSONAZI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
  23. "- Bolsonaro, você teria algum problema em sentar e conversar com o Dep. Jean Willys? - De maneira nenhuma." (Cabrini para Bolsonaro) "- Olha, Cabrini, no Brasil temos um problema muito sério com o Fascismo. Ele vem crescendo muito nas últimas décadas e não aceita o diálogo democrático. - Você teria algum problema em sentar e conversar com o Dep. Bolsonaro, Jean? - Eu nunca irei conversar com ele. De minha parte não haverá diálogo. Ele é fascista. " (Cabrini para Jean)
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