Um braço maior ou mais forte que o outro: como corrigir (4 dicas)

Ter um braço maior ou mais forte que o outro é mais comum do que você possa imaginar e a correção do problema é simples, exigindo principalmente paciência. Entenda.

Então, como corrigir assimetria entre os braços? De forma geral, corrigir diferenças de força e tamanho muscular entre os braços é uma questão de realizar trabalho unilateral (treinar um braço de cada vez) e permitir que o braço mais fraco dite o treino.

Neste texto explicaremos detalhadamente como fazer isso.

É normal ter um braço mais forte que o outro?

Sim. Na verdade, um braço sempre será maior e mais forte do que o outro. Geralmente do lado dominante do corpo.

Se você é destro, então provavelmente o seu braço direito é mais forte e maior que o braço esquerdo (apesar de haver exceções à regra).

O ponto da questão é que um braço, ou lado do corpo, sempre será maior e mais forte, porque nos acostumamos a realizar a maior parte das tarefas com um lado específicos e fazemos isto instintivamente e sem a intenção de causar assimetrias.

Porém, em algumas pessoas, esta assimetria pode ser grande ao ponto de influenciar os resultados na musculação, isso quando o próprio treino não está piorando o problema.

É extremamente importante igualar a força entre os braços o quanto antes porque não é possível apenas ter um braço mais forte do que o outro, sem que outros músculos também sejam afetados. Em casos mais graves, isto pode causar lesões.

Veja também: Como corrigir assimetria muscular

4 dicas para corrigir um braço mais forte que o outro na musculação

Aqui vão quatro maneiras simples para corrigir assimetrias entre os braços (e isso pode ser usado para qualquer outra parte do corpo também).

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As maneiras mais simples de corrigir assimetrias de tamanho e força entre os braços são:

  1. Implementar exercícios unilaterais para os principais músculos (além do braço);
  2. Começar pelo lado mais fraco;
  3. Deixe que o lado fraco dite o treino do lado forte;
  4. Resolva possíveis problemas de mobilidade e posturais.

Algumas dicas poderão parecer óbvias e você já “pode estar fazendo”, mas peço que leia com atenção todo o texto, pois há algumas mudanças sutis que fazem toda a diferença.

1 – Implementar exercícios unilaterais para os principais músculos (além do braço)

Se você tem um braço mais fraco que o outro, é muito provável que outros músculos do mesmo lado também sejam.

Além disso, praticamente todos os exercícios feitos usando uma barra serão dominados pelo lado mais forte e, com o tempo, piorarão o problema.

Por exemplo: se você faz rosca direta com barra, onde ambos os braços deveriam trabalhar juntos, o lado mais forte fará mais trabalho.

O pior é que em alguns casos você sequer perceberá. No fim da série, a percepção do cansaço pode ser a mesma.

O passo inicial para corrigir o problema é simplesmente começar a substituir exercícios bilaterais (onde você usa ambos os lados ao mesmo tempo) por unilaterais (onde você usa um braço de cada vez).

Veja também: Exercícios unilaterais vs. bilaterais: qual é melhor para hipertrofia?

Exercícios que você trabalha cada lado de forma independente também.

O pulo do gato aqui, por assim dizer, é fazer essa alteração para toda a porção superior do corpo – e não apenas para braços.

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Por exemplo, quando fazemos o supino reto com barra, não treinamos apenas peitoral, mas tríceps e deltoides também.

Se o seu deltoide anterior e tríceps do lado direito são mais fortes, então você será mais forte em vários exercícios para tríceps também.

Na verdade, até no treino de bíceps já que o deltoide anterior é um estabilizador em exercícios como rosca direta.

Portanto não basta apenas mudar os exercícios no treino de bíceps e tríceps, mas na porção superior toda inteira também.

E, novamente, quando isso for viável. No treino de costas, há variações de puxadas verticais com uma mão, mas as opções são menores. Então use o bom senso nas substituições.

2 – Sempre comece pelo lado mais fraco

Você já reparou que você sempre começa exercícios unilaterais pelo lado mais forte?

Da mesma forma que você segura um copo d’água com o lado direito se você é destro, por uma questão de costume o mesmo ocorre no treino.

É o lado que você naturalmente use toda vez que precisa erguer, segurar, mover, levantar algo e está operando no “modo automático”.

Porém, na musculação, isto se torna um problema porque você começa o exercício com o lado mais forte e enquanto seu sistema nervoso ainda está “inteiro”.

Sem entrar em detalhes que não são do escopo do texto, seu sistema nervoso é quem dá o comando aos músculos e ele também sofre fadiga.

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Agora imagine a seguinte situação: você vai fazer serrote (remada unilateral) com o lado mais forte e dá todo seu esforço possível para treinar pesado.

Seu sistema nervoso acaba de tomar uma bronca depois de levantar uma carga muito pesada com apenas um lado do corpo (algumas pessoas chegam a levantar metade do peso corporal no serrote).

E agora, sem descanso, você vai treinar o outro lado, o mais fraco, que já tem a desvantagem de ser o mais fraco e menos resistente.

Consegue entender o problema óbvio em começar pelo mais forte?

Resumindo: em exercícios onde é possível treinar de forma unilateral, comece sempre pelo lado mais fraco.

3 – O lado fraco sempre deve ditar o treino do lado forte

Aqui temos outra cilada comum: mesmo que você use exercícios unilaterais para garantir que ambos os lados façam o mesmo esforço e mesmo que você comece pelo lado mais fraco pra evitar que a fadiga do SNC atrapalhe, seu lado mais forte… ainda é mais forte.

Deixa eu dar um exemplo que fará você entender perfeitamente essa situação.

Tente se lembrar de alguma vez onde você realizou um exercício com o braço mais forte e na última série, com muito esforço, conseguiu 10 repetições.

Então, quando foi treinar o lado mais fraco, foi pego de surpresa ao falhar na 9 repetição.

A série termina e agora não há como voltar no tempo, o lado forte, novamente, fez mais esforço.

No treino seguinte você já esqueceu que isso aconteceu e acaba fazendo isso em um ou outro exercício de novo.

No decorrer dos 365 dias do ano, quantas vezes você acha que o lado forte fez mais esforço?

Pode ter certeza que estes pequenos ocorridos acumulam com o tempo e acabam formando um desequilíbrio muscular muito maior.

Em todo caso, apenas começando pelo lado mais fraco, como no item 2, já resolve o problema.

Se você só conseguiu fazer 8 repetições com o lado fraco, então o lado forte também faz 8 repetições, mesmo que você tenha forças de sobra para continuar com o lado forte.

Fazer isso, com o tempo, dará a oportunidade pro lado mais fraco alcançar o mais forte e, às vezes, resolver completamente o problema.

4 – Resolva possíveis problemas de mobilidade e posturais

Se você for reparar friamente, todos os itens anteriores são intuitivos e, em alguns casos, você já pode estar implementando isso e ainda sofre com um lado sendo mais forte.

Pois é, algumas pessoas poderão ter problemas que vão além do comum.

Nesta situação, problemas posturais e de mobilidade são os principais culpados.

Uma pessoa com desvios posturais como escoliose, por exemplo, onde existe uma inclinação ou rotação da coluna não natural para alguma direção, poderá facilitar que um lado do corpo realize mais esforço e isso pode gerar uma reação em cadeia até chegar no seu braço, fazendo um ficar maior que o outro.

Falta de mobilidade segue a mesma lógica. Por exemplo, por ficar em má postura o dia inteiro, um lado do seu corpo pode ser mais encurtado e você treinará melhor o lado com mais mobilidade.

Portanto se você desconfia que pode ter algum problema do gênero, você PRECISA procurar ajuda e administrar o problema o quanto antes.

Neste caso não é apenas uma questão de um lado do corpo ser mais forte que o outro, mas uma questão de prevenir lesões no futuro.

Conclusão

Ter um braço maior que o outro é relativamente normal e a solução é relativamente simples: basicamente, você precisa treinar cada braço de forma individual, ter certeza que ambos os lados estão realizando a mesma quantidade de trabalho e recebendo o mesmo foco.

Contudo, nunca é demais falar que você passou anos e anos gerando o problema, mesmo antes de pisar na academia, e agora não é realista esperar que ele seja resolvido em 3 semanas. Sim, vai levar tempo.

É importante entender que não há muito o que fazer, a não ser sentar-se confortavelmente e aproveitar o passeio, ou seja, faça as devidas modificações no seu treino e se acostume a treinar assim até que o problema seja resolvido.

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