O sexo é um fenômeno do calor, um fenômeno do fogo. Sempre que o fogo está ardendo, a pessoa se sente mais sensual; quando o fogo está baixo, ela se sente menos sensual. Porque tudo o que lhe acontece, seja uma transformação sexual, seja uma transformação espiritual, sempre depende do fogo. Jesus foi treinado numa comunidade essênica — numa secretíssima sociedade esotérica. Como os hindus, os cabalistas, os judeus e os sufis, ele também conheceu inúmeros métodos para criar o fogo interno. Assim, esse fogo não é exatamente o mesmo que você conhece. É o fogo mais interno a partir do qual a vida existe. Se o fogo é elevado a um certo nível, a transformação acontece. Mas só é possível elevá-lo a um determinado grau se ele não for liberado. É por isso que todas as religiões que usam o fogo são contra o sexo. Se você o liberar pelo sexo, não será possível mantê-lo nesse grau porque ele terá uma válvula de escape.. Portanto, todas as válvulas devem ser completamente fechadas para que o fogo não tenha por onde sair e alcance os cem graus, para que alcance o grau onde, de repente, a transformação acontece: a alma e o corpo separam-se — a espada age! E você fica sabendo o que é a terra e o que é o céu em si mesmo. Fica sabendo o que veio dos seus pais e o que veio do Invisível. "... o fogo, a espada, a guerra..." Um profundo conflito interno. Você não pode ser letárgico, não pode relaxar, a menos que o relaxamento aconteça — o que é totalmente diferente. É preciso lutar e criar o conflito, a fricção. Fricção é a palavra certa para a guerra interior. Gurdjieff trabalhou através da fricção, criando-a em seu corpo. Você pode não saber agora, mas observe e um dia terá consciência de que seu corpo possui inúmeras camadas de energia. Quando a fricção não é feita, a pessoa utiliza apenas as camadas superficiais. Ao surgirem os conflitos, a camada superficial esgota-se e a segunda camada entra em funcionamento.
OSHO, - A semente de mostarda (livro).