O fisiculturismo tem uma história rica e fascinante, marcada por diferentes períodos que moldaram a prática e a estética dos fisiculturistas. Cada era = bronze, prata, ouro, mass monsters e atual – trouxe características únicas, refletindo o desenvolvimento dos treinos, da ciência por trás da musculação e, em alguns casos, do uso de esteroides anabolizantes.Neste texto, veremos como foi cada era, indo até as eras mais recentes.
Nota: o período das áreas são aproximadas.
A era de bronze do fisiculturismo (1890-1940)
A era de bronze do fisiculturismo, que se estende desde o final do século XIX até a década de 1940, marca o período inicial do desenvolvimento do fisiculturismo moderno.
Nesse tempo, a prática era mais voltada para exibições de força do que para competições de estética muscular, e o público admirava feitos envolvendo força que demonstravam habilidades físicas em circos e apresentações públicas.
Os atletas dessa era treinavam com métodos rudimentares, usando pesos livres e equipamentos básicos, pois ainda não havia uma estrutura de academias como conhecemos hoje. O objetivo não era necessariamente a simetria ou o volume muscular extremo, mas sim a demonstração de força e um físico bem-condicionado.
Entre os ícones da era de bronze, destaca-se Eugene Sandow, frequentemente referido como o “pai do fisiculturismo moderno”. Sandow foi um dos primeiros a valorizar a importância de um corpo musculoso e simétrico, realizando exibições públicas de sua força e promovendo a estética física como um ideal de saúde.
Outros nomes notáveis incluem Thomas Inch, que era famoso por suas demonstrações de força bruta, e George Hackenschmidt, conhecido como um dos pioneiros do levantamento de peso e luta profissional.
Esses atletas influenciaram profundamente o fisiculturismo, ajudando a estabelecer os fundamentos do esporte e inspirando gerações futuras a ver o fisiculturismo como uma prática que une força e estética.
A era de prata do fisiculturismo (1940 a 1960)
A era de prata do fisiculturismo, que se estendeu aproximadamente entre os anos 1940 e 1960, foi um período de transição e consolidação do esporte, quando ele começou a ganhar mais organização e visibilidade.
Nesse tempo, o fisiculturismo deixou de ser apenas uma exibição de força e começou a enfatizar o desenvolvimento de um físico equilibrado, simétrico e estético.
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Com o surgimento de competições oficiais e a criação de padrões de avaliação, os fisiculturistas passaram a treinar mais focados na estética e na definição muscular, mantendo uma aparência atlética e proporcional, mas ainda longe do volume extremo que se veria em décadas posteriores. A filosofia era desenvolver um corpo que simbolizasse força, saúde e beleza física.
Os principais ícones da Era de Prata incluem figuras como Steve Reeves, famoso por seu físico impecável e simétrico e sua presença em filmes como Hércules, que ajudaram a popularizar o fisiculturismo para além das competições.
John Grimek, um dos primeiros a dominar campeonatos de fisiculturismo com sua combinação de força e estética e Reg Park, que inspirou gerações com seu físico volumoso para a época e sua carreira no cinema.
Esses atletas ajudaram a definir o que se esperava de um físico ideal e serviram como modelos de inspiração para futuros fisiculturistas, elevando o esporte a um novo patamar de reconhecimento e atraindo mais praticantes e fãs.
A era de ouro do fisiculturismo (1960 a 1980)
A era de ouro do fisiculturismo, entre 1960 a 1980 (aproximadamente), é amplamente considerada o auge do fisiculturismo clássico, onde o equilíbrio entre simetria, proporção e definição muscular foi mais valorizado do que o volume extremo.
Esse período foi marcado por uma abordagem quase artística do desenvolvimento físico, onde os fisiculturistas buscavam não apenas músculos grandes, mas uma estética equilibrada e fluida. Com a introdução de técnicas avançadas de treinamento e o uso crescente de academias comerciais, o esporte começou a se popularizar.
Foi também nessa época que o fisiculturismo entrou no mainstream, graças a eventos e competições como o Mr. Olympia, fundado em 1965, e ao lançamento do filme Pumping Iron em 1977, que levou o esporte a um público mundial.
Entre os ícones dessa era, Arnold Schwarzenegger se destaca como o mais famoso, tornando-se sinônimo de fisiculturismo e um exemplo da estética perfeita da época.
Outros nomes importantes incluem Franco Columbu, conhecido pela força e simetria; Frank Zane, cujo físico magro e bem definido era focado em proporções clássicas; e Serge Nubret, que impressionava pela estética elegante e definição muscular.
Esses atletas elevaram o nível do fisiculturismo a um patamar icônico, inspirando gerações de fisiculturistas com um ideal que equilibrava volume, simetria e apresentação artística, características que ainda hoje definem o legado da Era de Ouro.
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Era “Mass Monsters” do fisiculturismo (1980-2000)
A Era dos “Mass Monsters” no fisiculturismo começou no final dos anos 1980 e se estendeu pelos anos 1990 e 2000, caracterizando-se por uma busca por volume muscular extremo e definição nunca antes vistos.
Durante esse período, o foco mudou para físicos com muita massa muscular, baixos níveis de gordura corporal e muito músculo. Os fisiculturistas dessa era ultrapassaram o padrão estético e simétrico da “Era de Ouro”, entrando em uma nova fase onde o tamanho impressionante dos músculos era o objetivo principal.
A preparação intensa incluía uma combinação de treinamento extremo, dieta restrita e uso de hormônios e outras substâncias ergogênicas para alcançar um volume e uma definição descomunais.
Ícones dessa era incluem nomes como Dorian Yates, que trouxe um físico massivo e uma densidade muscular sem precedentes, revolucionando o fisiculturismo nos anos 1990 com seu estilo de treino intenso e fisicamente brutal.
Ronnie Coleman elevou ainda mais o conceito de “Mass Monster” ao vencer o Mr. Olympia oito vezes com um físico de proporções colossais, definindo novos padrões para o volume muscular e a vascularização.
Jay Cutler também foi um símbolo da era, conhecido pelo seu volume e condicionamento consistentes. Esses atletas consolidaram a Era dos Mass Monsters, estabelecendo uma estética que dominou o fisiculturismo até o início dos anos 2010, quando surgiram categorias mais focadas na simetria e estética clássica, como a Classic Physique.
Era moderna do fisiculturismo (2000-)
A era Atual do fisiculturismo, que se estende aproximadamente do início dos anos 2000 até o presente, é marcada pela diversidade de categorias e pela redefinição dos padrões de físico.
Enquanto a categoria Open Bodybuilding continua a celebrar o volume e a definição extrema, com fisiculturistas apresentando músculos enormes e níveis de gordura extremamente baixos, surgem também categorias como Men’s Physique e Classic Physique, que valorizam a estética clássica e a simetria.
A introdução dessas novas categorias atende ao desejo do público por físicos mais equilibrados, menos extremos e com uma estética mais próxima do que era valorizado na “Era de Ouro”. Além disso, a mídia social desempenha um papel enorme, com atletas ganhando visibilidade global e influenciando uma nova geração de fisiculturistas e entusiastas.
Os ícones desta era são muitos (considere estes nomes desde os anos 2000 até a atualidade) e refletem essa variedade de estilos. Na categoria Open, nomes como Big Ramy (Mamdouh Elssbiay), Phil Heath, e Hadi Choopan se destacam pelo tamanho e pela definição muscular de outro nível, simbolizando o ápice do fisiculturismo competitivo.
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Na Classic Physique, Chris Bumstead tornou-se um grande ícone, popularizando um físico mais estético, com foco na proporção e simetria, que muitos consideram uma homenagem à “Era de Ouro”.
Em Men’s Physique, Jeremy Buendia e Brandon Hendrickson lideraram o movimento, apresentando um físico atlético e esteticamente agradável que atrai um público mais amplo. A Era Atual é, portanto, uma celebração da diversidade, atendendo tanto aos fãs do fisiculturismo clássico quanto aos admiradores dos físicos modernos e extremos.\
Palavras finais
O fisiculturismo evoluiu por diversas eras, cada uma influenciada pelo contexto cultural, avanços científicos e mudanças nos padrões estéticos e competitivos.
Desde as demonstrações de força na Era de Bronze até os físicos imensos da Era dos Mass Monsters e a busca por uma estética equilibrada na Era Atual, o esporte se adaptou para atender aos ideais de cada época. Esse desenvolvimento revela a complexidade e a riqueza do fisiculturismo, um esporte que sempre oscilou entre a arte e a ciência do físico humano.
Hoje, com a presença de novas categorias e a popularidade crescente nas redes sociais, o fisiculturismo se mostra mais inclusivo, abraçando tanto os fãs da musculatura extrema quanto os que buscam uma estética clássica.
Os fisiculturistas atuais continuam a inspirar, seja pelo volume ou pela simetria, refletindo uma comunidade diversificada que valoriza o desenvolvimento físico como expressão de força, saúde e dedicação. Cada era, com seus ícones e filosofias, contribuiu para a construção de um legado que molda o esporte até hoje.