Sentir enjoo e ânsia durante e/ou após o treino é um efeito colateral comum para quem treina e na maioria das vezes é algo inofensivo.
Estes sintomas não costumam ter uma relação com sua experiência de treino – tanto iniciantes como avançados poderão ter sintomas gastrointestinais durante ou após o treino.
Como não há nenhum mérito (ou demérito) em passar mal no treino e isso não é, nem de longe, um indicativo de que você terá mais resultados, tentar evitar isso é sempre será bem vindo.
Afinal, haverão dias onde sua motivação está baixa ou você tem outras prioridades, fazendo com que passar mal seja a última coisa que você queira no dia.
Abaixo veremos as principais razões para sentirmos enjoo durante ou após treinar, e o que fazer para evitar o problema.
1 – Horário e tamanho da refeição pré-treino
Que comer muito próximo da atividade faz mal, a maioria das pessoas já sabe.
Porém a causa não costuma ser o que muitos pensam.
Fazer musculação após comer não é como andar de montanha russa após comer – o motivo para você passar mal não é o mesmo em ambas as atividades.
Após uma refeição grande haverá maior fornecimento de sangue para o trato gastrointestinal.
Quanto maior a refeição e mais lenta ela precisa ser digerida, maior tende a ser o fluxo sanguíneo.
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E ao mesmo tempo que você tem sangue suficiente para digerir uma refeição e treinar, ao realizar exercícios compostos que usam bastante massa muscular ao mesmo tempo haverá uma mudança brusca no fluxo sanguíneo do seu trato gastrointestinal para os músculos.
Algumas pessoas poderão ficar com enjoo quando isso acontece. Não sendo raro também se sentir estufado como se algo estivesse “entalado” no meio do caminho.
Se você faz uma refeição sólida muito próxima do treino e acaba ficando enjoado ao fazer exercícios pesados, você talvez terá que mudar para uma refeição líquida ou diminuir o tamanho da refeição que antecede o treino.
2 – Hidratação (falta ou excesso)
Náusea é um possível sintoma quando o corpo começa a ficar desidratado.
A maioria das pessoas que fazem musculação costuma conhecer a importância da hidratação.
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Siga-nos no InstagramContudo há duas situações pontuais que acabam passando despercebidos pela maioria.
No verão você precisa ingerir mais líquidos que o comum, pois poderá haver perda excessiva de minerais importantes através do suor.
Se você tem o hábito de tomar a mesma quantidade de água independente do clima, isso é algo que deverá ser observado caso você passe mal somente em climas mais quentes.
Outro fator importante é que em situação nenhuma, e independente do clima, você precisa se hidratar demais.
Muitas pessoas ao verem fisiculturistas usando 5,6,7 ou mais litros de água por dia, acham que isso deve ser feito por todos.
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Porém quanto mais líquido você ingerir, mais urina produzirá e toda vez que você urinar perderá eletrólitos úteis para a hidratação.
Basicamente, e por mais contraditório que pareça, você pode facilitar desidratação por ficar bebendo água desnecessariamente.
Se você não sabe quanta água deve tomar por dia, veja isso.
3 – Queda abrupta na pressão sanguínea
Algumas pessoas poderão sofrer com hipotensão imediatamente após terminar um exercício que em contrapartida elevação a pressão durante sua execução.
Infelizmente, hipotensão pode ter como colateral a náusea.
Podendo ou não vir acompanhado de tontura e escurecimento de visão.
Sua hidratação e o clima (quanto mais quente pior) podem potencializar o problema.
4 – Cortisol e adrenalina
Quando fazemos exercícios físicos, nosso corpo libera uma cascata de hormônios para “lidar com a situação”.
Você poderia estar fugindo de um leão ou fazendo um treino HIIT, para o seu corpo não faz diferença, se você está impondo estresse, ele responderá para manter sua sobrevivência.
E o corpo faz isso, no treino (e ao fugir de um leão), liberando cortisol e adrenalina.
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Quanto maior a intensidade da atividade, como um HIIT ou uma série pesada de agachamento, maior tende a ser resposta hormonal.
Não há consenso no meio científico sobre isso, mas estes dois hormônios poderão estimular a medula oblongata, a região do seu cérebro capaz de gerar a sensação de ânsia e vontade de vomitar.
Por isso, independente de experiência de treino ou evolução corporal, qualquer pessoa poderá sentir enjoos durante o treino dependendo da intensidade do mesmo.
O grau dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa, assim como a tolerância de cada um para treinos pesados.
5 – Treinar em jejum com ajuda de pré-treinos (com cafeína)
É possível usar estimulantes sem quebrar o jejum já que muitos deles, sejam na forma de pre-treinos, termogênicos ou café preto sem açúcar, não possuem calorias.
Muitas pessoas fazem uso desta ferramenta para conseguirem mais rendimento no treino quando não estão alimentadas.
Porém mesmo sem qualquer alimento no estômago ainda é possível passar mal ao treinar e isso ocorre pela mesma razão do item 4.
Estimulantes potencializam a liberação de cortisol e catecolaminas, como a adrenalina, e poderão fazer pessoas que já tenham sensibilidade ao problema ter ainda mais sintomas.
Portanto nessa situação talvez seja necessário interromper o uso de estimulantes.
O que fazer quando o enjoo surgir durante o treino
Como você pôde ler, podemos evitar o enjoo em algumas situações e outras não.
Mas na esmagadora maioria das vezes que ele aparecer é muito provável que desapareça dentro de alguns minutos de inatividade.
Ou seja, basta ficar parado no mesmo lugar que o enjoo passa.
Em situações normais, não há porque interromper o treino já que esta reação tende a ser uma resposta natural do corpo ao fazer atividade física intensa em certas situações (como já mencionado).
A única ressalva é quando o enjoo não desaparece ou você tem sintomas persistentes mesmo tomando as medidas necessárias. Nesta situação, não insista e procure um médico.