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Halotestin: guia definitivo sobre o esteroide anabolizante

O halotestin ou fluoximesterona é um esteroide anabolizante oral conhecido por sua capacidade de promover força bruta em um curto período de tempo.

Apesar de não ser tão popular quanto outros esteroides semelhantes, ele é bastante conhecido entre atletas de força e tem um uso mais específico no fisiculturismo profissional.

Neste texto, veremos um guia completo sobre o halotestin, abordando seus benefícios, dosagem, como costuma ser um ciclo, efeitos colaterais e tudo o que você precisa saber.

Aviso: Este conteúdo é exclusivamente informativo e não deve ser interpretado como incentivo ou recomendação ao uso de esteroides anabolizantes, tampouco substitui a orientação de um médico. Não existe uso seguro de esteroides anabolizantes.

O que é e para que serve o halotestin?

halotestin

O halotestin é o nome comercial do hormônio fluoximesterona, um esteroide anabolizante exclusivamente oral derivado da testosterona, que teve sua fórmula modificada para ser uma versão mais androgênica do que anabólica.

O uso clínico do hormônio era destinado para o tratamento de condições como hipogonadismo masculino, atraso na puberdade e certos tipos de câncer de mama em mulheres.

No contexto de performance e estética, o esteroide se tornou conhecido por proporcionar um aumento rápido e significativo na força bruta, embora os ganhos em massa muscular não ocorram na mesma proporção.

Isso é extremamente vantajoso em certos esportes, onde o aumento de força, sem necessariamente o aumento de peso, pode fazer com que um atleta tenha mais desempenho sem ter de subir de categoria.

Em outras palavras, o halotestin não é usado quando o principal objetivo é ganhar massa muscular, ao menos não sozinho.

Além do aumento de força, o composto é conhecido por aumentar a agressividade durante os treinos, o que pode ser vantajoso em contextos competitivos, como competições de força, crossfit e esportes de contato.

Apesar de crescimento muscular não ser tão pronunciável com o “halo”, assim como qualquer esteroide anabolizante, ele ainda favorecerá a construção de massa muscular em algum grau. Esses ganhos costumam ser mais “secos” e densos, já que o hormônio não causa retenção.

Por fim, o halotestin é um dos esteroides que trazem mais efeitos colaterais e deve ser considerado um dos mais potentes que existem, principalmente por conta das suas características androgênicas.

Veja também nossos guias sobre outros esteroides anabolizantes orais: Hemogenin | Dianabol | Turinabol | Oxandrolona

Efeitos positivos esperados do halotestin

1. Aumento significativo de força bruta

O halotestin é amplamente reconhecido por proporcionar um aumento expressivo de força em um curto período de tempo.

Esse benefício o torna especialmente popular entre atletas de esportes que exigem explosão e potência, como levantamento de peso e artes marciais.

De forma simplificada e rasa, sua ação androgênica estimula o sistema nervoso central, aumentando a agressividade e a capacidade de gerar força máxima durante treinos ou competições.

2. Mais densidade muscular

O esteroide também é conhecido por promover uma aparência muscular mais densa.

No contexto do fisiculturismo, alguns atletas poderão optar por usar o hormônio nas semanais finais da preparação, para gerar um aspecto mais denso aos músculos, mesmo estando em dietas restritivas.

Isso ocorre principalmente porque ele não causa retenção de líquidos, o que resulta em um físico mais definido e seco.

Também fica subentendido que uma pessoa com percentual de gordura elevado, não notará esse benefício, já que a camada de gordura que cobre o músculo não releverá o aspecto denso que o halotestin é capaz de gerar.

3. Aumento da agressividade no treino

Outro benefício notável do halotestin (que também é uma “faca de dois gumes) é o aumento da agressividade e foco durante os treinos.

Esse efeito pode ser especialmente útil para atletas que precisam de motivação extra para treinar e ter uma vantagem em contextos competitivos.

Em termos simples, é possível direcionar essa agressividade para treinar mais pesado, por mais tempo ou para ir mais longe em competições.

4. Maior produção de glóbulos vermelhos

O Halotestin também estimula a produção de glóbulos vermelhos, o que melhora a oxigenação muscular.

Com mais oxigênio disponível, os músculos conseguem trabalhar por mais tempo sem fadiga, favorecendo a resistência e o desempenho em exercícios prolongados.

Esse benefício também auxilia na vascularização muscular, que, junto do aumento da densidade, é outro motivo para fisiculturistas profissionais optarem pela droga.

5. Não causa retenção de líquidos

Isso acontece principalmente porque este esteroide anabolizante não aromatiza, ou seja, não se converte em estrogênio no organismo.

Esteroides que passam por esse processo podem causar efeitos colaterais relacionados ao estrogênio, o que pode mudar como seu corpo armazena líquidos, principalmente em resposta à dieta.

Por esse motivo, o halotestin é bastante valorizado em fases de cutting ou preparação para competições.

Como costuma ser um ciclo de halotestin

Um ciclo de Halotestin é feito com dosagens diárias que variam entre 10 a 40 mg, administradas em ciclos curtos de, no máximo, 4 a 6 semanas, para minimizar a hepatotoxicidade.

Uma dose de 10 mg por dia já pode produzir resultados perceptíveis, mas a maioria dos usuários considera que 20 mg por dia oferece um meio-termo entre resultados e “segurança”, por ser uma dosagem em que ainda é possível manejar os efeitos adversos.

Doses superiores costumam ser usadas estrategicamente por profissionais e em momentos-chave, como nas semanas que antecedem uma competição.

Com propósitos estéticos, o esteroide costuma ser combinado com outros, como nandrolona ou boldenona, que são mais anabólicos do que androgênicos, para compensar essa falta no halotestin, não excluindo o uso de testosterona como base.

Lembrando que o uso de esteroides, de qualquer tipo, para fins estéticos não é permitido na medicina. A maioria dos dados sobre dosagens é baseada em livros e experiências empíricas.

Efeitos colaterais do halotestin

Os principais efeitos colaterais que podem ocorrer com o uso de halotestin são:

  • Acne.
  • Perda de cabelo.
  • Piora do colesterol e aumento dos triglicerídeos.
  • Alterações nas enzimas do fígado.
  • Alterações de ordem psicológica, como agressividade, irritabilidade, ansiedade e insônia.
  • Aumento do hematócrito (risco de trombose, AVC, infarto do miocardio e alterações na pressão arterial).
  • Supressão da produção natural de testosterona.

Lembrando que a maioria dos efeitos colaterais

Efeitos estrogênicos

A fluoximesterona não é aromatizada pelo corpo – não é convertida em estrogênio.

Portanto, o uso de um antiestrogênio não é necessário ao utilizar este esteroide, já que efeitos colaterais relacionados, como ginecomastia, não deve ser uma preocupação, mesmo entre indivíduos mais sensíveis.

Efeitos androgênicos

Efeitos colaterais androgênicos são comuns com essa substância, podendo causar principalmente acne e perda de cabelo.

No entanto, estes efeitos adversos tem uma forte relação com o histórico e predisposição do usuário para ter esses problemas.

Por exemplo, uma pessoa com predisposição à perda de cabelo terá o problema amplamente acelerado pelo Halotestin.

Efeitos cardiovasculares

O Halotestin pode ter um impacto negativo significativo na saúde cardiovascular, especialmente em relação ao controle do colesterol.

Isso pode incluir aumentos expressivos no colesterol LDL (o “ruim”) e uma redução considerável no colesterol HDL (o “bom”).

Esse efeito está, em grande parte, ligado à sua natureza hepática e à sua resistência ao metabolismo pelo fígado.

Além disso, o Halotestin pode afetar negativamente os níveis de triglicerídeos.

Efeitos hepáticos

Entre todos os esteroides anabolizantes orais, o halotestin está entre os que possuem um dos perfis mais hepatotóxicos (que mais estressam o fígado).

O uso desse esteroide eleva significativamente os valores das enzimas hepáticas, o que não significa, necessariamente, dano imediato ao fígado, mas sim um sinal de estresse hepático, que pode ser um forte indicativo de que danos estão a caminho se o uso for continuado por tempo suficiente.

Isso ocorre porque esteesteroide anabolizante é C17-alfa alquilado (C17-aa), o que se refere a uma modificação estrutural que protege o hormônio durante a metabolização pelo fígado.

Embora essa alteração seja necessária para que o hormônio sobreviva à metabolizaçao e possa ser usado pelo organismo, ela também faz com que ele apresente uma natureza tóxica.

Efeitos psicológicos

O aumento de agressividade causado pelo esteroide pode ser uma vantagem e uma desvantagem.

Quando seu uso é recreativo (longe do âmbito competitivo profissional), isso acaba sendo majoritariamente uma desvantagem.

Substâncias androgênicas, e o halotestin é uma das mais androgênicas, agem em regiões do cérebro responsáveis por controle emocional, ansiedade, tomada decisões e irritabilidade.

Logo, é esperado que a droga tenha um potencial para causar mudanças psicológicas. Mesmo assim, estes efeitos também dependem da predisposição do usuário.

Efeitos no hematócrito

O uso de Halotestin pode levar a um aumento do hematócrito, que é a proporção de glóbulos vermelhos no sangue.

Esse efeito ocorre porque o esteroide estimula a eritropoiese (produção de glóbulos vermelhos) na medula óssea, aumentando a concentração de oxigênio no sangue — um benefício desejado por atletas em busca de maior resistência.

No entanto, em indivíduos suscetíveis, esse aumento pode alterar a viscosidade do sangue, elevando o risco de complicações, como trombose, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e hipertensão arterial.

Efeitos na produção de testosterona

O uso deste esteroide anabolizante suprimirá significativamente a produção natural de testosterona, independentemente da predisposição do usuário.

Isso pode resultar em uma série de efeitos colaterais secundários, principalmente os relacionados a sintomas de baixa testosterona.

Já aqueles que incluírem testosterona em conjunto no ciclo evitarão esse estado de deficiência.

Após o fim do uso do Halotestin e a eliminação completa dos hormônios esteroides exógenos do organismo, a produção natural de testosterona começará a ser retomada.

Embora a produção de testosterona volte a ocorrer de maneira natural, os níveis hormonais não retornarão ao normal por um tempo.

Por isso, é frequentemente recomendada a implementação de uma terapia pós-ciclo (TPC).

 

Referências

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  • Llewellyn, William, Anabolics 2004, 2003-4, páginas 109-10.
  • Jones TM, Fang VS, Landau RL, Rosenfield RL. The effects of fluoxymesterone administration on testicular function. J Clin Endocrinol Metab. 1977 Jan;44(1):121-9. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/137913/
  • Haluchm Dudu. Hormônios no fisiculturismo, 2017, páginas 72-74.

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