Fenilpropionato de nandrolona, também conhecido como NPP, é um esteroide anabolizante derivado da testosterona, reconhecido por promover ganhos significativos de massa muscular e recuperação acelerada.
Sua principal diferença em relação ao decanoato de nandrolona (Deca-Durabolin) está no éster, que proporciona uma liberação mais rápida da substância no organismo, exigindo aplicações mais frequentes, mas permitindo um controle mais preciso durante o ciclo.
Nota: Este texto tem caráter meramente informativo e não deve ser interpretado como recomendação ou incentivo ao uso de esteroides anabolizantes. O uso dessas substâncias pode trazer riscos à saúde e deve ser feito apenas sob orientação médica em contextos específicos.
Para que serve o fenilpropionato de nandrolona/NPP?
O fenilpropionato de nandrolona ou NPP (sigla para seu nome em inglês, Nandrolone Phenylpropionate) é um esteroide anabolizante injetável que faz parte da família da nandrolona, sendo uma versão de ação mais rápida em comparação ao decanoato de nandrolona, a famosa deca.
Esse hormônio foi amplamente utilizado na medicina para tratar condições como perda muscular severa, osteoporose e anemia, devido à sua capacidade de promover síntese proteica, retenção de nitrogênio e aumentar a produção de glóbulos vermelhos.
No fisiculturismo, o NPP ganhou popularidade devido aos seus efeitos anabólicos expressivos com, supostamente, menor retenção hídrica em comparação à versão decanoato (algo não comprovado).
Por ter um éster mais curto, sua ação no organismo é mais rápida, exigindo aplicações mais frequentes para manter níveis estáveis no sangue.
Isso pode ser visto como uma vantagem para quem busca ajustes rápidos no ciclo e sentir o hormônio agindo mais cedo, tornando-o uma opção mais versátil para diferentes estratégias, em especial para fisiculturistas competitivos.
O fenilpropionato de nandrolona é significativamente menos estrogênico do que a testosterona. Embora ambas as substâncias possam sofrer aromatização, a nandrolona converte em estrogênio a uma taxa de apenas 20% em relação à testosterona.
No entanto, é importante destacar que o fenilpropionato de nandrolona possui uma natureza progestagênica, o que pode influenciar no surgimento de alguns efeitos colaterais.
Entre as características anabólicas desse hormônio, muitas são comuns a outros esteroides, mas a nandrolona se destaca por oferecer benefícios funcionais que vão além do que outros hormônios anabólicos costumam proporcionar.
Um dos principais benefícios é o aumento da produção do IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina), um hormônio altamente anabólico essencial para a recuperação muscular e presente em praticamente todas as células do corpo.
Além disso, o fenilpropionato de nandrolona ajuda a inibir a ação dos glicocorticoides, conhecidos como hormônios do estresse, como o cortisol.
Embora esses hormônios sejam necessários para o equilíbrio do organismo, quando estão em excesso podem levar à perda de massa muscular e ao acúmulo de gordura. A nandrolona ajuda a reduzir essa resposta negativa, favorecendo um ambiente mais anabólico.
Outro ponto positivo é sua capacidade de aumentar a retenção de nitrogênio nos músculos. Como os tecidos musculares são compostos por cerca de 16% de nitrogênio, manter um equilíbrio positivo é fundamental para evitar o catabolismo e manter um estado anabólico constante.
A síntese proteica também é beneficiada, acelerando a construção de proteínas e facilitando o crescimento muscular.
Ao mesmo tempo, há um aumento na produção de glóbulos vermelhos, o que melhora a oxigenação do sangue e favorece o desempenho muscular e a recuperação.
Como costuma ser um ciclo com NPP?
Quando utilizado para fins estéticos ou de melhoria de desempenho, a dosagem mais comum para um ciclo de NPP fica entre 200-400 mg por semana, em ciclos de 12 semanas ou mais.
Essa faixa de dosagem é suficiente para que a maioria dos usuários vejam ganhos perceptíveis em massa muscular magra e força.
Devido à ação rápida do éster fenilpropionato, a administração semanal costuma ser dividida em duas aplicações espaçadas uniformemente ao longo da semana, garantindo uma liberação mais estável do hormônio no organismo.
Mulheres costumam usar uma dose de 25-50 mg por semana dentro de ciclos de 4 a 6 semanas.
Doses mais elevadas ou ciclos mais longos não são recomendados, pois aumentam significativamente o risco de efeitos colaterais androgênicos.
Apesar de sua natureza levemente androgênica, algumas mulheres podem apresentar sintomas de virilização ao utilizar esse composto.
Caso esses efeitos colaterais comecem a surgir, a interrupção imediata do uso é recomendada para minimizar o risco de alterações permanentes.
Vale ressaltar que todas essas informações são baseadas principalmente em relatos empíricos, estudos controlados e experiências individuais.
Não existem recomendações médicas oficiais para o uso dessa substância com fins estéticos, e seus efeitos podem variar de pessoa para pessoa.
Efeitos colaterais do fenilpropionato de nandrolona
Os principais efeitos colaterais do uso de fenilpropionato de nandrolona podem incluir:
- Retenção de líquidos
- Ginecomastia
- Acne
- Oleosidade na pele
- Queda de cabelo
- Virilização em mulheres (engrossamento da voz, irregularidades menstruais, crescimento de pelos faciais)
- Redução da libido em homens
- Alteração nos níveis de colesterol e marcadores cardiovasculares
- Supressão da produção natural de testosterona
Abaixo entraremos em mais detalhes sobre cada efeito colateral dividindo-os em categorias.
Efeitos colaterais estrogênicos
A nandrolona tem baixa conversão em estrogênio, cerca de 20% da taxa observada na testosterona, tornando seus efeitos colaterais estrogênicos menos preocupantes.
No entanto, doses mais altas e em combinação com testosterona podem elevar os níveis de estrogênio, causando retenção de líquidos, aumento de gordura e ginecomastia, sendo necessário mais cuidado.
Além disso, a nandrolona tem atividade progestagênica, o que também pode potencializar alguns efeitos colaterais, como ginecomastia, mesmo sem necessariamente ter altos níveis de estrogênio.
Efeitos colaterais androgênicos
Embora a nandrolona tenha baixa atividade androgênica, efeitos colaterais como acne, oleosidade na pele, crescimento de pelos e queda de cabelo ainda podem ocorrer, especialmente em doses mais altas.
Mulheres devem estar atentas ao risco de virilização, que pode incluir engrossamento da voz, irregularidades menstruais e crescimento de pelos faciais.
Além disso, por suprimir a produção natural de testosterona, a nandrolona pode reduzir a libido em homens se usada sem outro andrógeno.
O uso de inibidores da 5-alfa redutase, como finasterida e dutasterida, não previne os efeitos colaterais desse esteroides e ainda pode intensificar seus efeitos androgênicos.
Efeitos colaterais cardiovasculares
Os esteroides anabolizantes podem afetar negativamente o colesterol, reduzindo o HDL (bom) e aumentando o LDL (ruim), elevando o risco de aterosclerose.
O impacto varia conforme a dose, tipo de esteroide e via de administração.
Estudos com 600 mg semanais de decanoato de nandrolona por 10 semanas mostraram uma redução de 26% no HDL, um efeito ligeiramente pior que o da testosterona.
lém disso, podem elevar a pressão arterial, triglicerídeos e causar hipertrofia ventricular esquerda, aumentando o risco cardiovascular.
Para minimizar esses efeitos, recomenda-se exercícios aeróbicos regulares e dieta SEMPRE controlada.
Efeitos colaterais relacionados a produção natural de testosterona
O uso de fenilpropionato de nandrolona suprime drasticamente a produção natural de testosterona, algo inevitável com esse esteroide, independentemente da genética.
Para evitar sintomas indesejáveis de baixa testosterona, é essencial combinar o uso com alguma forma de testosterona exógena.
Após a descontinuação, a produção natural será retomada, mas de forma lenta, sendo recomendado um protocolo de terapia pós-ciclo para acelerar o processo.
No entanto, a recuperação completa, em alguns casos e dependendo da forma de uso e saúde prévia do usuário, pode levar meses.
Referências
O Hipertrofia.org mantém critérios rigorosos de referências bibliográficas e dependemos de estudos revisados por pares e pesquisas acadêmicas conduzidas por associações e instituições médicas. Para obter mais informações detalhadas, você pode explorar mais lendo nosso processo editorial.
- LLEWELLYN, William. Anabolics. 11. ed. Páginas 262-265.
- Johansen, Kirsten L.*,†; Painter, Patricia L.‡; Sakkas, Giorgos K.†,§; Gordon, Patricia‡; Doyle, Julie‖; Shubert, Tiffany‖,¶. Effects of Resistance Exercise Training and Nandrolone Decanoate on Body Composition and Muscle Function among Patients Who Receive Hemodialysis: A Randomized, Controlled Trial. Journal of the American Society of Nephrology 17(8):p 2307-2314, Agosto 2006. Disponível em: https://journals.lww.com/jasn/abstract/2006/08000/effects_of_resistance_exercise_training_and.34.aspx