A remada alta, ou remada em pé, com barra é um exercício eficaz para deltoides e trapézio, mas não é para todos. Algumas pessoas sentem dores ou até se machucam durante o movimento. Neste caso, qual exercício substitui a remada alta?
Os principais exercícios que substituem a remada alta são:
- Remada em pé com halteres.
- Remada em pé na polia com suporte de corda.
- Elevação lateral.
- Face pull.
Qual o “problema” com a remada alta?
A remada alta com barra (que é a forma tradicional) é um ótimo exercício para treinar a porção lateral dos deltoides e, de forma indireta, o trapézio. No entanto, algumas pessoas poderão ter problemas com o movimento do exercício que envolve levantar uma carga reta próxima ao corpo até a altura do queixo.
Particularmente o topo do movimento pode forçar os ombros a um ângulo que aumenta significativamente a compressão dos tendões dos músculos do manguito rotador contra o osso do ombro (acrômio). Este risco é ainda maior quando o movimento é realizado com barra, uma pegada muito estreita ou com muita carga.
A posição mais alta do movimento também coloca os ombros em rotação interna e elevação simultaneamente, uma combinação que pode gerar estresse adicional na articulação do ombro. Dependendo da sua mobilidade e formação óssea, ao longo do tempo, isso pode causar desgaste ou lesões nos tendões do ombro devido ao atrito constante na região.
No entanto, é válido ressaltar que a remada alta não é universalmente considerado um exercício ruim. Adotar a técnica correta, evitar cargas excessivas e dar preferência à variações que não usem a barra, pode permitir o uso do exercício sem maiores problemas no treino.
Além disso, é crucial para indivíduos com histórico de lesões no ombro ou com menos flexibilidade/mobilidade nessa área considerar alternativas menos arriscadas ou ajustar o exercício para acomodar suas limitações específicas.
4 exercícios que substituem a remada alta
1 – Remada em pé com halteres
A remada alta com halteres é considerada uma alternativa mais segura à remada em pé tradicionalmente feita com barra por oferecer uma maior liberdade de movimento e ajustes individuais.
Diferente da versão com barra, ao utilizar halteres, cada braço pode mover-se independentemente, permitindo micro ajustes durante o movimento que respeitam as diferenças individuais na capacidade de amplitude de movimento e flexibilidade do ombro.
Isso é particularmente útil para prevenir o estresse excessivo nas articulações do ombro, pois o praticante pode ajustar a trajetória dos halteres para evitar posições que causem desconforto.
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Além disso, a remada alta com halteres também permite um maior controle sobre a rotação dos ombros durante o exercício. Com halteres você pode optar por uma pegada mais neutra (palmas das mãos voltadas uma para a outra) durante o movimento, o que pode ser mais confortável do que uma pegada pronada (palmas para baixo) obrigatória na versão com barra.
Como fazer
- Escolha um par de halteres com peso adequado e fique em pé com os pés na largura dos ombros.
- Segure os halteres com as palmas das mãos voltadas uma para a outra e deixe-os pendurados na frente das coxas.
- Puxe os halteres em direção ao queixo, levantando os cotovelos para os lados e em direção ao teto.
- Ao atingir uma altura próxima ao queixo, abaixe os halteres lentamente de volta à posição inicial e repita para as repetições desejadas.
2 – Remada em pé na polia com suporte de corda
Assim como a variação com halteres, a remada em pé na polia usando o “puxador” corda é uma alternativa mais segura devido à sua maior adaptabilidade e menor estresse nos ombros.
Ao utilizar uma corda e polia, o exercício permite um movimento mais natural dos braços e punhos durante o levantamento. Isso reduz o estresse nas articulações dos ombros e cotovelos, que é frequentemente exacerbado em variações da remada com barra devido à pegada fixa e à trajetória restrita.
Basicamente, a corda permite que você ajuste a pegada e a direção de movimento para acomodar suas próprias limitações de mobilidade e conforto, minimizando assim o risco de impingimento e outras lesões.
Além disso, o uso de polias proporciona uma tensão constante durante todo o movimento, o que pode gerar mais estímulos para a hipertrofia, sem os picos e vales de tensão que ocorrem em certas posições do movimento em exercícios com pesos livres.
Como fazer
- Ajuste a altura da polia na posição baixa e prenda um suporte de corda ao cabo da polia.
- Segure cada ponta da corda com as mãos, com as palmas viradas para você.
- Dê um passo para trás até sentir uma leve tensão no cabo. Posicione seus pés com uma largura similar à dos ombros e flexione levemente os joelhos.
- Puxe as pontas da corda em direção ao seu peito e queixo, mantendo os cotovelos apontados para fora e para cima.
- Quando as extremidades da corda chegarem próximo à altura do queixo, pause momentaneamente.
- Agora, retorne lentamente à posição inicial, permitindo que seus braços se estendam completamente, controlando o peso à medida que ele retorna.
3 – Elevação lateral
A elevação lateral com halteres é considerada uma alternativa para a remada em pé devido à mecânica mais segura e por contrair os mesmos músculos com eficiência máxima.
Enquanto a remada em pé pode colocar os ombros em uma posição de rotação interna sob carga, o que aumenta o risco de impingimento e outros problemas relacionados ao manguito rotador, a elevação lateral mantém os ombros em uma rotação mais neutra e natural.
Durante a elevação lateral, os braços são levantados para os lados, geralmente até a altura dos ombros, com os cotovelos levemente dobrados. Isso permite que o deltóide lateral seja trabalhado diretamente sem impor tensão excessiva ou através de um ângulo perigoso na articulação do ombro, reduzindo muito o risco de lesões, independente da sua mobilidade ou formação óssea.
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Como fazer
- Fique em pé com os pés alinhados com os ombros e um haltere em cada mão, com as palmas voltadas para o corpo.
- Mantenha uma leve flexão nos cotovelos durante todo o exercício para evitar tensão nos braços.
- Levante os braços para os lados de maneira controlada, até que os halteres estejam ao nível dos ombros e seus braços estejam na linha dos ombros.
- Faça uma pausa no topo do movimento por um breve momento.
- Abaixe os halteres de volta à posição inicial de forma controlada, mantendo a tensão nos deltoides.
4 – Face pull
O exercício face pull é uma excelente alternativa à remada em pé devido à sua mecânica funcional que, em vez de gerar estresse potencialmente lesivo, prioriza a saúde dos ombros.
Diferentemente da remada alta, que pode colocar os ombros em uma posição vulnerável à compressão e ao impingimento, o face pull envolve uma tração horizontal com as mãos puxando em direção ao rosto, o que estimula a retração e depressão das escápulas dos ombros.
O movimento do exercício ativa os músculos do manguito rotador, que são cruciais para a estabilidade do ombro, além os deltoides de uma maneira que alivia a pressão sobre os tendões, reduzindo o risco de lesões.
No entanto, o face pull não serve como um substituto direto à remada em pé, já que seu foco não é treinar deltoides laterais, mas aumentar a funcionalidade e prevenir lesões.
Portanto, o movimento deve ser considerado como um complemento adicional em conjunto de outro movimento que treine deltoides laterais. Por exemplo, usar elevação laterais para substituir a remada em pé e ainda incluir o face pull no mesmo treino.
Como fazer
- Configure uma polia alta ou um sistema de cabos com um cabo duplo ou uma corda anexada.
- Ajuste a polia para uma altura um pouco acima da sua cabeça.
- Segure as extremidades da corda com as mãos usando uma pegada neutra (palmas das mãos voltadas uma para a outra).
- Dê um passo para trás para criar tensão na corda, mantendo uma postura ereta e os pés afastados na largura dos ombros.
- Puxe a corda em direção ao seu rosto, enquanto separa as mãos e move os cotovelos para trás e para fora, mantendo-os em uma altura mais alta do que os punhos.
- Foque em puxar usando seus músculos das costas e ombros, e não apenas os braços.
- Ao trazer a corda em direção ao rosto, tente apontar os polegares para trás, quase como se quisesse tocar a parte de trás dos seus ombros.
- Pause brevemente com a corda perto do rosto e os ombros bem contraídos.
- Retorne lentamente à posição inicial, controlando o movimento enquanto a corda retorna.